Kitabı oku: «Ascensão», sayfa 2

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“Chloe?” Kevin chamou.

Ele a escutou gemer, os olhos se abrindo quando olhou para ele. Eles estavam vermelhos de chorar quando ela o encarou.

“Eu vi... eu vi...”

“Eu sei,” Kevin disse. “Eu vi também.”

“Eles vão nos matar,” Chloe disse. “Vão nos abrir pra ver como a gente funciona. Vão fazer experimentos como uma criancinha puxando as asas de uma mosca.”

Kevin teria concordado com a cabeça se pudesse tê-la puxado para longe da armação tempo suficiente. Mas esse era o problema: eles podiam falar sobre como precisavam dar o fora dali, eles podiam ver tudo que estava para acontecer, mas ainda assim não podiam se mover. Tudo que podiam fazer era ficar deitados ali, encarando a tela à sua frente, e a Terra rodando devagar nela.

Demorou um ou dois segundos para perceber que estava ficando menor.

Foi gradual no começo, o planeta diminuindo um pouquinho de cada vez. Então começou a se mover mais rápido, e mais rápido ainda, recuando até ser apenas um ponto. Então não era nem isso, conforme o espaço ao redor da nave planeta se dobrou e disparou para longe pelo espaço.

Kevin encarou a tela, horrorizado. Ele não sabia aonde estavam indo, ou porque, mas qualquer coisa que pudesse persuadir os aliens a mover a nave toda para longe da Terra, ele sabia que não podia ser bom para ele, nem para Chloe.

Ou Luna.

CAPÍTULO TRÊS

Luna lutou. Com todo pedacinho de energia que conseguiu achar, ela tentou lutar contra a imobilidade se arrastando pelo corpo, tornando-a lenta, fazendo-a parar. Ela ficou de pé no centro de Sedona, no coração de um grupo de pessoas controladas, e sua mente gritava com o esforço ao tentar se impedir de virar um deles.

Parecia que seu corpo era de pedra, ou... não, mais como se seus membros estivessem dormindo, enquanto por dentro ela ainda estava acordada. Não podia sentir a ponta dos dedos, mas continuou a lutar. Mas podia se sentir caindo no estado de controle, se transformando cada vez mais e mais em uma prisioneira no próprio corpo. Como se estivesse presa atrás de vidro, sua personalidade e habilidade de controlar a si mesma apenas uma exibição em algum museu feito de sua própria carne e osso.

O mundo tinha até a aparência de ser visto através de algum tipo de vidro, estranhamente filtrado, as cores se movendo de forma que todas aquelas que Luna conhecia tinham uma opacidade leitosa, e cores novas se infiltravam nos cantos de sua visão. Luna não precisava de um espelho para saber que suas pupilas estariam de um branco vivido agora, e odiava isso.

Vou continuar a lutar, disse a si mesma. Não vou desistir. Kevin precisa de mim.

Apesar de sua determinação, era difícil ignorar o fato que suas pernas e braços não faziam o que os mandava fazer. Luna estava lá de pé, igual a todos os outros esperando em Sedona, tão parada quanto um boneco sem uso, incapaz de fazer mais que piscar e respirar por si mesma.

Luna lutou para fazer mais. Se focou no mindinho da mão direita, mandando que se endireitasse. Pareceu se mover dolorosamente devagar, mas se moveu. Se moveu! Ela tentou mover o próximo dedo, se focando em cada articulação, cada músculo...

Gritou por dentro quando nada aconteceu.

Pelo menos Kevin tinha escapado. Luna tinha visto ele passar pelas linhas de controlados e alcançar uma das naves. Ela tinha visto ele e Chloe serem sugados para uma delas também, e isso deixava Luna mais preocupada do que qualquer coisa que estava acontecendo com ela.

Você tem que lutar, disse a si mesma de novo. Kevin está preso numa nave alienígena sem você. Você sabe que ele só vai arranjar encrenca sozinho, e nem do tipo divertido.

Claro, Kevin não estava sozinho, mas essa ideia não melhorou a situação. Não era que Luna odiasse Chloe nem nada, mas era óbvio que ela gostava do Kevin, e... bom... Luna também. Estranho como isso era mais fácil de admitir quando sua mente estava ocupada sendo dominada por aliens, mas era, talvez porque soubesse que mais ninguém ia descobrir.

