Kitabı oku: «Na Cama Do Alfa»
Na cama do alfa
Contents
Sinopse
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
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Sobre a autora
Na cama do alfa
Kate Rudolph
Copyright de In the Alpha’s Bed © Kate Rudolph, 2015.
Tradução: Andreia Barboza
Texto revisado segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Este livro é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e incidentes são produtos da imaginação do autor ou foram usados de forma fictícia e não devem ser interpretados como reais. Qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, eventos reais, localidades ou organizações é inteiramente coincidência.
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9610 de 19/02/1998. Exceto para o uso de pequenos trechos em resenhas, é proibida a reprodução ou utilização deste livro, no todo ou em parte, de qualquer forma, sem a permissão prévia por escrito do detentor dos direitos autorais deste livro.
Sinopse
Tudo tem um fim...
Mel prometeu a si mesma que se vingaria da bruxa que matou sua família ou morreria tentando. Agora, como ladra de renome mundial, ela está pronta para fazer o bem. Mas as coisas são complicadas. Aquela bruxa, Ava, não se limitou a visar Mel. Ela está vindo atrás das únicas pessoas no planeta com quem a ladra se preocupa.
A vingança é melhor servida quente...
Luke nunca poderia ter previsto a forma como Mel o derrubaria. Mas agora, ele vai fazer de tudo para salvar a vida da irmã e capturar o coração de sua ladra. Ava ameaça sua matilha, determinada a roubar um artefato mágico de imenso poder que ele nunca soube que possuía.
Se apaixonar nunca foi tão mortal...
No meio de tudo isso, Luke e Mel se encontram. Mas ela não sabe como ter relacionamentos, e a matilha dele não está interessada em ter uma ladra como sua alfa. Quando os dois estão juntos, a relação é explosiva. Mas esse fogo irá se extinguir... ou destruir.
Na cama do alfa é a conclusão da série Roubando o Alfa. A primeira parte, O roubo do alfa e a segunda, Enredado com a ladra, já estão disponíveis.
1
Luke Torres deveria se sentir confortável em seu próprio território. Mas, naquele momento, os galhos pesados, sem folhas e prontos para a primeira nevasca do inverno, só o deixavam tenso. Estranhos espreitavam na floresta. Inimigos da pior espécie. Os covardes não tentaram atingi-lo. Em vez disso, foram atrás de sua irmã.
E Luke não aceitaria isso.
A escuridão há muito havia assumido o controle e a meia-noite se aproximava. Luke podia sentir as garras sob sua pele prontas para entrar em ação. Logo conheceria a face de seu inimigo e arrancaria a espinha de qualquer um que o ameaçasse ou tentasse prejudicar os seus.
Maya Nunez e Sinclair caminhavam ao seu lado, com meia dúzia de outros leões espalhados em suas formas animais. Normalmente, a floresta fora de Eagle Creek, no Colorado, fervilhava de vida, não importando a hora do dia. Mas agora, tudo estava em silêncio, exceto pelo som da respiração de seus companheiros de matilha. Predadores caminhavam a noite e todas as presas estavam escondidas.
A clareira se abriu diante deles, pequena, talvez com uns seis metros de largura. Há menos de uma semana, Luke recuperou a irmã aqui depois que ela foi sequestrada por um inimigo misterioso. Muita coisa mudou desde então. E ainda assim estavam longe de curá-la. A bruxa não conseguiu desfazer o feitiço que estava matando Cassie e eles não tinham os suprimentos para tentar de novo.
Seu inimigo não lhe disse para vir sozinho, então não fez nenhum esforço para esconder seu apoio, pelo menos não aqueles que andavam sobre duas pernas. Embora pudesse ter trazido ainda mais leões consigo, os erros do passado o ensinaram bem. Não deixaria sua casa e sua irmã, sem defesa novamente. Se não tivesse feito besteira da primeira vez, a vida dela não estaria em perigo.
A vida de todos, mais provavelmente.
