Kitabı oku: «Uma Jóia Para Realezas»
UMA JÓIA PARA REALEZAS
(UM TRONO PARA IRMÃS – LIVRO 5)
MORGAN RICE
Morgan Rice
Morgan Rice é a best-seller nº1 e a autora do best-selling do USA TODAY da série de fantasia épica ANEL DO FEITICEIRO, composta por dezassete livros; do best-seller nº1 da série MEMÓRIAS DE UM VAMPIRO, composta por doze livros; do best-seller nº1 da série TRILOGIA DA SOBREVIVÊNCIA, um thriller pós-apocalíptico composto por três livros; da série de fantasia épica REIS E FEITICEIROS, composta por seis livros; e da nova série de fantasia épica DE COROAS E GLÓRIA. Os livros de Morgan estão disponíveis em edições áudio e impressas e as traduções estão disponíveis em mais de 25 idiomas.
Morgan adora ouvir a sua opinião, pelo que, por favor, sinta-se à vontade para visitar www.morganricebooks.com e juntar-se à lista de endereços eletrónicos, receber um livro grátis, receber ofertas, fazer o download da aplicação grátis, obter as últimas notícias exclusivas, ligar-se ao Facebook e ao Twitter e manter-se em contacto!
Elogios à Morgan Rice
“Se você achou que não tinha mais razões para viver depois do fim da série O ANEL DO FEITICEIRO, você estava errado. Em A ASCENSÃO DOS DRAGÕES Morgan Rice criou o que promete ser outra série brilhante, nos submergindo em uma fantasia de duendes e dragões, de valor, honra, coragem, mágica e fé em seu destino. Morgan conseguiu novamente produzir um conjunto de personagens fortes que nos fazem torcer por eles a cada página… Recomendado para a biblioteca permanente de todos os leitores que amam um livro de fantasia bem escrito.”
--Books and Movie Reviews, Roberto Mattos
“Um livro de fantasia cheio de ação que com certeza agradará os fãs dos livros anteriores de Morgan Rice, assim como fãs de obras como CICLO A HERANÇA de Christopher Paolini… Fãs do gênero de Ficção para Jovens Adultos vão devorar esta última obra de Rice e implorar por mais.”
--The Wanderer, A Literary Journal (em referência à Ascensão dos Dragões)
“Um livro de fantasia espirituoso que tece em sua história elementos de mistério e intriga. Em Busca de Heróis é sobre criar coragem e descobrir um propósito de vida que leva ao crescimento, maturidade, e excelência… Para aqueles que procuram aventuras de fantasia com sentido, os protagonistas, recursos, e ações proporcionam um conjunto de encontros vigorosos que focam na evolução de Thor de uma criança sonhadora à um jovem adulto enfrentando probabilidades impossíveis de sobrevivência… É só o começo do que promete ser uma série jovem adulta épica”
--Midwest Book Review (D. Donovan, Revisor de eBook)
“O ANEL DO FEITICEIRO tem todos os ingredientes para um sucesso imediato: tramas, contra tramas, mistério, corajosos cavaleiros, e relacionamentos florescentes repletos de corações partidos, decepções e traições. Te manterá entretido por horas, e vai agradar todas as idades. Recomendado para a biblioteca permanente de todos os leitores de fantasia.”
--Books and Movie Reviews, Roberto Mattos
“Neste livro repleto de ação, primeiro da série épica de fantasia O Anel do Feiticeiro (que atualmente conta com 14 livros), Rice introduz aos leitores Thorgrin “Thor” McLeod de 14 anos, cujo sonho é se unir à Legião de Prata, os cavaleiros de elite que servem ao rei… A escrita de Rice é consistente e a premissa, intrigante.”
