Kitabı oku: «O Escritor», sayfa 4
Pasadena, Califórnia – A notícia
– E agora, o que vamos fazer com essa pequena bugiganga? – perguntou o mais magro enquanto subia para o banco do motorista de um novo Chevrolet Corvette vermelho-vivo.
– Estás a falar sobre o carro ou a coisa alienígena? – perguntou o seu camarada gordinho, com grande dificuldade, ao também tentar entrar no carro desportivo muito rápido.
– Eu estava a falar sobre o controlo remoto, embora eu ainda não tenha entendido porque decidiste comprar um carro como este, já que não consegues nem entrar nele.
– Eu diria que também estás com um pouco de dificuldade, meu querido poste de luz alto e fino.
– Precisamente. Não poderíamos ter algo um pouco mais confortável para nós os dois?
– Quando colocares o pé no acelerador desta fera, a razão ficará clara imediatamente. – Depois de bater a porta um pouco violentamente, ele acrescentou:
– Vamos lá, vamos embora.
– Ir onde?
– Vamos voltar à base. Eu quero analisar os dados que o nosso amigo cromo nos deu com cuidado e descobrir todos os segredos deste pequeno conjunto de peças alienígena.
– Agora não me vais dizer, sabes mais do que ele. O rapaz parecia muito conhecedor.
– Eu tenho de dizer que o rapaz fez um excelente trabalho, mas também fiz a minha pesquisa.
– Do que estás a falar? – perguntou o mais magro, perplexo.
– O que achas que eu tenho feito todas as noites no último mês, na frente do computador, enquanto ressonavas como um urso em hibernação?
– A visitar sítios pornográficos?
– Onde é que eu te encontrei? Eu tenho-me perguntado isso ultimamente tanta vez, sabes?
– Foi o destino que nos uniu. – respondeu o indivíduo magro enquanto pisava no acelerador, e o Corvette saltava para frente e deixava duas marcas negras de pneu na estrada.
– Ei, reduz a velocidade. – gritou o mais gordo, quando ele foi atirado para trás contra o assento por causa da aceleração repentina. – É melhor não o destruir imediatamente. Eu paguei apenas as duas primeiras prestações.
–Uau! – exclamou o mais magro. – Isto parece um míssil. Esta pequena joia é uma verdadeira fera.
– Eu sabia que ias gostar. Mas agora, tenta não atropelar aquela velhinha. – disse o grandalhão, indicando uma frágil senhora que atravessava lentamente a estrada. – Vamos tentar deixá-la aproveitar um pouco mais a sua pensão.
–Não se preocupe, meu amigo. Você está em boas mãos. – respondeu o sujeito ao volante enquanto, com uma manobra abrupta, ele não acertou por pouco na velhinha.
– Sim, certo. – exclamou o grandalhão. – Quase arrancaste as roupas das costas dela. – Então ele virou-se e viu a velha que, sacudindo a bolsa, gritava todo o tipo de blasfémias para ele, e acrescentou:
– Outra série de insultos como esse e serás tu quem não vai apreciar a tua pensão. – e ele explodiu com uma gargalhada.
– Deixa lá isso. Eu não sou supersticioso.
– Mas devias ser. E se ela praticar vudu? Podes começar a pular como um grilo, enquanto a velha coloca o alfinete no bonequinho que te representa.
– Vais parar com toda essa carrada de asneiras e dizer o que vamos fazer com essa coisa?
– Ok, ok. Não te preocupes. Eu estava apenas a brincar, não? – O mais corpulento colocou o objeto alienígena na palma da mão esquerda dele novamente e disse:
– O cromo pode muito bem conhecer muita gente, mas posso garantir, eu usei fontes para a minha pesquisa que ele certamente não teve a possibilidade e ter acesso.
– Às vezes assustas-me.
– Queres ver uma coisa?
– Bem, depende do quê.