O ar na frente de Luke estremeceu momentaneamente e se dissolveu, revelando um homem alto, de sobretudo preto, calças escuras e botas pretas. Ele devia ter querido parecer intimidante, mas como estava, parecia apenas bobo. Este bruxo era pele e ossos, e o casaco estava pendurado nele como se estivesse em um cabide de arame. Mas o poder estalou no ar e Luke sabia que o perigo que esse homem representava não estava em seu corpo magro.
Quando nenhum outro bruxo apareceu, Luke ficou preocupado. Bom, mais preocupado. Quantos estavam se escondendo atrás de um manto de magia? Seus leões se escondiam com habilidade, usando a configuração do terreno a seu favor. Mas usar magia era trapaça.
O bruxo deu uma olhada em Luke, Maya e Sinclair, e sorriu.
— Com medo de vir sozinho, oh, grande alfa? — Ele falava como se estivesse torcendo o bigode ou se escondendo atrás de uma capa. Se a situação não fosse tão terrível, teria sido ridículo.
Luke não tinha tempo para brincadeiras, mas no que dizia respeito aos inimigos, isso era quase um insulto.
— Parece que você tem o melhor de mim. Quem é você? — Não tinha interesse em jogar, não com as apostas tão altas.
O homem se recompôs, se esticando uns dois centímetros e falando meia oitava mais baixo.
— Há quem me chame... — Ele se curvou ofegando, lançou um olhar para a direita e estremeceu. Deu um único aceno de cabeça e se endireitou. — Tim. Eu sou Tim.
Maya se mexeu ao lado dele. Luke confiava nela para estar pronta para enfrentar quem quer que estivesse ao lado de Tim, mesmo que estivesse escondido. Ele não tirou sua atenção de seu inimigo visível.
— O chiado faz parte do seu nome? Ou era só para fazer efeito? — Claramente Tim era o homem de frente para o poder real.
Tim fez uma careta, com os dentes meio arreganhados.
— Você zomba de mim, mas tem medo de vagar por seu próprio território sozinho?
O alfa não ficaria zangado, mas prometeu a si mesmo que teria o prazer de arrancar as entranhas desse homem se ele fizesse um movimento errado.
— Conheço minha própria força.
— Você é claramente mais fraco do que eu pensava. — Tim inclinou a cabeça ligeiramente com um sorriso malicioso. Estendeu a mão, abrindo os dedos lentamente. Assim que a palma ficou voltada para o céu, estalou os dedos em um padrão estranho e uma centelha de fogo apareceu. O bruxo a jogou de mão em mão.
— O que você quer? — Não se deixou distrair pelo fogo. Era isso o que Tim queria.
— Muitas coisas — Tim jogou o fogo para cima e o pegou, fechando o punho e apagando a chama. — Poucas das quais você pode me oferecer. — Ele olhou para a direita mais uma vez, apenas por um segundo, antes de se concentrar em Luke.
— Então por que me chamou aqui? — o alfa questionou, com os dentes cerrados. Havia sido atacado em suas próprias terras uma vez neste mês, e ele não queria que isso acontecesse novamente.
Tim não se ofendeu com seu tom, pelo menos não externamente.
— Preciso de informações.
— Você tem um jeito interessante de pedir isso. — Dizer ao homem para se foder não traria nada a Luke; na verdade, só pioraria as coisas. Uma parte sua não se importava. Mas ele reprimiu essa parte. Era inútil para ele no momento. — Que informação?
— Onde fica o Poço?
— Daí você pode envenenar minha água? — O que um bruxo poderia querer com um poço? E ele não podia encontrá-lo por conta própria? Nem Maya, nem Sinclair pareciam saber do que ele estava falando, embora não dessem nenhuma indicação externa. Foi a falta de reação deles que deixou Luke certo de que não tinham ideia do que o bruxo estava falando.
— Você é realmente tão sem noção? — Tim zombou.
Isso não o levaria a lugar nenhum, e como ele já havia revelado sua ignorância, não havia razão para não apostar tudo.
— Não tenho ideia do que você está falando. Não posso lhe dar informações que não tenho.
