Kitabı oku: «Traída », sayfa 3

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“Caitlin há algo que eu preciso lhe dizer…” ele começa.

Mas ele não tem a chance de terminar a frase.

De repente o som de uma porta se abrindo é ouvido, e imediatamente Caitlin pressente que os dois já não estão sozinhos.

Ambos se viram em direção ao barulho, e olham para ver quem se aproxima.

É uma pessoa. Um vampiro. Uma criatura incrivelmente bela, mais alta, mais magra, com melhores proporções do que Caitlin. Cabelos ruivos, compridos e esvoaçantes e brilhantes olhos verdes.

Quando Caitlin percebe quem é, seu coração se parte.

Não. Não podia ser.

Era ela. Sera. A ex-mulher de Caleb.

Caitlin a havia conhecido apenas uma vez, de forma breve, nos Claustros. Mas ela nunca a tinha esquecido.

Sera caminha em direção a eles com a elegância de uma criatura que já estava neste planeta há milhares de anos. Confiante. Sem diminuir o ritmo, com os olhos grudados em Caitlin durante todo o tempo, ela se dirige até o lado de Caleb.

Ela envolve uma única, pálida e bela mão, lentamente, ao redor de Caleb. Ela dirige a Caitlin um olhar de total desprezo.

"Caleb?" ela diz suavemente, com um sinistro sorriso no rosto, "Você não contou a ela sobre nós?".

E com aquelas poucas palavras, Caitlin sente como se uma faca tivesse sido enfiada em seu coração.

CINCO

Samantha assiste com horror enquanto o caldeirão se inclina na direção do rosto de Sam. Ela tenta com todas as suas forças, mas não há nada que ela possa fazer para se livrar de seus captores. Ela está indefesa. Ela seria obrigada a ficar ali e presenciar a destruição da pessoa que ela tinha aprendido a amar.

Enquanto o liquido é derramado sobre Sam, Samantha se concentra, à espera de escutar os terríveis gritos que frequentemente acompanhavam o tratamento com ácido iórico.

Mas enquanto Sam se perde completamente embaixo de uma cachoeira de ácido, não se ouvia, estranhamente, qualquer ruído.

O ácido teria matado ele tão rapidamente, tão completamente, que ele não havia tido sequer uma oportunidade de gritar?  Quando o líquido acaba, é possível ver Sam.

E Samantha fica realmente chocada. Assim como todos os outros vampiros no quarto.

Ele está bem. Sam pisca os olhos enquanto olha tudo a seu redor, obviamente sem sentir dor alguma. Ele até parece um pouco desafiador.

É incrível. Samantha nunca tinha visto nada parecido, nunca tinha visto ninguém, humano ou vampiro, que fosse imune ao líquido. Quer dizer, ninguém, exceto uma pessoa. Agora ela se lembrava. Caitlin. A irmã dele. Ela tinha sido imune, também. O que isso poderia dizer? Talvez por que eram geneticamente ligados? Ela considera novamente o relógio dele, a dedicatória. A rosa e o Espinho. Seria a dinastia dividida entre eles? Será possível que ela não era A Escolhida?

Mas que ele era?

Caitlin era alguns anos mais velha que o Sam, e talvez tivesse demonstrado sinais de amadurecimento mais cedo do que ele. É possível, que se tivessem esperado alguns anos, Sam também mostrasse sinais de transmutação em mestiço da raça vampira.

Independente do motivo, ele era claramente imune. O que o tornava muito, muito poderoso. E muito perigoso para o coven dela.

Samantha olha ao redor, e naquele quarto com centenas de vampiros, não havia um único som. Todos eles apenas encaravam, em estado de choque.

Sam parece irritado. Ele estica os braços, arrastando suas correntes, e enxuga a água de seu rosto. Ele força as correntes, mas não consegue se libertar.

"Alguém pode me tirar dessa droga de corrente?" ele grita.

E é então que tudo acontece.

De repente, há um estrondo na porta.

Samantha se vira, e vê quando as enormes portas duplas vêm abaixo.

Ela não pode acreditar. Lá esta Kyle, com metade do rosto desfigurado, Sergei ao seu lado, e centenas de vampiros mercenários atrás dele.

E isso não é tudo. Kyle esta com ela. Esta segurando ela. A Espada.

