Kitabı oku: «Em Busca de Heróis», sayfa 15
Antes que ele pudesse responder, um dos gêmeos estendeu a mão, deu-lhe uma palmada firme nas costas e atirou uma moeda de ouro para a mulher que estava na escada.
“Eu acho que você já tem o seu primeiro cliente!” Ele gritou.
A sala aplaudiu e Thor, apesar de sua resistência, foi empurrado; puxando; e sentiu-se empurrado para a frente por dezenas de homens, através da multidão, escada acima. À medida que prosseguia, sua cabeça era invadida com o pensamento em Gwen. Quanto ele a amava. Como ele não queria estar com outra pessoa, além dela.
Ele queria dar volta e correr. Mas literalmente, não havia escapatória. Dezenas dos maiores homens que já tinha visto o empurravam para a frente e não lhe permitiriam bater em retirada. Antes que ele percebesse, estava subindo os degraus no alto da escada, olhando para uma mulher mais alta do que ele, ela usava muito perfume e sorriu-lhe, o que fez apenas as coisas piorar. Thor estava bêbado. A sala estava girando, tudo absolutamente fora de controle e ele sentiu que em poucos segundos entraria em colapso.
A mulher se aproximou, puxou-o pela camisa e o levou com determinação para um quarto, batendo a porta detrás deles. Thor estava determinado a não ficar com ela. Ele mantinha em sua cabeça o pensamento em Gwen, trazendo-o para a frente. Não era assim que ele desejava viver sua primeira vez.
Mas sua mente não estava ouvindo. Ele estava tão bêbado. Ele mal conseguia ver agora. A última coisa de que ele lembrava-se, antes de desmaiar, era que ele estava sendo conduzido pela sala, até a cama da mulher e esperando alcançá-la antes de cair no chão.
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
MacGil entreabriu os olhos, desperto devido às incessantes batidas em sua porta e imediatamente desejou que ele não tivesse acordado. Sua cabeça estava partindo. A forte luz solar brilhava através da janela do castelo aberto, ele percebeu que seu rosto estava enfiado em seu cobertor de pele de carneiro. Desorientado, ele tentou se lembrar. Ele estava em casa, em seu castelo. Ele tentou recordar a noite anterior. Lembrou-se da caça. Depois, de uma taberna na floresta. Havia bebido demais. De alguma maneira ele havia manejado as coisas de modo a chegar até ali.
Ele olhou para o lado e viu sua esposa, a Rainha, dormindo ao lado dele, debaixo das cobertas e despertando lentamente.
A batida ouviu-se novamente, seguida pelo barulho horrível de uma aldrava de ferro batendo.
“Quem poderia ser?” Ela perguntou, zangada.
MacGil estava pensando a mesma coisa. Ele lembrava-se de ter dado instruções específicas aos seus servos, para não despertá-lo – especialmente depois da caçada. Eles pagariam caro por isso.
Provavelmente era seu mordomo, com outro assunto financeiro insignificante.
“Parem de bater essa maldita porta!” MacGil finalmente rugiu, rolando para fora da cama, sentado com os cotovelos sobre os joelhos, as mãos na cabeça. Ele passou suas mãos pela barba e pelos cabelos desgrenhados e logo pelo seu rosto, em uma tentativa de despertar-se. A caçada e a bebida haviam tirado o melhor dele. Ele não era tão ágil como costumava ser. Os anos tinham cobrado seu tributo; ele estava exausto. Nesse momento, sentia vontade de deixar de beber para sempre.
Com um esforço supremo, obrigou-se a ficar de pé. Vestido apenas com seu robe, ele atravessou rapidamente a sala e finalmente chegou até a porta de trinta centímetros de espessura, agarrou o seu trinco de ferro e a abriu.
Ali estava seu maior general, Brom, ladeado por dois tenentes. Os tenentes inclinaram a cabeça em deferência, mas o general olhou bem para ele, um olhar triste no rosto. MacGil odiava quando ele lhe dava aquele olhar. Ele sempre significava notícias sombrias. Era em momentos como esse que ele odiava ser o Rei. O dia anterior tinha sido tão bom, uma excelente caçada que lhe havia trazido lembranças do tempo em que ele era jovem e despreocupado. Especialmente de quando passava as noites na taberna. Agora, ser acordado assim, abruptamente, havia lhe roubado a ilusão de paz que ele tinha abrigado.
