Kitabı oku: «A Esposa Perfeita », sayfa 2

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CAPÍTULO DOIS

Apesar dos gritos intermináveis, Jessie tentava lutar contra a dor de cabeça que mordiscava as bordas de seu crânio. Daughton, o doce, mas incrivelmente barulhento, filho de três anos de idade de Edward e Melanie Carlisle, havia passado os últimos vinte minutos jogando um jogo chamado Explosão, que consistia basicamente em ele gritar 'boom!' o tempo todo.

Nem Melanie ('chama-me Mel') nem Edward ('Teddy' para os amigos) pareciam incomodados com os gritos intermitentes, e, por isso, Jessie e Kyle agiam como se fosse normal também. Eles estavam sentados na sala de estar dos Carlisle, colocando os assuntos em dia, antes de uma caminhada planejada até ao porto para um brunch. Os Carlisles moravam a apenas três quarteirões de lá.

Kyle e Teddy tinham ficado conversando lá fora na última meia hora enquanto Jessie se familiarizava novamente com Mel na cozinha. Ela apenas se lembrava dela vagamente do encontro anterior, mas apenas alguns minutos depois já havia uma boa vibração entre elas.

“Eu teria pedido a Teddy para fazer uns grelhados, mas eu não quero que vocês fiquem doentes em sua primeira semana aqui em baixo”, Mel disse sarcasticamente. “Ficamos muito mais seguros se formos comer à beira-mar.”

“Não é o melhor cozinheiro de todos os tempos?”, Jessie perguntou com um pequeno sorriso.

“Digamos. Se ele se oferecer para cozinhar, finja ter uma emergência para onde ir. Porque se você comer qualquer coisa que ele tenha feito, terá realmente uma emergência em mãos.”

“O que se passa, querida?”, Teddy perguntou quando ele e Kyle entraram. Ele era um tipo barrigudo e de aparência mole, com cabelo loiro recuado e pele pálida, que parecia que se queimaria se estivesse cinco minutos ao sol. Jessie também sentiu que sua personalidade seria muito parecida - mole e maleável. Um instinto profundo que ela não conseguia descrever, mas no qual aprendera a confiar ao longo dos anos, lhe disse que Teddy Carlisle era um homem fraco.

“Nada, querido”, ela disse casualmente enquanto piscava o olho para Jessie. “Apenas estou dando à Jessie algumas informações essenciais sobre como sobreviver em Westport Beach.”

“Muito bem” disse ele. “Se certifique de a avisar sobre o tráfego na Rua Jamboree e na Autoestrada Pacific Coast Highway. Pode ser um pesadelo.”

“Essa era a próxima em minha lista”, Mel disse inocentemente quando se levantou do banco da cozinha.

Enquanto ela se dirigia até à sala de estar para recolher do chão os brinquedos de Daughton, Jessie não pôde deixar de notar que, em sua saia de tênis e top, sua pequena estatura era toda musculosa. Seus músculos da barriga da perna eram protuberantes e seus bíceps se flexionavam de uma forma impressionante enquanto ela pegava cerca de uma dúzia de carros da Matchbox num único movimento rápido.

Tudo nela, incluindo seu cabelo preto curto, sua energia sem limites, e sua voz projetada, era forte, de uma garota não fútil de Nova York, o que era exatamente o que ela tinha sido antes de se mudar para o oeste.

Jessie gostou dela imediatamente, embora não conseguisse entender o que a atraía numa pessoa como Teddy. Isso a deixou ligeiramente pensativa. Jessie se orgulhava de conseguir ler as pessoas. E esse buraco em seu retrato informal de Mel era levemente inquietante.

“Estamos prontos para ir?”, Teddy perguntou. Ele também estava vestido elegantemente com uma camisa folgada e calças brancas.

“Pegue seu filho e estaremos todos prontos”, disse Mel bruscamente.

Teddy, aparentemente acostumado com o tom dela, saiu para encontrar a máquina do jogo 'Explosão' sem uma palavra. Alguns segundos depois, eles ouviram gritos quando ele voltou segurando Daughton, que estava lutando poderosamente, de cabeça para baixo agarrado pelos tornozelos.

“Pai, pare!”, o menino gritava

“Ponha-o no chão, Edward”, disse Mel.