Kyle emite um grito horrível e avança impetuosamente, para dentro da sala. Seus apoiadores o seguem prontamente, gritando, alvoroçados. E o caos toma conta do local.

Vampiro contra vampiro, enquanto Kyle e seus homens viciosamente atacam todos que encontram à sua frente. Mas o Coven Blacktide estava em guerra há milhares de anos, e não se deixaria vencer com facilidade. Os vampiros de Rexius lutam com igual determinação.

É uma verdadeira batalha, frente a frente, vampiro contra vampiro. E ninguém estava recuando um passo sequer.

Mas Kyle, sozinho, consegue progressos incríveis. Empunhando a Espada com as duas mãos, ele desfere golpes dos dois lados. Onde quer que ele vá, vampiros são abatidos. Braços, pernas, cabeças… Kyle é um exército de um homem só. Ele abre um caminho através da multidão de milhares de vampiros, assassinando cada um deles.

Samantha está horrorizada. Em seus milhares de anos, ela nunca tinha visto um vampiro sendo assassinado, de fato e realmente, morto. Ela nunca tinha imaginado um vampiro como sendo frágil. Esta Espada era inspiradora. E muito, muito fatal.

Samantha não espera nem mais um segundo. Quando um vampiro a ataca, gritando, com suas afiadas presas sangrentas na direção de seu rosto, ela rapidamente se abaixa, deixe que ele voe sobre ela, e, em seguida, sai em disparada.

Ela atravessa toda a sala, indo na direção de Sam.

Bem a tempo. Um vampiro perdido tinha tido a mesma ideia, e já se dirigi até o garoto amarrado e assustado. O vampiro pula sob Sam, seus dentes longos, visando sua garganta. Ele é como um cordeiro amarrado em uma sala cheia de leões.

Samantha o alcança bem na hora. Ela salta, colidindo com o vampiro em pleno ar e derrubando-o no chão. Antes que ele possa se levantar, Samantha dá um tapa nele, nocauteando o vampiro.

Ela fica em pé e rompe as correntes de Sam. Enquanto ela o liberta, ele olha tudo ao redor, sem acreditar, como se estivesse assistindo a um fantástico pesadelo na vida real.

"Samantha", diz ele, "o que diabos esta acontecendo…".

"Agora não", responde Samantha, enquanto arrebenta a última de suas correntes, e ela o agarra pelo braço, e o sacode, conduzindo-o pelo caos. Ela se encaminha para a saída.

Enquanto isso, outro vampiro salta bem no rumo deles, com suas presas expostas.

Samantha agarra Sam e o joga no chão, esquivando-se, e o vampiro pula direto acima de suas cabeças.

Ela rapidamente fica em pé de novo, levantando Sam e correndo pelo quarto. Eles conseguem se esquivar e desviar, com ela conduzindo-os durante todo o tempo. Ela sabia que, se conseguissem ao menos chegar até a porta, havia um corredor, uma escada traseira que poderia levá-los até a rua. Uma vez lá fora, ela poderia levá-los para longe, bem dali.

Com toda a bagunça, ninguém nota os dois correndo. Ela esta quase para fora da porta, a poucos metros de distância.

E, então, quando ela esta prestes a sair, ela sente a pressão em suas costas, pode sentir que está caindo, batendo no chão. Ela tinha sido atacada pelas costas.

Ela vira para ver quem tinha sido. Sergei. Aquele execrável russo, companheiro de Kyle. O que tinha roubado a Espada de sua mão.

Ele sorri para ela, um sorriso terrivelmente cruel, e ela o odeia com mais forças do que antes.

E Sam, para seu próprio crédito, não demonstra medo. Ainda acorrentado, ele salta sobre as costas de Sergei, usando suas correntes, enrolando-as ao redor da garganta de Sergei. O rapaz é forte. Ele consegue apertar o suficiente para fazer com que Sergei soltasse Samantha, e ela aproveita a oportunidade para fugir de debaixo dele.

Mas Sam não é páreo para um vampiro, apesar de tudo. Sergei fica em pé, rosnando, e tira Sam de cima dele como se ele fosse uma boneca de pano. Sam vai parar há metros de distância, batendo contra a parede.

À medida que Samantha tenta se levantar, é assaltada por mais uma dúzia de vampiros. Ela nota que Sam também está cercado. Eles estão presos.

