Kitabı oku: «Antes Que Ele Mate », sayfa 8
"Agora", Ellis Pope disse, percebendo que ele estava lentamente ganhando o controle da situação. "Com qual dos tubarões eu tenho que conversar sobre os custos para imprensa?"
CAPÍTULO DEZESSEIS
Mackenzie se sentiu um pouco fora de si na companhia de Ellington e por incrível que pareça, era um sentimento que só foi ampliado quando se sentaram lado a lado em um bar duas horas depois. Ela sabia que ambos pareciam cansados e um pouco desgastados, fazendo-os se equiparar ao resto dos clientes. Eles não eram os únicos vestidos relativamente bem; pessoas que saíram do trabalho também estavam vestidas um pouco acima do casual, chegando no bar com suas camisas, gravatas e terninhos que tinham usado no trabalho. A luz turva da tarde se derramou a partir das duas janelas ao longo do outro lado do bar, mas eram o neon atrás do bar e o reflexo das prateleiras das garrafas de bebida atrás do bar que definiam o clima do ambiente.
"Qualquer ideia de como Pope descobriu a cena tão rapidamente?" Ellington perguntou a ela.
"Nenhuma. Tem que haver um espião na força."
"Isso é o que eu acho", disse Ellington. "E por causa disso, eu não acho que o Nelson pode ser muito duro com você. Não havia nenhuma maneira de você ter até mesmo suspeita de que o movimento na floresta era um jornalista. Especialmente porque Pope saiu correndo assim."
"Vamos esperar que sim", disse ela.
Mackenzie sabia que tinha pisado na bola. Seu superior a viu pegar um jornalista on-line gordinho e indefeso e jogá-lo no chão. E enquanto Pope tinha conseguido nada mais do que um leve corte em sua têmpora ao cair na raíz, e ele estava invadindo uma propriedade privada, isso ainda era motivo para punição. Ainda assim, ela tinha conseguido o que, basicamente, foi uma advertência. Ela já tinha visto o Nelson se estressar muito mais por menos. Isso a fez se perguntar, no entanto, quanta confiança ele tinha nela. Para deixá-la tomar atitudes inpensadas, enquanto Ellis estva provavelmente dando telefonemas falando um monte sobre a sua confiança nela.
Claro, ele também tinha exigido que ela desse o fora e fosse para algum lugar, cair em si antes que ela agredisse o próximo pobre coitado que só passasse pelo seu caminho. Sentindo uma pequena possibilidade de escapar antes que ele pudesse pensar melhor sobre sua decisão de mantê-la ativamente no caso, ela fez exatamente isso.
Enquanto ela estava bebendo da forma mais responsável possível uma cerveja stout fabricada localmente, ela tentou se lembrar da última vez que tinha vindo para um bar como um meio de escapar do mundo. Ela normalmente usava o trabalho para isso, algo que era muito mais fácil de admitir para si mesma, agora que Zack estava fora de cogitação. Mas agora que o trabalho a tinha tirado de cena por um tempo, parecia surreal estar sentada em um bar.
Era estranho ainda estar sentada ao lado de um agente do FBI que ela tinha conhecido ontem. No curto espaço de tempo que ela passou com o agente Ellington, ela descobriu algumas coisas sobre ele. Primeiro, ele era um cavalheiro à moda antiga: ele abriu portas para ela, sempre pedia a opinião dela antes de tomar uma decisão, fazia referência àqueles mais velhos do que ele, como senhora e senhor, e ele também parecia protegê-la. E, quando chegaram no bar, dois homens fizeram muito pouco esforço para esconder o fato de que eles estavam comendo ela com os olhos. Percebendo isso, Ellington ficou ao lado dela, cortando a visão deles.
Você sabe por que os homens em sua força lhe odeiam tanto, certo? ", disse Ellington.
"Eu achava que era apenas a forma como eles foram criados", disse Mackenzie. "Se eu não estou em um avental trazendo-lhes um sanduíche ou cerveja, qual seria a minha utilidade?"
Ele encolheu os ombros. "Poderia ser um pouco disso, mas não, eu acho que é outra coisa. Eu acho que é porque você consegue intimidá-los. Mais do que isso, eu acho que eles têm medo de você. Eles têm medo que você possa fazê-los parecer estúpidos e incompetentes."