“Ele respondeu”, disse Teddy enquanto punha o filho no chão. “Eu só precisava de o lembrar que esse tipo de comportamento não é correto.”

“Mas e se ele escorregasse e batesse a cabeça?”, Mel quis saber.

“Nesse caso ele teria aprendido uma lição valiosa”, Teddy respondeu casualmente, aparentemente não se incomodado com a perspectiva.

Kyle riu em aprovação e só parou quando Jessie lhe lançou faíscas com os olhos. Ele tentou transformar o riso em tosse, mas já era tarde demais e ele encolheu os ombros para ela se desculpando.

Enquanto se dirigiam para o porto, descendo o trilho bem conservado, paralelo à estrada principal, Jessie reparou na forma como ela e Kyle estavam vestidos em comparação com seus amigos. Até mesmo Daughton, que tinha a pele pálida do pai, mas o cabelo escuro da mãe, estava vestido com uns calções engomados e uma camisa de colarinho. Kyle estava de calções e uma t-shirt e Jessie vestira um vestido esvoaçante de camponesa no último minuto.

“Tem certeza de que estamos vestidos adequadamente para um brunch em seu clube?”, ela perguntou a Mel com apreensão.

“Oh, não se preocupe com isso. Vocês são nossos convidados. As políticas de código de vestimenta não se aplicam a vocês. Apenas os membros recebem chicotadas por trajes inapropriados. E Daughton como é pequeno, apenas lhe fariam uma marca com um ferro em brasa.” Mel deve ter visto o olhar nos olhos de Jessie, porque ela imediatamente colocou a mão em seu pulso e acrescentou: “Estou brincando”.

Jessie sorriu sem graça devido à sua incapacidade de se descontrair. Precisamente naquele momento, Daughton passou por ela com um impressionante 'boom' que a fez pular.

“Ele tem muita energia”, disse ela, tentando parecer admirada. “Eu gostaria de a engarrafar.”

“Sim”, Mel concordou. “Ele dá algum trabalho. Mas eu o amo. É estranho como coisas que incomodam outras pessoas são encantadoras quando se trata de seu filho. Você vai entender o que eu quero dizer quando for com você. Quero dizer, assumindo que é isso que você quer.”

“É”, disse Jessie. “Nós conversámos sobre isso durante um tempo. Houve apenas alguns… contratempos ao longo do caminho. Mas esperamos que a mudança de ambiente ajude.”

“Bem, eu deveria já te avisar. É provável que este assunto surja frequentemente entre as mulheres que você vai conhecer hoje. Elas adoram falar sobre crianças e tudo o que esteja relacionado com elas. Vão provavelmente lhe perguntar sobre seus planos. Mas não se preocupe. Esse é o tipo de conversa padrão por aqui.”

“Obrigada pelo aviso”, disse Jessie ao chegarem no final do caminho.

Ela parou por um momento para admirar a vista. Estavam à beira de um penhasco com vista para a Ilha Balboa e para a baía do Promontório. A seguir, ficava a Península de Balboa, o último pedaço de terra antes do Oceano Pacífico. A água azul profunda se estendia até onde ela conseguia ver, se fundindo finalmente com o céu azul mais claro, pontilhado com algumas nuvens brancas e fofas. Era de cortar a respiração.

Mais perto, ela via a movimentada marina, com barcos a se aproximarem e a se afastarem em algum sistema tácito que era muito mais organizado e bonito do que a autoestrada. As pessoas, pequenas como formigas daqui de cima, estavam passeando ao redor do complexo do pontão e de suas muitas lojas e restaurantes. Parecia que talvez pudesse estar havendo um mercado de agricultores.

O trilho deu lugar a uma enorme escadaria de pedra que descia até ao complexo. Apesar dos corrimões de madeira de ambos os lados, era um pouco assustador.

“O trilho recomeça a cerca de cinquenta jardas à frente e desce em ziguezague até ao porto”, disse Mel, sentindo a reticência de Jessie. “Podíamos ir por esse caminho em vez de irmos pelos degraus, mas demoramos mais vinte minutos e a vista não é tão agradável.”

“Não, tudo bem”, garantiu Jessie. “Eu apenas não tenho mantido meus treinos de Stairmaster e, de repente, estou me arrependendo disso.”

