Kitabı oku: «Meu Irmão E Eu», sayfa 6
— Sim — respondi, cabisbaixo.
— Vamos — ordenou ele.
Quando voltamos à mesa, as conversas me distraíram e calavam a voz que me acusava por ter dito coisas muito duras a Pablo. Tentava relaxar, mas estava um pouco difícil. Aidan e Maison falavam de bolsas de valores, quando resolvi ficar perto do meu irmão.
— Está gostando, maninho? — perguntou ele.
— Estou. Marcus, acho que devíamos pedir o jantar — sugeri.
— Calma, maninho. Estamos nos divertindo. Há tempos não saíamos juntos para conversar um pouco. Veja! Estamos todos felizes e conversando e brincando. E hoje é seu aniversário. Então, precisamos comemorar. Você não acha? — perguntou com a voz meio alta.
Ele está bêbado? Pensei. Marcus tinha as faces rosadas e o semblante relaxado, estava visivelmente embriagado. Eu olhava para Núbia, quando ele me puxou pelo ombro e encostou minha cabeça em seu peito, beijou meus cabelos e disse que me amava. Fechei meus olhos e me entreguei aos afagos dele. Um toque de celular me desconcentrou. Núbia pediu licença e saiu da mesa para atender. Retornou nervosa, fez sinal que queria falar comigo em particular. Discretamente, saí da mesa.
— O que houve? — perguntei.
— Kathy acabou de ligar. Arthur teve uma crise de asma. Ela chamou a ambulância e eles já estão a caminho do hospital. Vou encontrá-los agora — contou, nervosa e agitada.
— Vou com você.
— Não! Não! Hoje é seu aniversário, Gaius. Fique aqui. Fique com seus amigos. Estou de carro, vou ao hospital e, depois, para casa. Quando jantarem, você leva Marcus de táxi. Ele está embriagado e não vai ajudar em nada agora indo comigo ao hospital. Não diga a ele o que houve. Não deve ser nada demais. Arthur sempre tem essas crises.
— Você está bem para dirigir? Não quer ir de táxi? — perguntei, preocupado.
— Estou bem. Não se preocupe. Só preciso que você pegue a minha bolsa na mesa. Não quero chamar a atenção.
Entreguei a bolsa a ela e a acompanhei até a entrada do Barbetta, pedindo que não se preocupasse e que me ligasse, se precisasse. E ao caminhar de volta, meus olhos se alegraram. Vi o restaurante inteiro olhando para a minha mesa e batendo palmas, animadamente. Marcus, Aidan e Maison estavam em pé, com as mãos sobre os ombros uns dos outros e cantando funiculí funiculá. Os músicos que animavam a noite acompanharam os três até a última nota aguda da canção. E, depois, uma chuva de aplausos ecoou no restaurante inteiro. Oh, meu Deus! O que faço com esses meus homens? Pensei e sorri ao mesmo tempo. Dei um beijo em cada um e disse que estava com fome. Como Maison afirmou conhecer bem a culinária italiana, deixei-o escolher nosso jantar. E ele o fez muito bem. Pediu tortellini de Bolonha e gnocchi e paleta de cordeiro. De sobremesa, tiramisù. Adoro a gastronomia italiana, mas é muito calórica. Pensei. Ainda conversávamos, quando Marcus chamou o garçom e pediu mais uma garrafa de Dalmore. Eu o interrompi no mesmo instante.
— De jeito nenhum, maninho! Já bebemos demais e está na hora de irmos para casa.
Aidan me ajudou a convencer Marcus:
— É verdade, Marcus. Amanhã, preciso acordar cedo e Maison tem um congresso para participar.
— Tudo bem. Tudo bem. Se vocês querem ir, nós vamos. Onde está Núbia — perguntou ele, com a voz embargada.
Graças a Deus que ele aceitou ir para casa. Comentei com ele que ela teve uma pequena indisposição, e que tinha ido para casa, mas que não era nada sério. Pedia ao garçom para trazer a conta e chamar um táxi para nós, quando Maison disse que nos levaria em casa, pois estava com um motorista.
