Kitabı oku: «A arte de ser pais»
Ricardo E. Facci
A arte de ser pais
Hogares Nuevos Ediciones
Distribui:
Associação: “Hogares Nuevos”
Zona Urbana S6106XAE-Aaron Castellanos
(Santa Fe)- Argentina
e-mail: info@hogaresnuevos.com
Facci, Ricardo EnriqueA arte de ser pais / Ricardo Enrique Facci. - 1a ed. - Aarón Castellanos : Hogares Nuevos Ediciones, 2020.Libro digital, EPUB - (Por um Lar novo / 3)Archivo Digital: descarga y onlineTraducción de: Renata Carolina Ninello.ISBN 978-987-47565-6-51. Ambiente Familiar. 2. Relaciones Familiares. 3. Terapia Familiar. I. Ninello, Renata Carolina, trad. II. Título. CDD 306.8 |
©Associação Hogares Nuevos
Zona Urbana S6106XAE - Aarón Castellanos
(Santa Fe) - Argentina.
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Novembro 2020
Industria Argentina.
COLEÇÃO
“Por um Lar novo”
1. Construindo o amor conjugal
3. A arte de ser pais
7. O mistério do amor matrimonial
*A meus pais que foram moldando em mim o homem que sou.
* A todos os pais que a cada dia enfrentam o desafio de educar.
* Aos filhos, em especial aos "Filhos de "Hogares Nuevos" (Novos Lares), que espelham em suas vidas os ensinamentos de seus pais.
Prólogo
A ARTE DE SER PAIS é um pequeno livro que surgiu da ação pastoral que há muitos anos venho realizando com casamentos.
Sempre me perguntei: Haverá no mundo uma atividade que exija maior responsabilidade do que ser pai ou mãe? É claro que em tempos tão conflituosos e contraditórios como o nosso os pais enfrentem a tarefa de educar seus filhos como uma aventura de risco.
É por isso que trago ao alcance dos pais uma série de temas que os ajudam a refletir sobre a tarefa de educar. É difícil, e eu diria ainda mais, impossível querer abraçar toda a empreitada de educar um filho por meio de um livro. Porém, creio que os temas propostos nestas páginas, somados ao diálogo entre os esposos que surgirá a partir da leitura, serão uma boa ocasião para avaliar, consolidar ou reorientar a relação entre os pais eos filhos no que diz respeito à tarefa de educar.
A ARTE DE SER PAIS nos relembra justamente que a função de educar os filhos não é para qualquer um, mas sim para verdadeiros artistas, verdadeiros pais. Educar é uma arte. É ir moldando no filho o projeto de homem que o pai e a mãe se propuseram alcançar.
É engrandecedor trabalhar este livro em grupos de pais. Deus abençoe todos os casamentos em seu compromisso de educar e de formar os seres humanos que se projetarão no futuro.
RICARDO ENRIQUE FACCI
I
Os filhos: projeto dos pais
Os filhos: Projeto dos pais
Geralmente os pais se projetam nos filhos. Por isso, às vezes, desejam para eles algo que eles mesmos não conseguiram, ou ainda, esperam que eles tenham os mesmos objetivos. No ciclo da vida, os filhos, mesmo que sejam diferentes dos seus predecessores, também são uma prolongação da geração anterior.
Através deste capítulo vamos percorrer diversos pontos de vista da relação entre a paternidade e a filiação, temas estes básicos para um diálogo profundo sobre esta realidade tão importante para os pais, que são os filhos.
I. Os filhos são frutos do amor conjugal
O casamento, naturalmente, é a fonte da vida. É a união mais profunda do homem e da mulher, pois implica na criação e na fecundidade. O casamento é o fundamento da família, sua base. A família é uma comunidade que surge do casamento. Por isso, podemos dizer que os filhos são o que coroa um casamento. São o dom mais precioso de um matrimônio. O casamento e o amor conjugal são orientados para a projeto e a educação da prole, na qual se encontra sua exaltação (CFR Familiaris Consortio N° 14).