Ela tentou deixar na cara para ele um monte de vezes, mas ele nunca pareceu entender. Talvez fosse coisa de garoto, ou talvez fosse coisa do Kevin, capaz de compreender mensagens através da galáxia, mas nada que estivesse logo na sua cara. Agora ele estava em uma nave espacial com Chloe, e embora não estivessem exatamente sozinhos, Luna tinha bastante certeza que aliens não contavam. Mesmo que nada acontecesse, Luna ainda não tinha certeza se Chloe era uma boa opção para trazer Kevin de volta em segurança. Sim, ela tinha ajudado Luna no barco, e podia fazer ligação direta num automóvel, mas isso não era o mesmo que roubar uma nave alienígena, e Luna não confiava que ela não fosse entrar em pânico quando as coisas dessem errado.

Então as coisas deram errado, e Luna viu perfeitamente.

Em um momento, a nave planeta dos aliens pairava como uma lua no céu; no próximo, o céu ao redor dela ondulou e piscou, como se o espaço fosse um lago em quem alguém tivesse atirado uma pedra. A nave planeta começou a flutuar para longe, sua sombra passando pelo céu. Houve um momento em que o espaço pareceu se dobrar ao redor dela, e então se fora, movendo-se muito mais rápido do que Luna podia acompanhar.

Por um breve momento, esperança irrompeu dentro dela. Tinha acabado? Kevin tinha subido na pequena nave acima de Sedona, e essa nave entrou na nave planeta, e agora ambos tinham sumido. Ele tinha achado um jeito de acabar com tudo? Ele e Chloe tinham salvo todo mundo?

Luna tentou mover um braço, cheia de esperança, mas nada aconteceu. Nada tinha mudado.

Um latido ao seu lado chamou a atenção de Luna. Bobby estava lá, o pastor inglês correndo até Luna e empurrando suas pernas de um jeito que a teria derrubado antes dos controlados respirarem seu vapor sobre ela. Mas d jeito que as coisas estavam, ela permaneceu solida como pedra, sem ser movida ou se mover, sequer reagindo quando ele se tocou a mão dela, lambendo com sua língua grande e áspera.

Bom garoto, Luna pensou, e tentou dizer, mas não conseguiu fazer os sons saírem. Também não conseguiu esticar a mão para fazer carinho nele, e isso só era prova de quanto controle os aliens ainda tinham sobre ela. Bobby a empurrou de novo e depois correu como se esperasse que ela o seguisse, e quando não seguiu, ele se deitou e chorou, olhando para ela com grandes olhos tristes.

Sinto muito, Bobby, Luna pensou, mas também não conseguia dizer isso.

Não era a única coisa pela qual sentia. Ao seu redor, Luna podia ver os motoqueiros de Dustside de pé e tão parados quanto todo o resto. Podia ver Bear acima de todos, todo senso de força e comando drenado dele pela transformação. Podia ver Cub só um pouquinho mais longe, o menino encarando-a com o olhar vazio, quantes antes tinha sido confiante e obviamente interessado nela.

Você ainda está aí? Luna se perguntou da prisão de sua mente. Será que todo mundo que foi transformado estava preso desse jeito? Sentados por trás do branco puro de suas pupilas, horrorizados enquanto os aliens controlavam todo movimento que faziam? Luna não sabia se queria que Cub não estivesse sofrendo desse jeito, ou se queria que estivesse, porque pelo menos assim ele ainda estaria lá, e pelo menos haveria uma chance de trazê-lo de volta.

Que chance? Luna pensou. Que esperança havia para qualquer um deles? Ninguém tinha voltado até agora. Os aliens tinham transformado quase todo mundo, e quem se transformou permaneceu transformado. Não era como gostar da banda errada; não era como se o efeito fosse passar se você esperasse o bastante.

Ela podia ouvir sons agora, no fundo de sua mente. Reconheceu os guinchos e os cliques, a estática e o zumbido, porque já havia escutado várias vezes antes quando Kevin estava traduzindo os sinais alienígenas. Luna reconheceu que era a língua deles, mas ainda não tinha ideia do que significava.

Ela podia não saber, mas parecia que seu corpo sabia. Luna percebeu que estava se movendo, se juntando as outras pessoas por ali como algum tipo de unidade militar. Não sabia quem estava dando ordens se a nave alienígena principal se fora. Talvez alguns dos aliens estivessem na superfície.

Não importava; quem quer que estivesse lhe dando ordens, Luna se viu obedecendo. Começou a marchar com os outros, se espalhando com eles pelas ruínas de Sedona, levantando os escombros e examinando as casas.

