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CAPÍTULO 22

Apesar dos apelos de Riley, nenhuma resposta veio de Marie. Não havia sons na casa que não os feitos por ela mesma. O lugar parecia vazio. Ela andou até as escadas e virou cuidadosamente em uma porta aberta.

Ao contornar um canto, a respiração de Riley parou em sua garganta. Sentia-se como se o mundo estivesse desmoronando debaixo dela.

Ali estava Marie: suspensa no ar, pendurada pelo pescoço com uma corda amarrada a uma luminária no teto alto. Uma escadinha derrubada estava tombada no chão.

O tempo pareceu parar com a mente de Riley rejeitando a realidade.

Então seus joelhos se dobraram e ela se pegou no batente da porta. Ela soltou um som áspero e longo.

"NÃOOOO!"

Ela atravessou a sala com pressa, colocou a escada na vertical e subiu. Passou um braço ao redor do corpo de Marie para aliviar a pressão e tocou o pescoço de Marie, em busca de qualquer sinal de um pulso.

Riley estava chorando agora. "Esteja viva, Marie. Esteja viva, maldição." Mas era tarde demais. O pescoço de Marie estava quebrado. Ela estava morta.

"Cristo," disse Riley, caindo de volta na escada. A dor veio de algum lugar no fundo de seu abdômen. Ela queria morrer ali também.

Enquanto o tempo passava, Riley tornou-se vagamente consciente dos barulhos no andar de baixo. Os socorristas haviam chegado. Um mecanismo emocional familiar tomou conta dela. Medo humano básico e tristeza deram lugar a uma eficiência fria e profissional.

"Aqui em cima!" Ela gritou.

Ela limpou a manga em seu rosto para secar as lágrimas.

Cinco oficiais, revestidos de Kevlar e fortemente armados subiram as escadas. A mulher na frente ficou visivelmente surpresa ao ver Riley.

"Eu sou a oficial Rita Graham, chefe de equipe," disse ela. "Quem é você?"

Riley saiu da escada e mostrou seu distintivo. "Agente especial Riley Paige, FBI."

A mulher parecia desconfortável.

"Como você chegou aqui antes de nós?"

"Ela era uma amiga minha," disse Riley, totalmente no modo profissional agora. "O nome dela era Marie Sayles. Ela me ligou. Ela me disse que algo estava errado, e eu já estava a caminho quando liguei para a emergência. Eu não cheguei aqui a tempo. Ela está morta."

A equipe de socorristas rapidamente verificou e confirmou a declaração de Riley. "Suicídio?" Perguntou a oficial Graham.

Riley assentiu. Ela não tinha nenhuma dúvida de que Marie tinha se matado.

"O que é isso?" A líder da equipe perguntou, apontando para uma ficha de papel dobrada que estava em um criado mudo ao lado da cama.

Riley olhou para o cartão. Em uma caligrafia quase ilegível, havia uma mensagem:

Este é o único jeito.

"Um bilhete de suicídio?"

Riley concordou penosamente de novo. Mas ela sabia que não era o tipo comum de bilhete de suicídio. Não era uma explicação e certamente não era um pedido de desculpas.

É um conselho, Riley pensou. É um conselho para mim.

A equipe tirou fotos e fez anotações. Riley sabia que eles iriam esperar o médico legista antes de remover o corpo.

"Vamos conversar lá embaixo," disse a oficial Graham. Ela levou Riley até a sala, sentou-se em uma cadeira, e fez um gesto para Riley se sentar também.

As cortinas ainda estavam fechadas e não havia luzes acesas na sala. Riley queria abrir as cortinas e deixar alguma luz solar entrar, mas ela sabia que era melhor não mudar nada. Ela se sentou no sofá.

Graham acendeu uma lâmpada de mesa ao lado de sua cadeira.

"Diga-me o que aconteceu," disse a oficial, tirando um bloco de notas e um lápis. Embora ela tivesse o rosto endurecido de um policial experiente, havia um olhar de simpatia em seus olhos.