Depois de deixarmos Aidan em casa, seguimos nós, Marcus, Maison, seu motorista e eu para o apartamento do meu irmão. Na porta do prédio, Maison perguntou se não precisava de ajuda com Marcus. Disse a ele que não. Segurei meu irmão pela cintura e apoiei seu braço em meu ombro, agradecendo o champanhe e a noite agradável. Dei as costas, e subia as escadas com Marcus, quando ele se aproximou e deixou no bolso do Versace o seu cartão, dizendo:
— Vou ficar em Nova Iorque até sexta-feira. Adoraria se me ligasse.
— Obrigado, Maison. Boa noite! — e sorri para ele.
No apartamento, ajudei meu irmão a sentar no sofá.
— Que coisa feia, hein, maninho? Embriagou-se no dia do meu aniversário? — perguntei, sorrindo e zombando dele.
— Não me embriaguei, não. Só fiquei um pouco alegre. E estou um pouco tonto, também. Onde está Núbia? — respondeu com a voz embargada.
— Núbia está no hospital com Arthur. Ele teve uma crise asmática, mas está tudo bem. A babá deve estar com ela.
— Ai, droga! Por que ela não me disse? — questionou ele, meio enraivecido.
— E você iria poder fazer alguma coisa nesse estado? Não se preocupe. Ela está bem. Disse que se precisasse, ligaria. Se ela não ligou é porque está tudo bem. Vou fazer um café para você, e depois vai tomar banho e dormir.
— Mas não quero café.
— Mas vai tomar, sim! Amanhã é segunda e você não pode acordar indisposto. Tem de trabalhar.
Fui até a cozinha, esquentei água e fiz uma xícara de café solúvel, e adicionei um pouco de leite, adoçando e levando para ele depois. Vi-o recostando a cabeça no sofá e esticando as pernas. Tenho de ir rápido, se não ele vai dormir. Fui até ele e me sentei sobre minhas pernas ao lado dele.
— Tome. Logo vai melhorar.
Ele levou a xícara à boca e bebeu o primeiro gole. Fez cara feia.
— Está quente. Não vou beber.
— Vai sim. Vou esfriar.
Havia silêncio entre nós, quando tomei a xícara de suas mãos e comecei a soprar levemente o café. Os olhos dele encontraram os meus. Ele tentava sorrir, mas não conseguia, apenas me observava. Vi-o molhando os lábios com a língua e meus sentidos despertaram para algo. Estava eu ali, ao lado do meu irmão, soprando seu café quente quando um desejo me invadiu. Estiquei meu braço e deixei a xícara sobre a mesa ao lado do sofá, olhei-o e aproximei meu rosto do dele, alternando meu olhar entre sua boca e olhos. Ameacei chegar mais perto, e ele nada fez. Senti sua respiração acelerada e não resisti, levemente pressionei minha boca contra a dele. Afastei-me em seguida e esperei sua reação. Seu olhar flamejante atingiu minha pupila, depois chegou até meus lábios. Foi então que ele selou sua boca na minha. Ele me beijava timidamente, e eu saboreava o gosto de seus lábios. Sua língua encontrou a minha e, no mesmo instante, eu molhei a cueca. Estava com tesão, mas só entendi o que iria acontecer, quando a mão dele deslizou em minhas costas e entrou em minha calça. Arfei. E uma certeza se apossou de mim. Oh, meu Deus! Ele está apertando minha bunda. É hoje que ele vai me comer! Pensei e me animei com a ideia.