– Nos vários arquivos que tive a oportunidade de consultar sobre essa tecnologia alienígena, descobri que esse pequeno objeto, além de fazer explodir naves espaciais, pode fazer muitas outras coisas que são igualmente interessantes.
– Mas tens a certeza de que realmente funciona? – perguntou o condutor, quando ele fez uma curva a toda velocidade, fazendo com que o passageiro batesse contra a porta.
– Ei, podes ir mais devagar? É tudo o que precisamos, a polícia a perseguir e a prender-nos novamente.
– Eu tive uma ideia. – disse o mais magro. – Liga o rádio.
– Achas que esta é a hora de começar a ouvir canções?
– Não, claro que não, seu idiota. Coloca um canal de notícias.
Embora um pouco duvidoso, o gordo decidiu não fazer mais perguntas e, depois de ligar o rádio, começou a percorrer as várias estações até encontrar uma que transmitia notícias do mundo.
– Depois de invadir o banco central, os quatro criminosos com rostos mascarados, segurando armas e pistolas automáticos, ordenaram que os funcionários enchessem os sacos com dinheiro. Toda a operação durou pouco menos de cinco minutos. Quando a polícia chegou, os ladrões já haviam fugido. Pontos de verificação foram configurados em todas as rotas para a cidade.
– O que nos interessam essas coisas? – perguntou o gordo, mais perplexo do que nunca.
– Paciência, meu amigo, paciência.
– E agora vamos voltar ao nosso noticiário. Parece haver algumas atualizações interessantes. Vamos até ao nosso correspondente em Washington, Fred Salomon.
– Obrigado Lisa. Estou na sala de conferências da Casa Branca, onde o Presidente acaba de chegar e está prestes a divulgar uma declaração oficial. Vamos ouvi-lo ao vivo.
Seguiram-se alguns momentos de silêncio e, em seguida, a voz inconfundível do Presidente dos Estados Unidos da América passou pelos poderosos alto-falantes do Corvette.
– Senhoras e senhores, em primeiro lugar obrigado por se juntarem a nós hoje. Infelizmente, as notícias que acabei de receber não são nada tranquilizadoras. Parece que o relâmpago incomum, visto quase há uma hora na Lua, foi de fato causado por uma enorme explosão e que de fato envolveu a nave espacial dos nossos amigos extraterrestres. Nós ainda não sabemos se eles conseguiram escapar. Um novo anúncio será divulgado assim que tivermos mais novidades a esse respeito. Obrigado.
– Oh, pelo amor de Deus. – exclamou o gordo chocado. –Então, nós realmente fizemos a nave explodir.
– Não estás satisfeito? Quando estávamos com o cromo, parecia ser a coisa mais importante do mundo para ti.
– Sim, com certeza. Mas agora, no fundo, sinto um pouco de pena.
– Inacreditável. Eu nunca teria pensado que havia um coração sob toda essa gordura.
– Oh, pára com toda essa porcaria. – disse o grandalhão com um ar contrito. – Carrega no acelerador e vamos voltar para a base.
Planeta Kerion - A trágica descoberta
– A cápsula (|) acabou de sair do túnel de intercomunicação. – anunciou o pequenino Kerian encarregado de coordenar as manobras. – Ele atingirá o ponto de ancoragem em 0,1 cens.
– Quero trazê-lo imediatamente para verificar o seu conteúdo e analisar os dados memorizados. – ordenou o supervisor RTY ao seu subordinado.
O estranho objeto em forma de ovo, a quase sessenta e cinco anos-luz de distância, havia sido intercetado por um tipo de campo de contenção que o arrancou da órbita do planeta e rapidamente o arrastou para baixo, na direção de uma grande abertura na imenso estrutura metálica, que se estendia por quase duzentos quilómetros quadrados ao longo do equador de Kerion.
– Cápsula (|) quase em posição. – disse o coordenador.
– Apresse-se e traga-o aqui. – gritou RTY. – Nós absolutamente precisamos de descobrir o que aconteceu em /\.