"Ela foi vítima de um sequestro," disse Riley. "Há quase oito semanas. Nós duas fomos vítimas. Talvez você tenha lido sobre isso. O caso Sam Peterson."

Os olhos de Graham se arregalaram.

"Oh meu Deus," ela falou. "O cara que torturou e matou todas aquelas mulheres, o cara do maçarico. Então foi você, a agente que escapou e o explodiu?"

"Correto," Riley respondeu. Então, depois de uma pausa, ela disse: "O problema é que eu não tenho certeza se eu realmente o queimei. Eu não sei direito se ele está morto. Marie não acreditava que ele estivesse. E isso acabou afetando-a. Ela simplesmente não conseguia lidar com isso, de não saber. E, talvez, ele estivesse perseguindo-a novamente."

À medida que Riley continuava sua explicação, as palavras fluíam automaticamente, quase como se ela tivesse aprendido a coisa toda de cor. Ela agora se sentia completamente isolada da cena, ouvindo-se relatar como aquela situação horrível havia acontecido.

Depois de ajudar a oficial Graham a obter uma ideia sobre o caso, Riley disse a ela como entrar em contato com o parente mais próximo de Marie. Mas, enquanto falava, a raiva estava se erguendo por baixo de sua aparência profissional – uma raiva gélida, impiedosa. Peterson tinha conseguido mais uma vítima. Se ele estava vivo ou morto não importava. Ele matou Marie.

E Marie tinha morrido absolutamente certa de que Riley estava condenada a ser sua próxima vítima, quer pela mão dele ou a sua própria. Riley queria tomar posse de Marie e agitar fisicamente essa ideia infeliz de sua cabeça.

Este não é o único jeito! Ela queria lhe dizer.

Mas será que ela acreditava nisso? Riley não sabia. Parecia haver coisas demais que ela não sabia.

O legista chegou enquanto Riley e Graham ainda estavam conversando. Graham se levantou e foi ao seu encontro. Então ela virou-se para Riley e disse: "Eu vou estar lá em cima por alguns minutos. Gostaria que você ficasse por aqui e me desse mais informações."

Riley balançou a cabeça.

"Eu preciso ir," ela falou. "Há alguém com quem eu gostaria de conversar." Ela retirou um cartão seu e o colocou sobre a mesa. "Vocês podem entrar em contato comigo."

A oficial começou a protestar, mas Riley não lhe deu a chance; ela se levantou e saiu da casa escura de Marie. Tinha um assunto urgente.

*

Uma hora mais tarde, Riley estava dirigindo para o oeste atravessando o interior de Virgínia.

Será que eu realmente quero fazer isso? Ela perguntou-se novamente.

Estava exausta. Ela não tinha dormido bem na noite passada e agora tinha passado por um pesadelo real. Graças a Deus que ela tinha falado com Mike no meio tempo. Ele a ajudara a se recompor, mas ela tinha certeza de que ele nunca aprovaria o que ela ia fazer agora. Ela não estava muito certa de que estava absolutamente em seu pleno juízo.

Ela estava tomando o caminho mais rápido de Georgetown até a mansão do senador Mitch Newbrough. O político narcisista tinha muitas respostas a dar. Ele estava escondendo alguma coisa, algo que poderia levar ao verdadeiro assassino. E isso o fazia parcialmente responsável pela nova vítima.

Riley sabia que ela estava indo em direção a um problema. Ela não se importava.

Era fim de tarde quando ela estacionou na rua circular em frente à mansão de pedra. Ela saiu do carro e caminhou até as enormes portas da frente. Ao tocar a campainha, foi recebida por um cavalheiro vestido formalmente – o mordomo de Newbrough, ela presumiu.

"O que eu posso fazer por você, senhora?" Ele perguntou secamente.

Riley mostrou seu distintivo para ele.

"Agente especial Riley Paige, FBI." Ela disse "O senador me conhece. Preciso falar com ele."

Com um olhar cético, o mordomo se afastou dela. Ele ergueu um walkie-talkie até os lábios, sussurrou, e então escutou. O mordomo virou-se para Riley com um sorriso um tanto superior.