***
CAPÍTULO TRÊS
Madri
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É difícil escrever sobre os sentimentos que tinha, enquanto beijava meu irmão, mesmo anos depois. Quando crianças, éramos apenas nós dois, as babás e mamãe o dia inteiro em casa, seja em Nova Iorque ou Monte Carlo. Depois do colégio, brincávamos, tomávamos banho e dormíamos juntos todas as noites. Depois que contei a ele da surra de cinto que papai me deu aos seis anos, Marcus disse que era melhor eu dormir no próprio quarto por uns tempos. Nunca entendi porque ele não me queria mais lá, mas aceitei e passei a dormir sozinho, embora sentisse saudades dele todas as noites. Com o passar dos dias, fomos retornando às brincadeiras e a tudo que fazíamos juntos, inclusive, tocar-nos. Gostávamos de fazer aquilo. Eram sensações novas, prazerosas e que nos deixavam felizes. Não sei dizer ao certo, mas acho que, na primeira vez que nos masturbamos juntos, eu tinha dez anos, e ele, dezessete, e tudo foi consentido por mim. Havíamos chegado do colégio e fomos direto tomar banho. Cantávamos no chuveiro, quando eu olhei seu membro e perguntei porque ele tinha pelos ali. Ele respondeu que eu também os teria, e nas axilas e rosto também. Levei minha mão e toquei os pelos dele. Olhava-o, curioso, quando ele desligou o chuveiro e, flexionando os joelhos, abriu as pernas, puxando os testículos para cima e dizendo:
— Aqui em baixo tem mais. Quer pegar?
Pus a minha mão entre as pernas dele e passeava meus dedos pequenos entre os pelos molhados dos testículos, quando vi seu membro endurecer rapidamente. Nisso, ele ordenou:
— Vá trancar a porta do banheiro, que vou lhe ensinar uma coisa.
Fui e logo voltei. Ele se sentou no chão do box e me fez sentar ao lado dele. Agarrou seu membro com uma mão e o meu com a outra. E começou a nos masturbar.
— Olhe, maninho. Você faz assim, de cima para baixo. Faça até sentir uma coceira gostosa. Depois vai sair uma água. É muito bom.
Ele largou meu membro, e eu o obedeci. Estávamos ali, masturbando-nos, quando o vi gozar e molhar o peito inteiro. Fiquei admirado com aquilo. Como eu ainda não tinha conseguido, ele agarrou meu membro e me masturbou mais rapidamente. Senti a coceira gostosa que ele me falou, mas não jorrei tanto quanto ele.
— Por que não saiu igual ao seu? — perguntei.
— Não sei. Você gostou?
— Gostei.
— Depois fazemos de novo. Vamos terminar o banho, que estou com fome.
Na noite do meu aniversário, depois daquele jantar, enquanto o beijava e sentia sua mão curiosa dentro da minha calça, tive, rapidamente, a lembrança da primeira vez que nos masturbamos juntos. Mesmo sendo criança, o que fazíamos no banheiro da casa de papai era consentido por mim e por ele, e não via problema nenhum nisso. Meus lábios estavam molhados pelos dele, e, naquele momento, já adultos, senti que aquela coceira que ele falou anos atrás iria se repetir. Quando ele enfiou sua mão em minha calça, percebi que tudo que sempre desejei iria acontecer. Nossos olhos fechados eram a certeza de que havia entrega total de ambas as partes ao que estávamos fazendo. E como era bom o que estava acontecendo. Se eu dissesse que o que aconteceu com meu irmão e eu naquela noite não mudou todo o curso da minha história, estaria mentindo, pois mudou, e muito.
Beijava-o com delicadeza e acarinhava sua barba cheirosa com meus dedos. Ele tinha recostado a cabeça nas costas do sofá, aberto as pernas e, visivelmente, estava relaxado. Desci minha mão pelo seu pescoço e a enfiei dentro da camisa azul celeste de seda. Acarinhei seu peito e abdome. Eram rígidos. Minhas unhas bagunçavam seus pelos tão ordenados, enquanto ele gemia baixinho entre meus lábios. Larguei sua boca e o olhei. Ele tirou a mão da minha calça e pôs-se a apalpar meu membro. Vi seus olhos flamejantes, quando comecei a abrir os botões da camisa até libertar seu tórax e braços por completo daquele tecido nobre. Meus olhos passearam pelo seu corpo de cima a baixo, e logo percebi o volume entre as pernas dele. Latejava debaixo da calça jeans clara. Que tesão! Ele puxou-me pela nuca, beijou-me e pediu:
— Chupe meu pau.
