Kitabı oku: «Enredado Com A Ladra»
Enredado com a Ladra
Contents
Enredado com a ladra
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Outros livros de Kate Rudolph
Sobre a autora
Enredado com a ladra
Série Roubando o Alfa – 02
Era para ser um trabalho simples ...
Entrar, roubar a pedra, sair. Mas quando tudo dá errado, Mel perde seu pagamento e está na mira de um leão alfa furioso.
Sem joia? Grande problema.
A irmã de Luke está em apuros, a Esmeralda Escarlate sumiu e Mel está de volta, pronta para enfrentá-lo novamente.
Mas para curar sua irmã, Luke fará o impensável. À medida que a atração cresce entre o alfa e a ladra, suas vidas ficam mais emaranhadas do que jamais sonharam. Uma ameaça do passado de Luke os coloca em um perigo ainda maior e logo não só a vida de Cassie está em perigo, mas Mel e Luke estão à beira da destruição total.
Roubando o alfa é uma série dividida em três partes com Mel, ladra extraordinária mulher-leopardo, e Luke Torres, homem-leão alfa. Junte-se a eles enquanto descobrem roubos, lutam contra vampiros, encontram bruxas, aprendem a confiar e se apaixonam.
A parte um, Roubando o alfa, e a parte três Na cama do alfa, já estão disponíveis.
Enredado com a ladra
Kate Rudolph
Copyright de Entangled with the Thief © Kate Rudolph, 2015.
Tradução: Andreia Barboza
Texto revisado segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Este livro é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e incidentes são produtos da imaginação do autor ou foram usados de forma fictícia e não devem ser interpretados como reais. Qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, eventos reais, localidades ou organizações é inteiramente coincidência.
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9610 de 19/02/1998. Exceto para o uso de pequenos trechos em resenhas, é proibida a reprodução ou utilização deste livro, no todo ou em parte, de qualquer forma, sem a permissão prévia por escrito do detentor dos direitos autorais deste livro.
1
O Crystal Lake Savings and Loan ficava um pouco fora da estrada principal em um belo conjunto de escritórios em Crystal Lake, Wisconsin. Ao meio-dia de uma quarta-feira, o tráfego de entrada e saída do banco era razoavelmente constante. Os trabalhadores vinham receber dinheiro e depositar cheques na hora do almoço e os empregados de meio período trocavam de turno. Mel assistia a tudo pelo espelho retrovisor de um carro estacionado a meio quarteirão de distância.
Ela endireitou a gola da camisa e olhou o relógio. Kathy Pierson era seu alvo e ela precisava estar lá dentro antes do meio-dia e meia ou tudo estaria ferrado. Pelo lado bom, este trabalho não exigia muito de suas habilidades. Este era o banco de uma pequena cidade. O que significava que ninguém procuraria o cofre de Tina aqui. Especialmente porque Mel suspeitava que era um arranjo temporário. O cristal de vidência era o único item de Tina que seria encontrado neste banco, provavelmente neste estado. Mas Mel não precisava de mais nada daquela bruxa, não mais. Uma vez que tivesse o cristal, estaria no caminho certo para enfrentar a única pessoa que não deveria mais viver.
Mel estava interpretando o papel de Helen Undine, advogada medíocre de Milwaukee em busca de um gostinho da vida simples. Seu cabelo estava preso em um coque apertado, sem qualquer mecha solta. Seu terno era dois tons mais escuro do que bege e particularmente desfavorável, embora caro. Ela usava um pequeno colar de pérolas e um anel de noivado espalhafatoso. Helen era uma... mulher complicada. E exatamente o que Mel precisava no momento.
Usava sapatilhas, embora Helen normalmente usasse salto. Mas algumas coisas precisavam ser sacrificadas por conveniência, e correr de terninho já seria difícil, ela não desejava tropeçar em centímetros desnecessários.
O interior do banco não lhe dava a melhor impressão de sua segurança. A mesa de um atendente estava desocupada no saguão, e quem quer que estivesse lá havia deixado o computador conectado à rede do banco. O segurança a cumprimentou com um sorriso e carregava apenas um Taser, não uma arma. Três mulheres estavam sentadas nas estações de caixa, embora apenas uma atendesse a um cliente. As outras duas estavam conversando e não prestando atenção à entrada.