"O senador não deseja vê-la," disse ele. "Ele foi muito enfático sobre isso. Tenha um bom dia, minha senhora."

Mas, antes que o homem pudesse fechar as portas, Riley passou diretamente por ele e entrou na casa.

"Eu vou notificar a segurança," o mordomo falou atrás dela.

"Vá em frente e faça isso," Riley gritou por cima do ombro.

Riley não tinha ideia de onde procurar o senador. Ele poderia estar em qualquer lugar naquela mansão cavernosa. Mas ela percebeu que não importava. Ela provavelmente poderia fazê-lo vir até ela.

Ela se dirigiu para a sala onde havia se encontrado com ele anteriormente e estatelou-se no enorme sofá. Ela tinha toda a intenção de fazer-se sentir em casa até que o senador aparecesse.

Apenas alguns segundos se passaram até um grande homem vestido com um terno preto entrar na sala. Riley sabia, pelo seu modo de agir, que ele era o segurança do senador.

"O senador pediu para você ir embora," disse ele, cruzando os braços.

Riley não se mexeu do sofá. Ela analisou o homem, avaliando o quanto ameaçador ele realmente era. Ele era grande o suficiente para provavelmente ser capaz de removê-la à força. Mas suas próprias habilidades de autodefesa eram muito boas. Se ele fosse em cima dela, mais de um deles ficaria muito ferido e, sem dúvida, algumas das antiguidades do senador seriam danificadas.

"Espero que eles tenham te dito que eu sou do FBI," disse ela, encarando-o nos olhos. Duvidava muito que ele realmente fosse sacar sua arma contra um agente do FBI.

Não facilmente intimidado, o homem olhou para ela. Mas não se moveu em direção a ela. Riley ouviu passos se aproximando por trás dela, e então o som da voz do senador.

"O que é desta vez, agente Paige? Eu sou um homem muito ocupado."

O segurança se afastou quando Newbrough se colocou à frente dela e ficou ali. O seu sorriso de político fotogênico tinha um tom de sarcasmo. Mike ficou em silêncio por um momento. Riley percebeu de imediato que eles estavam prestes a travar uma batalha de vontades. Ela estava determinada a não se mover do sofá.

"Você estava errado, senador," disse Riley. "Não havia nada sobre política no assassinato de sua filha e nada pessoal também. Você me deu uma lista de inimigos, e eu tenho certeza que você passou essa mesma lista para o seu cachorrinho no Escritório."

O sorriso de Newbrough se contorceu em um ligeiro sorriso de escárnio.

"Acho que você quer dizer o agente especial encarregado Carl Walder," disse ele.

Riley sabia que sua escolha de palavras foi áspera e que ela iria se arrepender. Mas, agora, ela não se importava.

"Aquela lista foi uma perda de tempo do Escritório, Senador," disse Riley. "E enquanto isso, outra vítima foi raptada."

Newbrough ficou firmemente enraizado em seu lugar.

"Pelo que eu saiba o Escritório fez uma prisão," disse ele. "O suspeito confessou. Mas ele não disse muito, não é? Há alguma conexão comigo, você pode ter certeza disso. Ele vai dizer tudo em seu devido tempo. Vou me certificar de que o agente Walder siga adiante com isso."

Riley tentou esconder seu espanto. Depois de mais um sequestro, Newbrough ainda se considerava o principal alvo da ira do assassino. O ego do homem era verdadeiramente escandaloso. A sua capacidade em acreditar que tudo era sobre ele não tinha limites.

Newbrough inclinou a cabeça com aparente curiosidade.

"Mas você parece estar me culpando de alguma forma," disse ele. "Eu fico ofendido com isso, agente Paige. Não é minha culpa que a sua própria ineficiência levou à captura de outra vítima."

O rosto de Riley formigou de raiva. Ela não se atreveu a responder. Diria algo imprudente demais.

Ele caminhou até um armário de bebidas e serviu-se de um copo grande do que Riley assumiu ser um uísque extremamente caro. Ele estava obviamente fazendo um ponto em não perguntar a Riley se ela queria uma bebida.