Tim vacilou por um momento e seus olhos se voltaram para a direita, dando um leve aceno de cabeça e endurecendo os ombros, esticando ainda mais o corpo.
— Você quer que a sua irmã morra? Nos dê a informação e tiraremos o feitiço. Continue com esta ignorância fingida e ela não viverá nem mais esta semana.
As garras explodiram da mão de Luke, prontas para rasgar a garganta desse filhote insolente.
— Está admitindo que foi você quem enfeitiçou a minha irmã?
Tim deu de ombros.
— São suas ações agora que decidem o destino dela.
Luke teve que conter a violência dentro de si. Matar essa bruxo não ajudaria em nada para resolver seu problema. Só iria piorar as coisas.
— Não é seguro que você vá até lá agora. O rio inundou, vou precisar tomar providências. — Um rio corria ao sul de seu território e chuvas excepcionalmente fortes haviam enchido as margens. Não havia poço na área, mas Luke esperava que o blefe lhe desse tempo.
— Você tem cinco dias. — Tim estalou os dedos e desapareceu, o ar tremeluzindo onde ele estava. O alfa mandou seus leões vasculharem a área, mas não havia sinal de bruxos. Era como se nunca tivessem estado ali.
2
Cassie não estava mais tendo convulsões. Isso era um progresso. Mel observou Krista cuidar da garota. A bruxa podia fazer milagres, mas contra um feitiço habilmente colocado e uma metamorfo recém-transformada que a havia ferido gravemente, ela estava tendo um pouco de dificuldade. Dois dias antes, Cassie havia mudado para sua forma de leão inesperadamente. Pior ainda, estava tão envolvida nisso que abriu um corte feio no braço de Krista. A ferida havia sido tratada e estava começando a cicatrizar, mas a constituição de uma bruxa não lidava bem com ferimentos graves. Por enquanto, Krista cuidava da garota quando tinha energia, mas nunca ficava sozinha com ela.
Com Luke e Maya caçando, Mel ficou de babá.
Ela ficou sentada lá por mais de uma hora em um silêncio quase confortável antes de uma comoção estourar, o som vindo da entrada.
— Parece que o alfa está de volta.
— Com certeza voltou. — Krista não olhou para Mel ao falar. Ela não sabia dizer se a raiva era devido à lesão ou pela história sobre a qual não estavam falando. Não sabia qual preferia que fosse.
Talvez Bob pudesse lhe contar, mas ele estava tentando rastrear quem tinha enfeitiçado Cassie. Ele tinha contatos que não compartilhava com as duas, mas iria buscar as informações. Isso já era alguma coisa.
Cassie soltou um miado patético e se virou para o lado, se enrolando em uma bola. Começou a tremer mais uma vez e o pelo brotou de seu braço forte e bronzeado. Krista recuou e deixou Mel assumir. Com uma mão agora experiente, ela segurou a algema que haviam prendido na parede e prendeu a jovem. Era degradante, uma coisa horrível de se fazer, mas Cassie concordava que era a única maneira de mantê-la segura, bem como a todos ao seu redor.
Mas a garota estava tão cansada da mudança quase constante nos últimos dois dias, que o tremor parou e ela caiu para trás, o pelo de seu braço recuando em sua pele, deixando a pele humana bronzeada em exibição. Os olhos castanhos da garota se abriram e ela deu um sorriso triste para Mel.
— Pelo menos não estou deixando de malhar.
Mel sorriu, mas não sabia como responder.
— Acho que ouvi seu irmão entrar — foi o que ela finalmente decidiu dizer. E isso pareceu animar a garota.
Cassie recuou até que pudesse se sentar contra a parede. Seus braços ainda estavam presos sobre a cabeça, mas ela não pediu para ser desamarrada. Mel não sabia se ela achava que iria se transformar de novo ou se simplesmente tinha se acostumado tanto com as algemas que nem as notou.