"Como você sabe?"
Ele apenas sorriu para ela por um momento. E, embora não havia nada abertamente romântico sobre o sorriso, foi bom ser olhada daquela forma. Ela não conseguia se lembrar da última vez que Zack tinha olhado para ela assim, como alguém a ser apreciado em vez de usado ou tolerado.
"Bem, vamos tirar o óbvio do caminho: você é jovem e você é mulher. Você é essencialmente o computador novo que está vindo para o escritório para assumir todas as tarefas. Você também é uma enciclopédia ambulante para análise forense e de investigação pelo que ouvi. Acrescente a maneira com que você perseguiu aquele pobre jornalista hoje, e é o pacote completo. Você é a nova geração e eles são os cães velhos. Esse tipo de coisa."
"Então, é um medo do progresso?"
"Certo. Eu duvido que eles vejam assim, mas isso é o que resume tudo."
"É um elogio?", perguntou ela.
"Claro que sim. Esta é a terceira vez em que eu paço par com um detetive altamente motivado, e você é de longe a mais talentosa e motivada que eu já vi. Estou contente por fazer par com você."
Ela só balançou a cabeça, porque ela não tinha certeza de como lidar com seus cumprimentos e avaliações ainda. No trabalho, ele tinha sido muito profissional e criterioso em suas ações, não só em sua abordagem para o trabalho, mas também na forma como ele se aproximava dela. Mas agora que ele estava sendo um pouco menos reservado, Mackenzie estava tendo um momento difícil para traçar a linha divisória entre o Ellington profissional e o Ellington pessoal.
"Você já pensou sobre ir para o Departamento?", perguntou Ellington.
A pergunta a surpreendeu tanto que ela era incapaz de responder por um momento. É claro que ela tinha pensado nisso. Certa vez, ela tinha sonhado com isso quando era criança. Mas mesmo como uma pesssoa determinada de vinte e dois anos de idade, com seus projetos em uma carreira na aplicação da lei, o FBI parecia um sonho inatingível.
"Você pensou, hein?", perguntou.
"É assim tão óbvio?"
"Um pouco. Você me parece envergonhada agora. Isso me faz pensar que você tem pensado sobre isso, mas nunca perseguiu o desejo”.
"Foi um sonho que eu tive por um tempo", disse ela.
Foi embaraçoso admitir, mas havia algo sobre a maneira com que ele estava lhe decifrando que a fez não se importar tanto.
"Você tem as habilidades", disse Ellington.
"Obrigado", disse ela. "Mas acho que minhas raízes aqui são muito fortes. Eu sinto que é tarde demais. "
"Nunca é tarde demais, você sabe."
Ele olhou para ela, profissional e intensamente.
"Você gostaria que eu falasse sobre você para ver se alguém se interessaria?"
Ela ficou deslumbrada com a oferta. Por um lado, ela queria, mais do que qualquer coisa; por outro, isso trouxe todas as suas velhas inseguranças. Quem era ela para se qualificar para trabalhar no FBI?
Lentamente, ela balançou a cabeça.
"Obrigado", respondeu ela. "Mas não."
"Por que não?", perguntou. "Para não falar muito mal sobre os homens que trabalham com você, mas você está sendo mal aproveitada."
"O que eu faria no FBI?", perguntou ela.
"Você daria um agente de campo estelar," disse ele. "Nossa, talvez uma profiler, assim como eu."
Mackenzie olhou pensativo para a sua cerveja, um pouco surpresa. Ela mais uma vez tinha ficado atordoada e em silêncio e agora sentia que tinha muito a considerar. E se ela pudesse fazer isso como uma agente? Como drasticamente sua vida mudaria? Quão gratificante seria trabalhar em um trabalho que ela amava sem os impedimentos de homens como Nelson e Porter para contê-la?
"Você está bem?", perguntou Ellington.
Ainda olhando para a cerveja escura na frente dela, ela suspirou. Ela pensou em Zack por um momento e não conseguia se lembrar da última conversa significativa que tinha tido com ele. Quando foi a última vez que ele a incentivou da mesma forma que Ellington fez agora? Por falar nisso, quando foi a última vez que qualquer homem tinha falado tão bem dela diretamente para ela?
