Kitabı oku: «Alerta Vermelho: Confronto Letal », sayfa 11

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CAPÍTULO 31

Luke caiu de mãos e joelhos, agarrando-se ao tejadilho do carro.

O condutor deve ter ouvido o som de Luke a cair sobre o tejadilho porque o Lincoln começou a guinar para um e outro lado da faixa de rodagem, a oscilar de forma descontrolada, tentando sacudir Luke. Luke segurou-se ao tejadilho com toda a sua força enquanto as pernas rolavam de um lado para o outro.

O helicóptero já se desviara, guinando agora para a esquerda. Estava mesmo no caminho. Ed estava na porta, numa posição paralela a eles. Luke baixou a cabeça no momento em que viu os clarões a irromperem da arma de Ed.

Uma salva de balas derramou-se na frente do carro. Luke rastejou para a frente. A parte direita do para-brisas tinha colapsado para dentro. Inclinou-se e esmurrou os restos de vidro, empurrando-os, forçando a sua queda para o interior do carro. Algures lá dentro, uma mulher gritou. Uma criança chorava.

Metade do para-brisas caiu para dentro do carro. Luke girou o corpo e entrou no lugar da frente do passageiro. Aterrou no colo de um homem morto. O condutor pegou na arma atabalhoadamente, apontando-a na direção de Luke. Luke agarrou no pulso do homem e bateu-o contra o painel.

O homem deixou cair a arma sem a disparar. Caiu entre as suas pernas e para o chão do lado do condutor. O homem desviou os olhos da estrada tentando apanhá-la e nesse momento Luke sacou a sua própria arma.

De repente, um tiro foi disparado do banco traseiro. O estrondo foi enorme no exíguo espaço do carro.

BOOM.

As pessoas gritaram. Luke agachou-se e a cabeça do homem morto explodiu.

Os ouvidos de Luke zuniam. Olhou para trás de si, espreitando entre os assentos e ali estava Ali Nassar com uma mulher e uma menina. Todos com olhos dilatados, amedrontados, afetados. A menina estava no meio. Atrás deles, na terceira fila, estava um homem grande com uma arma.

O homem agachou-se debaixo da cabeça da menina. A arma mostrou-se no ombro dela. Estava mesmo ao lado do rosto da criança.

Esta era a oportunidade de acabar com isto. De salvar a sua vida. De apanhar Nassar.

Mas Luke não se conseguia decidir a disparar. Não podia arriscar. Não com a criança ali.

“Ali!” Gritou Luke. “Agarra nessa arma! Para-o!”

Ali Nassar olhava para Luke com olhos baços.

BOOM. O homem disparou novamente.

A menina gritava, agora aflitivamente. Todos os que se encontravam nos assentos traseiros gritavam.

A bala atingiu o centro da cabeça do homem morto. Dentro em pouco, aquelas balas começariam a atingir o lugar e o corpo do homem morto.

Entretanto, o condutor encontrara a arma.

Não havia mais nada a fazer. Luke sacou da sua própria arma. Segurou o cano na mão e brandiu a precinta. Bateu na cabeça do condutor com ela.

Uma. Duas. Três vezes.

Baixou-se quando foi disparado outro tiro.

BOOM.

O painel de plástico despedaçou-se em cacos que se dispersaram por todo o lado. Luke sentiu-os a morderem-lhe a carne.

O carro guinou para a esquerda, para fora da autoestrada. O condutor estava inconsciente ao volante. O carro desceu uma ribanceira cheia de ervas. Inclinou-se para a esquerda, equilibrando-se… em duas rodas. Luke alcançou o volante.

Demasiado tarde. O carro rebolou. Luke bateu com a cabeça contra o painel. O carro ficou virado ao contrário. Bateu no tejadilho com força a uma velocidade impossível. Aterrou de costas. Ficou sem ar com a força do impacto.

À sua volta, os airbags acionaram-se.

O carro voltou a rebolar. Foi sacudido como um boneco. Caiu do tejadilho. A última coisa que sentiu foi a cabeça a bater no volante. Depois disso, só escuridão.

CAPÍTULO 32

Ed Newsam assistiu a tudo do Little Bird.

O Navigator rolara duas vezes e aterrara numa vala lateral da autoestrada. Os pneus estavam todos rebentados. O para-brisas não existia. O carro fumegava por todo o lado.

