Kitabı oku: «O Infante Navegador: Poemeto», sayfa 4
Yazı tipi:
O INFANTE NAVEGADOR
I
… se a natureza lhe negára a Corôa, as virtudes lhe deram justiça para a merecer.
CANDIDO LUSITANO —Vida do Infante D. Henrique.
1
Espirito sublime e alevantado,
Cheio de crenças, coração formoso,
Olhar d'águia, profundo e dilatado,
Fictando o sol ardente, corajoso,
Sondando o mar, que adora apaixonado,
E em que sonha o seu poema grandioso,
Deixou seu nome vinculado á Gloria,
Escripto em bronze, pela mão da Historia.
2
– Navegador! – Assim o baptisára
A fama das conquistas mais brilhantes;
Já, dominando o mar, na audacia rara,
Para o cortar de estradas rutilantes,
Já, implantando a Fé na gente ignára,
Em paragens ignotas e distantes,
Não, porque da ambição fosse vil presa,
Mas para dar á Fé maior grandeza!
3
Varão de largo estudo e são talento,
Em vez de braço inerte na indolencia,
Nos prazeres da côrte, e luzimento
D'uma banal e inutil existencia;
Em vez dos galanteios de momento,
Que passam, como as nuvens d'uma essencia,
Votou a vida, desde a florea edade,
Ao trabalho, com honra e lealdade.
4
Foi de Sagres, nos sonhos radiosos,
Embalados, do mar, nas harmonias,
Quando o mar, nos anceios carinhosos,
Ia, meigo, beijar-lhe as penedias,
Como para attrahil-o aos gloriosos,
Altos projectos de futuros dias,
Que concebeu os planos de conquista,
Lançando, ao longe, a penetrante vista.
5
Ninguem, como elle, ousára ainda tanto,
Abrir caminho certo a essas paragens,
Onde a noite é mortal, o sol quebranto,
Os habitantes negros e selvagens;
Porque ninguem sentira o doce encanto
De lograr tão esplendidas miragens;
Porque ninguem, como elle, decifrava
Os enigmas, que o mar apresentava.
6
Rodeado d'espiritos valentes,
Promptos á voz, que vinha d'um desejo,
Calando, sempre, em corações ardentes,
Cheios de brio, aspiração e pejo,
Mal dardejava ás ondas relusentes,
Os olhos, no clarão d'algum lampejo,
Ao vento desfraldavam, logo, as vélas,
Arrojadas, veleiras caravellas!
7
Não eram ambições de vil riqueza,
De conquistas, que augmentam poderio,
Ou paixão de cubiça, de torpeza,
Para satisfazer um desvario,
Ou um capricho vão de vã fraqueza,
O que o levava á busca do gentio:
– Era mais alto e nobre o pensamento,
Que o punha firme n'esse ousado intento.
8
Na descoberta de regiões ignotas,
Tinha apenas um alvo, que era a Gloria,
D'avançar na sciencia das derrotas,
Para lograr, sobre outros, tal victoria,
Levando a Fé ás tribus mais remotas,
Cuja religião era irrisoria;
Não por prazer de ter móres dominios
Acalentava o Infante estes designios.
9
Tal como o mar, que um dia é bonançoso,
Beijando docemente a costa, a praia,
E no outro dia é já tempestuoso,
Em mortalha mudando a alva cambraia,
Da fina espuma do seu dorso airoso,
Para melhor colher o que desmaia,
Hoje, sereno, amante peregrino,
Mau, amanhã, terrivel e tigrino.
10
Assim o espirito do Infante, ás vezes,
Calmo sorria ao fim d'alguma empreza,
Triumphante de todos os revezes;
Mas enchia a sua alma de tristeza
Quando a sorte feria os portuguezes,
Porque ante a sorte ha força que é fraqueza,
E nem sempre volviam gloriosas,
Essas expedições audaciosas!
Türler ve etiketler
Yaş sınırı:
12+Litres'teki yayın tarihi:
25 haziran 2017Hacim:
14 s. 1 illüstrasyonTelif hakkı:
Public Domain