"Eu estou bem", disse ela. "Eu aprecio tudo o que você está dizendo. Você me deu muito o que pensar. "
"Bom", Ellington disse suavemente, sem perder terreno. "Mas deixe-me perguntar-lhe: você tem um histórico de se retrair?"
"Eu não acho que sou eu", disse ela. "Eu acho que é apenas … Eu não sei. Meu passado, talvez?"
"A morte de seu pai?"
Ela assentiu com a cabeça.
"Isso é uma parte", disse ela.
Há também a minha série de relacionamentos fracassados, ela pensou, mas não achava que fosse apropriado dizer. E, enquanto ela permaneceu nisso, ela de repente se perguntou se os dois estavam relacionados—a morte de seu pai e seus relacionamentos. Talvez a fonte de tudo isso era, afinal, a morte.
Será que ela nunca se recuperaria disso? Ela não via como fazer isso. Não importa quantos bandidos ela colocasse atrás das grades, nada parecia ajudar.
Ele balançou a cabeça como se entendesse perfeitamente.
"Eu entendo", disse ele.
Então, piscando-lhe um sorriso para que ele soubesse que ela estava brincando, ela perguntou: "Você está me analisando psicologicamente, agente Ellington?"
"Não, eu estou conversando com você. Estou lhe ouvindo. Nada mais."
Mackenzie terminou sua cerveja e deslizou o copo até a borda do bar. O barman agarrou o copo imediatamente e o encheu de novo, colocando-o de volta na frente dela.
"Eu sei que é por isso que este caso tem me abalado tanto", acrescentou. "Um homem está usando as mulheres. Talvez não seja para o sexo, mas ele está causando dor e vergonha nelas como uma forma de expressar algum momento perturbador."
"E este é o primeiro caso que você teve assim?"
"Sim. Quer dizer, eu fui a chamadas em birgas doméstica em que o marido agrediu sua esposa, e eu interroguei duas mulheres depois de terem sido violentadas. Mas nada como isto."
Ela bebeu sua cerveja, percebendo que os goles estavam descendo muito facilmente. Ela nunca tinha sido uma grande bebedora e esta cerveja-a terceira da noite, estava empurrando-a para uma linha que ela tinha tentado evitar a travessia desde a faculdade.
"Eu não sei se os meus palpites significam alguma coisa para você," Ellington disse, "mas esse cara vai ser pego dentro de alguns dias. Eu tenho certeza disso. Ele está ficando muito arrogante e uma dessas pistas, que vão se acumulando, acabará nos levando até ele. Além disso, o fato de que você está dirigindo tudo isso é uma grande vantagem."
"Como você pode ter tanta certeza?", perguntou ela. "Sobre a minha performance, eu quero dizer? E por que você está sendo tão bom? "
Ele estava alimetando ela com confiança e, ao mesmo tempo, reforçando uma característica que ela possuía e sabia que era uma das piores coisas a seu respeito. Ela sabia que tendia a ficar na defensiva em torno dos homens que a elogiavam, principalmente porque isso sempre significou que eles queriam uma alguma coisa. Olhando para Ellington quando ele sorriu, ela não u que seria muito ruim se ele estivesse à procura de alguma uma coisa específica. Na verdade, ela estava começando a pensar que ela poderia aproveitar o momento. É claro que ele iria embora amanhã e as chances de nunca mais vê-lo eram boas.
Talvez isso é exatamente o que eu preciso, pensou. Uma noite. Sem emoção, sem expectativas, apenas o escuro e esta maravilha em forma de agente do FBI parece saber dizer todas as coisas certas e—
Ela parou aquele pensamento, porque, francamente, era muito sedutor. Então ela percebeu que Ellington ainda não tinha respondido à pergunta: Por que você está sendo tão bom?
Ele reprimiu seu sorriso e finalmente respondeu.
"Porque", ele respondeu, "você merece uma pausa. Porque eu consegui minha vaga porque um amigo tinha um amigo que conhecia o vice-chefe. E eu posso lhe garantir que metade dos homens das cavernas da sua força pode dizer coisa a mesma coisa ou algo similar."
Ela riu, e o som do riso a fez perceber que ela estava prestes a ultrapassar a tal linha. Quando ela tentou se lembrar da última vez que tinha ficado bêbada, ela derramou o resto de sua cerveja e deslizou o copo até a borda do bar. Quando o bartender chegou, ela balançou a cabeça.