O segundo Range Rover parou num acostamento. Três homens saltaram lá de dentro e correram pela ribanceira coberta de ervas abaixo com as armas em punho na direção do Navigator danificado.

O helicóptero movia-se com rapidez, de lado e para a esquerda. Ed tentou apontar aos homens mas não valia a pena. O helicóptero estremecia. Mesmo assim atirou. Dois dos homens atiraram-se para as ervas. O terceiro continuou a correr.

“Mayday, mayday,” Dizia a voz de Jacob. “Adotem posições de queda.”

Ed estava amarrado ao banco com correias de cabedal. A situação não era a melhor. Uma dor lancinante trepava pela sua anca direita. Dores agudas, rasgões e cortes atravessavam-lhe o corpo todo. Olhou para a pega na porta com as correias de segurança a balançar. Não havia maneira de chegar até ali e atar-se a tempo. Deslizou a arma para dentro da porta e abraçou a tábua com toda a força de que era capaz. Esta tinha que ser a sua posição de queda.

À sua frente, o chão aproximava-se rapidamente. Se o helicóptero rolasse, não teria qualquer hipótese. Nunca se ia conseguir segurar. Estaria a movimentar-se no mesmo espaço que as lâminas giratórias do rotor. Abanou a cabeça. Nada bom.

O mundo passou-lhe diante dos olhos a uma velocidade estonteante. Estava a vinte pés do chão.

A voz do Jacob era semelhante à voz de um homem que encomendasse uma pizza: “Impacto em três, dois…”

Ed agarrou-se à tábua com toda a força de que era capaz. Fechou os olhos.

Não roles, por favor. Não roles, por favor. Por favor.

*

Demorou alguns segundos até que os olhos de Luke se focassem.

Ainda se encontrava na frente do carro. Tinha batido a testa com força no volante e contorcia-se com dores. Os airbags tinham funcionado mas uma poeira branca circulava no ar. A sua cabeça repousava nas pernas do condutor. As suas próprias pernas repousavam por sobre o homem morto no lugar do passageiro. Ambos usavam cintos de segurança mas Luke voara no ar. Eles mal se mexeram.

Luke tentou chegar ao assento do condutor e apalpar junto aos pés do homem. Encontrou a arma do homem e puxou-a para si. Uma Glock nove milímetros. Tudo bem. Sabia bem tê-la na mão. Rastejou até ficar sentado. Os lugares da frente estavam cobertos de vidros estilhaçados do para-brisas. O condutor ainda estava inconsciente com a cabeça pendendo sobre o cinto de segurança.

Fora do carro, dois homens aproximavam-se cautelosamente, agachados com Uzis em riste.

Luke olhou para o banco traseiro. Ali Nassar e a sua pequena família estavam vivos e conscientes, ainda que um pouco atordoados. Nassar tinha gesso na sua mão direita.

A menina era amorosa. Tinha uma fita verde-claro a prender-lhe o cabelo negro, olhos grandes e castanhos de corça. A mulher era magra e etérea. Para Luke, tinha o ar de uma mulher que passava os dias a ler sobre as últimas tendências da moda em Paris e Milão ou notícias relacionadas com a família real britânica. Provavelmente acordara nessa manhã com a sensação de que já fizera e vira tudo.

Mas não era bem assim. Agora olhava fixamente em frente. Luke já tinha visto pessoas naquele estado muitas vezes. Estava, obviamente, em choque.

Luke forçou o assento do condutor e aproximou-se deles. Agachou-se para o caso de algum daqueles atiradores perder a disciplina. Enterrou-se aos pés da menina.

“É um louco,” Disse Nassar.

Luke ignorou-o. Em vez disso, olhou para a menina e para lá dela.

O homem lá atrás estava ou inconsciente ou morto.

“Como te chamas?” Perguntou Luke.

A menina estava aterrorizada, mas ainda assim falou. “Sofia.”

“Cala-te, filha! Não fales com ele!”

“Sofia, que nome bonito para uma menina bonita. Ok, Sofia, quero que me faças um favor. É muito fácil. Quero que desapertes o teu cinto de segurança e que venhas para perto de mim.”

Nassar fez um movimento para desapertar o seu próprio cinto. “Não se atreva…”

Luke apontou a arma à sua cabeça. “Diga mais uma palavra.”

“Não o magoe, por favor,” Disse Sofia. Lágrimas começaram a rolar no seu rosto.

“Eu não o magoo, Sofia, mas preciso que venhas ter comigo.”