Ela sorriu ao ver Kathy Pierson atravessar a sala.
A mulher fez uma verificação no caixa vinte minutos antes do final de seu turno, e fez isso todos os dias desde que Mel passou a investigar o banco. Mel deu um passo à frente rapidamente, segurando a pasta e esbarrou na gerente do banco.
— Ah! Com licença, sinto muito — disse Kathy. Ela deu uma rápida olhada em Mel, notando as joias e o couro fino de sua bolsa. — Não te vi aí. Posso ajudá-la em alguma coisa?
Perfeito. Mel colocou frustração apenas o suficiente em sua postura e ergueu o nariz antes de falar.
— Sim — ela franziu os lábios e as pronunciou de forma clara. — Preciso acessar meu cofre. Você pode me ajudar com isso? — Seu tom era repleto de condescendência.
Kathy tensionou o pescoço em frustração. Mel sabia que, àquela hora do dia, ela era a única pessoa autorizada a levar clientes ao cofre e estava a poucos minutos de voltar para casa. Mas ela sorriu e nem pareceu chateada.
— É claro. Você está com sua chave? E vou precisar registrar sua admissão.
Ela pegou a prancheta de um dos caixas e entregou a Mel. Helen Undine tinha uma assinatura bonita e precisa que combinava com sua identificação.
Kathy a conduziu até os fundos do prédio e por um portão gradeado. O segurança entrou no cofre com elas. Mel havia aberto a conta três dias antes e, por meio de uma conversa rápida, conseguiu que seu cofre fosse colocado ao lado daquele de que ela precisava. O guarda e Mel colocaram suas chaves na fechadura e as giraram simultaneamente. O guarda puxou a caixa e entregou a ela. Mel deu um sorriso tenso em agradecimento.
Ela foi conduzida a uma pequena câmara dentro do cofre, onde teria privacidade para revisar o conteúdo da caixa e fazer os depósitos necessários. Tanto Kathy, quanto o guarda esperavam atrás de uma cortina vermelha enquanto ela começava a trabalhar. Mel verificou o relógio. Estava no banco há menos de dez minutos e estava quase na hora de trabalhar.
Um grito cortou o ar. Bem na hora.
Mel saltou da cadeira e olhou para Kathy e o guarda.
— Está tudo bem? — perguntou.
Kathy se endireitou, avaliando a situação. Ela era a única gerente de plantão no momento.
— Eu deveria ir verificar. Vocês dois ficarão bem enquanto eu estiver fora?
— Claro — disse Mel. — Obviamente, existem questões mais importantes.
Kathy não sabia como lidar com isso, mas saiu apressada, deixando Mel e o guarda sozinhos. Mel começou a contagem regressiva a partir de 120, que era quando a próxima distração explodiria. Examinou o conteúdo da caixa. Havia papéis e algumas joias baratas, nada de valor real. Mas parecia ter o suficiente para que ela demorasse para encontrar o que precisava. Isso era o mais importante.
Bem na hora, uma explosão balançou o ar, seguida pelo estouro oco de fogos de artifício. Mel estremeceu, derrubando alguns de seus papéis e ofegando para causar efeito. Ela saiu de trás da cortina, esbarrando no guarda antes que pudesse se conter.
— O que é que foi isso? — exigiu, com uma nota de pânico na sua voz.
A mão do segurança voou para o Taser, e ele olhou para a frente do banco.
— Está tudo bem, senhora. Você estará segura aqui. — Ele correu em direção à comoção sem mais estímulos.
Ótimo.
Mel esperou alguns segundos antes de abrir a pasta e pegar a chave mestra. O guarda fechou a porta interna atrás dele, o que deu a ela privacidade e liberdade para trabalhar sem olhar por cima do ombro.
Foi para a caixa 109 e colocou a chave do guarda em um dos slots de chave. Ela o roubou dele quando se encontraram após a explosão. Abrir a outra fechadura foi mais fácil do que deveria, e Mel tinha o cofre contendo o pagamento pelo trabalho do roubo da Esmeralda Escarlate em suas mãos em menos de um minuto.
Ela abriu a caixa e congelou, não entendendo muito bem o que viu. Fechou a caixa e abriu-a mais uma vez, esperando que seus olhos a estivessem enganando.