--Publishers Weekly
Livros de Morgan Rice
OLIVER BLUE E A ESCOLA DE VIDENTES
A FÁBRICA MÁGICA (Livro 1)
O ORBE DE KANDRA (Livro 2)
AS CRÔNICAS DA INVASÃO
TRANSMISSÃO (Livro 1)
CHEGADA (Livro 2)
ASCENSÃO (Livro 3)
O CAMINHO DA ROBUSTEZ
APENAS OS DIGNOS (Livro n.º 1)
UM TRONO PARA IRMÃS
UM TRONO PARA IRMÃS (Livro n.º 1)
UMA CORTE PARA LADRAS (Livro n.º 2)
UMA CANÇÃO PARA ÓRFÃS (Livro n.º 3)
UMA NÊNIA PARA PRÍNCIPES (Livro n.º 4)
UMA JÓIA PARA REALEZAS (Livro n.º 5)
DE COROAS E GLÓRIA
ESCRAVA, GUERREIRA, RAINHA (Livro n.º 1)
VADIA, PRISIONEIRA, PRINCESA (Livro n.º 2)
CAVALEIRO, HERDEIRO, PRÍNCIPE (Livro n.º 3)
REBELDE, PEÃO, REI (Livro n.º 4)
SOLDADO, IRMÃO, FEITICEIRO (Livro n.º 5)
HEROÍNA, TRAIDORA, FILHA (Livro n.º 6)
GOVERNANTE, RIVAL, EXILADA (Livro n.º 7)
VENCEDORA, DERROTADA, FILHO (Livro n.º 8)
REIS E FEITICEIROS
A ASCENSÃO DOS DRAGÕES (Livro n.º 1)
A ASCENSÃO DOS BRAVOS (Livro n.º 2)
O PESO DA HONRA (Livro n.º 3)
UMA FORJA DE VALENTIA (Livro n.º 4)
UM REINO DE SOMBRAS (Livro n.º 5)
A NOITE DOS CORAJOSOS (Livro n.º 6)
O ANEL DO FEITICEIRO
EM BUSCA DE HERÓIS (Livro n.º 1)
UMA MARCHA DE REIS (Livro n.º 2)
UM DESTINO DE DRAGÕES (Livro n.º 3)
UM GRITO DE HONRA (Livro n.º 4)
UM VOTO DE GLÓRIA (Livro n.º 5)
UMA CARGA DE VALOR (Livro n.º 6)
UM RITO DE ESPADAS (Livro n.º 7)
UM ESCUDO DE ARMAS (Livro n.º 8)
UM CÉU DE FEITIÇOS (Livro n.º 9)
UM MAR DE ESCUDOS (Livro n.º 10)
UM REINADO DE AÇO (Livro n.º 11)
UMA TERRA DE FOGO (Livro n.º 12)
UM REINADO DE RAINHAS (Livro n.º 13)
UM JURAMENTO DE IRMÃOS (Livro n.º 14)
UM SONHO DE MORTAIS (Livro n.º 15)
UMA JUSTA DE CAVALEIROS (Livro n.º 16)
O DOM DA BATALHA (Livro n.º 17)
TRILOGIA DE SOBREVIVÊNCIA
ARENA UM: TRAFICANTES DE ESCRAVOS (Livro nº1)
ARENA DOIS (Livro n.º 2)
ARENA TRÊS (Livro n.º 3)
MEMÓRIAS DE UM VAMPIRO
TRANSFORMADA (Livro n.º 1)
AMADA (Livro n.º 2)
TRAÍDA (Livro n.º 3)
DESTINADA (Livro n.º 4)
DESEJADA (Livro n.º 5)
COMPROMETIDA (Livro n.º 6)
PROMETIDA (Livro n.º 7)
ENCONTRADA (Livro n.º 8)
RESSUSCITADA (Livro n.º 9)
COBIÇADA (Livro n.º 10)
PREDESTINADA (Livro n.º 11)
OBCECADA (Livro n.º 12)
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Copyright © 2018 por Morgan Rice. Todos os direitos reservados. Exceto conforme permitido pela Lei de Direitos Autorais dos EUA de 1976, nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, distribuída ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, ou armazenada numa base de dados ou sistema de recuperação, sem a autorização prévia da autora. Este e-book está licenciado para seu uso pessoal. Este e-book não pode ser revendido ou cedido a outras pessoas. Se quiser compartilhar este livro com outra pessoa, por favor, compre uma cópia adicional para cada destinatário. Se está lendo este livro e não o comprou, ou se ele não foi comprado apenas para seu uso pessoal, por favor, devolva-o e adquira sua própria cópia. Obrigado por respeitar o trabalho árduo desta autora. Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, empresas, organizações, lugares, eventos e incidentes são produto da imaginação da autora ou foram usados de maneira fictícia. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou falecidas, é mera coincidência.
CAPÍTULO UM
Sophia observava o rapaz à sua frente, e mesmo sabendo que ela deveria estar lhe fazendo várias perguntas, isso não significava que ela duvidava quem ele era, nem por um instante. O toque de sua mente com a dela era muito parecido com o toque de Kate. Seu semblante ali sob a luz do sol era muito parecido.