Tive uma contração e molhei a cueca de novo. Desabotoei o cinto dele, baixei a calça e libertei sua ereção daquela cueca cavada branca de algodão nobre. Lambi a glande molhada e pus minha boca no membro dele. Ele gemeu, e gemeu alto. Abriu, rapidamente, minha calça e me masturbava devagar, enquanto o chupava. O movimento do seu quadril era vagaroso, e ele arfava todas as vezes que conseguia enfiar o membro inteiro em minha boca. Minha língua sentia as contrações e as pequenas poluções dele. Deliciava-me com aquele gosto. Sua mão era tão suave, enquanto me masturbava, que não resisti por muito tempo. Jorrei e molhei a mão dele inteira, gozando. Adoro gozar com meu irmão! Ele fez cara de satisfação e levou meus fluidos até o membro dele, deixando-o lubrificado.
— Vem, maninho. Suba em cima de mim e me deixe meter em você.
Obedeci-o. Libertei-me do Versace, da Louis Vuitton e do Aubercy em segundos. Apenas a Gucci branca cobria meus ombros e tórax. Abri minhas pernas de frente para ele e sentei. Que dor eu tive! Oh, meu Deus! Está doendo. O pau dele é muito grosso! Envolvi sua nuca entre minhas mãos, agarrando-me ao pescoço dele para não me desequilibrar com os movimentos bruscos que ele fazia. Ele me penetrava com força, e doía a cada estocada, mas eu estava gostando. Por um instante, ele diminuiu o ritmo e agarrou minha cintura, sugerindo:
— Agora é você. Cavalgue.
Libertei a nuca dele das minhas mãos, apoiei-me em seu peito suado, fiquei de cócoras e comecei a cavalgar no membro dele. Ele pôs seus braços para trás da nuca, fechou os olhos, recostou a cabeça para trás e gemeu. A cada gemido, acelerava mais o movimento dos quadris. Eu estava sentindo muita dor, mas era prazeroso tê-lo dentro de mim. Era bom ver meu irmão com tanto tesão. Meus dedos tocaram seus mamilos suados, então ele abriu os olhos e falou com voz ofegante:
— Continue que vou gozar. Eu vou gozar!
E senti uma pressão forte dentro de mim, enquanto ele gritava. Oh, meu Deus! Que coisa maravilhosa! Ele gozou! E assim fiz sexo com meu irmão pela primeira vez, e com emoções em doses cavalares.
Os dias que seguiram àquele foram de silêncio e tranquilidade. Algo em mim estava diferente, e sentia meu coração em paz. Nunca havia experimentado sensações semelhantes, mas seria injusto dizer que não foram agradáveis. É agradável escrever sobre como aquela paz interior me invadiu, mesmo com algumas situações não resolvidas. Recordo-me que, enquanto meu corpo estava relaxado por ter feito sexo com Marcus, meus pensamentos ainda efervesciam quanto a Aidan, Pablo e papai. E não posso esquecer que aquela semana me arrancou algumas lágrimas de saudades de mamãe.
Depois daquele 22 de março, nas três primeiras noites, Marcus foi ao meu quarto e me beijava a boca, desejando boa-noite. Era um ritual simples e cheio de delicadeza. Ele chegava, sentava sobre uma de suas pernas em minha cama, segurava meu queixo com a mão, deslizava seu polegar verticalmente sobre meus lábios e, vagarosamente, aproximava seu rosto do meu até estarmos com as bocas coladas uma na outra. Depois, sussurrava ao pé do meu ouvido:
— Boa noite, maninho!
Nos três primeiros dias, eu não disse nada. E nem sabia o que dizer, de fato, pois ainda estava sob a influência dessas novas emoções. Mas, na quinta-feira daquela semana, depois que ele me beijou e se levantou para sair do meu quarto, algo me inquietou. Nisso, falei:
— Você não acha que deveríamos conversar sobre o que aconteceu?
Ele parou, virou-se e, caminhava de volta à minha cama, quando perguntou:
— Quer conversar sobre isso?
— Só se você quiser — respondi, com voz de indiferença.
— Não vejo motivo para falar sobre o que aconteceu. Nós dois sabíamos que isso um dia iria acontecer.
Eu odeio essa tranquilidade dele!
— E é isso? Digo, foi isso e pronto?
— Maninho, o que quer me dizer? — perguntou com meio sorriso nos lábios.