“Meu senhor, Eu lamento despertá-lo.” Brom disse.
“Você deveria mesmo.” MacGil rosnou. “Mais vale que haja sido por uma razão importante.”
“E é realmente.” Ele disse.
O Rei MacGil detectou a seriedade no rosto de Brome virou-se e olhou para trás por cima do ombro para a sua rainha. Ela tinha voltado a dormir.
MacGil fez um gesto para que eles entrassem e então os levou por seu quarto vasto e através de outra porta em arco, os conduziu a uma câmara lateral, fechando a porta detrás dele de modo a não perturbar o descanso da Rainha. Às vezes, quando ele não tinha vontade de usar a Sala de Audiências, ele usava aquela pequena sala, com sua grande janela de vitrais e algumas cadeiras bastante confortáveis. A extensão da sala não chegava a vinte passos em cada direção.
“Meu senhor, os nossos espiões nos informaram sobre um contingente de homens de McCloud de cavalgando para o Leste, para o mar de Fabian. E os nossos informantes do Sul, relataram sobre uma caravana de navios do Império indo para o Norte. Eles certamente devem estar indo lá para reunir-se com os McClouds.”
MacGil tentou processar esta informação, seu cérebro dele movia-se muito lentamente em seu estado de embriaguez.
“E?” Ele espetou, impaciente, cansado. Ele estava tão exausto com as intermináveis maquinações e especulações e subterfúgios de sua corte.
“Se os McClouds realmente, estiverem se reunindo com o Império, só pode ser com um propósito.” Brom continuou. “Conspirar para cruzar o Canyon e derrubar o Anel.”
MacGil olhou para seu velho comandante, um homem que lutou ao lado dele por trinta anos e pôde ver a seriedade mortal em seus olhos. Também via o temor. Isso o perturbou; esse não era um homem que ele tinha visto mostrar temor diante de alguma coisa.
MacGil levantou-se lentamente até ficar totalmente de pé, sua altura era bastante considerável, ele virou-se; caminhou através da sala; foi até a janela e olhou para fora examinando a corte vazia no início da manhã e meditou. Ele sabia, sempre soube, que um dia como esse ocorreria. Ele só não esperava que tivesse ocorrido tão cedo.
“Isso foi rápido.” Ele disse. “Até parece que foi ontem que minha filha casou-se com um dos seus príncipes. E agora você acha que eles já conspiram para nos derrubar?”
“Eu acho, Majestade.” Brom respondeu sinceramente. “Eu não vejo outra razão. Tudo indica que é um encontro pacífico. Não um encontro militar.”
MacGil lentamente balançou a cabeça.
“Mas não faz sentido. Eles não podem deixar o Império entrar. Por que fariam isso? Mesmo que por algum motivo eles conseguissem ajudar a baixar o escudo do nosso lado e abrissem uma brecha, então o que aconteceria? O Império estaria tão vulnerável quanto nós. Eles tampouco estariam a salvo. Eles com certeza sabem disso.”
“Talvez eles vão chegar a um acordo.” Brom retorquiu. “Talvez eles vão deixar o Império entrar, apenas em troca de seu apoio para nos atacar, assim os McClouds podem controlar o Anel.”
MacGil balançou a cabeça.
“Os McClouds são inteligentes o suficiente para isso. Eles são astutos. Eles sabem que o Império não é confiável.”
O general deu de ombros.
“Talvez eles queiram tanto controlar o Anel, que estão dispostos a arriscar-se a isso. Especialmente agora que eles têm a sua filha como sua rainha.”
MacGil pensava sobre isso. Sua cabeça latejava. Ele não queria lidar com isso agora. Não de manhã tão cedo.
“Então, o que propõe?” Ele perguntou já farto, cansado de toda a especulação.
“Nós poderíamos nos antecipar a isso Majestade e atacar os McClouds. O momento é esse.”
MacGil ficou boquiaberto.
“Logo depois que eu dei a minha filha para um deles em um casamento? Eu não creio.”