A última coisa que ela vê, antes de levar um soco que a deixa desacordada, é o sorriso cruel no rosto de Sergei.

*

Enquanto Kyle atravessa os enormes aposentos do Coven Blacktide, empunhando a espada descontroladamente, destruindo vampiro atrás de vampiro, ele se sente mais vivo do que nunca. O sangue se espalha em todas as direções, cobrindo-lhe,  e suas mãos estão molhadas com sangue, enquanto ele ataca com cada vez mais intensidade.É uma vingança. Vingança por seus milhares de anos de bom e leal serviço, pela maneira como tinha sido tratado. Como ousam. Agora, eles entenderiam o significado da palavra vingança. Todos pediriam desculpas, cada um deles, se curvariam diante dele, até o chão, e admitiriam que eles tinham se enganado  profundamente.

Tudo está indo perfeitamente bem.  Depois do seu pequeno desvio na Ponte do Brooklin, ele havia levado sua fiel multidão de seguidores através das portas da Prefeitura, matando os poucos vampiros que ousaram ficar no seu caminho. Na sequência, eles tinham se enfileirado na passagem secreta e descido até as entranhas do prédio da prefeitura, dirigindo-se ao ninho do Coven. Nenhum vampiro ousou ficar em seu caminho quando ele invadiu a sala. Muitos outros vampiros, ao ver Kyle, e especialmente a Espada, imediatamente se juntaram a ele. Ele fica feliz em ver que muitos do seu antigo coven ainda eram leais a ele. Ele sabia que o dia tinha chegado em que ele reivindicaria seu direito à liderança.

Rexius era um líder fraco. Se tivesse sido mais forte, a teria encontrado sozinho há muitos anos.  Ele nunca teria enviado outros para fazê-lo. Ele gostava de castigar os outros por seus próprios defeitos, quando ele era o único que precisava ser punido. Ele tinha se embriagado com o poder. Banir Kyle tinha sido uma última e desesperada tentativa de remover todas as pessoas próximas a ele. Mas o tiro tinha saído pela culatra.

Quando Kyle invade o local, parte na direção exata do trono de Rexius. Rexius vê que ele se aproxima, e seus olhos se arregalam em pânico.

Rexius salta de cima de seu trono e tenta se afastar, para longe do combate. O famoso líder deles, mostrando suas verdadeiras cores em tempo de guerra.

Mas Kyle tem outros planos.

Ele corre para o outro lado, para encontrar Rexius frente a frente. Seria muito mais fácil enfiar a espada em suas costas, mas ele se recusa a permitir que Rexius encontre seu fim tão facilmente. Ele quer que Rexius veja, de perto, quem o matou.

Rexius para, seu caminho bloqueado pelos enormes ombros de Kyle, pelo resplendor da espada reluzente. O queixo de Rexius treme. Ele levanta um dedo trêmulo, apontando-o para o rosto de Kyle. Nessa hora, ele parece apenas um homem velho. Um homem fraco, velho e aterrorizado. Que patético.

"Você está banido!" ele grita descontrolado, "Eu ordenei que você fosse banido!”.

Agora é a vez de Kyle sorrir, um sorriso largo e malicioso.

"Você não pode ganhar!”, completa Rexius, "Você não vai ganhar!".

Kyle se aproxima casualmente, se prepara, e com um golpe ligeiro, mergulha a espada bem no coração de Rexius.

"Eu já ganhei," diz Kyle.

Toda a sala, mesmo ocupados com a batalha, se vira e olha fixamente para eles. Um grito terrivelmente penetrante toma conta de todo o quarto. Ele parece continuar interminavelmente, enquanto Rexius continua gritando. O corpo dele se dissolve bem na frente dos olhos de todos, desintegrando-se em uma nuvem de fumaça e então apenas um tufo, subindo no ar em direção ao teto.

Todos param e encaram Kyle.

Kyle levanta a Espada e dá um rugido. É um rugido de vitória.

Os vampiros sobreviventes, de ambos os lados da batalha, viram-se na direção de Kyle. Todos caem de joelhos, abaixando a cabeça, curvando-se até o chão.  A luta havia acabado.

Kyle respira profundamente, assimilando tudo. Ele é o líder agora.

SEIS

Caitlin, incapaz de falar, se afasta rapidamente de Caleb e Sera.