Quando uma criança nasce, todos fazem festa. Um clima de alegria inunda a família. A casa se enche de visitas. Isso porque o amor dos esposos tomou corpo e se fez criação. Os esposos, além de se entregarem a si mesmos, se entregam à realidade do filho, que é:
a- Reflexo vivo do seu amor.
b- Sinal permanente da união conjugal
c- Síntese viva e inseparável do pai e da mãe (FC 14).
Reflexo vivo do seu amor. O filho é uma vida que espelha o amor de seus pais. Por isso, durante o processo educativo do filho, quando ele não percebe o amor entre seus pais, perde o sentido da existência e começa a experimentar em si a solidão. É esta a causa de muitas rebeldias, de desvios de rumo ou da falta de modelos nos quais se espelhar. Em contrapartida, quando veem o amor de quem os concebeu crescer, se identificam, aprendem e crescem com ele, mas, acima de tudo, são testemunhas deste amor.
Sinal permanente da união conjugal. Cada ser humano que chega a este mundo clama fortemente pela união entre seus pais. O filho é um sinal muito concreto da união entre o homem e a mulher, esposos que, ao se unirem no amor, geram a vida. Assim, quando alguém olha para seus pais e não encontra neles uma unidade, ou porque eles não se uniram em um amor estável ou porque destruíram o compromisso dado em vida, veem-se deslocados e desorientado frente à vida. O filho experimentará a necessidade de se afirmar de outra forma e correrá o risco de ficar marcado por um trauma irresoluto, que põe seriamente em perigo o projeto de felicidade que ele houver traçado.
Síntese viva e inseparável do pai e da mãe. Quando um casamento se rompe, tudo pode se separar: um leva a cama, o outro o guarda-roupas; um fica com a cozinha, o outro com a geladeira; vende-se a casa e o dinheiro é repartido; mas na hora dos filhos: "Qual é o seu e qual é o meu?". O filho é uma síntese indestrutível do pai e da mãe. É muito interessante para um filho se, em matéria de crescimento e educação, ele puder ir aperfeiçoando essa síntese partindo das virtudes do pai e da mãe. Mas e se sua vida for uma síntese dos vícios e os defeitos dos seus pais, que tipo de criança ele será?
Pois bem, ao dizermos que os filhos são fruto do amor conjugal, devemos imediatamente destacar algo importante. A esterilidade física não deve frustrar a paternidade e não implica em um amor conjugal sem frutos pois dá aos esposos a ocasião para que seus frutos se aproveitem em outros serviços (adoção, obras educativas, ajuda a outras famílias, aos pobres, aos necessitados, etc.).
Um casamento sem filhos é um chamado para que o amor não seja infecundo, pois muitos precisam dele... Jamais caiam no perigo de fecharem-se em si mesmos! A fecundidade se dá em doar-se aos outros desinteressadamente. Quantos são carentes de carinho, formação e, principalmente, de Deus!
A fecundidade do amor conjugal não resume somente à geração de filhos, ela é um testemunho vivo da entrega plena e recíproca dos esposos. O amor se enriquece com todos os frutos da vida moral e espiritual que o pai e a mãe dão aos seus filhos e, por meio deles, à Igreja e ao mundo. O testemunho é o fruto e o sinal do amor conjugal.
II. O amor conjugal como fundamento do amor paternal
Em muitas conferências sobre a família que conduzo, costumo começar com uma pergunta: O que é mais importante, amar mais o esposo/esposa ou os filhos? A resposta mais comum é, "os filhos". O mesmo costuma acontecer diante de um caso de separação: "porque meu esposo(a) isso e aquilo..., ah! Não, mas para meus filhos... vou dar tudo por eles...". Existe uma tendência a priorizar o amor pelos filhos do que o amor pelo cônjuge.
Vamos esclarecer uma coisa. A pergunta foi mal feita. Pois não pode existir comparações entre coisas que são diferentes. Não posso perguntar se vocês gostariam de comer frango ou sorvete. Porque posso saborear o frango e depois o sorvete como sobremesa. Deixando de lado a simplicidade do exemplo, diante da situação apresentada acontece o mesmo. Tanto o amor entre dois esposos e o amor entre pais e filhos são importantes e necessários. Mas se tivermos que elencar uma superioridade, obviamente teremos que destacar o amor conjugal sobre o amor dos pais.