Luna sentiu que estava vendo tudo de longe, assistindo a si mesma levantar pedras e puxar pedaços de madeira com as mãos nuas. Viu a si mesma se movendo junto com Cub e os outros, limpando a cidade com a eficiência de formigas cortando folhas ou abutres estripando uma carcaça de carne.

Escutou Bobby latindo de novo, e então estava novamente ao seu lado, chamando e correndo ao redor dela como se pudesse distraí-la do que estava fazendo. Lambeu sua mão de novo, e fechou os dentes no seu braço. Não com força, mas como se estivesse manejando um filhote escapulido e o colocando de volta na linha.

Bobby era forte, e provavelmente tão pesado quanto ela, mas Luna se livrou dele como se nem estivesse lá. Continuou a trabalhar, reunindo materiais e os juntando em pilhas, classificando eficientemente, como uma máquina.

Luna viu cortes e arranhões surgindo em seus braços do esforço de mover os materiais, mas não os sentiu. Eles estavam tão adormecidos como se estivessem no gelo por horas, a dor insulada pelas camadas de controle alienígena.

Agora Luna podia sentir esse controle, enquanto Bobby continuava a latir e correr ao seu redor. Podia sentir o que queria que ela fizesse, e lutou, a pequena parte de si que ainda era ela horrorizada pela ideia, mesmo enquanto o resto de si levantava uma pedra.

Não! comandou a si mesma. Não vou fazer. Não vou fazer isso!

Lutou contra os impulsos com cada fibra de seu ser, puxando o braço de volta com uma força de vontade que tinha resistido a tudo, desde as instruções dos pais até o oceano raivoso. Por um momento ou dois, pareceu que até conseguiu fazer o corpo hesitar, congelado na beira de uma ação. Mas era demais, como tentar segurar o peso de uma avalanche com as mãos nuas. Com um grito interno de desespero, Luna sentiu a avalanche soterrá-la.

Se virou e atirou a pedra em Bobby, chorando enquanto o fazia.

Ele ganiu, então gemeu e saiu correndo, mancando um pouco de uma pata. Não importava quanto sua mente se jogasse contra os limites da jaula que a prendia, a prisão de seu corpo continuava a trabalhar, levantando e rasgando, separando recursos e os empilhando em ordem para coleção, apesar da nave sobre Sedona não estar mais lá.

Ela tentou contar os minutos que passavam, tentou acompanhar o tempo que ia se esvaindo, mas não havia jeito fácil de fazê-lo. Seu corpo mantinha os olhos no trabalho, não no progresso do sol, e se ela ficou cansada ou com fome, não sentiu. Nos recessos mais profundos de sua mente, Luna entendia agora como os controlados eram tão rápidos e fortes: eles não se importavam com a dor ou o cansaço que teria impedido pessoas normais. Enquanto a maior parte das pessoas parava com folga dentro dos limites do que seus corpos podiam fazer, os controlados eram forçados o tempo todo pelos aliens que os comandavam.

Que nos comandam, Luna se corrigiu.

Não queria pensar em si mesma como um deles, mas Luna não sabia como se distrair de nada daquilo. Não podia fechar os olhos para bloquear o mundo. Não podia se impedir de fazer nada. O melhor que podia fazer era tentar se agarrar às memórias de sua vida antes disso: sentada com Kevin na margem do lago onde ele contou de sua doença, indo para escola e... e...

Ela se agarrou numa lembrança, pensando em um dia quando ia se encontrar com Kevin depois da escola. Tinham combinado de ir em uma pizzaria de esquina não muito longe de casa. Podia se lembrar da sensação, como tinha sido caminhar pela cidade, até um lugar que tinha sido só deles, de que ninguém mais sabia, atrás de uma das cercas de madeira ao redor de uma casa velha no caminho, onde ninguém tinha vivido por anos.

Para chegar lá, tinha que escalar pela forquilha de uma árvore velha que era uma abertura entre uma pilha de lixo velho, e então correr pelas tábuas de um telhado baixo do jeito certinho para que os pés não se enfiassem na madeira, o tempo todo vigiando para que ninguém que pudesse gritar com ela por estar onde não deveria a visse.

Em outras palavras, era exatamente o tipo de rota pela qual Luna adorava correr. Passava por ela com o tipo de velocidade e disposição de se enlamear que provavelmente teria feito os pais suspirarem se a vissem. Enquanto corria, se viu pensando em Kevin, se perguntando se hoje era o dia em que ele finalmente ia pedir um beijo.