Não havia pagamento no cofre.
Havia apenas um cartão de visita.
Em letras bem definidas, o cartão de visita dizia “LUKE TORRES” e listava um número de telefone e endereço de e-mail. Sem nome comercial, sem endereço físico. Mas Mel sabia exatamente onde ele morava. Afinal, foi dele que ela roubou a Esmeralda Escarlate.
Um mês antes, uma bruxa chamada Tina Anders abordou Mel para que ela roubasse a pedra. Era um trabalho difícil, que apenas três pessoas, incluindo Mel, eram capazes de realizar. Mas Tina e Mel tinham uma longa história, e a bruxa ofereceu um pagamento que ela não poderia recusar, apesar de o trabalho ter que ser executado em um prazo quase impossível.
E foi o que ela fez, exceto por um pequeno acidente que a tornou a convidada indesejada do alfa homem-leão por alguns dias. E deveria ter sido isso. Ela deu a Tina a pedra, Tina deu a ela a chave deste cofre, e o negócio havia sido concluído.
Até que apareceram os vampiros.
Quando explicou o trabalho, Tina não disse nada sobre vampiros. E, se tivesse, Mel gostava de pensar que teria recusado, independentemente do pagamento. Mas os vampiros apareceram, deu uma grande merda, Luke Torres a acusou de sequestrar sua irmã, e Mel se teletransportou antes que ele pudesse rasgar sua garganta.
O que era bom, exceto pela parte em que ela acabou nua a mil e seiscentos quilômetros de distância, sem a chave ou o endereço do cofre. Isso tudo acabou com Luke sozinho com uma pilha de roupas dela na floresta no Colorado. Só depois de se encontrar com Krista, ela se lembrou que uma pessoa usando o feitiço de teletransporte precisava possuir as coisas que desejava teletransportar. As roupas de Mel foram adquiridas por outros meios.
Então, embora possuísse a chave e o cartão com o endereço correto, ela não possuía as roupas que os continham. Krista e Bob desapareceram depois de receber o pagamento de suas partes do trabalho, e ela ficou sem nada.
E Luke tinha tudo. Mais importante ainda, ele tinha sua pedra da vidência.
Mel fechou a caixa com força e a enfiou de volta no slot correto. Mordeu o lábio para se impedir de continuar xingando. Uma pedra da vidência permitiria que ela localizasse o foco da pedra com a ajuda de uma bruxa. Ela teria um GPS mágico para encontrar seu alvo a qualquer momento. E esta pedra da vidência era mais valiosa do que qualquer coisa que ela possuía.
Esta pedra da vidência estava ligada a uma bruxa chamada Ava. Isso a deixaria rastrear a mulher que matou seus pais.
Mel se endireitou e se recostou à mesa, esperando Kathy ou o guarda voltar. Um plano já estava se formando em sua mente. Era bastante simples. Teria que roubar do alfa mais uma vez.
2
O leão rugiu. O som ressoou pela floresta de Eagle Creek, Colorado, onde os leões de sua alcateia rondavam em busca de sua irmã desaparecida. O timming de Mel poderia ter sido melhor, mas ela não sabia que a noite em que voltaria à cidade seria a mesma em que ele enviaria suas tropas para encontrar a filhote de leão perdida.
Seu coração batia forte e a alegria fluía por ela com cada estalo de galho. Estava a apenas um passo de ser aprisionada pelo alfa mais uma vez. E desta vez não teria uma bruxa para tirá-la do perigo.
Mel não sabia se estavam todos atrás de Cassie, mas não conseguia imaginar nenhuma outra razão para estarem lá. Os leões não eram um grupo de caça em busca de sangue; ela podia ouvir o murmúrio de suas palavras, a segurança de seus passos. Eles estavam destruindo a floresta de forma metódica, cobrindo cada centímetro em busca da adolescente desaparecida. Mas além do vento e dos sons intermitentes de metamorfos à espreita, Mel não ouviu mais nada.
Os animais noturnos que normalmente eram donos dessas matas haviam se escondido. Até os insetos ficaram em silêncio.