Ele era seu irmão. Não tinha como ser nada mais. Só tinha um problema com isso…
“Como”? Perguntou Sophia. “Como é que você é meu irmão? Eu não… eu não lembro de um irmão. Eu nem sei seu nome.”
“Eu sou o Lucas”, ele disse. Ele deu um pequeno passo até o cais onde ela e Jan esperavam. Ele se movia com a suavidade de um dançarino, as ripas de madeira aparentemente cedendo embaixo de seus pés. “E você é a Sophia”.
Sophia assentiu. E o abraçou. Parecia tão natural abraça-lo, tão óbvio. Ela o abraçou fortemente, como se ele fosse desaparecer quando ela o soltasse. Ainda assim, ela o soltou, pelo menos para que pudessem respirar.
“Eu só descobri seu nome, e o de Kate, pouco tempo atrás”, ele disse. Para a surpresa de Sophia, Sienne, o gato da floresta, roçava-se contra as pernas dele, entrelaçando-se em Lucas antes de voltar para Sophia. “Meus mentores me contaram quando eu atingi a maioridade. Quando recebi sua mensagem, vim o mais rápido que pude. Amigos em Silk Lands me emprestaram um barco.”
Parecia que seu irmão tinha amigos poderosos. Isso ainda não respondia sua maior pergunta.
“Como é que posso ter um irmão?” ela perguntou. “Eu não me lembro de você. Eu nunca vi foto sua em nenhum lugar em Monthys”.
“Eu estava… escondido,” disse Lucas. “Nossos pais sabiam que a paz com a Viúva era frágil, e não aguentaria a existência de um filho. Eles espalharam a história de que eu tinha morrido.”
Sophia cambaleou um pouco. Ela sentiu a mão de Jan em seu braço, o toque de seu primo a firmando.
“Você está bem?” ele perguntou. “A criança…”
Você está grávida? Novamente parecia diferente de quando alguém com o dom tocava sua mente. Parecia familiar. Parecia certo, de alguma forma. Ela se sentiu em casa.
Eu estou, Sophia mandou de volta com um sorriso. “Mas nós devemos conversar em voz alta por enquanto.”
Ela não tinha certeza se Jan já sabia que seu irmão tinha poderes parecidos com os seus, mas agora saberia. Era justo avisá-lo, e dar-lhe uma chance de proteger seus pensamentos.
“Precisamos saber de algumas coisas”, disse Jan. Ele parecia desconfiado de um jeito que Sophia não estava, talvez porque ele não havia sentido o toque da mente. “Como podemos ter certeza de que você é quem diz ser?”
“Você é Jan Skyddar, filho de Lars Skyddar?” disse Lucas. “Meus mentores me contaram tudo sobre você, mas eles me avisaram para não te contatar enquanto eu não estivesse pronto. Eles disseram que seria perigoso. Que você não me aceitaria. Talvez eles estivessem certos.”
“Ele é meu irmão, Jan,” disse Sophia. Ela entrelaçou o braço que Jan não segurava no braço de Lucas. “Eu sinto seus poderes, e… bem, olha só pra ele.”
“Mas não existe nenhum registro dele” insistiu Jan. “Oli teria mencionado se existisse um filho Danse. Ele sempre mencionou você e a Kate.”
“Parte do processo de me esconder foi ocultar qualquer traço meu,” disse Lucas. “Eu imagino que eles tenham dito que eu morri quando bebê. Eu não te culpo por não acreditar em mim.”
Sophia culpava Jan, sim, apesar de entender. Ela queria que isso tudo fosse real. Ela queria que todos simplesmente aceitassem seu irmão.
“Nós o levaremos ao castelo,” disse Sophia. “Se alguém sabe alguma coisa disso, é meu tio.”
Jan pareceu aceitar, e eles começaram a voltar por Ishjemme, passando pelas casas de madeira e as árvores que brotavam entre elas. Para Sophia, a presença de Lucas parecia natural de alguma maneira, como se um fragmento de sua vida, que ela não sabia estar perdido, tivesse aparecido por algum motivo.
“Quantos anos você tem?” perguntou Sophia.