“Se nós não atacarmos…” Brom rebateu… “estaremos cavando nossas próprias sepulturas. Com certeza eles vão atacar-nos. Se não agora, então mais tarde. E se eles se juntarem com o Império, nós estaremos acabados.”
“Eles não podem cruzar as Highlands tão facilmente. Controlamos todos os pontos de difícil acesso. Seria um massacre. Mesmo com o apoio do Império.”
“O Império tem milhões de homens de sobra.” Brom respondeu. “Eles podem dar-se ao luxo de serem massacrados.”
“Mesmo com o escudo neutralizado…” MacGil disse “… Não seria tão fácil marchar com milhões de soldados pelo Canyon – ou através das Highlands, ou ainda aproximar-se de barco. Nós detectaríamos toda essa mobilização com antecedência. Teríamos um alarme.”
MacGil pensou.
“Não, nós não atacaremos. Mas por enquanto, nós daremos um passo prudente: redobraremos nossas patrulhas nas Highlands. Reforçaremos nossas fortalezas. E duplicaremos o número de espiões. Isso será tudo.”
“Sim, Majestade.” Brom disse, virando-se e deixando a sala rapidamente junto com os tenentes.
MacGil voltou-se para a janela, sua cabeça latejava. Ele palpava a guerra no horizonte, vindo a ele com a inevitabilidade de uma tormenta de inverno. Ele sentia, ademais, que não teria forma de evitá-la. Ele olhou ao seu redor, para seu castelo, para as pedras, para a impecável corte real que se espraiava diante de si e não pôde evitar pensar em quanto tempo tudo isso duraria.
O que ele não daria por uma bebida agora.
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
Thor sentiu um pé cutucando-o em suas costelas e lentamente abriu os olhos. Ele estava deitado de bruços sobre um monte de palha e por um momento não tinha ideia de onde estava. Sua cabeça parecia que pesava uma tonelada; sua garganta estava mais seca do que alguma vez tinha estado; seus olhos e cabeça estavam matando-o. Ele sentiu como se tivesse caído de um cavalo.
Ele foi empurrado novamente e quando ele se sentou, o quarto girou violentamente. Ele se inclinou e vomitou, engasgando uma e outra vez.
Um coro de risadas irrompeu a sua volta e ele olhou para cima para ver Reece, O’Connor, Elden e os gêmeos de pé ao seu redor observando-o.
“Finalmente a bela adormecida desperta!” Reece exclamou sorrindo.
“Não pensamos que você iria levantar-se.” O’Connor disse.
“Você se sente bem?” Elden perguntou.
Thor sentou-se, limpando a boca com as costas da sua mão, tentando processar tudo. Quando ele fez isso, Krohn, deitado a pouca distância, choramingou e correu para ele, pulando em seus braços e enterrando sua cabeça na camisa. Thor ficou aliviado ao vê-lo e feliz de tê-lo ao seu lado. Ele tentou se lembrar.
“Onde eu estou?” Thor perguntou. “O que aconteceu ontem à noite?”
Os três amigos riram.
“Eu tenho medo que você tenha bebido demais, meu amigo. Algumas pessoas não podem tolerar sua cerveja. Você não se lembra? A taberna?”
Thor fechou os olhos, esfregou suas têmporas e tentava lembrar-se de alguma coisa. As coisas vinham em ondas. Ele se lembrava da caçada… De entrar na taberna… Das bebidas. Lembrou-se de estar sendo levado pelas escadas acima… Do bordel. Depois disso, tudo era negro.
Seu coração acelerou quando ele pensou em Gwendolyn. Teria ele feito algo estúpido com aquela garota? Tinha ele arruinado suas chances com Gwen?
“O que aconteceu?” Ele perguntou insistentemente a Reece, sério, apertando seu pulso. “Por favor, me diga. Diga-me que eu não fiz nada com aquela mulher.”
Os outros riram, mas Reece olhou para seu amigo sério, percebendo quão chateado ele estava.
“Não se preocupe, amigo.” Ele respondeu.“Você não fez nada de errado, de jeito nenhum. Exceto vomitar e desmaiar no chão!”
Os outros riram novamente.
“Foi demais para ser a primeira vez.” Elden disse.