“Suas pernas apenas doem no início”, disse Daughton ao saltar para a frente dela, assumindo a liderança.

“Nada como uma criança para nos envergonhar para agir”, disse Jessie, tentando rir.

Eles começaram descendo o longo lance de escadas, Daughton primeiro, seguido por Mel, Jessie e Kyle, com Teddy a ocupar o último lugar. Passado um minuto Daughton estava bem à frente deles e Mel correu para o alcançar. Jess conseguia ouvir os homens a falarem atrás dela, mas não conseguia entender o que eles estavam dizendo. E com os degraus traiçoeiros, ela hesitou em se virar para descobrir.

Mais ou menos na metade do caminho, ela viu uma garota de faculdade subir as escadas, usando apenas biquíni e chinelos, com uma bolsa de praia pendurada no ombro. Seu cabelo ainda estava molhado da água e gotas de suor escorriam pela sua pele bronzeada e exposta. Suas curvas eram impressionantes e o traje de banho mal as continha. Parecia que ela poderia explodir em vários lugares a qualquer momento. Jess, tentou não olhar ao passarem e perguntou a si mesmo se Kyle estaria fazendo o mesmo.

“Caramba, que bunda”, ela ouviu Teddy dizer alguns segundos depois.

Jessie ficou involuntariamente tensa, não apenas com a grosseria, mas porque a garota com certeza estava suficientemente perto para ouvi-lo. Ela estava tentada a se virar e a fazer má cara a Teddy quando ouviu a voz de Kyle.

“Certo”, ele acrescentou, rindo como um garoto de escola.

Ela parou de andar. Quando Kyle a alcançou, ela agarrou seu antebraço. Teddy parou também, com um olhar surpreendido no rosto.

“Continue, Teddy”, disse ela, colocando um sorriso de plástico no rosto. “Eu só preciso de meu homem por um segundo.”

Teddy deu a Kyle uma expressão de conhecimento antes de prosseguir sem comentários. Quando ela teve a certeza de que ele estava fora do alcance da voz, ela se virou para seu marido.

“Eu sei que ele é seu amigo do colégio”, ela sussurrou. “Mas você poderia não agir como se ainda estivesse lá?”

“O que é que foi?”, ele perguntou defensivamente.

“Aquela garota provavelmente ouviu Teddy e seu tom malicioso. E depois você o vai incitar? Não é bom.”

“Não tem mal nenhum, Jess”, ele insistiu. “Ele estava apenas mexendo com ela. Talvez ela se sentisse lisonjeada.”

“E talvez ela se sentisse assustada. De qualquer maneira, eu preferia que meu marido não reforçasse o meme 'mulher como objeto sexual'. É um pedido razoável?”

“Cruzes. É assim que você vai reagir sempre que uma garota de roupa de banho passar?”

“Não sei, Kyle. É assim que você vai reagir?”

“Vêm ou não?”, Teddy gritou. Os Carlisle estavam uns bons cinquenta degraus mais abaixo na escada.

“Estamos indo”, Kyle gritou de volta antes de baixar a voz. “Isto é, se por você ainda estiver bem.”

Ele seguiu em frente antes que ela pudesse responder, descendo dois degraus de cada vez. Jessie se esforçou para respirar longa e lentamente antes de o seguir, esperando puder exalar sua frustração juntamente com o ar em seus pulmões.

Ainda nem acabamos de nos mudar completamente e ele já está se transformando no tipo de idiota que eu tentei evitar minha vida toda.

Jessie tentou se lembrar que um comentário idiota, embora sob a influência de um amigo do colégio, não significava que o marido estivesse subitamente se tornando um Filisteu. Mas ela não conseguia se livrar da sensação desconfortável de que aquilo era apenas o começo.

CAPÍTULO TRÊS

Cinco minutos depois, com Jessie ainda a ferver em silêncio, eles entraram na recepção do Clube Deseo, sentindo o ar condicionado, o que era um alívio muito necessário para o dia que já estava quente. Jessie olhou em volta, assimilando o lugar. Ela não podia deixar de pensar que o nome, que de acordo com Teddy significava “Clube dos Desejos”, era um pouco imponente, considerando o que estava diante dela.