Ela soprou para longe uma mecha caída de cabelo e, em seguida, colocou-a atrás da orelha quando pousou na frente de seu olho mais uma vez. A primeira vez que veio para Eagle Creek, ela era ruiva, ou pelo menos era como se parecia. A peruca era parte de uma de suas identidades e oferecia uma distração para quem tentasse se lembrar de como ela era. Esta noite não havia distrações. Usava roupas escuras e justas que se moviam como uma segunda pele, e seu cabelo castanho estava preso em um rabo de cavalo. Em outros trabalhos como este, teria usado uma máscara, mas não precisava mais esconder sua identidade do alfa. Ele sabia que ela estava vindo. Caramba, ele a convidou.
Ela foi direto para o Colorado depois de terminar em Wisconsin. A única parada envolveu uma pernoite em St. Louis para pegar alguns suprimentos com uma bruxa com quem havia trabalhado antes. Por um segundo, considerou ligar para Krista, mas afastou o pensamento quase tão rápido quanto o teve. Seus antigos parceiros deixaram bem claro que haviam terminado sua associação com ela.
E Mel merecia, apesar de querer que não. Mas estragar as coisas com parceiros tinha consequências que não podia evitar; tinha que conviver com isso e esperar que Krista a perdoasse algum dia. A bruxa era a coisa mais próxima de família que Mel possuía.
Mas não podia se distrair com isso. Um movimento errado e estaria de volta ao complexo do alfa. E esse não era um jogo que ela queria jogar.
O som de um galho quebrado foi seu único aviso, Mel reagiu, agachando-se atrás de uma árvore enorme e mantendo-se absolutamente imóvel quando dois leões entraram na pequena clareira pela qual ela estava se movendo. Ouviu duas pessoas entrar ali e só podiam ser metamorfos. Mel respirou fundo e expirou o mais lentamente possível, recorrendo a inspirações fracas e quase silenciosas enquanto eles se aproximavam.
Ela ouviu um homem falar:
— Espere aí, tem algo diferente aqui. — Sentiu o suor se formar na nuca. Mel não estava respirando fundo o suficiente para atrair os cheiros deles, que não estavam na área por tempo suficiente para permear cada respiração. Mas já estava lá há vários minutos e eles não foram impedidos pela respiração superficial.
— O que foi? — perguntou uma mulher.
— Acho que peguei o cheiro da Cassie. — O homem tinha o sotaque da Nova Inglaterra e Mel quase podia imaginar como ele era. Devia ser alto, com cabelo curto que poderia ser loiro e uma mandíbula forte o suficiente para levantar lajes de concreto. Ou não, ela não podia correr o risco de se inclinar ao redor da árvore para ter certeza.
A voz da mulher era puro sul da Geórgia, e suas palavras pareciam uma mistura de pêssegos e mel.
— Tem certeza? Há algo aqui, mas não sei ao certo.
— Não é um de nós. — As palavras do homem eram certeiras. Ela o ouviu se aproximando. Mel tinha apenas alguns segundos antes de ele dar a volta e encontrá-la. Se concentrou, sentindo suas mãos se transformarem em patas de leopardo e suas garras se estenderem. Sua única vantagem seria a surpresa, e ela tentaria apenas incapacitar, não matar. Não tinha nenhum motivo para deixar o alfa mais bravo do que ele já estava.
— Espere — disse a mulher. — Acho que tem uma trilha até aqui. — Os passos do homem pararam e seguiram na direção oposta. Os dois leões se afastaram, seguindo a trilha que ela deixou ao entrar na floresta. Mel teve muita sorte e não iria correr o risco de ser pega daquela forma novamente. Tinha que sair dessa floresta e voltar para o hotel. Poderia refazer seus planos então.
Mel foi até as árvores para sair da floresta. Suas garras a ajudaram, permitindo que cavasse a casca e se erguesse em galhos robustos. Saltou de árvore em árvore, seguindo devagar, mas deixando um rastro de cheiro muito mais discreto. Paralisou ao ouvir outro rugido, este diferente do primeiro. O rugido do primeiro leão foi cheio de raiva e arrependimento, o chamado de um animal determinado a se vingar. Este era alegre.
Cassie foi encontrada.
Viva.