Era muita coisa para ela processar de uma só vez. O que ela acabava de presenciar seria real? Como era possível?

Ela tinha pensado que conhecia Caleb tão bem, que eles estavam mais próximos agora do que nunca. Ela tinha certeza de que eles estavam juntos, que formavam um casal, e as coisas seriam assim para sempre. Ela tinha tido um claro vislumbre da vida que levariam juntos, e tinha estado certa de que nada poderia separá-los.

E agora isso. Nunca havia lhe ocorrido que poderia haver outra mulher na vida de Caleb. Como ele pôde esconder esta informação dela?

Naturalmente, Caitlin se lembrava de Sera de sua breve visita aos Claustros, mas Caleb havia insistido que não tinha mais sentimentos por ela, que tudo que havia existido, fazia parte do passado- centenas de anos atrás.

Então o que ela estava fazendo aqui? Especialmente agora, bem nesse momento? Durante o momento mais íntimo entre Caleb e Caitlin, quando Caitlin tinha acabado de despertar, completamente transformada, em uma verdadeira vampira, pelo próprio sangue de Caleb? Como é que ela sabia onde eles estavam? Será que Caleb a tinha convidado? Ele deve tê-la convidado. Mas por quê?

A dor progressivamente toma conta de Caitlin. Não havia como explicar isto. Ela sempre tinha tido receio de ficar vulnerável, especialmente para rapazes, exatamente por esta razão. Mas com Caleb, ela tinha se deixado levar, tinha confiado nele completamente. Ela havia se tornado mais vulnerável do que com qualquer outro rapaz com quem já tinha estado. E ele tinha conseguido magoá-la profundamente, mais profundamente do que ela podia acreditar ser possível.

Ela ainda não conseguia entender como pôde estar tão completamente enganada a respeito dele, como ela pôde ser tão burra, tão errada. Ela sentia como se todo seu ser estivesse se partindo em pedaços. Como seria a imortalidade agora, sem ele? Seria como uma sentença. Uma condenação eterna. Ela queria apenas morrer. E pior ainda, ela se sentia uma verdadeira idiota.

"Caitlin!" Caleb grita atrás dela, enquanto ela ouve seus passos a perseguindo. "Por favor, deixe-me explicar".

O que poderia haver para explicar? Obviamente, ele a tinha convidado. Estava claro que ele ainda gostava dela. E, é claro, o sentimento de Caleb por Caitlin não eram tão fortes quanto os sentimentos dela por ele.

Caleb a segura pelo braço, puxando-a, implorando para que ela vire e olhe para ele.

Mas ela se desvencilha. Ela não consegue suportar a sensação do seu toque.

Ela não quer nada com ele. Nunca mais.

"Caitlin!", ele grita. "Você não me deixa explicar?”.

Mas Caitlin não diminui o ritmo. Ela é uma pessoa diferente, um novo ser agora, e ela sente isso de mais do que uma maneira. Juntamente com sua recém-descoberta força vampira, também sente uma nova gama de emoções. Ela já pode sentir que suas emoções estão mais fortes do que tinham sido enquanto humana; muito, muito mais fortes. Ela sente tudo muito mais profundamente. Ela não se sente apenas deprimida, ela sente como se estivesse literalmente morrendo. Ela não se sente apenas traída, ela sente como se estivesse literalmente sendo esfaqueada no coração. Ela quer se desaparecer, fazer qualquer alguma coisa para parar a dor que dilacerava seu interior.

Ela atravessa todo o terraço e avança para dentro de seu quarto, batendo a porta de carvalho.

"Caitlin, Caitlin, por favor!" fala a voz abafada do lado de fora de sua porta.

Caitlin se vira e bate a porta.

"Vá embora!" ela grita, "Volte para a sua esposa!”.

Depois de alguns segundos, ela finalmente sente que ele parte.

Agora ela está sozinha. Apenas o silêncio.

Caitlin se senta à beira da cama em seu pequeno quarto, leva as mãos à cabeça e chora. Ela chora um choro contínuo e dilacerante. Ela sente que todos os motivos que tinha para viver lhe tinham sido subitamente roubados.

Caitlin ouve um gemido, e sente um leve toque em seu rosto, olhando para baixo ela vê Rose, esfregando o rosto contra o seu.  Rose lambe as bochechas de Caitlin, tentando secar suas lágrimas.