Por pouco ela quase não via a entrada do clube, uma grande porta de carvalho velha, não identificada, numa estrutura de aparência modesta na parte mais tranquila do porto. A entrada em si era indescritível, com uma simples recepção atualmente ocupada por uma morena linda e diligente de vinte e poucos anos.

Teddy se inclinou e falou com ela em voz baixa. Ela assentiu e deu indicação para o grupo passar por um pequeno corredor. Foi só quando outra jovem, loira, igualmente bela, pediu a ela para colocar sua bolsa num cesto que Jessie entendeu que o corredor também tinha um detector de metais elegante.

Depois de passar pelo corredor, a mulher lhe devolveu sua bolsa e indicou que ela deveria seguir os outros através de uma segunda porta com painéis de madeira que se parecia misturar com a parede ao lado da porta. Se estivesse sozinha, ela poderia não ter visto de todo a porta.

Depois de passarem pela segunda porta, toda a modéstia da recepção do edifício desapareceu rapidamente. A sala circular cavernosa para a qual ela estava olhando tinha dois níveis. O topo, onde ela estava, tinha mesas em círculo com vista para o nível mais baixo, que tinha acesso por uma larga escada.

O nível mais baixo tinha uma pequena pista de dança central cercada por várias mesas. O lugar inteiro parecia ter sido projetado usando madeira reaproveitada de velhos veleiros. Os painéis ao lado uns dos outros, que compreendiam as paredes, tinham diferentes tons e cores. A mistura não deveria ter resultado, mas, de alguma forma, resultava, dando ao espaço uma vibração náutica que era reverente, e não ridícula.

No outro extremo da sala estava a característica mais impressionante. O lado voltado para o oceano do clube era todo composto por uma enorme janela de vidro, metade da qual estava acima da água, metade abaixo. Dependendo de onde uma pessoa se sentasse, a vista poderia ser o horizonte ou cardumes de peixes a nadarem abaixo da superfície. Era incrível.

Eles foram encaminhados para uma grande mesa no nível inferior, onde um grupo de cerca de quinze pessoas os esperava. Teddy e Mel os apresentaram, mas Jessie nem sequer tentou memorizar seus nomes. Ela viu que eram quatro casais, com cerca de sete filhos divididos entre eles.

Em vez disso, ela sorria e acenava educadamente enquanto cada um deles a agredia com mais informações do que aquelas que ela conseguia processar.

“Estou no marketing das redes sociais”, alguém chamado Roger ou Richard lhe disse. Ele se mexia constantemente e mexia no nariz quando pensava que ninguém estava olhando.

“Estamos escolhendo tapetes para a parede agora”, disse a mulher ao lado dele, uma morena com madeixas loiras no cabelo que podia ou não ser sua esposa, mas que definitivamente tinha olhos para o tipo bronzeado do outro lado da mesa.

E assim continuou. Mel apresentou uma pessoa. Jessie não fez nenhuma tentativa séria de se lembrar de seu nome, mas em vez disso tentou descobrir algo sobre sua verdadeira natureza com base em sua aparência, linguagem corporal e estilo de falar. Era uma espécie de jogo, um que ela empregava frequentemente em situações desconfortáveis.

Depois das apresentações, mais duas garotas bonitas entraram e reuniram todas as crianças, incluindo Daughton, para as levarem para a Enseada dos Piratas, que, segundo uma das esposas lhe disse, era o nome da zona de diversão juvenil. Jessie assumiu que devia ser fantástica, porque todas as crianças saíram sem qualquer sinal de ansiedade com a separação.

Depois deles saírem, a refeição prosseguiu como Mel a advertira. Duas mulheres que eram gêmeas ou eram tão semelhantes que poderiam muito bem ser, contaram uma história sobre um acampamento religioso de verão que era basicamente sobre a terrível voz para cantar da líder de louvor.

“Ela parecia que estava prestes a dar à luz”, disse uma delas enquanto a outra dava gargalhadas. Na medida da atenção que Jessie prestava, ela se perdia quando elas interrompiam e falavam as duas ao mesmo tempo sem parar.