Talvez não fosse; ele podia ser bem sem noção com as coisas às vezes.

Passou pelos jardins, até o lugar onde ela e Kevin iam se encontrar. Escutou um barulho do outro lado da cerca, e viu Kevin e uns garotos que nunca tinha visto antes.

“O que tá fazendo aí atrás?” um deles perguntou. “Se escondendo pra ninguém te encontrar?”

“Não estou me escondendo,” Kevin insistiu, o que Luna adivinhou ser apenas a pior coisa que podia ter feito.

“Tá dizendo que eu sou mentiroso?” o menino perguntou. Ele empurrou Kevin, de modo que Kevin colidiu com a parede atrás. “Tá me chamando de mentiroso?”

Luna deslizou pela abertura da cerca. “Eu estou,” declarou. “Estou dizendo que você é um mentiroso, e um valentão, e se me der uns segundinhos, provavelmente vou pensar em mais um monte de coisas pra te chamar.”

Ele se virou para ela. “É melhor você correr. Isso é entre eu e ele.”

“E seu amigo, não vamos esquecer,” Luna disse.

“Tá sendo bocuda porque acha que eu não bato em garota! Bom—”

Luna o socou no nariz, tanto porque estava com tédio esperando ele fazer alguma coisa quanto por qualquer outro motivo. Ele urrou e saiu correndo atrás dela enquanto Luna disparava.

Ela não o guiou de volta por onde tinha vindo, porque essa era a rota dela, mas conhecia várias outras. Só por diversão, correu por um jardim onde a piscina estava sempre cheia, escutando um splash quando um dos meninos errou a curva. De lá, escalou um dos telhados, e então cortou pelo parque, e atravessou para o jardim onde o cachorro grande e zangado vivia, cuidando para pisar só fora do alcance da correia dele. Um rosnado e um berro de raiva atrás de Luna a informou que o segundo dos meninos tinha ficado para trás.

“Vou te pegar por isso!” ele gritou.

Luna riu. “Não vai não, a não ser que queira explicar pro pessoal como eu consegui te socar e me safar.”

Ela correu de volta na direção de Kevin, que estava esperando lá com a confiança de quem já tinha visto essa história antes.

“Sabe, eu podia ter encarado,” disse, tentando parecer durão.

Luna conseguiu não dar risada. “Mas é mais divertido desse jeito. Vamos lá, você pode me pagar uma pizza por te salvar.”

“Mas você não me salvou. Eu podia ter encarado...”

***

Luna sorriu com a memória, ou teria, se conseguisse mover o rosto. Tentou se lembrar do nome do garoto, porque tinha certeza que costumava saber. Mas que garoto? No que ela estava pensando? O fato de não conseguir se lembrar fez Luna travar de horror. Estava pensando nisso há só um segundo e agora tinha desaparecido, como... como...

Luna tentou segurar as memórias, realmente tentou. Ela sabia que tinha memórias; uma vida inteira delas. Tinha amigos, e uma vida, e pais... definitivamente tinha pais, então por que não conseguia lembrar de seus rostos? Talvez não tivesse pais. Talvez tudo isso fosse só uma piada doentia. Talvez ela sempre tivesse sido assim, e só estivesse com algum defeito, sentindo que era diferente como uma distração do trabalho que os aliens precisavam que fizesse...

Não, Luna pensou ferozmente, eu sou eu. Sou Luna. Eles me transformaram, e eu tenho memórias de verdade... em algum lugar.

Mas não tinha certeza. Toda vez que tentava agarrar o que parecia ser o começo de uma memória, ela sumiu em uma grande névoa de pensamentos que parecia estar consumindo toda parte dela. Luna tentou se arrastar para longe da névoa, mas esta estava se alastrando mais e mais nas bordas de quem ela era, preenchendo tudo, levando embora pequenos pedaços de memórias, de palavras, de personalidade.

De repente, ela viu alguma coisa. Era diferente o bastante para captar sua atenção, mesmo que só por um segundo.

Havia um homem se aproximando. Se movendo sem medo. Um homem de verdade. Não um controlado.

Como pode ser?

Enquanto que Luna e os outros se moviam em sincronia quase mecânica, ele se movia em pequenas corridas e pulos furtivos, segurando o que parecia algum tipo de arma nos braços.