Maya entrou depois de alguns minutos, mas ainda não havia sinal de Luke. Mel soltou as restrições de Cassie e saiu em busca dele. Após procurar em todos os outros lugares do andar residencial, ela o encontrou em seu próprio quarto, sentado na cama com a cabeça apoiada nas mãos. Ela fechou a porta o mais silenciosamente que pôde, mas ele a ouviu e ergueu os olhos.
Por um momento, ele sorriu, embora seus olhos mantivessem as sombras que haviam se formado nos últimos dias. O sorriso desapareceu quando Mel não se moveu em sua direção. Ela se manteve quieta, forçando seus pés a não atravessarem o quarto para que ela pudesse abraçá-lo. Eles não tinham se tocado nos últimos dois dias e havia uma dor quase física com a falta de contato.
Mas ele não era seu companheiro.
Foi o comentário provocador de Bob que colocou o pensamento em sua cabeça quando eles estavam no México. E estava completamente errado. Ladras não se aliavam com alfas; nunca daria certo, não importava o quanto era bom beijá-lo e ser abraçada por ele. Como isso era impossível, ela não ia pensar a esse respeito. Roubo impossível era uma coisa – com planejamento estratégico e uma equipe sólida, ela conseguia quase tudo. Mas romance? Nunca.
Então Luke Torres não era seu companheiro e não havia nada que a fizesse dizer o contrário.
— Imagino que não foi bem? — ela perguntou.
Luke balançou a cabeça. Ele se moveu para um lado da cama para dar a ela espaço suficiente para se sentar, embora a cama fosse tão grande que o espaço não era um problema. Mesmo sabendo que não deveria, Mel cruzou o quarto e se sentou ao lado dele.
— Tão bem quanto poderia se esperar — Luke respondeu. — Ameaças, insultos e exigir o impossível.
— Qual era a demanda? — Mel relaxou a perna e deixou-a encostar em Luke. Não estava tecnicamente tocando-o, já que os dois estavam vestidos. Mas foi tão bom que ela não se afastou.
— Eu prefiro dizer a todos de uma vez. — Ele se levantou e interrompeu o minúsculo contato entre eles. Mel não ficou desapontada, nem um pouco. Ele foi até a mesinha de cabeceira e vasculhou a gaveta de cima.
— O que você está fazendo? — Ela não conseguiu evitar que o sorriso aparecesse nos cantos dos lábios.
Luke puxou uma pequena bolsa de veludo preto da gaveta e jogou para ela.
— Acho que você deveria ter isso de volta.
Sem nem mesmo colocar a mão na bolsa, Mel sabia o que era. Mas ainda assim a virou e deixou a pedra transparente suspensa em uma corrente de prata cair em sua mão. A pedra de vidência. A maldita coisa que começou essa confusão. Com isso, ela poderia rastrear a mulher que matou seus pais. Luke tinha roubado dela depois que ela roubou uma gema de berilo vermelha chamada Esmeralda Escarlate de seu cofre.
— Por quê? — ela perguntou. Cassie não estava melhor, a Esmeralda Escarlate há muito estava nas mãos de um comprador desconhecido. Tudo o que ela tinha feito por ou para Luke só piorou as coisas.
Luke fechou a gaveta.
— Fizemos um acordo. Você cumpriu sua parte no trato e sou um homem de palavra.
Se era esse o caso, por que parecia que ela tinha levado um soco no estômago? Mel tinha conseguido o que queria e poderia simplesmente sair pela porta agora e nunca mais olhar para trás. Mas isso parecia muito errado.
— Você está me dizendo para ir embora? — Se o trabalho estivesse concluído, por que ela ficaria?
Luke deixou sua pergunta pairar no ar por um momento.
— Não quero você aqui porque você espera um pagamento. Não quero esse tipo de obrigação entre nós.
Ela não podia reagir a isso, ela não sabia como. Em vez disso, Mel colocou a longa corrente em seu pescoço e deixou a pedra descansar debaixo de sua camisa bem entre os seios.
— Você não deveria manter minhas joias inestimáveis em seu cofre?
Luke sorriu.