Um sujeito com cabelos longos e encaracolados e um colar fino de couro ao pescoço estava muito apaixonado a contar os detalhes de um jogo de hóquei que ele tinha ido ver na primavera passada. Mas não havia nada de memorável nisso. Toda a história de cinco minutos foi composta por quem marcou gols e quando. Jessie continuou esperando por algo diferente, como quando um polvo foi atirado para o gelo ou quando um fã saltou o muro. Mas não houve nada de diferente.

“De qualquer forma, foi um jogo incrível”, ele finalmente concluiu, o que deu a Jessie sua pista para sorrir com apreço.

“A melhor história de sempre”, Mel disse baixo e secamente, dando a Jessie seu único momento feliz até ao momento e algo perto de um segundo fôlego.

Grande parte da conversa foi consumida com a discussão de vários eventos do clube, incluindo a festa do Dia das Bruxas, o 'Trazer os Barcos em Festa' (o que quer que isso fosse) e o Baile do Feriado.

“O que é o 'Trazer os...'“, ela começou perguntando antes de ser cortada pela mulher dois lugares ao lado, que gritou quando uma garçonete acidentalmente entornou um copo de água, a molhando um pouco.

“Sua vaca”, ela murmurou demasiado alto depois da garçonete sair. Logo depois, todos os homens se levantaram, beijaram suas esposas e se despediram. Kyle olhou perplexo para Jessie, mas seguiu o exemplo.

“Acho que vejo você mais tarde?”, ele perguntou mais do que disse.

Ela concordou educadamente, embora estivesse igualmente confusa. Parecia que eles estavam naquela cena do Titanic, quando todos os homens saíram depois do jantar para discutir negócios e política acompanhados por conhaque na sala dos fumadores.

Jessie observou os homens a passarem por entre as mesas até chegarem a uma ornamentada porta de madeira no canto da sala com um homem musculoso e sem graça parado diante dela. Ele parecia um segurança numa discoteca, só que estava usando um smoking. Quando os homens de sua mesa se aproximaram, ele se desviou para os deixar passar. Ele pareceu olhar para Kyle com um olhar cético até Teddy murmurar algo para ele. O segurança assentiu e sorriu para Kyle.

O resto do brunch passou num redemoinho. Como Mel prometera, a conversa girou em torno de crianças e gravidez, já que pelo menos duas das mulheres do grupo estavam claramente grávidas.

“Estou apenas me preparando para dar uma bofetada ao próximo garçom que olhar para mim com um ar nojento quando eu estiver amamentando”, disse uma delas, Katlyn ou Kaitlyn. “Eu fiquei muito transigente depois do Warner nascer.”

“Ameaçar para processar”, disse a morena com as madeiras loiras. “Eu fiz isso e recebi um vale-presente de cem dólares como desculpa. A melhor parte era que ninguém havia feito nada de errado. Eu apenas reclamei sobre um 'ambiente de desconforto'.”

Jessie era a única não-mãe na mesa, mas tentou participar da discussão, fazendo perguntas educadas sobre a escola primária local ('uma lixeira') versus a escola particular para onde todos eles pareciam mandar seus filhos.

Enquanto Jessie ouvia os desentendimentos sobre as melhores opções de creche e pré-escola e o consenso geral sobre o melhor supermercado, ela sentiu sua mente divagar. Ela se beliscou debaixo da mesa algumas vezes, enquanto eram expressas opiniões sobre boas igrejas, o melhor ginásio local e onde encontrar um espetacular vestido para o Baile do Feriado.

Mas, por fim, ela desistiu de tentar acompanhar quem estava dizendo o quê, ou até mesmo de oferecer afirmações brandas, e assumiu o papel de observadora passiva, como se estivesse a observar o comportamento social de algumas espécies incomuns na natureza.

Foi com esta vida que me comprometi? Almoços com senhoras que se focam em qual o ginásio que tem a melhor aula de spinning? É este o mundo do qual Kyle tem estado ansioso por fazer parte? Se for, me matem já.

Em determinado momento, ela notou que Mel estava batendo no ombro dela para dizer que o brunch tinha terminado e que ela precisava de ir buscar Daughton. Aparentemente Teddy e Kyle iriam se encontrar com elas na recepção.