— Não quero dizer nada, Marcus. Só estou perguntando se não seria interessante conversarmos sobre o que aconteceu. Mas se você não acha necessário, tudo bem — e fiz cara de zangado.
— Não disse isso. Só penso que devemos encarar o que houve com naturalidade...
— Marcus, estou com sono. Apague a luz, quando sair — e virei-me de costas para ele, depois de interrompê-lo.
Estou zangado! Ele entrou debaixo das cobertas, encostou seu corpo no meu e me beijava a nunca, enquanto eu apertava os olhos, tentando dormir. Sussurrou ao meu ouvido que eu não devia ficar chateado, e também que tinha gostado muito de ter feito sexo comigo no domingo. E afirmou que queria fazer de novo. Abri um sorriso silencioso de boca fechada.
— Quer? — perguntei, provocando-o.
— Quero — respondeu, deslizando aquela barba cheirosa em meu pescoço, provocando meu prazer.
Adoro a barba dele. Esse cheiro me excita. Virei-me e o beijei. Ele respondeu ao meu beijo e logo nos libertou das cobertas e pressionou meu corpo de encontro ao dele. Havia tesão e brutalidade na forma como ele apertava minhas coxas e cintura. O nervosismo nos excitava. Podia sentir que ele tinha fome, que queria sexo. Suas mãos e língua diziam isso. Estávamos nós ali, nas preliminares do sexo, quando uma voz nos interrompeu:
— Estou atrapalhando?
Era Núbia. Meus olhos esbugalharam e, num súbito impulso, empurrei o peito de Marcus com força. Ele caiu da cama e logo se levantou.
— Núbia, eu posso explicar o que aconteceu... — disse eu.
— Ah, pode? E como vai explicar que estava beijando a boca do meu esposo, que também é seu irmão? — questionou, gritando.
— Não perca seu tempo, Gaius. Essa conversa não é entre vocês dois. É entre mim e ela. Vamos para o quarto, Núbia, e conversamos lá. E chega de escândalo! — falou meu irmão com voz firme.
E os dois saíram juntos, batendo a porta do meu quarto. Solucei e, enquanto chorava, meu coração se inquietou.
Levantei-me, e corri pelo corredor até a porta do quarto deles, e ouvi o que discutiam.
— Você acha normal eu flagrar meu esposo quase fazendo sexo com o irmão dele dentro da minha casa? — indagava ela, exaltada.
— Você não entende, meu amor. Gaius e eu temos uma relação muito íntima desde criança. Isso não tem nada a ver com homossexualidade, tem mais a ver com lealdade e compaixão — argumentava ele.
— Lealdade? Compaixão? Acha que sou idiota, Marcus? Pensa que vou acreditar nessa história maluca que está me contando?
— Meu amor, Gaius é um menino imaturo e frágil, e está inseguro por tudo que descobre a cada dia deste mundo novo. Ele me beijou e eu não vi problema nisso. Não sinto nada por ele. Só fiz aquilo por compaixão. Tenho pena dele. Ele é sozinho e não tem ninguém. Papai está contra ele, e eu sou a única pessoa da família com quem ele pode contar. Por favor, Núbia! Acha mesmo que iria fazer sexo com meu irmão? Aí já é demais, não? Não gosto de homens. Eu sou heterossexual.
— Não me importo com os motivos que os levaram a fazer isso. Não o quero mais na minha casa!
— Meu amor, não posso expulsar meu irmão daqui. Ele não tem para onde ir. Onde vai morar? Isso não, de jeito nenhum! Olhe! Prometo a você que aquilo não vai mais acontecer.
— Marcus, escute bem o que vou dizer. E não vou repetir. Se ele não sair dessa casa amanhã, eu saio e levo meu filho comigo. E se prepare para um divórcio, e para me dar tudo que tenho direito, pois vou arrancar de você e da sua família cada centavo que é meu por direito.
Oh, meu Deus! O que fiz? Saí correndo pelo corredor e me tranquei no quarto. Diante do que ouvi, meu coração estava angustiado, e sabia que não conseguiria dormir. O que eu faço? Pensava, andando de um lado para o outro. Preciso sair daqui. Pus uma calça, um tênis, vesti uma camisa qualquer, e tomei o Versace amarelo nas mãos. Apanhei o celular, a carteira e as chaves do apartamento. Passei pela sala de estar em direção à porta e ouvi uma voz:
— Onde você vai? — perguntou Marcus.