Mas Thor se sentiu profundamente aliviado. Ele não tinha ofendido Gwen.
“Essa foi a última vez que você pagou para ter uma mulher!” Disse Conval.
“Um perfeito desperdício de dinheiro.” Disse Conven. “Ela não iria mesmo devolvê-lo!”
Os garotos riram novamente. Thor foi humilhado, mas estava aliviado por não ter arruinado tudo.
Ele tomou o braço de Reece e puxou-o de lado. “Sua irmã”… Ele sussurrou, com urgência… “Ela não sabe sobre nada disso, não é?”
Reece abriu um sorriso lento quando ele colocou um braço em volta do ombro de Thor..
“Seu segredo estaria seguro comigo, mesmo que você tivesse feito algo. Ela não sabe. Agora eu posso ver o quão profundamente você se importa com ela e aprecio isso.” Ao dizer isso, o seu rosto assumiu uma expressão séria. “Eu posso ver agora que você realmente se importa com ela. Se você tivesse dormido com aquela prostituta, não seria o tipo de cunhado que eu gostaria de ter. De fato, me pediram para entregar-lhe esta mensagem.”
Reece enfiou um pequeno rolo na palma de Thor, que o olhou confuso. Ele viu o selo real sobre ele, o papel cor de rosa e soube. Seu coração acelerou.
“Da minha irmã.” Reece acrescentou.
“Opa!” Ouviu-se um coro de vozes..
“Alguém recebeu uma carta de amor!” O’Connor disse.
“Leia-a para nós!” Elden gritou.
Os outros riram.
Mas Thor, querendo privacidade, dirigiu-se apressado para um lado do quartel, longe dos outros. Sua cabeça latejava e a sala ainda girava – mas ele não se importava mais. Ele desenrolou o pergaminho delicado e leu a nota com as as mãos trêmulas.
“Encontre-me em Forest Ridge ao meio dia. Não se atrase. “Seja discreto, não atraia a atenção.”
Thor meteu a nota em seu bolso.
“O que a carta diz, pombinho?” Conven exclamou.
Thor se aproximou de Reece, sabendo que podia confiar nele.
“A Legião não tem nenhuma prática hoje?” Thor perguntou.
Reece abanou a cabeça. “Claro que não. É um feriado.”
“Onde fica Forest Ridge?” Thor perguntou.
Reece sorriu. “Ah, o lugar favorito de Gwen.” Ele disse. “Pegue a estrada que sai da corte em direção ao Leste e siga-a, suba a colina, ela fica logo após o segundo morro.”
Thor olhou para Reece.
“Por favor, não quero que ninguém saiba.”
Reece sorriu.
“Tenho certeza de que ela tampouco quer isso. Se a minha mãe descobrisse, ela mataria ambos. Ela iria trancar minha irmã em seu quarto e você seria exilado para o extremo Sul do reino.”
Thor engoliu em seco ao pensar nisso.
“Sério?” Ele perguntou.
Reece assentiu de volta com a cabeça.
“Ela não gosta de você. Não sei por que, mas ela já pôs isso na cabeça. Vá rápido e não conte a ninguém. E não se preocupe.” Ele disse apertando sua mão. “Eu tampouco direi nada.”
*
Thor caminhou rapidamente na manhã adiantada, tentando fazer o possível para não ser visto, Krohn corria ao lado dele. Thor seguiu as instruções de Reece da melhor maneira possível, repetindo-as em sua cabeça enquanto se apressava ao passar pelos arredores da corte real, até chegar a uma pequena colina, ao longo da borda de uma floresta densa. À sua esquerda, o chão se abria abaixo dele, deixando-lhe como caminho uma trilha estreita na borda de um cume íngreme com um penhasco à sua esquerda e a floresta à sua direita. Forest Ridge. Ela lhe disse para encontrá-la ali. Será que ela estava falando sério? Ou ela estava apenas brincando com ele?