Jessie assentiu, se despediu graciosamente das mulheres cujos nomes ela não se conseguia lembrar, e seguiu Mel melancolicamente até à Enseada dos Piratas. Ela se sentia desorientada e exausta e não queria mais nada a não ser ir para casa, tomar um banho, tomar um copo de vinho e ir dormir. Ela olhou para o relógio e ficou espantada ao descobrir que ainda nem sequer era uma hora da tarde.

*

Ela só conseguiu relaxar horas depois. Após a caminhada de volta para a casa dos Carlisle e a paragem obrigatória lá durante um bom tempo, eles finalmente voltaram para casa. Mas não antes de uma paragem no Costco para comprar algumas coisas de primeira necessidade. Jessie imaginou os rostos de reprovação de seus companheiros de brunch.

Mais tarde naquela noite, enquanto lavava o rosto e Kyle escovava os dentes, eles já tinham recuperado o suficiente para conversar um pouco sobre o dia.

“O que aconteceu na sala secreta para onde você foi?”, ela perguntou. “Obrigaram você a ficar de cuecas e lhe deram dez chicotadas?”

“Eu fiquei realmente um pouco preocupado com o que pudesse estar por detrás daquela porta”, Kyle admitiu enquanto eles se iam para o quarto. “Mas era essencialmente um bar muito bem equipado com jogos. Eles tinham jogos nas TVs, um garçom andando por ali a tomar nota dos pedidos das bebidas e alguns caras a vestirem ou a despirem trajes de golfe.”

“Portanto, não era uma sala para fumar com conhaque?”, ela perguntou, imaginando se ele apanharia a referência.

“Não que eu tenha visto, embora eu tenha reparado em Leonardo DiCaprio vagueando sem rumo pelo provador.”

“Bom trabalho, marido”, disse Jessie, com apreço, ao se deitar. “Você ainda é especial.”

“Obrigado, esposa”, respondeu ele, deslizando sob os lençóis ao lado dela. “Na verdade, ouvi dizer que tinha uma sala de charutos em algum lugar por ali, mas não fui procurar. Eu acho que está escondida em algum canto que está isento das regras de 'não fumar' do clube. Mas aposto que poderia ter conseguido um conhaque se tivesse pedido.

“Conheceu alguém interessante?”, ela perguntou ceticamente enquanto desligava a luz do quarto.

“Surpreendentemente, sim”, disse ele. “Eles eram todos muito simpáticos. E uma vez que dois deles estavam à procura de potenciais investimentos, isso os tornou interessantes para mim. Eu acho que esse clube pode ser um recurso real para pessoas realmente interessadas em negócios. “E você?”

“Foram todas muito simpáticas”, Jessie disse hesitante, esperando que a escuridão do quarto escondesse sua testa franzida. “Muito amigáveis, se oferecendo para me ajudar com qualquer coisa que eu precise.”

“Porque é que ouço um 'mas' aí?”

“Não. É só que durante o tempo todo em que estive com elas sozinha, nenhuma delas falou de mais nada a não ser de crianças, escolas ou família. Nenhuma menção aos seus trabalhos ou eventos atuais. Me pareceu muito provinciano.”

“Talvez elas só quisessem evitar assuntos controversos num brunch com alguém novo?”, Kyle sugeriu.

“Os empregos são controversos atualmente?”

“Eu não sei, Jessie. Tem a certeza de que não está interpretando demais a partir de um encontro inocente?”

“Eu não estou sugerindo que elas são as Esposas de Stepford nem nada disso”, ela insistiu. “Mas exceto a Mel, elas eram implacavelmente narcisistas. Eu não tenho a certeza se alguma delas já teve mais do que um pensamento passageiro sobre o mundo para lá de suas janelas. Só estou dizendo que depois de um tempo, começou a parecer um pouco... claustrofóbico.”

Kyle se sentou na cama.

“Esse fraseado parece familiar”, disse ele, com uma voz de preocupação. “Não fique chateada comigo. Mas a última vez que você falou sobre se sentir claustrofóbica foi quando...”

“Eu me lembro da última vez”, ela interrompeu, irritada. “Isto não é a mesma coisa.”

“Tudo bem”, ele respondeu delicadamente. “Mas você vai entender se eu perguntar se você está confortável com seus medicamentos atualmente. A dosagem ainda é suficiente? Acha que você devia marcar uma consulta com a Dra. Lemmon?”