"Você pode dirigir?", perguntou ela. "Eu estou pouco leve. Desculpe-me."
"Sim, tudo bem."
Quando o bartender veio com suas comandas, Ellington rapidamente pegou a dela antes que ela pudesse colocar a mão nela. Vê-lo fazer isso, a fez querer descobrir como uma noite sem emoção com um homem saído de um sonho poderia ser. Afinal, ela agora tinha sua casa e sua cama só para ela. O que poderia machucá-la nisso?
Eles saíram em direção ao carro e ela notou que Ellington estava andando muito perto dela. Ele abriu a porta do carro para ela, aprofundando a apreciação do seu charme pelos olhos dela. Quando ele fechou a porta e deu a volta para o lado do motorista, Mackenzie descansou a cabeça contra o encosto de cabeça e respirou fundo. De uma casa abandonada com uma mulher morta em um mastro até aqui, à beira de chamar para cama um homem que ela tinha conhecido ontem—isso tudo tinha realmente acontecido no decorrer de menos de doze horas?
"Seu carro está no posto, certo?", perguntou Ellington.
"É", disse ela. E, em seguida, seu coração batendo, ela hesitante acrescentou: "Mas nós podemos passar na minha casa no caminho—podemos simplesmente parar lá, se quiser."
Ele oulho para ela perplexo e os cantos de sua boca pareciam batalha entre um sorriso e uma careta. Ficou claro que ele sabia o que ela estava sugerindo; ela não duvidava que ele tivesse recebido propostas semelhantes antes.
"Ah, Jesus", disse ele, esfregando a cabeça. "Como prova de firmeza e caráter, eu preciso lhe dizer que sou casado."
Mackenzie olhou para a mão esquera dele, a mesma mão esquerda que ela olhou várias vezes no bar só para ter certeza. Não havia nenhum anel lá.
"Eu sei", disse ele. "Eu nunca uso o anel quando estou trabalhando. Eu odeio a sensação que tenho ao usar minha arma com ele."
"Oh meu Deus", disse Mackenzie. "Eu estou-"
"Não, está tudo bem", disse ele. "E acredite em mim, eu me sinto lisonjeado. Eu quis dizer tudo o que eu disse lá dentro. E enquanto tenho certeza de que o macho primitivo dentro irá mentalmente chutar a minha bunda pelo resto da minha vida, eu amo muito minha esposa e minha filha. Eu acho que eu-"
"Você pode me levar para o meu carro?" Mackenzie perguntou, envergonhada. Ela olhou para fora da janela e sentiu vontade de gritar.
"Sinto muito", disse Ellington.
"Não sinta. É minha culpa. Eu deveria ter lhe conhecido melhor."
Ele ligou o carro e saiu do estacionamento. "Melhor como?", ele perguntou enquanto se dirigiam de volta para o posto.
"Nada", ela disse, ainda se recusando a olhar para ele.
Mas no silêncio que pairava pesado no caminho para o posto, ela pensou: Eu deveria ter pensado melhor antes de acreditar em algo bom demais para ser verdade.
Enquanto dirigiam para casa em silêncio, ela queria se enrolar como uma bola e morrer, odiando-se, perguntando a si mesma se tinha acabado de perder a melhor oportunidade de sua vida em um longo, longo tempo.
CAPÍTULO DEZESSETE
Mackenzie acordou às 6:45 da manhã seguinte ao som de um sms. Ela já estava acordada, vestida com roupas íntimas. Ela verificou a mensagem e seu coração gelou ao ver que era de Ellington
Indo para casa. Eu te ligo mais tarde hoje para o check-in
Ela pensou em chamá-lo ali mesmo. Ela estava bem ciente de que ela tinha agido como uma adolescente abandonada ontem. Inferno, ela realmente não tinha sido rejeitada. Ellington tinha simplesmente se mantido fiel ao seu caráter, acrescentando marido fiel à sua longa lista de características admiráveis.
No final, ela deixou pra lá. Ela ainda se sentia envergonhada, mas mais do que isso, sentiu-se derrotada. E isso não era algo que ela sentia muito frequentemente. O assassino ainda estava lá fora e eles não estavam mais perto de pegá-lo do que três dias atrás. Ela tinha perdido seu namorado de três anos e, em seguida, ficou apaixonada por um agente do FBI menos de vinte e quatro horas mais tarde. Para piorar a situação, ela viu uma promessa de como o seu futuro poderia ser ao conversar com Ellington; ela viu que seu trabalho poderia ser com alguém que a respeitava e, de certa forma, estava impressionado com ela. E agora tudo acabado.