— Você iria roubá-las se eu as deixasse em um lugar tão óbvio. — Ele caminhou até o pé da cama e colocou as mãos em cada lado dela. Mel não cedeu, ela nunca cederia seu espaço para um alfa. Mas tudo que Luke fez foi beijar rapidamente sua bochecha e se afastar.
— Vamos conversar com os outros. Tenho novidades.
Mel não disse nada a ele no caminho para o quarto de Cassie. Luke estava em guerra consigo mesmo. Ele não sabia se era certo devolver a pedra, mas o pensamento de que ela permanecesse por obrigação, ou apenas porque era um trabalho, não o agradava. Mel não era apenas uma parceira de negócios que desapareceria noite adentro assim que tudo isso acabasse. Ela era sua companheira.
Pelo menos, ele achava que era.
E agora que Mel não tinha nenhum motivo para ficar, ele queria que ela ficasse por perto para ver se essa coisa entre eles realmente iria florescer em algo real. Dez minutos no México mal contavam e, da próxima vez que colocasse as mãos nela, não a soltaria. Nenhuma ligação iria interromper a próxima vez que tivessem um tempo a sós.
Mas no momento precisava manter a cabeça no jogo. Talvez Krista soubesse algo sobre o que Tim e os outros bruxos queriam. O bando se reuniria em breve e ele precisava reunir o máximo de informações sobre seu inimigo e o que ele procurava antes de falar com seu círculo interno. O que quer que estivesse por vir seria perigoso e ele precisava que todos estivessem o mais preparados possível.
Ele abriu a porta do quarto de Cassie e viu Krista sentada em um banquinho ao lado da cama de sua irmã. Maya estava meio passo atrás dela e a bruxa segurava a mão de Cassie, falando baixinho. Apesar de seu tom, ele podia ouvi-la.
— Isso pode afetar sua capacidade de se transforma depois que tudo isso for resolvido.
— Alguma ideia de quando isso vai acontecer? — Cassie perguntou.
Luke ficou feliz em ouvir sua irmã falando. E se não fosse pela pressão horrível de encontrar uma maneira de recuperá-la, de fazer tudo isso terminar, ele teria passado cada momento neste quarto com ela.
Mas seja o que fosse que a bruxa estava propondo, o deixava nervoso. Especialmente quando Krista e Cassie se enrijeceram ao perceber que ele havia entrado. Maya não se mexeu e ele não sabia se era porque ela estava escondendo sua reação a ele ou, porque não tinha nenhuma para mostrar.
— O que vai afetar sua habilidade de se transformar? — Ele tentou manter a calma. Mas Cassie demorou tanto para se transformar, ela já havia perdido tanto por causa disso, que ele não podia deixá-la se sacrificar tão facilmente.
Ele ouviu Mel se encostar na porta atrás dele. Krista meio que girou em seu banquinho para poder dar uma olhada. Ela se moveu um pouco para que Cassie pudesse vê-lo também. Sua irmã sorriu para ele e Luke sentiu uma pontada no peito. Desde que foi enfeitiçada, ela perdeu peso, suas bochechas ficaram encovadas e sua pele estava pálida. Parte dela estava desaparecendo e não havia nada que ele pudesse fazer para resolver. Exceto dar aos bruxos algo que ele não sabia que tinha.
— Oi — disse Cassie, com a voz rouca e doce. — Me dê um abraço. — Ela estendeu os braços. Pelo menos não estava algemada no momento.
Krista se levantou e ele tomou seu lugar, sentando-se ao lado da irmã e puxando-a para perto. Ela parecia uma pena em seus braços, frágil o suficiente para flutuar em uma brisa forte. Mas ele também podia sentir um núcleo de força dentro dela para sair dessa situação. Ele beijou sua bochecha e perguntou:
— Do que a Krista está falando?
Ele esperava que a bruxa falasse, mas foi sua irmã quem respondeu.
— A Krista acha que pode impedir minha transformação. Talvez me deixe controlar isso. — Ela encontrou seus olhos, que eram tão semelhantes aos dele. Às vezes, as pessoas diziam que era impossível dizer que eram meios-irmãos Essas pessoas jamais deveriam ter prestado atenção aos olhos de Cassie.