Será que aquele pomposo do Alton estava certo? Thor era apenas uma diversão para ela? Será que ela se cansaria dele em breve? Ele esperava, mais do que qualquer coisa, que esse não fosse o caso. Ele queria acreditar que os sentimentos dela por ele eram verdadeiros; mas ele ainda tinha dificuldades para conceber como esse poderia ser o caso. Ela mal o conhecia. E era da realeza. Que interesse ela poderia ter nele? Sem falar que ela era um ou dois anos mais velha e nunca antes uma menina mais velha tinha se interessado por ele; na verdade, nenhuma garota tinha demonstrado interesse por ele. Tampouco havia muitas meninas para escolher em sua pequena aldeia.
Thor nunca tinha pensado muito em garotas. Ele não fora criado com nenhuma irmã e havia poucas garotas de sua idade na sua aldeia. Na sua idade, nenhum dos outros meninos parecia muito preocupado. A maioria dos meninos parecia casar-se em torno de seu décimo oitavo ano, em casamentos arranjados, que realmente eram mais como acordos comerciais. Os homens de alto escalão que não estavam casados em seu vigésimo quinto ano tinham o seu Dia de Seleção: eles eram obrigados a optar entre uma noiva local ou sair e encontrar uma fora. Mas isso não se aplicava a Thor. Ele era pobre e as pessoas de sua posição geralmente se casavam buscando uma união que beneficiasse as famílias. Era como negociar com gado.
Mas quando Thor viu Gwendolyn, tudo isso mudou. Pela primeira vez, ele havia sido atingido por algo, um sentimento tão profundo, forte e urgente que não lhe permitia pensar em mais nada. Cada vez que ele a tinha visto, esse sentimento tinha ficado mais profundo. Ele mal podia entendê-lo e lhe doía estar longe dela.
Thor dobrou o ritmo ao longo do cume, procurando por ela em todos os lugares, perguntando-se exatamente onde ela iria encontrá-lo – ou se ela iria se encontrar com ele depois de tudo. O primeiro sol ficou mais alto e a primeira gota de suor formou-se em sua testa. Ele ainda se sentia doente e enjoado com efeitos da noite anterior. Quando o sol cresceu ainda mais e sua busca por ela estava se mostrando inútil, ele começou a se perguntar se ela realmente estava indo ao seu encontro. Ele também começou a se perguntar a que perigo eles estavam se expondo. Se a sua mãe, a Rainha, realmente estivesse contra isso, ela realmente o mandaria expulsar do reino? Da Legião? De tudo o que ele tinha vindo a conhecer e amar? Então, o que ele faria?
Enquanto pensava sobre isso, ele decidiu que tudo ainda valia à pena, simplesmente pela chance de estar com ela. Ele estava disposto a arriscar tudo por essa chance. Ele só esperava que ele não estivesse sendo feito de bobo, ou tirando conclusões precipitadas sobre o quão forte eram os sentimentos dela por ele.
“Você ia passar por mim e me deixar de lado?” Ouviu-se uma voz, seguida de uma risada.
Thor pulou, pego de surpresa, então parou e se virou. De pé, à sombra de um enorme pinheiro, sorrindo de volta, estava Gwendolyn. Seu coração se elevou com aquele sorriso. Ele podia ver o amor nos olhos dela e todas as suas preocupações e medos se dissiparam instantaneamente. Ele repreendeu a si mesmo pela forma como ele tinha sido tão estúpido por interpretar mal as intenções dela.
Krohn deu um pequeno grunhido com a visão dela.
“E o que nós temos aqui?!” Ela gritou deleitada.
Ela ajoelhou-se e Krohn veio correndo até ela, pulando em seus braços com um gemido; Ela o pegou e o segurou, acariciando-o.
“Ele é tão lindo!” Ela disse, abraçando-o apertadamente. Ele lambeu o rosto dela. Ela riu e beijou-o de volta.
“E qual é seu nome, amiguinho?” Ela perguntou.
“Krohn.” Thor disse. Finalmente, desta vez, sua língua não travou como antes.
“Krohn.” Ela repetiu, olhando nos olhos do filhote. “E é todo dia que você viaja com um amigo leopardo?” Ela perguntou a Thor com um riso.
“Eu o encontrei.” Thor disse, sentindo-se constrangido ao lado dela, como ele sempre se sentia. “No bosque – durante a caçada. Seu irmão disse que eu devia mantê-lo, porque eu o encontrei. Porque isso estava destinado.”
Ela olhou para ele e sua expressão se tornou séria.