A menina fez exatamente aquilo que Luke lhe pediu. Desapertou o cinto de segurança e foi ter graciosamente com Luke, como um pequeno animal. Envolveu-a com um braço carinhoso como se fosse a sua própria filha.

No exterior do carro, os atiradores tinham chegado. Estavam ambos do mesmo lado do carro, à esquerda. Apontaram as armas em direção às janelas. A janela traseira estava destruída. Bastava que um deles perdesse a calma e haveria um banho de sangue naquele carro.

“Fiquem onde estão!” Gritou aos homens. “Temos uma mulher e uma criança aqui. Se dispararem essas armas matam toda a gente.”

Eles não se importavam. No exterior do carro, um dos homens deslizou a Uzi nas costas. Sacou outra arma e apontou para o buraco onde outrora estivera a janela.

BOOM!

Mais vidro estilhaçado com um disparo.

A menina gritou enquanto Luke a segurava e viu uma marca de bala no assento de cabedal apenas a um centímetro da sua cabeça. Felizmente, falharam. Mas Luke sabia que da próxima vez, podia não ter tanta sorte. Estranhamente, Luke deu por si a preocupar-se mais com a criança do que consigo próprio.

Por isso, quando um dos homens levantou a arma mais uma vez e se aproximou, a tentar descortinar movimento na escuridão, foi em Sofia que Luke pensou primeiro. Ele podia ter tentado, podia tê-los morto aos dois mas agora não podia arriscar, não com ela em risco.

BOOM!

Luke agarrou em Sofia, girou-a e caiu-lhe em cima um milésimo de segundo antes da arma disparar.

Sentiu uma dor incontrolável quando a bala perfurou o seu braço. Sangue escorria por todo o lado. Mas por experiência sabia que era uma ferida superficial, um pequeno preço a pagar por salvar a vida da criança.

A mãe gritava e Nassar berrou: “PAREM DE DISPARAR, SEUS LOUCOS!”

Luke ouviu os homens a erguerem as armas e pressentiu que finalmente parariam. Sabia que era a sua última oportunidade.

Girou, apoiou o joelho no chão e disparou dois tiros. Sabia que tinham que ser tiros perfeitos, caso contrário era um homem morto. Não tinha tempo para disparar um terceiro.

BOOM. BOOM.

Luke não viu qualquer movimento, tudo estava calmo. Finalmente, silêncio. Olhou para o exterior e viu os dois homens, ambos mortos, ambos com tiros perfeitos na cabeça.

Suspirou de alívio.

“É um louco!” Continuava Nassar a repetir com a voz trémula.

Luke virou-se para ele, debruçou-se e agarrou-lhe na camisa ameaçadoramente.

“Quero que saiam,” Disse. “Tanto a criança como a sua mulher. Para longe. Veem mais pessoas e podem magoar-se. Isto agora é entre nós os dois.”

Nassar acenou para a mulher mas ela gemeu profundamente.

“ALI!” Gritou Luke e apontou a arma à sua cabeça. “AGORA!”

A mulher começou num pranto e a menina também chorava.

Nassar debruçou-se, pegou na mulher pelos ombros e abanou-a violentamente. “Irina! Controla-te. Pega na Sofia e sai.”

A mulher desapertou o cinto. Trepou para fora do carro levando a criança com ela. A mulher e a criança já se encontravam a trinta metros de distância e a correr. Por um segundo, Luke observou-as a ir embora. Respirou fundo. Se alguma vez tivesse uma filha, imaginou se seria como ela.

Nassar fez um movimento para abandonar o carro. Tarde demais. Luke agarrou-o pela camisa e puxou-o para dentro. Bateu a porta e encostou a arma à cabeça de Nassar.

Nassar olhava para Luke com olhos ferozes.

“Agora ouça-me,” Disse Luke. “Quero saber tudo. Para quem trabalha. Como o fez. Quando é que tudo começou. O que vai acontecer de seguida, tudo, percebeu? Se me cheirar a mentira, juro por Deus que o mato.”

“Se me matar, garanto-lhe que é a última coisa que faz.”

“Fale! Vou contar até três, tal como da última vez, lembra-se? Mas desta vez, quando chegar aos três, estoiro-lhe os miolos.”

“É louco! Sabe que mais? É louco” É…”

“Um,” Começou Luke.