Assim que o invólucro chegou ao ponto de encaixe, foi imediatamente levado em custódia por dois Kerians com formas decididamente incomuns. Um era muito semelhante a um tipo de reboque sem rodas, enquanto o outro era mais comparável a um enorme caranguejo com seis garras. O caranguejo pegou gentilmente o recipiente e depositou-o dentro do reboque Kerian que, depois de receber a confirmação de que tinha sido carregado com sucesso, sem um único som, partiu a uma velocidade incrível na direção dos laboratórios.
– A cápsula (|) chegou. – exclamou o coordenador. – Equipa de inspeção, realizar uma análise completa do conteúdo.
Quatro Kerians, também com uma forma um pouco bizarra, correram para o objeto e, depois de imergi-lo numa pequena área de ancoragem contendo uma solução à base de amoníaco, começaram a digitalizá-lo internamente. Apenas alguns minutos se passaram quando o menor Kerian dos quatro anunciou:
– Novecentas e noventa almas presentes, todas em perfeitas condições. Estou a enviar a descrição dos eventos registados pela cápsula para o sistema central.
– No monitor. – ordenou RTY perentoriamente.
As imagens mostravam a superfície da Lua a afastar-se rapidamente enquanto um objeto grande e perfeitamente esférico se aproximava da área do laboratório subterrâneo. Depois de alguns instantes, um clarão ofuscante quase saturou a filmagem e, imediatamente depois, não havia nada. Toda a área era como se tivesse sido atingida por um martelo gigante. As imagens mostravam apenas uma enorme área plana do solo lunar, incrivelmente lisa e polida. A gravação continuou por alguns instantes mostrando o satélite cada vez mais distante, e então foi interrompido.
– O laboratório. – exclamou RTY espantado. – Foi completamente destruído.
– Não há mais nada. – comentou amargamente o coordenador. – A gravação termina aqui.
– Este é um ataque descarado e deliberado ao nosso posto avançado. Eu sabia que não devíamos ter confiado naquela espécie alienígena.
– Acha que a arma esférica foi construída por eles?
– Existem apenas dois planetas habitados no sistema solar e há seres dessa espécie em ambos. Nós não deveríamos ter estabelecido nossa base lá.
– É uma tragédia terrível. – disse tristemente o coordenador de Kerian. – Havia quase dez milhões de almas no laboratório prontas para serem transferidas. Apenas os novecentos e noventa que conseguiram escapar do desastre através da cápsula (|) foram salvos.
– Eu ainda não consigo acreditar. – exclamou RTY com surpresa. – Devemos notificar imediatamente o Supremo TYK.
Tell-el-Mukayyar – A filmagem
Enquanto isso, Petri e os seus outros três amigos tinham-se mudado para a tenda de laboratório da Dr. Hunter.
– Agora estou realmente curioso. – disse Azakis nervosamente. – Eu realmente quero ver o que não funcionou no seu sistema de atracagem.
– Não, meu querido amigo. Vais ver que as coisas são um pouco diferentes. – respondeu Petri quando ele fez um holograma tridimensional aparecer, a cerca de meio metro do chão.
–Essa coisa que fazes sempre me surpreende. – exclamou Jack enquanto observava as imagens que estavam se formavam no meio da tenda.
–Agora vou recuar um pouco. – disse Petri enquanto se ocupava com um instrumento estranho e as cenas eram reproduzidas ao contrário. – Este é o momento em que levamos o General Campbell, o senador Preston e aqueles dois personagens engraçados que nos atacaram quando estávamos tentando recuperar a carga, de volta à Área 51.
– Sim, sim. Eu lembro-me disso muito bem. – comentou Azakis.
– Agora eu vou mostrar uma coisa. – e o holograma mostrou o gordo a aproximar-se de Azakis ameaçadoramente, e de seguida, deu-lhe um leve empurrão com o ombro.