Riley sabia que já era hora de ela chegar ao assunto.

"A última vez que estive aqui, havia algo que você não me contou," disse ela. Newbrough se virou para ela novamente, tomando um longo gole do seu copo.

"Eu não quis responder a todas suas perguntas?" Disse ele.

"Não é isso. Você simplesmente não me disse uma coisa. Sobre Reba. E eu acho que é hora de você fazê-lo."

Newbrough segurou-a em um olhar penetrante.

"Ela gosta de bonecas, senador?" Riley perguntou.

Newbrough deu de ombros. "Eu suponho que todas as meninas gostem," disse ele.

"Eu não quero dizer quando criança. Quero dizer, quando adulta. Será que ela as colecionava?"

"Receio não saber a resposta."

Essas foram as primeiras palavras que Newbrough tinha dito até agora e que Riley realmente acreditava. Um homem patologicamente egocêntrico saberia pouco sobre gostos e interesses de quaisquer outras pessoas – mesmo de sua própria filha.

"Eu gostaria de falar com sua esposa," disse Riley.

"Certamente que não," Newbrough estalou. Ele estava adotando uma nova expressão agora – uma que Riley tinha visto ele usar na televisão. Similar ao seu sorriso, aquela expressão fora cuidadosamente ensaiada, sem dúvida, praticada milhares de vezes em um espelho. Era para transmitir indignação moral.

"Você realmente não tem decência, não é, Agente Paige?" Ele perguntou, sua voz tremendo com uma raiva calculada. "Você entra em uma casa, que está de luto, sem trazer algum conforto nem dar respostas para uma família em sofrimento. Ao invés disso, você vem fazer acusações veladas. Você culpa pessoas perfeitamente inocentes pela sua própria incompetência."

Ele balançou a cabeça em um gesto de justiça ferida.

"Mas que mulherzinha cruel você é," disse ele. "Deve ter causado uma dor terrível para muitas pessoas."

Riley sentiu como se tivesse levado um soco no estômago. Essa era uma tática para a qual ela não tinha se preparado – uma reviravolta completa sobre quem era o culpado. Ele atingiu justamente sua culpa genuína e sua incerteza.

Ele sabe exatamente como me afetar, ela pensou.

Ela sabia que precisava sair dali agora ou acabaria falando algo da qual se arrependeria depois. Ele estava praticamente incitando-a a seguir essa direção. Sem dizer uma palavra, ela se levantou do sofá e saiu da sala de estar para a entrada da frente.

Ela ouviu a voz do senador chamando atrás dela.

"Sua carreira acabou, agente Paige. Quero que você saiba disso."

Riley passou pelo mordomo e saiu logo pela porta da frente. Ela entrou no carro e começou a dirigir.

Ondas de raiva, frustração e exaustão caíram sobre ela. A vida de uma mulher estava em jogo, e ninguém no mundo foi resgatá-la. Ela tinha certeza de que Walder estava só expandindo a área de pesquisa ao redor do apartamento de Gumm. E Riley tinha certeza de que eles estavam procurando no lugar errado. Cabia a ela fazer alguma coisa. Mas ela já não tinha nenhuma ideia do que fazer. Ir até ali certamente não ajudou. Ela ainda podia confiar em seu próprio julgamento?

Riley não tinha dirigido por mais de dez minutos até seu telefone celular tocar. Ela olhou para baixo e viu que era uma mensagem de texto de Walder. Ela não teve dificuldade para adivinhar do que se tratava.

Bem, ela pensou amargamente. Pelo menos, o senador não perdeu tempo.

CAPÍTULO 23

Quando Riley chegou a Quantico e entrou na Unidade de Análise Comportamental, tanto seu chefe quanto Bill estavam esperando por ela no escritório de Walder. Ela percebeu que Bill devia ter sido chamado especialmente para esta reunião.

O agente especial encarregado, Carl Walder, levantou-se da mesa.

"Cachorrinho do Senador?" Walder disse, com o rosto pueril distorcido de raiva.