Do exterior já surgiam homens de uniforme a descer a colina. Polícias. Polícias de Nova Iorque, patrulheiros estatais, um mar de forças policiais. Homens com fatos acompanhavam-nos, possivelmente o pessoal da SRT. As coisas iam resolver-se por aqui.

Estava a ficar sem tempo.

“Dois…”

Nassar já não suportava mais. “Páre! Eu digo-lhe o que quer saber.”

“Quem fez isto?” Perguntou Luke. “Trabalha para quem? Para o Irão?”

Os ombros de Nassar descairam. A força, a essência da vida pareciam desaparecer de dentro dele. Encolheu os ombros.

“Trabalho para si.”

CAPÍTULO 33

16:50

Esquadra 116th – Queens, Nova Iorque

Demorou cerca de uma hora a despachar Ali Nassar e levá-lo lá para baixo.

Enquanto esperava, Luke falou com Becca ao telefone.

“És um homem maravilhoso.”

Luke encostou a testa contra a parede encardida da cave da esquadra e limitou-se a escutar o som encantatório da voz da mulher ao ouvido. Esta esquadra de polícia tinha um ambiente duro. As luzes eram demasiado brilhantes. Vozes e passos constantes ecoavam à sua volta. Ao fundo do corredor, alguém soltou um riso que se assemelhava a um cacarejo louco.

“Não me sinto muito maravilhoso neste momento,” Confessou Luke.

“Mas és. Hoje salvaste o Presidente. É incrível. É um milagre.”

Luke suspirou. Não se sentia um herói. E não lhe parecia ter sido um milagre, mas antes um pesadelo ainda em curso.

“Estás apenas cansado, Luke. É por isso que te sentes em baixo. Quando é que dormiste pela última vez? Ouve, o Gunner e eu estamos muito orgulhosos de ti. Quando voltares a D.C., vai a casa, dorme uma boa noite de sono e depois vem cá ter connosco. Está lindo por aqui agora. Tiramos uns dias de folga, sem horários, simplesmente juntos. O que te parece?”

“Parece-me muito bem.”

“Amo-te muito,” Disse Becca.

Luke também amava Becca e queria vê-la. Queria passar uns dias tranquilos na casa de campo com ela e Gunner. Mas por muito que o quisesse, não sabia como tal seria possível.

Não lhe podia contar nada. Só lhe contara que depois do briefing com o Presidente, tinha voado de regresso a Nova Iorque para perseguir outra pista. Não lhe tinha falado do ataque do helicóptero. Não lhe tinha falado que saltara para o telhado de um carro em movimento a cento e sessenta quilómetros por hora. Não lhe tinha falado que tinha morto dois homens. Não lhe tinha dito que este caso não estava sequer perto do fim.

Um jovem detetive com pouco cabelo, com a gravata torta e as mangas da camisa enroladas, dirigiu-se a Luke.

“Agente Stone?”

Luke assentiu.

“Vão começar agora o interrogatório.”

Luke despediu-se de Becca e seguiu o detetive para a sala de observação. A sala era escura e já lá se encontravam meia dúzia de homens. Luke acolheu a escuridão com prazer depois de ter estado exposto à luz agressiva do corredor.

O detetive apresentou Luke a três homens vestidos com fatos e gravatas pretos.

“Deve querer conhecer estes tipos. Este é o Agente Stone do FBI, estes são os Agentes Stern, Smith e Wallace.”

“Somos da Segurança Interna,” Informou um dos homens ao mesmo tempo que apertava a mão a Luke.

“Foi o Begley que os mandou?” Perguntou Luke.

Por um momento, o sorriso do homem desvaneceu-se. “Begley?”

“Sim. Ron Begley.” Luke imitou a forma de uma bola de basquete com as mãos. “Um tipo redondo? Ele comanda uma unidade por lá, não me perguntem qual. Eu e ele tivemos um pequeno desentendimento esta manhã sobre se valeria ou não a pena perseguir Ali Nassar. Talvez tenha mudado de ideias.”

Os três homens riram-se. “Nós não trabalhamos para o Ron Begley.”

“Ainda bem para vocês. Assim estão muito melhor.”

Do outro lado de uma grande janela falsa, Ali Nassar estava sentado numa mesa metálica. Bebericou de uma caneca de café branca. O tornozelo estava algemado à perna da mesa que por sua vez estava presa ao chão. Não importava. Ali Nassar não ia a lado nenhum.