Ela tinha apenas Porter e Nelson pela frente, rodeando-a com a dúvidas no meio de um caso que estava se tornando parte dela.
Quando ela deslizou uma camiseta, sentou-se no canto da sua cama e olhou para o seu telefone celular. De repente, não era Ellington que ela queria chamar. Ela estava pensando em outra pessoa, alguém que compartilhou os mesmos traumas e sensação de fracasso que ela conhecia tão bem.
Com uma fincada súbita no estômago, Mackenzie pegou seu telefone celular a partir no armário e procurou através de seus contatos. Quando ela chegou ao nome de Steph, ela apertou CALL e, em seguida, quase encerrou a ligação imediatamente.
Até o momento em que o telefone começou a tocar, ela já tinha se arrependido de fazer a chamada. Ele tocou duas vezes, antes de ser atendido. A voz de sua irmã na outra extremidade era familiar, mas ela não a ouvia perto o suficiente.
"Mackenzie", disse Stephanie. "É cedo."
"Você nunca dorme depois das cinco", Mackenzie apontou.
"Isso é verdade. Mas eu estava apenas confirmando. É cedo."
"Desculpe-me", disse ela. Era uma palavra que ela usava muito quando falava com Steph. Não porque ela realmente quisesse dizer isso, mas Steph tinha um jeito de fazer você sentir culpa de um modo fácil e sobre qualquer coisa, mesmo as menores.
"O que Zack fez desta vez?", perguntou Steph.
"Não é o Zack", disse Mackenzie. "Zack já era."
"Bom", Steph disse, com naturalidade. "Ele era um desperdício de espaço."
Houve um silêncio na linha por um momento. Ficou claro que Steph poderia ficar o resto de sua vida sem falar com sua irmã novamente. Era um fato que ela deixou claro várias vezes. Eles não se odiavam, não mesmo, mas interagir trouxe de volta o passado. E o passado era algo que Steph passou a maior parte de seus trinta e três anos de vida fugindo dele.
Como sempre, Steph parecia meio adormecida quando falava ao telefone.
"Não há sentido em entrar em detalhes. Contas duramente pagas. Namorado alcólatra com uma reputação de dar ganchos de direita em mim. Enxaquecas constantes. O que você gostaria de ouvir?"
Mackenzie respirou fundo.
"Bem, que tal começar com o namorado que está batendo?", disse Mackenzie. "Por que você não o denuncia por abuso?"
Steph apenas riu. "Problema demais. Não, obrigada."
Mackenzie reprimiu um fluxo de respostas para as outras coisas. Entre elas estavam: E quanto a você voltar para a faculdade, terminar se curso, e sair desse beco sem saída? Mas agora não era o momento para tal conselho. Agora, através do telefone, as coisas iriam ficar na superfície. Ambas tinham aprendido há muito tempo que era melhor assim.
"Então, desenbucha", disse Steph. "Você só me liga quando as coisas estão indo mal para você. É apenas por que o Zack foi embora? Porque se for, deixe-me dizer, essa é a melhor coisa que poderia ter acontecido com você."
"Isso é só uma parte", disse Mackenzie. "Mas há também este caso, que está impregnando em mim de uma forma que eu nunca tinha experimentado. Ele está me fazendo sentir, eu não sei, inadequada. Sem contar que eu convidei um homem casado para a cama ontem e- "
"Você teve sorte?" Steph interrompeu.
"Meu Deus, Steph. Isso é tudo o que você pode falar a respeito? "
"Foi a única coisa interessante que eu ouvi. Quem era?"
"Um agente do FBI que foi enviado para ajudar no caso."
"Oh," Steph disse, aparentemente cansada daquela conversa. Fez-se silêncio do outro lado da linha por cerca de cinco segundos antes que ela repitisse a pergunta: "Bem, ele foi para a cama com você?"
"Não."
"Ai,ai,ai", disse Steph.
"Você não sente vontade de conversar?", perguntou Mackenzie.
"Raramente. Quero dizer, nós somos estranhas, Mackenzie. O que você quer de mim?"