Isso ajuda Caitlin a sair do transe. Ela acaricia o rosto de Rose, passando a mão por seu pelo. Rose pula no colo de Caitlin, ainda pequena o suficiente para fazê-lo, e Caitlin a abraça.

"Eu ainda tenho você, Rose," fala Caitlin, "Você não vai me deixar, vai?".

Rose se inclina para trás e lambe seu rosto.

Mas a dor é grande demais. Caitlin não podia se permitir ficar ali sentada por mais um segundo que fosse. Ela parecia estar prestes a atravessar as paredes.

Olhando para a enorme janela, ela vê o convidativo céu noturno, e, sem hesitar, coloca Rose no chão e pula para fora da cama, dando dois longos passos e saltando para a noite.

Ela sabe que suas asas brotariam, e a levariam para longe. Mas uma parte dela deseja que não o fizessem – deseja que elas lhe deixem na mão e permitam que ela despenque até a terra.

SETE

Samantha está acorrentada. Ela havia sido presa por vários vampiros que agarraram seus braços com brutalidade e a arrastaram pela enorme sala. O quarto tinha se tornado um matadouro. Onde quer que olhe, ela pode ver milhares de corpos de vampiros, membros do seu antigo coven, seu sangue agora formando uma enorme poça no chão, tendo sido cortados em pedaços por Kyle e sua maldita Espada. Aquela Espada tem poderes muito além dos que ela havia imaginado.

Mas no meio de toda aquela carnificina, centenas vampiros continuam vivos. Seguidores do Kyle, agora.  E a cada minuto, mais dezenas deles entravam pelas portas abertas. Na verdade, a fila de vampiros ansiosos em declarar lealdade a Kyle parece não ter fim. Está claro que aquele era o coven dele agora. Com a morte de Rexius, quase não havia mais ninguém a quem declarar lealdade. E Kyle tinha ganhado este direito. Ele tinha dado um jeito de acabar com todos os vampiros que de alguma forma o tinham traído.

Centenas de vampiros tinham ajudado ele na batalha contra Rexius. Alguns eram realmente leais ao Kyle, embora alguns fossem simplesmente oportunistas. Outros simplesmente não gostavam de Rexius, e estavam apenas à espera de uma oportunidade.

Vampiros estavam surgindo vindos de covens de toda a cidade. As notícias se alastravam rapidamente no mundo dos vampiros e todos queriam fazer parte da próxima guerra. Independente de suas razões, este seria o exército de Kyle agora.

Agora que Kyle era líder, agora que ele tinha a Espada, era evidente que em breve haveria uma grande guerra, uma guerra diferente de qualquer guerra que todos os vampiros já haviam travado. Kyle era implacável e sentia um desejo por sangue, e mesmo aquela carnificina não o tinha satisfeito. Ele tinha um sentimento de rancor de que ele simplesmente não consegue se livrar. Todos os vampiros lá fora que já não tivessem se apressado em lhe declarar absoluta lealdade iriam pagar por isso. Junto com todos os inocentes seres humanos. Sua vingança se estendia interminavelmente, Samantha sabia, e a cidade de Nova Iorque logo seria seu brinquedo.

Eles arrastam Samantha bruscamente por todo aquele caos, até o centro da sala.

Kyle, agora sentado no trono de Rexius saboreando seu poder, carrega um sorriso maquiavélico no rosto, enquanto vampiros ajoelham-se para ele de todos os lados. Sergei, em pé ao lado de Kyle, bate seu cajado de metal no chão, três vezes.

Toda a sala, milhares de vampiros, alinha-se em perfeita ordem. Todos levantam seus punhos, gritando: "Saudações Kyle!”.

Samantha esta atônita. Era uma incrível demonstração de força e lealdade. Ela nunca tinha visto tamanha obediência em toda a sua vida. Kyle era sedutor. E, já era um tirano.

Mas Kyle não parece interessado em seus soldados. Em vez disso, seus olhos se fixam em Samantha. Todo o quarto parece notar seu interesse nela, e o murmúrio diminui enquanto eles  se preparam para testemunhar a conversa.

"Então," Kyle diz para ela, "você chegou primeiro até a Espada. Mas como você pode ver, sou eu que a empunho.".

"Por enquanto", responde Samantha rispidamente.