Riley baixou os olhos. Ela realmente tinha ido longe demais com aquela observação.

"Sinto muito, senhor," disse ela.

"Desculpar-se não vai adiantar, Agente Paige," disse Walder. "Você tem ficado completamente fora dos trilhos. O que você estava pensando, ir para a casa do senador para confrontá-lo assim? Você tem alguma ideia do dano que você fez?"

E por "dano", Riley tinha certeza que Walder estava falando do seu próprio constrangimento pessoal. Ela não conseguia ficar muito preocupada com isso.

"Você já encontrou Cindy McKinnon?" ela perguntou em voz baixa.

"Não, na realidade, não encontramos," disse Walder acentuadamente. "E, francamente, você não está ajudando encontrá-la."

Riley se sentiu golpeada agora.

"Eu não estou ajudando?" Ela respondeu. "Senhor, eu continuo dizendo a você, você está acusando o homem errado, e você está procurando errado -"

Riley parou no meio da frase.

Cindy MacKinnon era o que importava agora, não as discussões do momento entre Riley e Walder. Não era o momento para disputas mesquinhas. Quando falou novamente, foi em um tom mais suave.

"Senhor, mesmo que eu sinta que ele possa estar escondendo alguma coisa, eu errei ao ir unilateralmente ver o senador sem verificar com você, e peço desculpas. Mas esqueça de mim por um momento. Essa pobre mulher está desaparecida há bem mais de 24 horas. E se eu estiver certa e outra pessoa estiver mantendo-a em cativeiro? O que ela está passando agora? Quanto tempo ela tem?"

Com a voz cautelosa, Bill acrescentou, "Nós temos que considerar a possibilidade, senhor."

Walder sentou-se e não disse nada por um momento. Riley podia ver pela sua expressão que ele também estava preocupado com a possibilidade. Então ele falou muito lentamente, dando peso a cada palavra.

"O Escritório vai lidar com isso."

Riley não sabia o que dizer. Ela nem sequer entendia muito bem o que Walder estava falando. Ele estava reconhecendo seu possível erro? Ou ele estava ainda determinado a não se desviar de seu curso atual?

"Sente-se, agente Paige," disse Walder.

Riley sentou-se na cadeira ao lado de Bill, que olhava para ela com preocupação crescente. Walder disse, "Eu ouvi sobre o que aconteceu com sua amiga, Riley."

Riley ficou um pouco abalada. Ela não estava surpresa por Walder saber sobre a morte de Marie. Afinal, a notícia de que ela tinha sido a primeira a chegar na cena certamente alcançou o Escritório. Mas por que ele estava tocando nesse assunto agora? Será que ela detectara uma nota de simpatia em sua voz?

"O que aconteceu?" Walder indagou. "Por que ela fez isso?"

"Ela não conseguiu mais aguentar," disse Riley em um sussurro.

"Não conseguiu aguentar o que?" Walder indagou.

Um silêncio caiu. Riley não foi capaz de estruturar uma resposta para essa pergunta.

"Ouvi dizer que você não acha que Peterson está morto," disse Walder. "Acho que posso entender por que você não consegue se livrar dessa ideia. Mas você precisa saber que isso não faz sentido."

Houve outra pausa.

"Você falou isso à sua amiga?" Walder indagou. "Você lhe contou sobre essa ideia obsessiva sua?"

O rosto de Riley corou. Ela sabia o que estava por vir.

"Ela era muito frágil para isso, agente Paige," disse Walder. "Você deveria saber que iria enlouquecê-la. Você deveria ter usado um melhor julgamento. Mas, francamente, agente Paige, seu julgamento é ruim demais. Eu odeio dizer isso, mas é verdade."

Ele está me culpando pela morte de Marie, Riley percebeu.

Riley estava lutando para conter as lágrimas agora. Se eram lágrimas de tristeza ou indignação, ela não sabia. Ela não tinha ideia do que falar. Por onde ela poderia começar? Ela não tinha plantado tal ideia na cabeça de Marie e ela sabia disso. Mas como ela poderia fazer Walder entender? Como poderia explicar que Marie tinha suas próprias razões para duvidar que Peterson estava morto?