“Dezesseis,” disse ele. Isso o colocava entre ela e Kate em idade, não o mais velho, mas o menino mais velho. Sophia entendia como isso teria sido perigoso no Reino da Viúva. Mas o desaparecimento de Lucas não as tinha protegido, não é?
“E você tem vivido em Silk Lands?” perguntou Jan. A pergunta tinha um tom interrogatório.
“Lá, e em alguns outros lugares nas ilhas distantes,” respondeu Lucas. Ele enviou uma imagem para Sophia de uma casa que era grandiosa, mas plana, os cômodos divididos por pedaços de seda ao invés de paredes sólidas. “Eu pensei que era normal crescer criado por mentores. Foi assim para você?”
“Na verdade, não.” Sophia hesitou por um momento, e então enviou-lhe uma imagem da Casa dos Não Reclamados. Ela viu Lucas, seu irmão, cerrar os dentes.
“Eu vou mata-los,” ele prometeu, e aparentemente a intensidade dessa declaração o tornou mais aceitável a Jan, pois seu primo balançava a cabeça concordando.
“A Kate foi mais rápida que você,” Sophia o assegurou. “Você vai gostar dela.”
“Pelo jeito que as coisas estão indo, eu espero que ela goste de mim,” respondeu ele.
Sophia não tinha dúvida disso. Lucas era o irmão delas, e Kate perceberia isso tão claramente quanto Sophia. E parecia que os dois combinavam também. Eles não eram os polos opostos que Kate e Sophia frequentemente pareciam ser.
“Se você foi criada… lá,” disse Lucas, “como conseguir chegar até aqui, Sophia?”
“É uma história longa e complicada”, assegurou Sophia.
Seu irmão deu de ombros. “Bem, parece uma longa caminhada de volta ao castelo, e eu gostaria de saber. Eu sinto que já perdi muito do que aconteceu na sua vida.”
Sophia fez seu melhor, contando sua história aos poucos, fugindo da Casa dos Não Reclamados, se infiltrando no palácio, se apaixonando por Sebastian, tendo que partir, sendo recapturada…
“Parece que você passou por muita coisa,” disse Lucas. “E você nem começou a me contar como que tudo isso te trouxe aqui.”
“Havia uma artista: Laurette van Klett.”
“A que fez um retrato de você, inclusive com a marca do orfanato?” disse Lucas. Parecia que ele já a tinha colocado junto aos outros que a tinham atormentado, e Sophia não queria isso.
“Ela pinta o que vê,” defendeu Sophia. Essa era uma das pessoas de sua jornada em relação à qual ela não tinha ressentimento. “E ela viu a semelhança em uma pintura entre mim e minha mãe. Se não fosse por isso, eu nem saberia por onde começar a procurar.”
“Então todos devemos nossa gratidão a ela,” disse Jan. “E você, Lucas? Você mencionou mentores antes. O que eles te ensinaram? O que eles te ensinaram a ser?”.
Novamente, Sophia sentiu que seu primo a tentava proteger de seu irmão.
“Eles me ensinaram idiomas e política, como lutar, e pelo menos o início de como usar os talentos que todos nós temos,” explicou Lucas.
“Eles te ensinaram como ser um rei na linha de sucessão?” perguntou Jan.
Agora Sophia compreendia um pouco de sua preocupação. Ele pensava que Lucas estava lá para tentar tomar seu lugar. Porém, honestamente, ela suspeitava que seu primo estava mais preocupado do que ela mesma. Não era como se ela tivesse pedido para ser chamada de herdeira do trono do Reino da Viúva.
“Você acha que estou aqui para reivindicar o trono?” perguntou Lucas. Ele balançou a cabeça. “Eles me ensinaram a ser nobre, do melhor jeito que podiam. Eles também me ensinaram que não há nada mais importante que família. Nada. Foi por isso que vim.”
Sophia podia sentir sua sinceridade mesmo que Jan não pudesse. Era suficiente para ela—mais do que suficiente. Isso a ajudou a sentir-se… segura. Ela e Kate tinham dependido uma da outra por tanto tempo. Agora, ela tinha sua família estendida, seus primos, seu tio… e um irmão. Sophia mal sabia dizer o quanto isso a fazia sentir como se seu mundo tivesse se expandido.
A única coisa que poderia melhorar a situação era se Sebastian estivesse ali. Sua ausência era como um buraco no mundo que não podia ser preenchido.