Mel não deixou que isso a impedisse. Percorreu quilômetros e quilômetros de distância até o pequeno estacionamento no parque nacional, perto dos limites do território de Luke. Ela se sentou em um grande galho e esperou alguns momentos para transformar suas patas de volta em mãos humanas. Não foi uma tarefa difícil, mas demorou. E enquanto se mexia lentamente, cada junta de seus dedos doía em protesto pelo que ela havia exigido ao escalar dezenas de árvores de uma forma inadequada.
Estava pronta para pular da árvore quando uma jovem saiu da floresta no caminho panorâmico do parque nacional. Parecia mais jovem do que Mel, talvez com uns vinte e poucos anos, longos cabelos negros e pele clara. Usava jeans, blusa de seda e botas de caminhada. Em seu pulso, Mel podia ver um brilho prateado, talvez de um relógio ou pulseira.
Era estranho que mulher estivesse sozinha na floresta à noite. Até mesmo Mel só estava lá para seu próprio propósito nefasto. Suspeitou imediatamente da mulher. Ainda mais quando a moça pegou um telefone celular e o levou ao ouvido. Mel teve que se concentrar para ouvir, mas podia entender as palavras claramente.
— Avise a ela que foi um sucesso. A garota foi devolvida. — Mel teria congelado no lugar se ela já não estivesse parada. A mulher continuou a falar. — Vou precisar fazer um novo pedido de suprimentos de um coven local. Vladimir subestimou minhas necessidades... entendo. Estarei a postos. — Ela desligou sem se despedir.
Mel ficou na árvore até que a mulher foi embora em um sedan prateado. Pela placa, ela podia dizer que era alugado.
Parecia que Cassie não havia sido encontrada, mas sim devolvida. Mas o que as bruxas poderiam querer com uma metamorfo que nem mesmo conseguia se transformar? E por que alguém precisaria de suprimentos adicionais?
Mel tentou não deixar que isso a incomodasse. Desceu da árvore e entrou na velha picape enferrujada que havia roubado no meio do caminho entre Colorado e Wisconsin. Escolheu este estacionamento como ponto de acesso para seu próximo roubo e planejou conseguir um novo carro em Denver, onde estava hospedada.
Era uma viagem de duas horas para aquela cidade. Mel deixou os quilômetros passarem, seguindo sozinha na estrada com seus pensamentos. Depois de meia hora, ela ligou o rádio e cantou junto com uma canção country popular que tocava o tempo todo nas estações.
A distração não funcionou. Mas ela fez todo o caminho até Denver sem decidir se deveria descobrir o que as bruxas queriam.
Maya havia recebido a dica sobre Cassie há uma hora. Luke levou vinte minutos para mobilizar o grupo de busca e mais uns doze minutos para que eles se espalhassem pela floresta. Soltou um rugido enfurecido, desesperado para encontrar sua irmã e levá-la de volta para casa. Ela já tinha desaparecido há muito tempo, mas ele não a perderia.
O som saiu de sua boca humana, batendo contra suas cordas vocais e deixando dor em seu rastro. Não se importou. Não havia dor grande demais, nem tarefa difícil demais que o impedisse de encontrar Cassie.
Ele encontrou o cheiro dela e se agarrou a ele, seguindo-o por trilhas que não existiam, saltando sobre galhos caídos e batendo no mato. Sua busca não foi silenciosa – ele assustou os habitantes desta floresta ao trazer todos os seus predadores para a busca. Se separaram, procurando em grupos de dois e três. Ele estava com outros quatro leões. Eles não deixariam seu líder vulnerável no que poderia muito bem ser uma armadilha.
Mas Maya confiava em sua fonte e Luke confiava em Maya. Eles iriam encontrar Cassie. Sã e salva.
A floresta terminou de forma abrupta, abrindo-se em uma ampla clareira. Luke avistou Cassie, movendo-se no meio de um anel de cogumelos a apenas quinze metros de distância. Soltou outro rugido, este rouco e alegre, e correu pela clareira, pisando nos cogumelos e pegando a irmã em seus braços.
Cassie o teria abraçado, mas suas mãos estavam presas com algemas prateadas e seus pés estavam amarrados com uma corda. Ela cravou o rosto na curva de seu pescoço e ele pôde sentir as lágrimas da jovem contra sua pele.
— Eu estava com tanto medo — ela falou. — Obrigada. — Soluçou as palavras, quase sem fôlego com a força de seu abraço.