– Ele achou que me poderia assustar. – disse o capitão alienígena. – Ele não me moveu nem um milímetro. Mas o que isso tem a ver com a perda do controlo remoto?
– Espera aí. – Deixe-me apenas ampliar este detalhe ... O que estás a ver é a mão do homem gordo como, com grande habilidade, a tirar o dispositivo do cinto.
– Incrível. – exclamou o Coronel. – Uma manobra digna dos melhores carteiristas que andam pelo subsolo.
– Com a desculpa de lhe dar um empurrão, ele aproveitou a oportunidade para roubar o teu controlo remoto. – acrescentou Elisa. – É uma velha técnica que os carteiristas entregam de geração em geração.
– Ele roubou-me? – perguntou Azakis espantado.
– Precisamente, meu velho. – confirmou Petri.
– E como ele reativou e executou o comando de autodestruição? Tinhas mesmo desativado o controlo completamente se não estou enganado?
– Sim, Zak. O dispositivo foi desativado. Provavelmente, depois que eles foram libertados, ele e seu companheiro devem ter começado a procurar entre as inúmeras informações que deixamos os terrestres e descobrimos o caminho para contornar o sistema de bloqueio.
– Esses dois destruíram a nossa nave espacial e nos impediram de voltar para casa. – disse Azakis, mais furioso do que jamais estivera antes. – Quando eu puser as minhas mãos neles, vou fazer com que eles peçam desculpas por terem vindo para este mundo, eu prometo.
– Acalma-te, meu amigo. O que está feito, feito está. Nós não podemos mais fazer nada. Em vez disso, o que devemos fazer, é encontrar esses dois delinquentes e recuperar o que eles os roubaram antes que eles também descubram as suas outras funções.
– Porquê, o que faz mais? – perguntou Elisa intrigada.
– Não importa, por enquanto. É melhor que não saibas.
– Caramba, tantos segredos. – respondeu a doutora um pouco chateada.
– Certamente, se eles conseguiram descobrir como ativar a autodestruição, eles também podem descobrir o resto. –disse Azakis preocupado.
– Mas você não deveria estar a pensar numa maneira de voltar para casa primeiro? – perguntou o Coronel. – Isso não me parece um assunto tão urgente.
– Estás certo, Jack, mas essa coisa, nas mãos erradas, pode ser muito perigosa.
– E essas são definitivamente as mãos erradas. – acrescentou Elisa.
– Pode haver uma maneira. – disse Petri quase num sussurro.
– Bem? Fala! Eu tenho de ficar de joelhos e implorar? – exclamou Azakis irritado.
– Esse dispositivo está equipado com um sistema especial de fornecimento de energia. Se ainda estivéssemos na Theos, eu poderia criar um dispositivo capaz de identificar o rastro de emissões que ele deixa para trás.
– E acabaste de te lembrar disso? – disse Azakis decididamente zangado. – Não poderias ter feito isso assim que descobrimos que desapareceu?
– Sinto muito, mas este sistema de busca só funciona se o objeto está em movimento e nós tomamos como certo que você o deixou cair em algum lugar.
– Agora, acalmem-se, garotos. – disse o Coronel, reforçando as suas palavras com gestos da sua mão. – De qualquer forma, pelo que entendi, você não pode fazer nada sem o Theos, certo?
– Bem, talvez eu possa organizar alguma coisa, mesmo assim. – disse Petri coçando a cabeça.
– Perdoe a explosão, meu amigo. – disse o Capitão, contrito. – Eu sei que não é culpa tua. Este é realmente um mau momento para nós os dois. Então, colocando a mão no seu ombro, ele acrescentou:
– Vê o que podes fazer. Eu acho que é muito importante recuperar esse objeto o mais rápido possível.
– Não te preocupes. Não é um problema. Vou tentar pensar em algo, me contentando com as poucas coisas que nos restam.
– Apenas tu podes fazer isso. Estamos nas suas mãos.