Isto porque, o amor do casal é a base para o amor dos pais. Quem quer amar seus filhos deve, irremediavelmente, amar sua esposa e seu esposo, que é a mãe e o pai dos seus filhos. O primeiro dever como pais é amar muito um ao outro como esposos.
Biologicamente, um homem e uma mulher que não se amam podem gerar um filho, mas somente um esposo e uma esposa que se estimam, amam, nutrem e cultivam o amor serão capazes de formar e educar este filho que geraram.
Os filhos não precisam de dois pais, todos os tem (exceto quem os perdeu por falecimento). Todos nós fomos gerados por um pai e uma mãe. O que os filhos precisam e querem são pais que se amem. À medida em que os pais buscarem a afirmação e o crescimento do amor e da união matrimonial, este bem se espelhará em seus filhos.
Tudo o que faz bem ao casamento faz bem aos filhos, e tudo o que separa, destrói ou enfraquece a unidade entre os pais e prejudica os filhos.
É por isso que, para um casal, é necessário tempo e ocasiões para que fiquem sozinhos para poder conversar, alimentar o amor um pelo outro e planejar juntos a educação dos filhos. Os pais que ficam o tempo todo com os filhos não são bons pais. Para o bem dos filhos, é necessário que os pais tenham seu próprio tempo. Este momento para o casal não é igual para todos os casamentos, nem é mesmo para sempre. Fundamentalmente, cada casamento deve buscá-lo proporcionalmente à idade e às problemáticas dos filhos. Quando as crianças ainda são pequenas, é muito bom plantar neles o hábito de dormir cedo e em uma determinada hora, quando o pai e a mãe ainda tem reservas de energia para compartilhar entre si. Conheço o casamento de Carolina e André: às nove da noite seus quatro filhos já jantaram e estão prontos para dormir. No quarto fazem a oração da noite junto aos pais, dão boa noite... E a Carolina e André sobra um belo tempo para os dois, até as onze horas. Outros casais aproveitam o horário do lanche. Nesta hora seus filhos adolescentes não estão em casa, por isso esse é um bom momento para estar juntos como casal. Já Rosana e Chiche encontram um outro momento. Antes ele se levantava de manhã, tomava banho, tomava café e ia ao trabalho, enquanto ela ficava dormindo... Agora decidiram se levantar juntos e fazem do café da manhã um momento a dois para um diálogo profundo. Geralmente começam com a leitura de uma passagem da Palavra de Deus. É claro que, esse momento exige dela um esforço, mas lhes dá muita satisfação. Tenho um outro exemplo. Talvez ele seja um pouco exagerado, mas realmente aconteceu em um casamento que entendeu que o amor dos dois era muito importante, e que os filhos precisavam desse amor manifestado de uma maneira muito sólida e luminosa. Ela trabalhava como professora. Ele, além do trabalho, se dedicava ao sindicalismo, com o intuito de colaborar com a luta pela melhora do emprego e dos direitos do trabalhador. Tinham quatro filhos de diferentes idades. O amor entre eles havia se desgastado muito. Isso, é claro, influenciava sua relação com os filhos. Depois de buscarem esse momento a dois por muito tempo, descobriram que o amor era o mais importante... e que para ter esse tempo juntos seriam necessários sacrifícios... Assim, há mais de cinco anos o despertador deles toca às quatro da madrugada... pois esse é o tempo que eles encontraram para estarem juntos.
Os filhos precisam que os pais tenham tempo para si. É muito danoso centrar toda a atenção nos filhos e esquecer que se é marido ou esposa. Há esposas que dão a luz e mudam totalmente sua relação de casal, sendo tragadas pelas necessidades do filho e se esquecendo de que também são esposas. Que a mãe não deixe de ser esposa! Quando isso acontece a vida matrimonial sofre muito, e consequentemente prejudica o filho. E que o pai não deixe de ser marido! Mesmo que isso seja menos comum. O que acontece com mais frequência é que o papel de empregado, empresário, comerciante, sócio de um clube sobrepõe o papel de pai e esposo. É fundamental encontrar o equilíbrio diante das oportunidades da vida, especialmente quando se tem nas mãos uma grande responsabilidade como a de ser esposos e pais.