“Então,” disse Lucas. “O pai de sua criança é o filho da mulher que mandou matar nossos pais?”
“Você acha que isso deixa tudo muito complicado?” perguntou Sophia.
Lucas meio que deu de ombros. “Complicado, sim. Muito complicado? Isso você que me diz. Por que ele não está aqui?”
“Eu não sei,” admitiu Sophia. “Eu queria que ele estivesse.”
Finalmente, eles chegaram ao castelo, atravessando-o até o saguão. As notícias da chegada de Lucas devem ter se espalhado à frente deles, pois todos os primos estavam lá, até Rika, que tinha um curativo cobrindo a ferida em seu rosto de quando defendeu Sophia. Sophia foi até ela primeiro, pegando em suas mãos.
“Você está bem?” ela perguntou.
“Você está?” Rika respondeu de volta. “O bebê está?”
“Está tudo bem,” Sophia a assegurou. Ela olhou à sua volta. “A Kate está aqui?”
Ulf balançou a cabeça. “Frig e eu ainda não a vimos hoje.”
Hans tossiu. “Nós não podemos esperar. Precisamos entrar. O pai está esperando.”
Ele soava muito sério, mas Sophia ainda se lembrava de como havia sido quando ela chegou, e como as pessoas tinham sido cautelosas com ela. Em Ishjemme, eles eram cuidadosos quando alguém afirmava ser um deles. Sophia sentiu-se quase tão nervosa enquanto esperava as portas se abrirem como se sentiu pela primeira vez, quando era ela reivindicando sua herança.
Lars Skyddar estava parado em frente ao trono ducal, aguardando-os com uma expressão séria como se pronto para receber um embaixador. Sophia segurava as mãos de seu irmão enquanto andavam, apesar disso parecer gerar um olhar de confusão em seu tio.
“Tio,” disse Sophia, “esse é Lucas. Ele é um dos que chegaram de Silk Lands. Ele é meu irmão.”
“Eu lhe disse que isso não é possível,” disse Jan. “Que—”
Seu tio levantou uma mão. “Havia um menino. Eu pensei… eles me disseram, até a mim, que ele havia morrido.”
Lucas deu um passo à frente. “Eu não morri. Eu estava escondido.”
“Em Silk Lands?”
“Com o Oficial Ko,” disse Lucas.
O nome parecia ser suficiente para o tio de Sophia. Ele se aproximou e deu em Lucas o mesmo abraço esmagador e acolhedor que ele havia dado em Sophia quando a havia reconhecido.
“Eu pensei ter sido abençoado suficiente com a volta de minhas sobrinhas,” ele disse. “Eu não pensei que eu poderia ter um sobrinho também. Precisamos celebrar!”
Pareceu óbvio que deveriam realizar um banquete, assim como era óbvio que eles não tinham tempo para preparar um, então quase que imediatamente haviam servos correndo em quase todas as direções, tentando preparar as coisas. Sophia e Lucas praticamente se tornaram um ponto imóvel no âmago de tudo, parados ali enquanto seus primos corriam de um lado pro outro tentando preparar tudo.
As coisas são sempre caóticas assim? Perguntou Lucas, enquanto meia dúzia de criados passavam correndo com pratos.
Só quando chega um membro novo da família, eu acho, Sophia enviou de volta. Ela ficou ali parada, se perguntando se deveria fazer a próxima pergunta.
“O que quer que seja, pergunte,” disse Lucas. “Eu sei que devem ter muitas coisas que você precisa saber.”
“Você disse antes que foi criado por mentores,” disse Sophia. “Isso significa que… os meus, os nossos pais não estão em Silk Lands?”
Lucas balançou a cabeça. “Ao menos não que eu tenha encontrado. Eu tenho procurado desde que atingi a maioridade.”
“Você os tem procurado também? Seus mentores não sabiam onde eles estavam?” perguntou Sophia. Ela suspirou. “Me desculpe. Parece que eu não estou feliz de ter ganho um irmão. Eu estou. Eu estou muito feliz que você está aqui.”
“Mas seria perfeito se estivéssemos todos aqui?” Lucas adivinhou. “Eu entendo, Sophia. Eu ganhei duas irmãs, e primos…, mas eu sou ganancioso o suficiente para querer pais também.”
“Eu não acho que isso conta como ganância,” disse Sophia com um sorriso.