– Vou sair. – e, sem dizer mais nada, o Perito deixou a tenda do laboratório deixando apenas algumas pequenas nuvens de poeira.
– Ele vai conseguir fazer isso? – perguntou Jack hesitante.
– É claro. Eu não tenho dúvida alguma. Petri tem habilidades incríveis. Mais de uma vez eu o vi a fazer coisas que nem mesmo uma equipa dos melhores Artesãos poderia fazer. Ele é uma pessoa excecional. Desculpa-me, eu fui um pouco rude com ele. Eu sou incrivelmente apaixonado por ele e eu de bom grado dou a minha vida por ele a qualquer momento.
– Não te preocupes, Zak. – disse Elisa com uma voz muito doce. – Ele está bem ciente disso. É um momento difícil, mas vamos passar por ele sem problemas. Eu não tenho dúvidas algumas.
– Obrigado, Elisa. Eu realmente espero que sim com todo o meu coração.
Pasadena, Califórnia – O esconderijo
Assim que ele abriu a porta, o homem decididamente acima do seu peso ideal foi atingido por uma agradável rajada de ar fresco. O ar-condicionado da sala, deixado a funcionar desde a noite anterior, tinha feito um excelente trabalho.
– Isto é maravilhoso. – exclamou. – Eu já não aguentava mais aquele calor sufocante.
– Talvez se decidisses fazer uma dieta séria e te livrasses de toda a gordura que tens, o calor não te incomodaria tanto.
– Porque estás sempre tão negativo sobre as minhas reservas de gordura?
– Chama-as de “reservas”, sim. Poderias passar um mês inteiro sem comer com segurança. – exclamou o sujeito magro, soltando uma gargalhada logo de seguida.
–Vou fingir que não ouvi isso.
A decoração do pequeno apartamento que os dois estavam a usar como base era decididamente espartana. Na sala principal havia apenas uma mesa de madeira simples, de cor clara, com quatro cadeiras da mesma cor e um pesado sofá cinza escuro com assentos e braços gastos. No canto perto da janela francesa, que dava para um pátio interno sombrio, um pote de plástico castanho continha os restos de uma pequena Washingtonia filifera que, apesar da sua grande resistência a climas secos, tinha morrido várias semanas antes devido à falta de água. A pequena casa-de-banho também mostrava sinais evidentes de negligência. Vários azulejos tinham caído e grandes manchas escuras no teto descolorido eram evidência de infiltração de água não reparada. Dois quartos decrépitos, cada um com uma cama de solteiro e uma mesa de cabeceira barata, junto com uma cozinha pequena com um armário de pelo menos vinte anos, completavam o mobiliário daquele apartamento que não era nada agradável.
– Bem, uma coisa é certa, em termos de gosto na escolha dos nossos esconderijos, és realmente ótimo, hein? – comentou o mais alto e magro.
– Porquê? O que há de errado com este lugar?
– É um monte de lixo. Isso é o que está errado. Aqui estamos sempre a falar de ganhar muito dinheiro, mas, no final, sempre acabamos nesses malditos caixotes de lixo.
– Oh, estás sempre a reclamar. – respondeu o maior. – Vamos tentar concluir este acordo, e então verás, nós seremos capazes de nos estabelecer de uma vez por todas.
– Se assim o dizes. Eu não estou tão convencido assim.
– Vem, dá-me o computador e eu mostro-te uma coisa.
O mais magro tirou uma bolsa preta com uma alça de ombro de trás do sofá e pegou num caderno cinza escuro. Ele olhou para ele por um momento, e em seguida, passou-o para o seu companheiro que o colocou sobre a mesa e o ligou. Os dois ficaram parados por um tempo, olhando para o monitor enquanto o sistema completava o procedimento de inicialização, até que, a certa altura, o mais magro deixou escapar:
– Não aguento mais essas coisas. Passo horas a observar barras de progresso, ampulhetas a rodar, atualizações diversas ... Porque eles não podem simplesmente fazer um computador que funcione como uma televisão? Pressionas o botão e liga-se.