Há quem se pergunte: em relação ao amor conjugal, os filhos unem mais ou desunem o casal? É claro que unem, mas não todos. Unem quem permanentemente se esforça para crescer em um só coração e em uma só alma. Mas desunem, sem intenção, quando devem compensar o vazio afetivo que a vida de casal deixou se ser cultivada entre os esposos.
Assim como dissemos que o amor conjugal é o fundamento do amor paternal, também devemos afirmar que o filho é um constante motivo para que os pais se amem mais. Se alguém pergunta aos pais o que eles desejam para seus filhos, todos respondem: "o melhor". Geralmente muitos esforços são feitos para dar o melhor para o filho. Mas, afinal, o que é o melhor? Não há uma unanimidade nessa resposta, mas a maioria das pessoas costuma responder que o melhor para o filho é poder dar-lhe alimento, roupas e estudo. Diante desta resposta devemos prestar atenção na pobreza deste ideal. Isto ao que muitos pais se propõem, um filho pode encontrar em qualquer lar para crianças: não lhe faltará roupa, alimento, tampouco estudo... vi muitas crianças de lares serem agraciados com bolsas de estudo que lhe permitiram prosseguir na universidade...
A postura destes pais se identifica com o materialismo. Acreditam que para o filho o mais importante é que estar bem economicamente. Afirmam: "demos tudo para você". E para alcançar este objetivo, que é o dinheiro, investiram todo o dinheiro que eles mesmos precisam no próprio filho. Se quer ter mais dinheiro, não tente aumentar sua renda, diminua suas ambições (Provérbio árabe).
Vivemos em uma sociedade materialista e consumista que sutilmente nos aprisiona e convence de seus objetivos. Por isso há pais enlouquecidos com o desejo de ter; outros, para suprir seu consumismo, trabalham incansavelmente ou tem dois empregos, pois os salários baixos não permitem que viva de acordo com seus gastos; em muitos casos - e a cada dia mais - a mulher também deixa o lar, de um lado pela necessidade que surge em uma sociedade injusta, e por outro, porque essa mesma sociedade rotula a mulher como "mão de obra barata", motivando-a a adiar o casamento, a maternidade ou a deixar seus filhos nas mãos de outras pessoas. Mas também existem outros motivos: "não posso deixar meu trabalho porque tenho um salário muito bom", "minha profissão me impede de dedicar mais tempo ao bebê", "se deixo de trabalhar não poderemos mudar de apartamento", "combinei com meu marido que continuarei trabalhando até podermos trocar de carro", "não tenho problemas em relação a isso, minha mãe cuida das crianças e eles, por sua vez, fazem companhia para ela", "menos mal que tenho este emprego porque não gosto de cuidar da casa". Pai e mãe, vocês tem em suas mãos uma grande responsabilidade: os filhos! O que esperam? Que um dia o filho já grande lhes diga: "sabem de uma coisa? Quinze anos atrás eu era uma criança... sete anos atrás, adolescente... mas vocês não ficaram sabendo porque todos os dias diziam que estavam com a agenda cheia... de coisas importantes".
Voltemos à idea inicial de: O que é melhor para os filhos? É de se esperar que todos os pais possam dar roupas, alimento e estudo aos filhos. Mas também é preciso elevar o nível dos ideais. É imprescindível que os pais deem valor e sentido à vida do seu filho. Isto só será possível à medida em que confiarem esta tarefa a Deus. Sem Deus a vida não tem sentido. Somente partindo de Deus é possível responder ao filho a pergunta: "porque eu estou vivo?". "Pai, mãe, porque vocês me conceberam?". Caso os pais não encontrem uma resposta, eles poderão encontrar um motivo substituto. Quem melhor que o pai e a mãe para cumprir com Deus o sentido da vida?