“Talvez sim, talvez não. O Oficial Ko disse que as coisas são como são, e desejar que sejam diferentes só gera dor. Para ser sincero, ele geralmente dizia isso enquanto bebia vinho e era massageado com os óleos mais finos.”
“Você sabe alguma coisa sobre nossos pais e para aonde foram?” perguntou Sophia.
Lucas assentiu. “Eu não sei aonde foram,” ele disse. “Mas eu sei como encontra-los”.
CAPÍTULO DOIS
Kate abriu os olhos enquanto a luz ofuscante diminuia, tentando entender onde estava e o que havia acontecido. A última memória que tinha era dela lutando para chegar até uma imagem da fonte de Siobhan, fincando sua espada na esfera de energia que a havia acorrentado à bruxa como aprendiz. Ela havia partido o elo. Ela havia ganho.
Agora, parecia que ela estava do lado de fora, à céu aberto, sem sinal da cabana de Haxa ou das cavernas que por trás desta. A paisagem parecia um pouco como parted de Ishjemme que ela já havia visto, mas os prados planos e pedaços de florestas poderiam estar ali. Kate esperava que sim. A alternativa era que a mágica a tinha transportado para algum canto do mundo que ela desconhecia.
Apesar de ser estranho estar num lugar desconhecido, Kate se sentiu livre pela primeira vez em muito tempo. Ela tinha conseguido. Ela havia lutado contra tudo que Siobhan, e sua própria mente, tinham colocado em seu caminho, e ela tinha se libertado do domínio da bruxa. Comparado a isso, encontrar o caminho de volta ao castelo de Ishjemme parecia algo fácil.
Kate escolheu uma direção aleatória e partiu, andando com propósito.
Ela marchou adiante, tentando pensar no que faria com sua recém encontrada liberdade. Ela protegeria Sophia, obviamente. Isso nem era necessário mencionar. Ela ajudaria a criar sua sobrinha ou sobrinho quando viesse ao mundo. Talvez, ela conseguisse buscar o Will, apesar de que com a guerra isso poderia ser difícil. E ela encontraria seus pais. Sim, isso parecia uma coisa boa a fazer. Sophia não iria poder sair pelo mundo a procura deles conforme sua gravidez progredisse, mas Kate poderia.
“Primeiro de tudo, devo descobrir onde estou,” disse ela. Ela olhou em sua volta, sem reconhecer ainda qualquer ponto de referência. Havia, entretanto, uma mulher trabalhando um pouco a frente em um campo, debruçada sobre um rastelo roçando o mato. Talvez ela pudesse ajudar.
“Olá!” exclamou Kate.
A mulher olhou para ela. Ela era idosa, sua face marcada por muitas estações trabalhando no campo. Para ela, Kate provavelmente parecia uma ladra ou bandida, já que estava armada. Mesmo assim, ela sorriu quando Kate se aproximou. As pessoas eram amigáveis em Ishjemme.
“Olá, querida,” ela disse. “Você me diria seu nome?”
“Sou a Kate.” E, porque isso não parecia suficiente, e porque ela podia reivindicar agora, “Kate Danse, filha de Alfred e Christina Danse.”
“Um bom nome,” disse a mulher. “O que te traz por aqui?”
“Eu… não sei,” admitiu Kate. “Estou um tanto quanto perdida. Esperava que você pudesse me ajudar a achar meu caminho.”
“É claro,” disse a mulher. “É uma honra que você tenha colocado seu caminho em minhas mãos. Você está fazendo isso afinal, não é?”
Parecia um jeito estranho de falar, mas Kate não fazia ideia de onde estava. Talvez fosse só o jeito que as pessoas falassem por aqui.
“Sim, suponho que sim,” ela disse. “Estou tentando achar meu caminho de volta para Ishjemme.”
“É claro,” disse a mulher. “Eu sei a direção para toda parte. Porém, eu acredito que uma mão lava a outra.” Ela puxou o rastelo. “Eu não tenho muita força de sobra esses dias. Você me daria sua força, Kate?”
Se era isso que ela tinha que fazer para conseguir voltar, Kate trabalharia em dúzias de campos. Não poderia ser mais difícil do que as tarefas da Casa dos Não Reclamados, ou do que o trabalho mais agradável na ferraria de Thomas.
“Sim,” disse Kate, segurando a mão para pegar o rastelo.