Luke ajeitou o cabelo dela. Era uma massa de nós loiros com algumas folhas presas, quase como se ela tivesse estado na floresta por mais tempo do que as poucas horas que o informante de Maya disse que ela estava.
— Estamos com você. — Ele beijou sua testa e se afastou para tentar remover as restrições.
Ele ouviu mais dois de seus leões entrando na clareira enquanto ele trabalhava. Teve que se afastar rapidamente após um toque nas algemas. O teor de prata era tão alto que ele já podia sentir seus dedos coçando em reação. Ele sempre teve uma baixa tolerância a esse metal, mas normalmente levava pelo menos alguns momentos para uma reação alérgica aparecer.
— Preciso de uma chave para essas algemas! — Exigiu e se moveu para desamarrar as pernas de Cassie. Ela ficou parada, e como era uma corda comum, embora grossa, foi capaz de libertá-la rapidamente.
— Isso não é o mesmo, eu te disse — Javier, um dos leões que se voluntariado para procurar, falou. Ele não era um farejador e nunca havia caçado uma pessoa antes. Mas Luke precisava de toda ajuda possível.
Alisha, a parceira dele, respondeu.
— Provavelmente cobrimos o terreno de outra pessoa. — Ela deixou Javier e se aproximou de Luke. Alisha havia se mudado para seu território há apenas três meses, tendo trabalhado antes no CDC, o Centro para Controle e Prevenção de Doenças, em Atlanta, até que recebeu uma oferta de emprego boa demais para recusar em Denver. Ela não vivia dentro do território da alcateia, mas isso não a impediu de rapidamente se tornar um membro importante do grupo.
Javier, por outro lado, nasceu e cresceu em Eagle Creek e era dono de um pequeno escritório de contabilidade que administrava as finanças de várias empresas da região. Eles foram os primeiros a se juntarem a Luke e seus companheiros nesta clareira. O resto do grupo chegou aos poucos.
Mick, um garoto que esteve em apuros recentemente por se envolver em confusão e falhar em seu dever de guarda, rapidamente arrombou as travas das restrições de Cassie. No momento, Luke ficou feliz que o garoto tivesse essa habilidade, mas fez uma nota mental para descobrir por que os garotos de sua alcateia estavam aprendendo a arrombar as coisas.
Já houvera roubos suficientes para uma vida inteira.
Depois de garantir que Cassie não estava com armadilhas explosivas e que não havia outras surpresas desagradáveis na clareira, Luke ajudou a irmã a se levantar e foram até onde ele havia estacionado o carro para levá-la de volta para casa.
Ele esperava que Cassie dormisse depois de tomar um banho, mas sua irmã mais nova o chamou para conversar enquanto estava ocupada secando o cabelo. Agora que a garota não estava mais coberta de manchas de sujeira e grama, ele podia ver hematomas pretos e marrons cobrindo a pele pálida. A violência rugia dentro dele, que queria correr e caçar quem quer que tivesse feito isso com ela. Mas Luke estava grato que seus únicos ferimentos pareciam ser superficiais. Sem ossos quebrados, nem nada pior.
Pelo menos, ela não havia dito nada.
— Como você está? — perguntou. Ele se sentou na poltrona que ela usava para ler e apoiou os pés no pé da cama. O quarto era grande, havia duas cadeiras, uma escrivaninha e um recanto de leitura construído perto da janela. Era o quarto de hóspedes que Luke montou para sua família e ficava a apenas duas portas do seu.
Cassie se sentou na cama, apoiando as costas na cabeceira.
— Dolorida e machucada, mas estou bem. — Ela passou os dedos pelo cabelo enquanto falava. — Sinto muito, estraguei tudo. Eu não deveria ter feito isso, por favor... — seus olhos se encheram de lágrimas. — Sei que agi errado mas...
Luke ergueu a mão.
— Falaremos sobre tudo isso mais tarde. — E ele pretendia mesmo, sabia que seria tomado pela raiva assim que tivesse certeza de que sua irmã estava segura. Mesmo agora, com ela de volta em seu quarto, ele mal conseguia acreditar. Mas na manhã seguinte esperava estar em plena forma. Ela não precisava disso esta noite.
Ücretsiz ön izlemeyi tamamladınız.