“Bem, ele está certo. Os animais são coisas muito sagradas. Você não os encontra. Eles encontram você.”
“Espero que não se importe se ele se juntar a nós.” Thor disse.
Ela riu.
“Eu ficaria triste se ele não se juntasse.” Ela respondeu.
Ela olhou para ambos os lados, como se quisesse estar certa de que não estava sendo observada, Então estendeu a mão, agarrou a mão de Thor e puxou-o para o bosque.
“Vamos.” Ela sussurrou. “Antes que alguém nos veja.”
Thor estava eufórico com a sensação do seu toque, quando ela guiou-o para a trilha da floresta. Dirigiram-se rapidamente para lá, o caminho torcendo e serpenteando entre pinheiros gigantes. Ela soltou a mão dele, mas ele não esqueceu a sensação dela na sua.
Ele estava começando a se sentir mais confiante de que ela realmente gostava dele; era óbvio que ela não queria ser vista também. Provavelmente por sua mãe. Estava claro que ela levava tudo muito a sério, já que ela também corria riscos ao encontrar-se com ele.
Então, novamente, Thor pensou: talvez ela apenas não quisesse ser vista por Alton – ou por quaisquer outros rapazes com quem ela pudesse estar. Talvez Alton estivesse certo. Talvez ela tivesse vergonha de ser vista com Thor.
Thor sentia todas essas emoções misturadas girarem como um redemoinho dentro dele.
“O gato comeu sua língua, foi?” Ela perguntou, finalmente rompendo o silêncio.
Thor se sentiu partir; ele não queria se arriscar a estragar tudo lhe dizendo o que passava por sua cabeça – mas ao mesmo tempo, ele sentia que precisava acabar com suas preocupações. Ele precisava saber quais eram os sentimentos dela. Ela já não pôde mais aguentar e falou.
“Depois que nos vimos anteriormente, quando nos separamos, eu me encontrei com Alton. Ele me confrontou.”
A expressão de Gwendolyn ficou sombria; seu ânimo de repente, ficou arruinado – e Thor imediatamente se sentiu culpado por ter trazido isso à tona. Ele estimava sua boa natureza, sua alegria e desejou que ele pudesse voltar atrás. Ele quis parar, mas era tarde demais. Agora não tinha como retirar o que ele tinha dito.
“E o que ele disse?” Ela perguntou. Sua voz lhe falhava.
“Ele me disse para ficar longe de você. Ele me disse que você não gosta de mim de verdade. Ele me disse que eu era apenas um objeto de diversão para você. Que você se cansará de mim em um dia ou dois. Ele também disse que vocês iam casar-se e que seu casamento já foi arranjado.”
Gwendolyn soltou uma risada zombeteira.
“Então ele disse isso?” Ela espetou. “Esse garoto é a criatura mais chata, arrogante e insuportável do mundo.” Ela acrescentou com bronca. “Ele tem sido uma pedra em meu sapato desde que eu comecei a caminhar. Só porque nossos pais são primos, ele pensa que é parte da família real. Nunca conheci ninguém que merecesse menos esse direito do que ele. Para piorar as coisas, ele pôs na cabeça que de alguma maneira nós estamos destinados a casar-nos. Como se seu concordasse com tudo o que os meus pais me forçassem a fazer. Nunca. E certamente não com ele. Eu não aguento nem mesmo vê-lo.”
Thor se sentiu tão aliviado com suas palavras, sentiu-se uma tonelada mais leve; ele tinha vontade de cantar bem alto. Eram exatamente as palavras que ele tinha desejado ouvir. Agora ele sentia pena porque que ele a havia chateado, sem razão. Mas ainda não estava completamente satisfeito; Thor notou que ela ainda não tinha dito nada sobre se ela realmente gostava dele.
“Para que você saiba…” Ela disse, olhando para ele rapidamente e logo desviando o olhar… “Eu mal conheço você. O que eu menos preciso agora é ser pressionada sobre meus sentimentos. Mas eu diria que eu não acho que passaria tempo com você se eu o odiasse tanto. Claro que é meu direito mudar de ideia quando eu quiser; eu posso ser inconstante – mas não quando se trata de amor.”