Nassar estava completamente desalinhado. A camisa estava rasgada, amarrotada e desabotoada até meio da barriga. O cabelo estava literalmente em pé. Debaixo de cada olho, eram visíveis meias luas negras. O maxilar oscilava aberto. A mão tremia sempre que levantava a caneca de café.

Um detetive do DPNI, um irlandês grande, musculado e ruivo, aproximou-se dele. Quando Nassar começou a falar, o silêncio reinava na sala de observação.

“Onde está a minha filha e a mãe?” Perguntou.

O polícia abanou a cabeça. “Estão bem. Não tem que se preocupar com elas. Levámo-las de volta para a missão iraniana. Elas não fizeram nada. Não fazem ideia do que se passa. Ninguém quer saber delas.”

Nassar assentiu. “Ainda bem.”

“Isso mesmo,” Prosseguiu o polícia. “Ainda bem. Estão em segurança. Agora vamos deixá-las de lado por um momento. Quero falar consigo.”

Agora Nassar abanava a cabeça. “Não têm o direito de me manter aqui. Quero falar com um advogado.”

O polícia sorriu. Estava relaxado. Luke reconheceu nele um tipo que ouvia aquela exigência do advogado todos os dias e depois descobria uma forma de lhe dar a volta.

“E porque é que quer isso?” Perguntou o polícia. “Ainda tem alguma coisa a esconder? Já falou com um agente do FBI no carro.”

“Ele apontou-me uma arma à cabeça.”

O polícia encolheu os ombros. “Talvez apontasse, talvez não. É a primeira vez que oiço isso. Eu não estava lá, o que é que eu sei?”

“É ilegal manterem-me aqui,” Vociferava Nassar.

“Deixe-me dizer-lhe uma coisa, Ali. Na verdade, não o estamos a reter aqui. Aí é que está. Não está preso. Não o podíamos prender, mesmo se quiséssemos, bem sabe isso. Apenas o temos aqui para sua própria segurança. Estes corredores estão pejados de criminosos violentos. Às vezes soltam-se. Acredite quando lhe digo que está mais seguro nesta sala. Mas se quiser partir, é livre de o fazer em qualquer altura.”

Nassar parecia querer falar, mas hesitou, talvez à espera de um qualquer ardil.

O polícia ergueu uma mão rechonchuda. “Agora deixe-me explicar-lhe porque é que partir é uma má ideia,” Retomou. “Esteve envolvido em algo. Em algo mau. Sabe que eu sei por isso não vale a pena fingir. Disseram-me que fez explodir a Casa Branca. Não sei se acredito.”

“Não fiz nada disso,” Protestou Nassar.

O polícia apontou para ele. “Pois. Isso é aquilo em que eu acredito. Acredito que não o fez. Mas talvez conheça as pessoas que o fizeram. E se eu fosse essas pessoas neste momento, sabe o que tentaria fazer? Livrar-me de questões pendentes. Um homem como você sai pela porta fora e quanto tempo vai conseguir sobreviver? Doze horas, com sorte? Pessoalmente, nem acredito que dure tanto.”

Nassar olhava para ele.

“Os seus amigos da missão iraniana?” Disse o polícia. Abanou a cabeça. “Não me parece que o venham buscar. Perderam quatro homens a tentar levá-lo até ao aeroporto. Você é uma obrigação para eles, um constrangimento. Se eles voltarem, será para colocarem uma bala aqui.”

O polícia tocou na testa de Nassar.

Nassar abanou a cabeça. “Eles não estavam envolvidos. Não têm nenhuma razão para me matarem.”

“Pois. Isso foi o que disse ao tipo do FBI.” O polícia recorreu a algumas notas que se encontravam num quadro. “Disse-lhe que trabalhava para uma agência do Governo dos E.U.A, qualquer coisa chamada Red Box. Não lhe parece que o Governo iraniano o mataria se soubesse que trabalhava para os americanos? Vá lá, penso que é mais esperto do que isso.”

Por breves momentos, os olhos de Nassar dilataram-se.

O polícia acenou a cabeça afirmativamente. “Pois. É mesmo esperto. Percebe. Não lhe restam muitos amigos, Ali.”

Luke recordou-se daquele momento no carro. A polícia rodeara-os. “Trabalho para si,” Dissera Nassar. Depois mencionou a expressão Red Box. Luke mal se lembrava. Saltara de um helicóptero, estampara o carro, matara dois homens com um tiro na cabeça há poucos segundos. Estava tão combalido como qualquer pessoa estaria no seu lugar. Naquele momento, quase não conseguira processar o que Nassar lhe dizia.