“Eu estou bem, Kyle”, disse ela, saindo da cama. “Nem tudo tem a ver com isso. Não posso expressar algumas reservas sem que você tire conclusões precipitadas?”

“Claro”, disse ele. “Lamento. Por favor, volte para a cama.”

“É sério. Você não estava lá. Enquanto você estava relaxando com os rapazes, eu tinha um sorriso congelado no rosto enquanto aquelas mulheres falavam sobre trivialidades. Isso não é uma questão de medicação. É uma questão de que aquelas garotas são insuportáveis.”

“Sinto muito, Jess”, ele repetiu. “Eu não deveria ter assumido que eram os medicamentos.”

Jessie olhou para ele, dividida entre querer perdoar e querer voltar ao assunto um pouco mais. Ela decidiu não fazer nem uma coisa nem outra.

“Volto em alguns minutos”, disse ela. “Eu só preciso relaxar. Caso você esteja dormindo quando eu voltar, digo já boa noite.”

“Ok”, ele disse com relutância. “Boa noite. Eu te amo.”

“Boa noite”, disse ela, lhe dando um beijo, apesar de sua falta de entusiasmo naquele momento. “Eu também Eu te amo.”

Ela saiu do quarto e andou pela casa, esperando que sua frustração passasse enquanto se movia pela casa fora. Ela tentou não pensar mais no desprezo dele, mas este teimava em voltar, irritando ela apesar de seus melhores esforços.

Ela estava precisamente se acalmando o suficiente para voltar para a cama quando ouviu o mesmo rangido distante da outra noite. Só que esta noite não era tão distante. Ela seguiu o som até encontrar o que lhe pareceu ser a fonte - o sótão.

Ela havia parado no corredor do andar de cima logo abaixo da porta de acesso ao sótão. Depois de um momento de hesitação, ela agarrou a corda da porta e a puxou para baixo. O rangido definitivamente soou mais pronunciado.

Ela subiu a escada de acesso o mais silenciosamente que pôde, tentando não pensar em como esse tipo de decisão terminava sempre mal em filmes de terror. Quando ela subiu as escadas, pegou o celular e usou a lanterna do mesmo para observar o espaço. Mas, para além de algumas caixas de papelão velhas e vazias, o espaço estava vazio. E o rangido parou.

Jessie recuou com cuidado, recolocou a escada e, demasiado assustada para dormir, retomou sua inquieta caminhada. Por fim, ela se viu no quarto que eles esperavam usar para o bebê, quando e se algum se juntasse a eles.

Estava vazio agora, mas Jessie podia imaginar onde o berço iria ficar. Ela o imaginou contra a parede do outro lado, com um móbile pendurado por cima. Ela encostou na parede e deslizou para baixo, ficando sentada com os joelhos na frente de seu rosto. Ela colocou os braços ao redor deles e os abraçou, tentando se convencer de que a vida neste novo lugar estranho seria melhor do que tinha parecido até agora.

Estou entendendo tudo isso mal?

Ela não podia deixar de se perguntar se seus medicamentos não precisariam efetivamente de ser ajustados. Ela não tinha certeza se estava sendo muito dura com Kyle ou se estava julgando as mulheres do Clube Deseo muito duramente. Kyle estava se ajustando tão facilmente a este lugar enquanto ela não. Seria isso um reflexo da adaptação dele? Da fragilidade dela? Ou de ambos? Ele já parecia estar em casa, como se vivesse aqui tem anos. Ela se perguntou se alguma vez ela chegaria a esse ponto.

Ela não tinha a certeza se estava nervosa porque seu último semestre de aulas começava amanhã e ela ia, assim, ter que mergulhar de volta ao mundo dos estupros estudantis, dos predadores infantis e dos assassinos. E ela não tinha a certeza se aquele rangido que ela continuava a ouvir era real ou era de sua cabeça. Neste momento, ela não tinha certeza de muita coisa. E isso assustava Jessie.

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Yaş sınırı:
16+
Litres'teki yayın tarihi:
10 ekim 2019
Hacim:
281 s. 3 illüstrasyon
ISBN:
9781640299917
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Serideki Birinci kitap "Um Thriller Psicológico De Jessie Hunt"
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