Isso era tudo o que Thor precisava ouvir. Ele estava impressionado por sua seriedade e ainda mais impressionado com a palavra que ela escolheu: “amor.” Ele se sentia renovado.
“E casualmente, eu também espero o mesmo de você.” Ela disse, virando o jogo. “De fato, acho que tenho muito mais a perder do que você. Afinal, sou da realeza e você é plebeu. Eu sou mais velha e você é mais jovem. Você não acha que de nós dois, eu deveria ser a mais reservada?
Chegaram a mim, na corte, rumores sobre suas atividades, sua ascensão social, de que você está apenas me usando, que está ávido de prestígio. Rumores sobre seu desejo de obter o favor do Rei. Deveria eu, acreditar em tudo isso?”
Thor ficou horrorizado.
“Não, minha senhora! Jamais. Essas coisas nunca passaram por minha cabeça. Estou com Vossa alteza, simplesmente porque não posso pensar em estar em qualquer outro lugar. porque eu quero apenas estar ao seu lado. Somente porque quando não estou com Vossa alteza, eu não penso em nada mais.”
Um pequeno sorriso brincava nos lábios dela e ele podia ver a sua expressão começando a iluminar-se.
“Você é novo aqui.” Ela disse. “Você é novo na corte do rei, na vida real. Você precisa de tempo para ver como as coisas realmente funcionam. Aqui, ninguém diz as coisas como elas são. Todo mundo tem planos ocultos. Todo mundo está querendo poder – ou posição social, ou riqueza, ou riquezas ou títulos. Ninguém é o que aparenta ser. Todo mundo tem seus próprios espiões, facções e planos. Quando Alton disse que meu casamento já foi arranjado, por exemplo, o que ele realmente estava fazendo, era tentar descobrir quão unidos você e eu somos. Ele se sente ameaçado. E ele pode estar informando a alguém. Para ele, o casamento não significa amor. É uma união, puramente por vantagens financeiras, por prestígio, por propriedades. Em nossa corte real, nada é o que parece.”
De repente, Krohn passou por eles correndo pela a trilha da floresta e chegou a uma clareira.
Gwen olhou para Thor e deu uma risadinha; Ela estendeu a mão, agarrou a mão dele e correu com ele.
“Vamos!” Ela gritou, animada.
Os dois percorreram a trilha e penetraram na enorme clareia, rindo. Thor foi surpreendido pela visão: era uma pradaria bonita preenchida com flores silvestres de todas as cores possíveis, que cresciam até os seus joelhos. Pássaros e borboletas de todas as cores e tamanhos dançavam e voavam no ar e o prado estava vivo com o som dos pássaros chilreando. O sol brilhava e o lugar se parecia a um esconderijo, um lugar secreto, oculto ali em meio a um bosque alto e escuro.
“Alguma vez você brincou de cabra-cega?” Ela perguntou com um risinho.
Thor abanou a cabeça e antes que ele pudesse responder, ela tomou um lenço de seu pescoço, estendeu a mão e vendou-lhe olhos. Ele não podia ver e ela riu alto em seu ouvido.
“Você é a cabra-cega!” Ela disse.
Então ele a ouviu sair correndo pela grama.
Ele sorriu.
“E agora o que eu faço?” Ele exclamou.
“Encontre-me!” Ela respondeu.
Sua voz já estava bem longe.
Thor, vendado, começou a correr atrás dela, tropeçando enquanto a seguia. Ele escutava atentamente o farfalhar do vestido, tentando seguir sua direção. Era difícil e ele correu com as mãos estendidas para a frente, pensando sempre que ele poderia esbarrar em uma árvore, mesmo sabendo que era um prado aberto. Em pouco tempo, ele estava desorientado, e sentia como se estivesse correndo em círculos.
Mas ele continuou a ouvir, ouvir o som da sua risada longe, e continuou correndo para ela. Algumas vezes parecia estar mais perto, logo mais longe. Ele estava começando a ficar tonto.
Ele ouvia Krohn, correndo ao lado dele, uivando e em vez dela, ele escutava Krohn, seguindo seus passos. Quando ele fez isso, a risadinha de Gwen ficou mais alta e Thor percebeu que Krohn estava guiando-o até ela. Ele estava espantado com a inteligência de Krohn, ao unir-se a eles no jogo.