– Sim, isso realmente seria ótimo. Em vez disso, o que eu mais odeio é quando acabas de usá-lo e queres desligá-lo para ir para casa, ele apresenta uma pequena mensagem que diz "Não desligue o computador. Instalando a atualização 1 de 325 ... " e tens de esperar meia hora enquanto faz o que quer. Quero dizer, não poderia apenas fazer as suas atualizações estúpidas mais cedo? Tem mesmo realmente que esperar que eu esteja pronto para sair?
– Hum, isso é mesmo IT. Os programadores que projetam esses sistemas provavelmente gostam de nos ver, os pobres mortais, à medida que nos tornamos mais e mais irritados quando confrontados com as suas "criações".
– Estás a dizer que eles fazem isso de propósito?
– Se achas que atualmente, só para escrever uma carta, precisamos de um computador com um poder de processamento biliões de vezes maior do que as missões Apollo usadas para enviar um homem à Lua, acho que algo deve ter dado errado no progresso tecnológico.
– Bem, tu é que és o especialista. – comentou o mais magro. – Com certeza, eles fazem com que percamos muito tempo, mas não poderíamos ir à casa-de-banho sem esses aparelhos agora.
– Vamos apenas deixar este assunto assim, é melhor. Em vez disso, olha para o que eu descobri durante as minhas noites sem dormir.
O homem com excesso de peso colocou no monitor uma série de imagens que ele devia ter tirado de algum arquivo que não era exatamente público. Ele passou por alguns, então ele disse:
– Aqui estamos nós. Eu acho que o que estás a ver é uma série de combinações de caracteres cuneiformes, que são capazes de ativar funções adicionais neste pequeno dispositivo.
– E onde conseguiste isso? – perguntou o homem magro com espanto.
– Se eu te dissesse, então teria de te matar. – respondeu o grandalhão com um ar muito sério.
Por um momento, o homem alto e magro permaneceu como que paralisado, depois percebeu que o seu companheiro obviamente fizera uma brincadeira e, depois de lhe dar uma pancada, exclamou:
– Que idiota. Vem, deixa-me ver essa descoberta inefável.
– Espera, primeiro deixa-me ver o que o cromo nos deu. – e ele ativou a memória USB que eles tinham extorquido do cromo no PC. Ele rapidamente examinou uma série de arquivos, ocasionalmente abrindo um aleatoriamente, até que a sua atenção se focou numa imagem que ele já tinha visto.
– Olha para isto. – exclamou ele.
– O que foi?
– É uma sequência de caracteres que eu conheço.
– Eu não percebo.
– És realmente um idiota. Esta é a combinação que ativou o comando de autodestruição da nave espacial e tenho certeza de que já a vi na minha pesquisa pessoal.
Para evitar ser reprovado novamente, o mais magrinho apenas resmungou alguma coisa.
– Aqui está. – disse o grandalhão novamente, mostrando a mesma série de imagens que eles estavam a ver antes, mas destacando um deles com o rato. – É isto aqui.
– Sim, e daí?
– Então, se esta sequência já funcionou, então os outros indicados aqui provavelmente também estão ativos.
– O teu raciocínio faz sentido.
– Que tal tentar um?
– Mas não será perigoso? Eu acho que já fizemos danos suficientes.
– És apenas um cobarde. – disse o grandalhão. – Na pior das hipóteses, vamos simplesmente explodir mais uma das suas malditas naves espaciais.
– E se nós nos explodirmos em vez disso? Nós não sabemos nada sobre isso.
– Vamos, vamos tentar. – exclamou o gordo, com a expressão de um garotinho prestes a soltar um fogo de artifício sob a espreguiçadeira do seu avô enquanto ele está a dormir feliz da vida.
– Vai em frente. Eu vou me esconder atrás disto.
– Cheio de coragem, não é? Não te preocupes, eu vou fazer isso, seu medroso.