A outra mulher riu e deu um passo pra trás, puxando o manto que vestia. O manto caiu, e conforme o fez, tudo sobre a mulher pareceu mudar. Siobhan estava agora a sua frente, e toda a paisagem em torno delas mudou, se tornando algo muito familiar.
Ela ainda estava na zona de sonho do ritual.
Kate se jogou para frente, sabendo que sua única chance agora era matar Siobhan, mas a mulher da fonte foi mais rápida. Ela sacudiu seu manto, e de alguma foram se tornou uma bolha de puro poder, cujas paredes agarravam Kate tão firmemente como uma cela.
“Você não pode fazer isso,” exclamou Kate. “Você não tem mais poder sobre mim!”
“Eu não tinha poder,” disse Siobhan. “Mas você acabou de me dar seu caminho, seu nome, e sua força. Aqui, neste lugar, estas coisas significam algo.”
Kate socou a parede da bolha. A parede não cedeu.
“Te garanto que você não quer enfraquecer essa bolha, querida Kate,” disse Siobhan. “Você está muito longe do caminho prateado agora.”
“Você não pode me forçar a ser sua aprendiz de novo,” disse Kate. “Você não vai me forçar a matar por você.”
“Ah, já passamos dessa fase,” disse Siobhan. “Se eu soubesse que você me daria tanto trabalho, nunca teria te tornado minha aprendiz em primeiro lugar, mas algumas coisas não conseguem ser previstas, até mesmo por mim.”
“Se eu dou tanto trabalho assim, porque não me soltar?” tentou Kate. Mesmo enquanto dizia, ela sabia que não funcionaria assim. Orgulho, se nada mais, levaria Siobhan a fazer mais.
“Te soltar?” disse Siobhan. “Você sabe o que fez, quando fincou a espada forjada com meu próprio feitiço na minha fonte? Quando você partiu nossa ligação, sem se preocupar com as consequências?”
“Você não me deu escolha,” disse Kate. “Você—”
“Você destruiu o cerne do meu poder,” disse Siobhan. “Tanto poder, aniquilado em um instante. Eu mal tive forças para me agarrar a vida. Mas eu tenho meu conhecimento, e meios de sobreviver.”
Ela gesticulou, e a cena por trás da bolha se transformou. Agora Kate reconhecia o interior da cabana de Haxa, toda esculpida com feitiços e figuras. A bruxa feiticeira estava sentada em uma cadeira, observando o corpo imóvel de Kate. Ela claramente havia arrastado ou carregado Kate da área de ritual no fundo da caverna.
“Minha fonte me sustentou,” disse Siobhan. “Agora eu preciso de um recipiente para fazer o mesmo. E por acaso tem um convenientemente vazio aqui.”
“Não!” exclamou Kate, socando a bolha novamente.
“Ah, não se preocupe,” disse Siobhan. “Eu não vou ficar lá muito tempo. Só o tempo suficiente para matar sua irmã, eu acho.”
Kate arrepiou só de pensar. “Por quê? Por que você quer a Sophia morta? Só para me machucar? Me mate ao invés. Por favor.”
Siobhan ponderou. “Você realmente daria sua vida por ela, não é? Você mataria por ela. Você morreria por ela. E agora nada disso é suficiente.”
“Por favor, Siobhan, estou te implorando!” clamou Kate.
“Se você não queria fazer isso, deveria ter feito o que eu mandei,” disse Siobhan. “Com sua ajuda, eu poderia ter colocado as coisas em ordem de modo que minha casa estaria segura para sempre. E eu teria poder. Agora, você tomou isso de mim, e eu preciso viver.”
Kate ainda não entendia por que isso significava que Sophia tinha que morrer.
“Viva em meu corpo então,” disse ela. “Mas não machuque Sophia. Você não tem motivo para machucá-la.”
“Eu tenho todos os motivos,” disse Siobhan. “Você acha que me disfarçar como a irmã mais nova de uma governante é suficiente? Você acha que morrer em uma única existência humana é suficiente? Sua irmã carrega uma criança. Uma criança que governará. Eu vou moldá-la antes de nascer. Eu vou mata-la e arrancar a criança de dentro dela. Eu vou toma-la e crescer com ela. Eu vou me tornar tudo o que eu preciso ser.”
“Não,” disse Kate quando percebeu quão horroroso era esse plano. “Não.”