Reforcemos uma ideia que se soma a este de "dar o melhor para o filho": se os padres não dão este melhor, ninguém pode ser julgado. Todo filho quer o melhor pai e a melhor mãe que existe. Para serem pais, é fundamental serem esposos melhores. Excelentes esposos resultam em excelentes pais. Esposos que se esforçam para manter a unidade, a harmonia, o diálogo, a compreensão e o amor. Se vocês forem excelentes pais, um filhos jamais reclamará se um dia lhe faltou comida ou se não foi possível ter aquela roupa. Se não forem excelentes pais, com certeza serão criticados.
Os casais que descuidam de suas tarefas e que não se esforçam para ser excelentes pais, considerando os filhos como uma "necessidade" e uma "compensação", sem jamais assumir que um dia decidiram tê-los usando da própria liberdade, estarão cultivando um triste outono em suas vidas... Talvez o casamento do caçula deles se transforme em algo trágico. Ou lhes esperará a solidão. Quando finalmente puderem dizer "que maravilhoso, estamos de novo só nós dois! (os filhos nunca foram um peso), perceberão que estão ao lado de alguém com quem já não tem mais nada em comum, se tornam dois estranhos em plena solidão. Ele vai fugir para o café, para o clube ou para a praça, com outros aposentados... E ela estará com a vizinha, com a novela, metendo-se na vida do filho ou da nora, tentando esconder o vazio da solidão.
Quando o amor conjugal é a base do amor paternal, tudo fica assegurado. O amor entre os pais é sinal de amor entre o casal. Assim, a vida de casal continuará reluzente quando os filhos alçarem voos.
III. Os pais como colaboradores de Deus
Deus, com a criação do homem e da mulher à sua imagem e semelhança, coroa e leva à perfeição a obra de suas mãos; Ele convida sua criação a ter uma participação especial no amor e, ao mesmo tempo, em seu poder de Pai e Criador, mediante à cooperação livre e responsável na transmissão do dom da vida aos humanos: E Deus os abençoou, e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a (Gn 1,28).
Assim, a tarefa fundamental da família é servir à vida, realizar ao longo da história a bênção original do Criador, transmitindo às geração a imagem divina de homem para homem.
A fertilidade é o fruto e o sinal do amor conjugal, o testemunho vivo do compromisso pleno e recíproco dos cônjuges: o cultivo do amor conjugal e toda a estrutura da vida familiar que dele deriva, sem descuidar de outros aspectos do casamento, tendem a permitir que os cônjuges cooperem com força de espírito com o amor do Criador e do Salvador, que através deles diariamente alimenta e enriquece sua própria família (CF 28).
É realmente uma maravilha colaborar com a excelente tarefa de criação de novos seres humanos. E pensar que existem casamentos que renunciam a uma honra tão grande.
Ao casarem-se, os esposos prometem fidelidade um ao outro, e portanto, fidelidade a Deus, que é a fonte do amor e o autor do casamento. Prometem tornar seus o plano maravilhoso que Deus tem para a vida e para o amor. Deus confia aos esposos o que criou de melhor com suas mãos: a vida humana. Quanta responsabilidade! Criadores de vida. O mais sagrado. O mais digno. Nada que já foi criado pode ser comparado com o valor da vida humana. Uma só vida vale mais do que todo o restante da criação.
Como Deus ama infinitamente a vida, quer protegê-la de alguma maneira e por meio de uma garantia concreta: o casamento. O amor que une os esposos conduz à procriação. Os esposos são como o ninho da vida humana.
Além disso, Deus pode ter filhos graças à generosidade dos pais. Isso os transforma em colaboradores concretos de Deus no dom da vida. Deste modo, os pais se tornam custódios dos filhos, não seus donos. Somente Deus é dono dos filhos e da vida. Ele põe os filhos nas mãos dos pais até que eles possam andar por si mesmos na vida, ou seja, quando puderem utilizar plenamente suas faculdades de opinião e de liberdade. Isto multiplica a responsabilidade, pois, por exemplo, se alguém é dono de um terreno, pode fazer com ele o que quiser. Pode semear, criar animais... Já o caseiro desta terra não pode fazer o que quiser, apenas cumprir com a vontade do proprietário. Antes de cada atitude deve se ter claro o que o dono quer.