Então, depois de esperar que o seu companheiro se escondesse no quarto adjacente, o grandalhão respirou fundo e, usando o dedo indicador grosso, traçou a primeira sequência mostrada no monitor na superfície do objeto. Imediatamente depois, ele atirou o aparelho no sofá e atirou-se para o chão com as mãos acima da cabeça. Ele esperou vários segundos sem se mexer, mas nada aconteceu. Ele ficou lá um pouco mais deitado no chão e só depois de ter estabelecido definitivamente que não parecia haver nenhum perigo iminente, ele levantou a cabeça ligeiramente. O controlo remoto ainda estava no assento do sofá e não parecia estar a funcionar.
– Então? O que aconteceu? – perguntou o seu companheiro, espiando cautelosamente ao redor da porta semifechada.
– Absolutamente nada.
– Talvez tenhas cometido um erro ao digitar a sequência?
– Acho que não. Acho que fiz tudo corretamente. – disse o grandalhão, que, com muito cuidado, se levantou e aproximou-se do objeto alienígena novamente.
– Vai em frente, tenta novamente. Eu ficarei aqui.
– Obrigado pela ajuda. O que eu faria sem ti?
Desta vez, o gordo decidiu que não iria se atirar no chão novamente e compôs a sequência simplesmente sentado na cadeira. Ele repetiu a operação várias vezes, mas não parecia haver nenhuma reação do objeto.
– Absolutamente nada. – acrescentou o grandalhão.
– Talvez estejamos a destruir todas as suas naves espaciais. – comentou o sujeito alto e magro, enquanto espiava a porta novamente.
– Não digas asneiras. O cromo disse que essa coisa só tem um alcance de algumas centenas de milhares de quilómetros. Quem sabe onde Nibiru está até agora. Em vez disso, eu simplesmente acho que essa sequência não é operacional.
– Então, vamos tentar outra, não?
– Vamos tentar outra? Eu diria que é só eu a fazer todas as tentativas.
– Oh, não sejas picuinhas. Afinal, quem é o mais tecnologicamente avançado entre nós os dois?
– Ok, ok. Vou tentar a segunda agora.
O grandalhão passou os dez minutos seguintes a compor quase todas as combinações exibidas no monitor do computador, uma após a outra, mas nada de estranho aconteceu.
Enquanto isso, como a situação parecia nada perigosa, até mesmo o seu companheiro se juntou a ele, e eles estavam a fazer conjeturas e suposições de todos os tipos juntos.
– Talvez as imagens estejam erradas. – disse o mais magro até um certo ponto.
– Não. Os caracteres cuneiformes no controlo remoto estão na mesma ordem que os do monitor.
– Então as tuas incríveis 'fontes' devem ter secado.
– Isso não é possível. Tem de mudar. Eu tenho 100% de certeza disso.
– Há apenas dois para tentar. Se eles não funcionarem também, nós vamos jogar essa coisa no lixo e tomar uma boa bebida.
O grandalhão bufou e, sem acrescentar nada, compôs a penúltima sequência, sem muita convicção. Assim que tocou no último símbolo, sentiu um ligeiro estremecimento e, um instante depois, uma espécie de brilho não natural foi libertado da frente do aparelho. Houve um leve ruído de rachadela e uma nova janela perfeitamente circular, de cerca de meio metro de diâmetro, aberta na parede em branco à sua frente.
– Que diabos ... – exclamou o mais magro de olhos arregalados.
– Pelo amor de Deus… – acrescentou o seu amigo igualmente espantado.
Com as pernas ainda a tremer de medo, levantaram-se e cautelosamente se aproximaram do buraco na parede. Foi o mais alto que, tendo enfiado a cabeça dentro da abertura, exclamou:
– Isto é incrível! A parede foi-se, e até fizemos um buraco naquele grande cartaz de publicidade para carros ali. Deve ser pelo menos cem metros daqui!
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