Bill falou novamente. "Senhor, pegue leve com ela, está bem?"

"Eu acho que talvez eu esteja pegando leve demais com ela, agente Jeffreys," Walder disse, sua voz tornando-se severa. "Acho que eu tenho sido muito paciente."

Walder sustentou o olhar dela por um longo momento.

"Dê-me sua arma e seu distintivo, agente Paige," ele finalmente disse.

Riley ouviu Bill soltar um suspiro de incredulidade.

"Senhor, isso é loucura," disse Bill. "Nós precisamos dela."

Mas Riley não precisa que lhe falassem duas vezes. Ela se levantou da cadeira e tirou sua arma e seu distintivo. Ela colocou-os sobre a mesa de Walder.

"Você pode limpar o seu escritório quando quiser," disse Walder, a voz firme e sem emoção. "Enquanto isso, você deve ir para casa e descansar um pouco. E voltar à terapia. Você precisa."

Quando Riley virou-se para sair do quarto, Bill se levantou como se para ir com ela. "Você fica, agente Jeffreys," Walder exigiu.

Os olhos de Riley encontraram os de Bill. Com um olhar, ela lhe disse para não desobedecer. Não dessa vez. Ele acenou de volta, com uma expressão aflita. Então Riley saiu do escritório. Enquanto caminhava pelo corredor, estava com frio e entorpecida, querendo saber o que fazer agora.

Quando ela saiu para o ar fresco da noite, as lágrimas finalmente começaram a fluir. Mas ela se surpreendeu ao perceber que eram lágrimas de alívio, e não de desespero. Pela primeira vez em dias, sentiu-se libertada, livre de limitações frustrantes.

Se ninguém mais ia fazer o que tinha de ser feito, cabia a ela fazê-lo. Mas, enfim, ninguém iria lhe dizer como fazer o seu trabalho. Ela iria encontrar o assassino e salvaria Cindy MacKinnon – não importava como.

*

Depois de Riley, novamente atrasada, pegar April e levá-la de volta para casa, ela percebeu, ao chegarem, que ela não conseguiria preparar o jantar. O rosto de Marie ainda a perseguia e ela se sentiu mais exausta do que nunca.

"Foi um dia ruim," ela disse a April. "Um dia terrível. Você vai se contentar com sanduíches de queijo grelhado?"

"Eu não estou realmente com fome," disse April. "Gabriela me faz comer o tempo todo."

Riley sentiu uma profunda pontada de desespero. Outra falha, ela pensou.

Mas então April olhou de novo para sua mãe, desta vez com um toque de compaixão. "Queijo grelhado seria bom," disse ela. "Vou preparar."

"Obrigada," disse Riley. "Você é um doce."

Ela sentiu seu ânimo melhorar um pouco. Pelo menos não haveria conflito aqui em casa esta noite. Ela realmente precisava desta pequena pausa.

Elas tiveram um jantar rápido e tranquilo, então April foi para seu quarto para terminar a lição de casa e ir para a cama.

Exausta como estava, Riley sentiu que tinha pouco tempo a perder. Ela começou a trabalhar. Abriu seu laptop, puxou um mapa de localização das vítimas, e imprimiu a seção que queria examinar.

Riley desenhou lentamente um triângulo no mapa. Suas linhas ligaram os três lugares onde as vítimas foram encontradas. O ponto mais setentrional marcava onde o corpo de Margaret Geraty tinha sido despejado em um terreno há dois anos. Um ponto a oeste marcava o local onde Eileen Rogers tinha sido mais cuidadosamente deixada, perto de Daggett, cerca de seis meses atrás. Finalmente, o ponto marcado ao sul mostrava onde o assassino tinha conseguido um domínio completo, posando Reba Frye perto de um córrego em Mosby Park.

Riley circulou a área de novo e de novo, pensando, imaginando. Outra mulher poderia, em breve, ser encontrada morta em algum lugar nesta área – se é que ela já não estava morta. Não havia tempo a perder.