Deixe que ele pense nisso, pensa ela. Porque, na verdade, um dia ela já não pertencerá mais a ele. A pessoa que deveria empunhar a Espada o faria, e ela sabia, no fundo, que essa pessoa não era ele.

Kyle arqueia as sobrancelhas.

"Você sabe por que eu a mantive viva durante todo este tempo?" ele pergunta.

Samantha o encara desafiadoramente. Ela não tem o mínimo interesse em ter um diálogo com ele. Ela não quer nenhuma ligação com este novo coven. Quer apenas partir, ir o mais longe possível daquele lugar. Ela quer apenas pegar o Sam e ir. Se ele os deixasse.

Mas Sam não está em parte alguma. Eles haviam sido capturados pelos soldados de Kyle, e ela não o via desde então. Samantha precisa manter a calma até que consiga descobrir onde ele se encontra. Ela precisaria ganhar tempo, declarar sua lealdade a ele se necessário, até o momento em que ela e Sam pudessem escapar.

"Eu ainda não entendi por que Rexius enviou você para recuperar a Espada em vez de mim. Como todos sabemos, eu sou um guerreiro melhor. Mas tenho que admitir, você tem algumas habilidades," diz ele.

"Mas esse não é o motivo pelo qual mantive você viva. Rexius planejava punir você. Com isso, suponho que você não tenha nenhuma razão para continuar sendo fiel a ele. Uma guerra se aproxima, e eu posso fazer bom uso de guerreiros fortes como você. Se você estiver pronta para jurar lealdade a mim, prometo considerar a possibilidade de manter você viva.".

Samantha pensa. Ela não teria problema algum em declarar lealdade, pois sabia que muito em breve iria deixar tudo aquilo para trás. Mas antes ela precisa de notícias sobre Sam.

"E o garoto?" pergunta ela, “Onde ele está?".

Kyle sorri.

"Ah sim, o rapaz. Você foi direto ao ponto do que eu gostaria de discutir com você.

Não sei ao certo o porquê do seu interesse neste humano, e você já violou nossas regras ao fazê-lo. Eu poderia tê-la matado apenas por esta razão, você sabe disso. Mas eu realmente considero isso muito interessante, e este é, de fato, uma das razões pelas quais eu permiti que você continuasse viva.”

"Veja bem, Samantha, você precisa ser punida. Qualquer vampiro que tenha um dia sido leal ao Rexius, e não a mim, deve ser punido. É parte do processo de iniciação do meu novo exército. Você vai aprender a me obedecer, e a mim apenas.”.

"No seu caso, encontrei a solução perfeita: um ato que vai tanto provar sua lealdade a mim, quanto servir como castigo. Meus homens vão levar você até o rapaz, você vai trazer ele de volta aqui, e na frente de todos, irá matá-lo."

Samantha não consegue sequer pensar nisso. É algo que ela não poderia nunca, nunca fazer. Ela seria capaz de tirar a própria vida antes de fazer qualquer mal a ele. Kyle, como de costume, está delirante. E cruel. Sim, ele é um sucessor à altura de Rexius.

"Terei enorme prazer em ver você pessoalmente levando-o à morte", Kyle diz, rindo da ideia. Veja bem, eu considero este rapaz uma ameaça. Ele vem da mesma linhagem que sua irmã, e até onde eu saiba, eles têm uma imunidade que pode afetar todos nós. Não confio em nenhum deles. Isso sem contar que ele é humano."

Kyle estuda a expressão no rosto de Samantha.

"Se você fizer isso, vou recompensá-la com honra e prestígio. Haverá um lugar especial para você em meu novo coven. Esta será uma guerra magnífica, uma das mais magníficas que nossa raça já viu. E você pode ser um dos seus principais arquitetos.”

"Mas se você se recusar… será torturada lentamente, submetida à dor eterna, e  seu nome será completamente apagado da história do nosso coven."

O quarto é tomado por um silêncio mortal enquanto Samantha pensa. Ela vasculha seus pensamentos, procurando desesperadamente uma saída.

"Por que você mesmo não o mata logo de uma vez?" ela finalmente dispara.

Kyle lentamente se reclina em seu trono, abrindo um sorriso.

"Metade da diversão será assistir você fazendo isso." diz ele, "Uma das minhas atividades favoritas é assistir as pessoas matando aquilo que elas mais amam.”.

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