Mas não se parecia com um soldado. Parecia mais com um pirata, misturado com um professor. O cabelo era selvagem e espetado, meia dúzia de brincos cobriam uma orelha, e ele tinha vestígios de uma barba mal cuidada. Estava usando uma jaqueta de lã e uma camisa de botões por cima de jeans e botas de escalada. Ele não estava usando uma máscara, o que não fazia nenhum sentido.

Luna se moveu na sua direção, levantando as mãos para agarrá-lo tão rápido que ele não pode nem pensar em pular para trás, ou talvez só não quisesse tentar. Apesar de ser um adulto e ela apenas uma criança, ainda tinha força o bastante para segurá-lo enquanto sua boca se abria cada vez mais, uma grande nuvem de vapor fervendo na sua garganta, querendo ser liberta. Sentindo-se quase culpada, ela respirou na direção do homem, o envolvendo em uma nuvem de vapor grossa o suficiente para deixá-lo tossindo.

Luna deu um passo pra trás, os aliens que a controlavam obviamente esperando que ele se transformasse. Mas ele ficou lá parado, levantando a arma que segurava, e Luna sentiu uma pontada de medo. Ela podia não sentir dor, mas tinha quase certeza que se alguém a danificasse o bastante, ainda podia morrer. Por um momento, se viu desejando que o vapor que respirara tomasse o controle antes que ele tivesse a chance de atirar. Não queria morrer. Então se sentiu culpada por pensar assim. Não desejaria isso para ninguém.

Mas a arma não disparou.

Em vez disso, uma nuvem de vapor azul-esverdeado saiu do cano, inundando os pulmões de Luna com cada respiração. Ela avançou para ele para quebrar a arma no meio, e provavelmente quebrá-lo também, mas a coisa mais estranha aconteceu quando seus braços estavam a meio caminho.

Ela parou.

Em um único momento, ela congelou no lugar, seu coração batendo mais e mais rápido. Sentiu seu mundo inteiro girar.

Luna caiu de joelhos sem querer. Sentiu eles arranhando na calçada, realmente sentiu, e a sensação retornando era como sangue correndo de volta para um braço ou perna adormecido. Doeu e ela gritou.

Não podia acreditar.

Estava de volta.

De volta a si mesma. Não mais controlada.

Ela se cravou em suas memórias, se certificando que ainda estavam lá; que não tinham apenas se perdido para sempre. Pensou no rosto de Kevin, e seus pais como eles eram no primeiro aniversario de que podia lembrar. Soltou um suspiro de alívio, e não só por si mesma. Isso significava que as pessoas que tinham sido transformadas não estavam perdidas.

Queria berrar de alegria. Se levantar e abraçar esse homem e nunca soltar.

Olhou para ele admirada.

Ele sorriu de volta de um jeito curioso, acadêmico.

“Ora,” ele disse, “você parece estar respondendo muito mais rápido do que nos outros sujeitos em que eu tentei. Ah, perdão, e as minhas maneiras? Meu nome é Ignatius Gable. O vapor que você acabou de respirar é a vacina que eu criei para combater os efeitos do controle alienígena. Deve sentir o controle completo do seu corpo retornado. Agora, tenho certeza que têm muitas questões sobre o que está acontecendo, mas não podemos ficar papeando aqui. Então, a não ser que nós dois queiramos morrer de vez, sugiro que venha comigo.”

Ela piscou, surpresa, e seguiu o olhar dele para ver inúmeros controlados se aproximando.

“AGORA!” ele gritou.

Os controlados desceram sobre eles como um enxame. Luna só pode assistir enquanto eles se amontoavam, tentando agarrá-los. Ignatius usou o spray de sua arma, mas para os outros, não parecia funcionar.

Luna saiu correndo, se jogando na multidão e passando pelos espaços vazios com toda vantagem que tinha por ser menor que a maior parte das pessoas ali. Se atirou debaixo de braços e correu por entre pernas, agarrando o braço de Ignatius e segurando forte.

Luna viu Cub, e Bear, e o resto deles, agarrou a arma e se virou.

“O que você está fazendo?” Ignatius gritou alarmado.

Ela espirrou uma nuvem que começou a desacelerar os controlados a sua volta, mirando em Cub e Bear e todo o resto.

“Anda,” ela disse, o dedo preso no gatilho. “Muda!”

Luna viu Cub começar a piscar na luz do sol, esticando as mãos e encarando os dois.

Olhou em volta até ver Bobby nas sombras de um prédio e ergueu a mão para ele.

Então ela se virou com os outros e correu.

E não parou de correr.

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