Riley abaixou a cabeça. Estava tão cansada. Mas a vida de uma mulher estava em jogo. E agora parecia que ela dependia de Riley para salvá-la – sem ajuda oficial ou sanção. Ela sequer tinha Bill para ajudá-la. Mas ela poderia resolver este caso inteiramente por conta própria?

Ela precisava tentar. Tinha que fazê-lo por Marie. Precisava provar para o espírito de Marie – talvez até para si mesma – que o suicídio não era a única opção.

Riley franziu a testa para o triângulo. Era um bom palpite de que a vítima estaria em algum lugar daquela área de mil milhas quadradas.

Eu só tenho que olhar no lugar certo, ela pensou. Mas onde?

Ela sabia que teria que condensar sua área de pesquisa e isso não seria fácil de fazer. Pelo menos, estava familiarizada com algumas partes da área total.

A parte superior do triângulo, o ponto mais próximo de Washington, era mais sofisticado, rico e privilegiado. Riley estava praticamente certa de que o assassino não se encaixava neste tipo de cenário. Além disso, ele tinha que estar mantendo a vítima em um lugar onde ninguém pudesse ouvi-la gritar. A equipe forense não tinha encontrado nenhum sinal de que as bocas das outras mulheres haviam sido amordaçadas ou tampadas. Riley desenhou um X nesta área próspera.

Os dois pontos do sul eram ambas regiões de parques. Será que o assassino estava com a mulher em uma cabana de caça alugada ou em uma área de acampamento?

Riley pensou sobre o assunto.

Não, ela decidiu. Isso seria muito temporário.

Seu instinto enraizado lhe dizia que esse homem operava em sua própria casa – talvez uma casa onde havia vivido toda a sua vida, onde ele tinha passado uma infância excepcionalmente miserável. Ele se divertiria ao levar suas vítimas para lá. Levá-las para sua casa.

Então, ela cruzou as áreas do parque. O que restou era principalmente terras agrícolas e pequenas cidades. Riley suspeitava fortemente que ela estava à procura de uma casa de fazenda em algum lugar nessa área.

Analisou de novo para o mapa em seu computador, em seguida, aproximou a visualização da área em questão. Seu coração se afundou com a visão de um emaranhado de estradas secundárias. Se ela estivesse certa, o assassino vivia em alguma fazenda velha e suja naquele labirinto. Mas havia muitas estradas para ela investigar rapidamente de carro – e, além disso, a fazenda podia até não ser visível a partir da estrada.

Ela gemeu em voz alta com desesperança. A coisa toda parecia mais irremediável a cada momento. A terrível dor da perda e do fracasso ameaçavam surgir novamente.

Mas, depois, ela disse em voz alta, "Bonecas!"

Ela lembrou-se da conclusão à qual tinha chegado ontem, que o assassino provavelmente tinha visto todas as suas vítimas em uma única loja que vendia bonecas. Onde poderia ser essa loja?

Ela desenhou uma outra forma menor no mapa de papel, que ficava a leste do grande triângulo, e seus cantos marcavam os locais onde as quatro mulheres tinham vivido. Em algum lugar nessa área, ela estava convencida, havia uma loja onde todas as mulheres tinham comprado bonecas e o assassino as viu. Ela teria que encontrar essa loja primeiro, antes de poder rastrear o local aonde ele levava as mulheres.

Mais uma vez, ela pegou o mapa em seu computador e o aumentou. O ponto mais a leste da pequena área não era muito longe de onde Riley vivia. Ela viu que a estrada estadual formava um arco que chegava a oeste através de várias pequenas cidades, nenhuma delas rica ou histórica. Eram exatamente o tipo de cidade que ela estava procurando. E, cada uma delas, sem dúvida, tinha algum tipo de loja de brinquedos ou de bonecas.

Ela imprimiu o mapa menor, em seguida, executou outra pesquisa, localizando lojas em cada cidade. Enfim, Riley desligou seu computador. Ela precisava dormir um pouco.

Amanhã ela iria sair em busca de Cindy MacKinnon.