Virei-me e o vi com um copo de uísque na mão. Ele tinha um rosto preocupado e um olhar aflito, quando dei as costas e bati a porta, sem nada responder.
Pelas ruas, caminhava e chorava, pensando em tudo que ouvi deles. Por que ele disse aquilo: tenho pena dele? Apertava meus olhos, expulsando uma lágrima teimosa em se derramar, quando me percebi diante de uma boate na Rua Houston. Já passava da meia-noite, quando mostrei meus documentos ao segurança e entrei. Um ambiente escuro e de iluminação avermelhada recepcionou-me. Estava frio lá dentro e havia poucas pessoas. Dirigi-me ao segundo andar e sentei sobre minha perna em um sofá esverdeado. O garçom logo apareceu e ouviu meu pedido:
— Um Manhattan, por favor.
De onde estava, via o strip-tease de duas garotas de cabelos longos, quando minhas mãos procuraram os bolsos do Versace na tentativa de me aquecer. Meus dedos tocaram em algo, era o cartão de Maison. Eu ligo? Não! Já é tarde. Mas se ligasse, ele viria aqui. Brigava comigo mesmo, quando aquela bebida avermelhada foi posta sobre a pequena mesa redonda no centro do sofá. O garçom me dava as costas, quando fiz sinal para ele parar. De uma vez, entornei o Manhattan e bati o copo na mesa. Fiz cara feia e pedi para ele trazer outro. Tomei coragem e disquei o número do celular de Maison.
— Sim — disse ele, atendendo a ligação.
— Você deveria tomar um drink comigo — respondi, animadamente.
— Se eu soubesse quem está falando, até seria possível.
— Ora, Maison. Você não deve ter conhecido muitas pessoas que usam Versace amarelo em Nova Iorque.
Ele ficou em silêncio por alguns segundos. Depois, ouvi um sorriso discreto.
— Não pensei que fosse me ligar, Gaius — comentou, surpreso.
— Mas liguei. Não sei onde estou. Vou pedir ao garçom para enviar a você uma mensagem com o endereço. Vou esperar quarenta minutos. Se não chegar, irei embora. Tchau!
E desliguei. O garçom trouxe o segundo drink, e abri a tela de mensagens do meu celular.
— Por favor, você pode digitar o nome e endereço desta boate?
Ele prontamente digitou e enviei-a. Mais uma vez, entornei o Manhattan de uma vez, e pedi outro. Vá com calma, Gaius! Vá com calma!
Olhava as duas garotas sem sutiã se rebolando e flertando com os poucos homens que as observavam no andar inferior, quando o vi subir as escadas. Era Maison. Estava de terno e gravata azul marinho e as pontas de um cachecol branco pendiam sobre seu pescoço. Ele me avistou. E caminhava vagarosamente em minha direção. Levantei-me e o recepcionei.
— Que bom que você veio — comentei, sorrindo, beijando seu rosto.
— Você não me deu chance de dizer não — e sorriu de volta, sentando-se ao meu lado.
Ele olhou-me por alguns instantes e comentou que eu estava lindo. Da forma como saí de casa, meu cabelo deve estar fazendo o estilo pós-foda. Oh, meu Deus! Maison e eu conversamos sobre muitas coisas. Ele iniciou contando que tinha sido casado desde a juventude. O matrimônio deu a ele três filhas: Isabel, Jade e Luna. Falava empolgadamente de todas, mas, quando mencionava Luna, pareceu adoçar a voz. Naquele momento, não sabia porque ele tinha tanto carinho para com a caçula, mas, depois que me casei com ele, descobri. Ele preferiu não beber nada, e tomei o meu último Manhattan comportadamente, enquanto o ouvia falar. Ele era gentil com as palavras, ordenava-as de forma que pudessem expressar o que, realmente, sentia. Comprovei isso, quando falou do sofrimento que teve ao longo de toda a vida por ter se casado com uma mulher, mesmo gostando de homens e sentindo-se gay desde a infância. Era relaxante ouvir a história da vida dele, e sua voz me acalmava. É tudo que preciso hoje: alguém que me distraia do que está acontecendo comigo. Pensei. Depois de me perceber silencioso e atento, ele pediu para eu contar a minha história. O que eu digo? O que deveria ter dito? Até hoje não sei se fiz o certo, mas, naquele momento, não me senti capaz de contar tudo a ele. Então falei da minha mãe.