Mackenzie suspirou, dominada pela tristeza.
"Eu quero a minha irmã", disse Mackenzie, surpreendendo até mesmo a si mesma. "Eu quero uma irmã que eu possa ligar para ela e ela irá me ligar de vez em quando para conversar sobre o trabalho."
Steph suspirou. Era um som que parecia viajar as oitocentas milhas que as separavam e chegar através do telefone para dar um tapa no rosto dela.
"Essa não sou eu", disse Steph. "Você sabe que toda vez que falamos, papai aparece. E tudo vai por água abaixo. Pior ainda, começamos a falar da mamãe." A palavra mãe enviou outro tapa através da linha de telefone. "Como ela está?", perguntou Mackenzie.
"O mesmo de sempre. Eu falei com ela no mês passado. Ela me pediu um pouco de dinheiro."
"Você emprestou para ela?"
"Mackenzie, eu não tenho dinheiro para emprestar para ela."
Outro silêncio no telefone. Mackenzie se ofereceu para emprestar dinheiro para Steph em várias ocasiões, mas cada tentativa tinha sido recebida com desprezo, raiva e ressentimento. Então, depois de um tempo, Mackenzie tinha simplesmente parado de tentar.
"Isso é tudo?", perguntou Steph.
"Só mais uma coisa, se você não se importa", disse Mackenzie.
"O quê?"
"Quando você falou com a mãe, ela me mencionou sequer uma vez?"
Steph ficou em silêncio por um tempo e depois finalmente respondeu. Quando o fez, sua voz sonolenta estava de volta. "Você realmente quer fazer isso consigo mesma?"
"Ela perguntou sobre mim?" Mackenzie perguntou, a voz mais alta agora e mais exigente.
"Ela perguntou. Ela perguntou se eu achava que você iria lhe emprestar algum dinheiro. Eu disse a ela para pedir ela mesma. Foi isso."
Mackenzie se sentiu soterrada de tristeza. Isso era tudo o que sua mãe queria dela.
Ela segurou o telefone no ouvido, sentindo uma lágrima, sem saber o que dizer.
"Olha", disse Steph. "De verdade, eu tenho que ir."
O telefone ficou mudo.
Mackenzie jogou o telefone na cama e olhou para ele por um momento. A conversa não durou mais de cinco minutos, mas parecia uma vida. Ainda assim, havia estranhamente sido muito melhor do que os seus últimos telefonemas, que terminaram com argumentos sobre a dinâmica da família em relação a quem teve culpa pela decadência de sua mãe após a morte de seu pai. No entanto, de certa forma, esta chamada foi pior.
Ela pensou nos anos que se passaram entre a noite em que ela encontrou seu pai morto e a noite em que sua mãe tinha sido levada para a ala psiquiátrica do hospital pela primeira vez. Mackenzie tinha dezessete anos quando isso aconteceu; Steph estava na faculdade, se esforçando para ter um diploma de jornalismo. Depois disso, as coisas pioraram para as três, mas Mackenzie era a única que tinha conseguido suportar tudo isso, estando no topo dentro do possível dadas as terríveis circunstâncias.
Ela pensou em sua mãe quando terminou de se vestir, se perguntando por que a pobre mulher tinha escolhido odiá-la por tudo isso. Era uma pergunta que ela mantinha escondida nos cantos mais distantes de sua mente, trazendo-a apenas quando estava se sentindo para baixo.
Fazendo tudo o que podia para evitar esse assunto, ela pegou seu telefone, distintivo e arma. Ela, então, dirigiu-se para o trabalho, determinada. Mas para onde ela iria? Qual seria o seu próximo passo?
Pela primeira vez desde que foi promovida a detetive, ela sentiu como se estivesse em um beco sem saída.
Sem saída, pensou ela, as palavras começaram a construir uma ideia em sua mente.
Ela pensou sobre a estrada de terra em que o segundo corpo havia sido encontrado. Não tinha chegado a um beco sem saída naquele campo?
E sobre a casa abandonada? A estrada de cascalho que tinha levado a ele e a terceira vítima havia davam para a um beco sem saída em um pequeno quadrado de terra em frente da casa.
"Sem saída", ela disse em voz alta ao deixar sua casa.
E de repente, ela sabia para onde tinha que ir.