Em breve, ele podia ouvi-la a poucos metros; ele a perseguia, ziguezagueando por cada um dos caminhos através do campo. Ele estendeu a mão e ela gritou de alegria quando ele pegou o canto do seu vestido. Quando ele a agarrou, tropeçou e os dois caíram no campo macio. Thor girou no último segundo, de modo que ele pudesse cair primeiro amortecendo a queda dela quando ela caísse sobre ele. Quando Thor caiu no chão, Gwen caiu sobre ele, ela deu um gritinho de surpresa. Ela ainda estava rindo quando estendeu a mão e puxou o lenço para trás.
O coração de Thor estava batendo com força quando ele viu o rosto dela a apenas alguns centímetros do dele. Ele sentiu o peso do corpo dela em seu vestido de verão fino, sobre o dele. Sentia cada contorno do seu corpo. Todo o peso dela pressionado sobre ele. Ela não fez nenhum movimento para resistir. Ela olhava nos olhos dele, respirando debilmente e não desviou o olhar. Ele tampouco. O coração de Thor batia tão rápido. Ele estava com dificuldades para enfocar-se.
De repente, ela se inclinou e colocou seus lábios sobre os de Thor. Eles eram mais suaves do que ele poderia imaginar e quando eles se encontraram, pela primeira vez em sua vida, ele sentiu-se verdadeiramente vivo.
Ele fechou os olhos e ela fechou os dela, eles não se moviam, seus lábios se encontrando, por quanto tempo ele não sabia. Ele queria congelar este momento.
Finalmente, lentamente, ela se afastou. Ela ainda sorria quando abriu os olhos lentamente. Ela ainda estava deitada ali, o corpo sobre o dele.
Eles ficaram deitados assim por muito tempo, olhando nos olhos um do outro.
“De onde você veio?” Ela perguntou, suavemente, sorrindo.
Ele sorriu de volta. Ele não sabia como responder.
“Eu sou só um garoto normal.” Ele disse.
Ela balançou a cabeça e sorriu.
“Não, você não é. Eu posso senti-lo. Eu suspeito que você esteja longe, muito longe de ser isso.”
Ela se inclinou e beijou-o novamente, seus lábios encontraram os dela, dessa vez, por muito mais tempo. Ele estendeu a mão e passou-a pelos cabelos dela e ela devolveu-lhe o gesto carinhoso. A mente dele não podia parar de voar.
Ele já se perguntava como isso acabaria. Poderiam eles estar juntos, com todas as forças entre eles? Seria possível que eles chegassem a ser realmente um casal?
Thor esperava, mais do que tudo em sua vida, que eles pudessem. Ele queria estar com ela agora, muito mais do que ele queria estar na Legião.
Enquanto ele estava imerso nesses pensamentos, se ouviu um ruído repentino na grama e os dois, assustados, se viraram. Krohn pulou através da grama a apenas metros de distância, logo ouviram outro ruído indistinto. Krohn ganiu, logo rosnou – e depois eles ouviram um ruído sibilante. Finalmente, se fez o silêncio.
Gwen rolou, saindo de cima de Thor, ambos se sentaram e olharam. Thor saltou, protegendo Gwen, imaginando o que poderia ser. Ele não viu ninguém. Mas alguém – ou algo – devia estar ali, a poucos metros de distância, na erva alta.
Krohn apareceu diante deles e em sua boca, em seus pequenos dentes afiados, balançava uma cobra branca enorme, mole. Devia ter três metros de comprimento, era grossa como um grande galho de árvore e sua pele era brilhante e branca.
Thor em um instante percebeu o que tinha acontecido: Krohn tinha poupado os dois de um ataque desse réptil mortal. Seu coração batia apressado cheio com gratidão para com o filhote.
Gwen engasgou.
“Uma cobra das costas brancas.” Ela falou. “O réptil mais letal de todo o Reino.”
Thor olhou para ela com assombro.
“Pensei que essa cobra não existisse. Eu pensei que era apenas uma lenda.”
“É muito rara.” Gwen disse. “Eu tinha visto apenas uma em minha vida. No dia em que o meu avô morreu. Isso é um presságio.”