— Fiz dezoito anos há menos de uma semana, então, não tenho tanta experiência como você — e sorri, timidamente.
Depois, prossegui:
— Papai é russo e mamãe era grega. Eles se conheceram em Monte Carlo, quando ela era garçonete de um clube onde papai se divertia com os amigos. Ele logo se casou com ela e a trouxe para morar aqui em Nova Iorque. Há dois anos, ela foi diagnosticada com câncer de pele. O melanoma estava avançado e, no ano passado, morreu. Não havia muito o que fazer. É uma doença silenciosa e quando percebemos já era tarde demais. Conseguimos retardar a morte dela por um tempo, mas para mim foi muito difícil vê-la como estava. À época, morava aqui em Nova Iorque, mas resolvi ficar em Monte Carlo, no ano passado, após meu aniversário, para cuidar dela. Já havia terminado o colegial, então nada me impedia. Nós sabíamos que ela iria morrer. Os médicos nunca nos deram esperança. Sabe, Maison, não sou de rezar, mas pedi a Deus para não levar minha mãe, e Ele não me atendeu. Ainda lembro as últimas palavras dela. Quando morreu, apenas eu estava com ela no quarto — e solucei, levando minhas mãos ao rosto, coberto de emoção.
Chorava copiosamente com as mãos no rosto. Não conseguia evitar. Mas a falta de atitude de Maison naquele momento chamou a minha atenção. Ele não se aproximou de mim, não me tocou, abraçou, beijou ou disse alguma coisa. Não fez nada, apenas me olhou e ficou em silêncio. Recompus-me e pedi desculpas, limpando as lágrimas com a ponta dos dedos. Foi então que ele tirou do bolso da calça um lenço branco e estendeu diante de mim. Agradeci e o tomei.
— Desculpe, Maison. Ainda é difícil para mim — e recompus-me.
— Não se preocupe. Pode chorar o quanto quiser.
— Estou melhor agora. Mas é isso, minha história não é tão interessante — comentei, tentando sorrir.
Que mentira acabei de dizer. Ele olhava-me com meio sorriso nos lábios e parecia tentar enxergar alguma coisa. Seu olhar e silêncio desconsertavam-me. Por um instante, ficou esquisito estar ali, mas não deixou de ser relaxante. Carregava comigo um sentimento de paz, quando ele chamou o garçom e pediu uma água para mim.
— Obrigado. Mas vamos falar de Madri. Como é a cidade? Sabia que não conheço? — perguntei, comentando e tentando ordenar novamente a conversa.
— Mesmo? Você deveria me visitar qualquer dia desses. Luna e eu teríamos muito prazer em mostrar a cidade a você. E como vocês dois têm, praticamente, a mesma idade, tenho certeza que iriam aproveitar muito a companhia um do outro. Convite feito. É meu convidado.
Acho que tive uma ideia. Pensei.
— É verdade que, depois de Paris, Madri é a cidade mais badalada da Europa?
— Sim, é verdade. Madri é encantadora, Gaius! De todas as formas ela nos envolve. Mas você precisa conhecer com seus próprios olhos, e como meu convidado.
Será que devo ir? Sair de Nova Iorque agora seria tudo que preciso.
— Maison, falando assim, faz parecer sério — falei, provocando-o.
— Mas é sério. Se quiser ir comigo amanhã, sinta-se convidado — respondeu, em tom de brincadeira, mas deixando claro que me queria retornando com ele no outro dia para Madri.
— Você está apenas sendo gentil — comentei.
— Não estou, não. Falo sério — e me olhou fixamente.
Os olhos verdes dele são tão bonitos. Pensei.
— Então, está decidido. Vou com você para Madri amanhã!