Siobhan riu de um jeito cruel. “Eles matarão seu corpo quando eu matar Sophia,” ela disse. “E você ficará largada lá, entre mundos. Eu espero que você aproveite sua liberdade, aprendiz.”
Ela murmurou algumas palavras e por um momento pareceu que ela tinha desvanecido. Porém, a imagem da cabana de Haxa não desapareceu, e Kate gritou quando viu seu próprio corpo tomar fôlego e acordar.
“Haxa, não, não sou eu!” ela gritou, e tentou enviar a mesma mensagem com seu poder. Nada aconteceu.
Porém, do outro lado daquela fina divisa, muito acontecia. Siobhan suspirou com seu pulmão, abriu seus olhos, e sentou-se com o seu corpo.
“Calma, Kate,” disse Haxa, não se levantando. “Você passou por muita coisa.”
Kate assistiu seu corpo tatear à sua volta hesitante, como se tentando descobrir onde estava. Para Haxa, deve ter parecido como se Kate ainda estivesse desorientada pela sua experiência, mas Kate podia ver que Siobhan estava testando seus braços e pernas, descobrindo o que eles conseguiam fazer.
Ela finalmente se levantou, instavelmente. Seu primeiro passo foi cambaleante, mas seu segundo foi mais confiante. Ela desembainhou a espada de Kate, abanando-a pelo ar como se testando seu equilíbrio. Haxa parecia um pouco preocupada com isso, mas não se retraiu. Ela pensou que era provavelmente algo que Kate faria para testar seu equilíbrio e coordenação.
“Você sabe onde está?” perguntou Haxa.
Siobhan a encarou através dos olhos de Kate. “Sim, eu sei.”
“E você sabe quem eu sou?”
“Você é aquela que se chama de Haxa para esconder seu nome. Você é a guardiã dos feitiços, e não era minha inimiga até você decidir ajudar minha aprendiz.”
De onde ela estava presa, Kate viu a expressão de Haxa mudar para uma de terror.
“Você não é a Kate.”
“Não,” disse Siobhan, “Eu não sou.”
Ela se moveu então, com toda a velocidade e força do corpo de Kate, atacando com sua espada de modo que em um piscar de olhos ela atravessou o peito de Haxa. A espada projetou-se para o outro lado, atravessando-a.
“O problema com nomes,” disse Siobhan, “é que eles só funcionam quando você tem fôlego para usá-los. Você não deveria ter ficado contra mim, bruxa feiticeira”.
Ela deixou Haxa cair, e então olhou para cima, como se soubesse de onde era o ponto de vista da Kate.
“Ela morreu por sua causa. Sophia morrerá por sua causa. Sua criança, e esse reino, serão meus por sua causa. Eu quero que você pense nisso, Kate. Pense nisso quando a bolha murchar e seus medos te encontrarem.”
Ela balançou uma mão, e a imagem desapareceu. Kate se jogou contra a bolha, tentando chegar até ela, tentando sair dali e encontrar um jeito de impedir Siobhan.
Ela parou quando viu que as coisas em torno dela se transformaram em uma paisagem acinzentada agora que Siobhan não estava mais moldando-a para enganá-la. Havia um brilho fraco prateado à distância que poderia ser o caminho seguro, mas que estava tão longe que poderia muito bem nem estar lá.
Figuras começaram a aparecer pela névoa. Kate reconheceu as faces de pessoas que ela havia matado; freiras e soldados, o mestre de treino do Lorde Cranston e os homens do Mestre dos Corvos. Ela sabia que eram só imagens em vez de fantasmas, mas isso não fez nada para diminuir o medo dentro dela, fazendo sua mão tremer e a espada que carregava parecer inútil.
Gertrude Illiard estava lá novamente, segurando um travesseiro.
“Eu vou ser a primeira,” ela prometeu. “Eu vou te sufocar como você me sufocou, mas você não vai morrer. Não aqui. Não importa o que nós façamos com você, você não morrerá, mesmo se você implorar por isso.”
Kate olhou à sua volta, e cada um deles tinha um tipo de instrumento, quer fosse uma faca ou um chicote, uma espada ou corda para estrangular. Cada um deles parecia ansiar com a necessidade de machuca-la, e Kate sabia que eles cairiam em cima dela sem piedade assim que pudessem.
Ela podia ver o campo desaparecendo agora, se tornando mais translúcido. Kate agarrou firmemente sua espada e se preparou para o que estava por vir.