Agora, Nassar e o polícia fixavam-se por um momento que parecia interminável.

“Quero partilhar uma coisa consigo,” Disse o polícia. “Sei bem aquilo por que está a passar. Tenho um irmão mais novo. Há uns quinze anos, envolveu-se em algo que não devia, como você. Foi um erro, tal como você cometeu um erro e enterrou-se até à cabeça. Estava a traficar armas para o Exército Republicano Irlandês a partir de um bar no Bronx. Disse-lhe, Mickey, és estúpido. Não és irlandês. És americano. Mas por essa altura, já andavam atrás dele. É procurado pelo Governo americano. É procurado pelo Governo inglês. E se os amigos do IRA o descobrirem, vão atirá-lo ao rio. Têm que o fazer. Que mais podem fazer, deixá-lo falar?”

Alguns polícias que se encontravam na sala de observação riram-se. Luke olhou para eles.

“Este tipo e os irmãos mais novos,” Disse um dos polícias. “O meu irmão violador. O meu irmão incendiário. O meu irmão terrorista. Quer saber a verdade? Tem três irmãs e todas mais velhas do que ele.”

No interior da sala de interrogatório, Ali Nassar disse, “Julgo estar numa situação delicada.”

O polícia concordou. “Eu diria que está numa posição muito delicada, mas posso ajudá-lo. Só tem que me dizer o que se passa.”

Nassar parecia ter tomado uma decisão. Abanou a cabeça. “Red Box não é uma agência, é um programa, uma operação. Operação Red Box. Não sabia qual a finalidade. Só sabia o que queriam que eu fizesse e mais nada. Queriam que comprasse uns drones à China. Disseram-me para pagar a alguns jihadistas, homens que se queriam suicidar em nome de Deus. Fiz os pagamentos através de uma conta offshore que eles mesmos abriram para o efeito. Não era a minha conta. Eu não contratei esses homens. Nem sabia o que iam fazer até há dois dias atrás.”

“Não para de dizer eles, eles, eles,” Comentou o polícia. “Pode ser um pouco mais específico? Quem são eles?”

Ali Nassar suspirou. “Quem me contratou foi a Central Intelligence Agency. Um homem que conheço da CIA.”

Um silêncio ensurdecedor percorreu a sala e Luke sentiu uma pontada aguda na zona abdominal. Parecia que o seu corpo tinha sido trespassado por um espigão. Olhou à sua volta para os homens que estavam naquela sala com ele. Todos – polícias, agentes da Segurança Interna – todos pareciam intrigados. Ouvia-se um múmurio em tom baixo. A CIA tinha contratado Nassar para os ajudar a atacar a Casa Branca? A CIA?

De repente, o chão parecia fugir debaixo dos pés de Luke. Parecia estar a dizer a verdade; Luke tinha a capacidade de detetar uma mentira e Nassar não estava a mentir. Ou a CIA o tinha contratado ou ele de facto acreditava que tal tinha acontecido. Luke pensou na possibilidade daquillo poder ser verdade. E se fosse, teria que olhar para todos à sua volta com outros olhos. Em quem poderia confiar?

“Foi há um ano,” Continuou Nassar. “Visitou-me no meu quarto de hotel em Londres. Inicialmente, chamou-lhe Operação Red Box. Depois, um mês mais tarde, foi ter comigo e disse-me que tinha sido um erro, não se tratava de Operação Red Box. Nunca mais devíamos falar em Operação Red Box. Nem sequer podiamos pronunciar as palavras. Mas eu lembro-me. Tenho a certeza que era o nome mas não sei qual o significado. Se quiserem saber detalhes sobre a Operação Red Box, não me perguntem a mim, perguntem ao Diretor da CIA.”

“Quem tem este tipo?” Perguntou Luke. “Alguém tem a custódia?”

Um dos homens da Segurança Interna levantou a mão. “Quando o DPNI o despachar vai mandá-lo para nós.”

Luke assentiu. “Ótimo. Agarrem-se bem a ele.”

Começou a encaminhar-se na direção da porta.

“Onde vai?” Perguntou um dos homens.

Luke nem se virou.

“Vou regressar a Washington. Há alguém com quem preciso de falar.”

Yaş sınırı:
16+
Litres'teki yayın tarihi:
10 eylül 2019
Hacim:
300 s. 1 illüstrasyon
ISBN:
9781632916303
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