— Vai mesmo? — perguntou, tentando descobrir se falava sério.
— Agora você e Luna vão ter de me aguentar em Madri! — comentei, empolgadamente, dando um gole na água.
— Não sabe como vai ser bom! Ainda hoje, vou ligar para alguém encaixá-lo no meu voo de amanhã. Vamos sair às 21h do John F. Kennedy. E não esqueça de que tem de estar lá três horas antes com seus documentos. Faço questão de pagar a passagem, Gaius. Não se preocupe com isso — explicou-me, visivelmente entusiasmado.
— Não se preocupe com o horário do voo. Não vou perder, e vou ao aeroporto com você.
— Comigo? Como assim? — perguntou ele, franzindo a testa.
— Vou dormir hoje com você, e amanhã nós dois vamos juntos ao aeroporto. E outra coisa, eu pago a minha passagem! Não esqueça que sou rico, Maison! — disse, arrogantemente, fazendo sinal ao garçom para me trazer a conta.
O motorista estacionou em frente ao hotel Marriott Marquis. Ele estava pertinho de mim, por isso chegou tão depressa, depois que desliguei o celular. Fomos direto ao elevador e ele logo pressionou o botão 17. Diante da porta da suíte, ele a abriu e estendeu a mão para dentro, deixando-me passar primeiro. Adoro pessoas gentis. Quando estou com ele, sinto-me uma lady sendo cortejada por um lord antes do casamento. Ao entrar, meus olhos viram a sala de estar com uma mesa e quatro cadeiras, e um sofá de dois acentos, com estofado branco. À minha esquerda, o banheiro, e à direita, uma TV plana na parede, em frente a uma cama grande e desarrumada. Sobre a mesa, papéis e um MacBook ligado. E no piso e paredes, nada extraordinário. A porta para a varanda dava vista para a Times Square. Que tumulto. Que suíte simples. Os hotéis de Monte Carlo são bem melhores que os de Nova Iorque. Pensei. Ele entrou atrás de mim e estava, visivelmente, nervoso. Eu também, por isso meus pensamentos se desorganizaram com facilidade. Perguntei a ele se no banheiro tinha toalhas limpas. Ele balançou a cabeça, confirmando. Depois, perguntou se eu precisava de alguma coisa. Respondi, dizendo que pedisse a alguém para trazer uma escova de dente, enquanto fui ao banheiro para tomar banho. Rapidamente, tirei a roupa e me joguei debaixo d’água. Fechei meus olhos e lembrei-me do que Marcus disse: tenho pena dele. Sacudi a cabeça, tentando afastar aquelas vozes. Sequei-me, vesti minha Prada preta e cobri-me com o roupão dele. Tentava secar os cabelos com a toalha, quando abri a porta e atraí seu olhar a mim. Ele estava sentado, diante do MacBook e dos papéis. Sorriu com a boca fechada e se levantou com uma escova de dente descartável. Fui até ele e a tomei das mãos. Retornei ao banheiro e escovei meus dentes, tentando evitar meus olhos diante do espelho, que ficava acima do cômodo da pia. Pare com isso, Gaius. Não precisa ficar nervoso. Ele quer transar. Você transa com ele e amanhã vai para Madri. Não será difícil. Pensei. Saí do banheiro novamente e fui em direção a ele. Ele continuava sentado à mesa dos papéis, e seus olhos mantinham-se fixos neles, quando toquei seus ombros de leve. Meu toque o desconcentrou.
— Você... Quer comer alguma coisa? — perguntou ele, timidamente.
— Não. Não quero nada. O que está fazendo? — perguntei, massageando vagarosamente seus ombros.
— Só estou terminando algo que preciso apresentar amanhã no congresso. Nada importante. Já termino — respondeu, com as mãos paradas diante dos papéis, extremamente nervoso.
Ele está gostando da massagem. Vou continuar.
— Posso ficar aqui fazendo massagem em você? — falei, com a voz baixa, insinuando-me para ele.
— Pode. Mas duvido que vá me concentrar no que preciso fazer antes de dormir — e tentou sorrir, enquanto respondia.
Perdi o tesão na mesma hora.
Ücretsiz ön izlemeyi tamamladınız.