— Parece perigoso. — Sem mais informações, ele não poderia deixar sua irmã prosseguir com uma coisa que poderia isolá-la de algo tão vital. Ele olhou para Krista.
— O que você está propondo? — A pergunta saiu como uma ordem grosseira.
Maya enrijeceu, mas não disse nada.
Krista olhou para Mel antes de falar, com um sorrisinho aparecendo no canto de sua boca. A expressão desmentia suas palavras.
— Pense neste feitiço como um vírus de computador — disse ela. Luke ergueu uma sobrancelha e ela continuou explicando. — Se a Cassie fosse um computador, a mudança de forma seria um programa rodando em segundo plano. Está sempre lá, mas nem sempre ativo.
— Sim, sei como funciona.
Krista tentou cruzar os braços, mas estremeceu e deixou o braço ferido solto.
— O feitiço tem como alvo a transformação dela. Acho que quando tentei quebrá-lo, algo aconteceu. Eles foram amarrados em um grande nó. Posso desfazer o nó, bloquear o vírus de seu programa de transformação, por assim dizer, mas isso pode impedi-la de se transformar.
Luke olhou para Cassie.
— Não, é muito perigoso. Não depois... — Ele parou de completar a frase.
Mas Cassie completou para ele.
— Não depois que me meti nessa confusão porque eu queria tanto me transformar? Não depois que eu me deixei ser sequestrada por vampiros? Não depois que fiz isso comigo mesma? Qual dessas opções é a certa, Luke?
— Não foi isso que eu quis dizer. — Saiu mais duro do que ele pretendia. Cassie só foi sequestrada depois de tentar fazer um acordo com Mel semanas antes, quando ela era sua prisioneira. Os vampiros usaram um lapso momentâneo em sua guarda para se esgueirar e tomá-la. Tudo parecia ter acontecido há séculos agora, mas parte disso era porque ele não teve tempo para realmente lidar com as consequências.
Ela endureceu a mandíbula.
— A escolha não é sua.
— O inferno que não é. — Luke queria se levantar, andar de um lado para o outro, mas permaneceu sentado. — Você está no meu território, Cass. Acha que vou deixar uma bruxa te matar?
— Estou morrendo de qualquer maneira! — Deveria ter sido um grito, mas saiu como uma tosse rouca. — As transformações estão acontecendo cada vez mais rápido. Não sei quanto mais vou durar.
A tristeza desesperada em sua voz apunhalou Luke até o âmago. Ele queria algo contra o qual pudesse lutar, alguma forma de torná-la melhor. Em vez disso, estava preso aqui, depositando suas esperanças em uma bruxa que mal conhecia para ajudar sua irmã e salvar seu povo.
Antes que ele pudesse dizer qualquer outra coisa, Mel falou:
— As pessoas que fizeram isso com ela apareceram? Se querem algo de você, provavelmente vão quebrar o feitiço em troca.
Luke queria contar tudo a ela. Queria jogar a cautela ao vento e pedir seu conselho antes mesmo de levar o assunto a seus conselheiros de confiança do bando. Mas não conseguiu. Tinha uma responsabilidade para com seu povo e, à frente disso, não podia passar informações confidenciais a alguém que recentemente fora seu inimigo.
Ou, se não fosse sua inimiga, tinha sido pelo menos sua oponente.
Por isso, ele não chegou a responder.
— Mesmo que fizessem, por que eu acreditaria neles? — Ele se virou para Cassie. — Tem certeza de que confia na Krista para fazer isso?
Cassie assentiu.
— Sim.
Então ele respeitaria a decisão de sua irmã. Até certo ponto. Olhou para Krista, deixando apenas um pouco do seu leão interior aparecer em seus olhos. Para seu crédito, ela não vacilou.
— Se ela morrer... — Ele não terminou a ameaça antes que a bruxa assentisse.
— Entendi.
Ücretsiz ön izlemeyi tamamladınız.