Assim acontece com os pais em relação aos filhos. Eles não podem educar como bem entenderem. Em algumas ocasiões já escutei: "Meus filhos vão ser como eu digo e pronto". Pobres filhos! Essa expressão por si só deixa muito a desejar. Os pais devem estar atentos ao que Deus quer de seus filhos. Por qual caminho orientá-los? Que virtudes ele tem que cultivar? Que verdades devo transmitir-lhe? Como orientá-los em relação à vocação? Os pais devem educar em função dos valores do Senhor da vida e não em função dos seus caprichos pessoais.
IV. A autoridade dos pais em relação aos filhos
Ao confiar aos pais a vida e a educação dos filhos, Deus lhes concede autoridade para tal. Aprofundemos este assunto para entender qual o sentido desta autoridade.
É claro que os filhos são fonte de inúmeras alegrias. Mas também são motivo para preocupações constantes. À medida em que os filhos crescem, crescem os problemas que os rodeiam. Problemas de desenvolvimento, de caráter, integração, capacidade, saúde e econômicos. Geralmente, quando os filhos são menores, os problemas são pequenos... quando crescem, os problemas se agravam. Quando crianças o preocupante é uma dor de ouvido, um resfriado ou algum adoecimento... quando começam a andar, cuida-se para que não caiam, que não derrubem coisas quentes, que não atravessem a rua sem olhar e que não coloquem o dedo no interruptor... Quando começa a etapa da escola, é preciso se interar da sua integração, da sua capacidade intelectual e voluntária, das novas amizades e, à medida em que continua crescendo, aumentam cada vez mais as preocupações. Começa-se a temer pelo uso da própria liberdade e os pais começam a se questionar se fizeram o suficiente para que o filho saiba se virar sozinho.
Começa o cabo de guerra natural entre pais e filhos. Os filhos estão ansiosos para estrear a própria liberdade e os pais continuam colocando limites, porque "eles ainda são muito pequenos" e podem se desviar no caminho. Surgem momentos difíceis para os pais, que, diante de várias situações ou circunstâncias vividas pelo filho, se perguntam: “O que fazemos? Continuamos mandando ou o obrigamos? Mantemos a paciência ou devemos punir e ter "mão firme"? Devemos ser mais compreensivos? O que fazer?".
Surge o problema da autoridade.
O que é ter a autoridade? Se procurarmos no dicionários encontraremos que autoridade é ter poder sobre uma pessoa. Mas, que tipo de poder?
Se fizermos uma enquete sobre o que é a autoridade e que tipo de poder ela garante, a maioria responderá que é o poder "de mandar". Essa resposta surge por conta da própria experiência no lar, no trabalho, na política, com o governo, etc. É a mesma ideia que faz com que haja uma rejeição à autoridade, principalmente nas gerações mais jovens, pois ela surge como uma limitação e uma ameaça à liberdade.
Sem dúvida, nós cristãos cremos em um Deus que tem poder infinito porque esse poder pode nos ajudar e salvar. Cristo, que tem o poder do Pai, se revela como o Bom Pastor, demonstrando um enorme poder de amar, dar vida e servir aos outros.
Onde está a chave para entender tudo isso, então? Vamos analisar o vocábulo AUTORIDADE. Ele vem do latim "auctoritas", que significa garantia, prestígio, influência. Deriva de "auctor" (autor), aquele que dá valor, o responsável, o modelo, o mestre; termo que por sua vez se liga ao verbo "augeo", que significa acrescentar, desenvolver, fortalecer, revigorar, prosperar. Portanto, autoridade vem de autor e autor é aquele que tem poder para fazer as coisas crescerem.
Portanto, os pais são a verdadeira autoridade para seus filhos não porque são aqueles que "mandam", mas porque são seus autores, aqueles que lhe deram a vida e, por isso, os ajudam a crescer fisicamente, moralmente e espiritualmente. A autoridade está em ajudar os filhos a desenvolverem-se como pessoas, ensinando-as a fazer uso da própria liberdade, capacitando-os para tomar suas próprias decisões e mostrando-lhes por quais valores deve-se optar durante a vida.
A autoridade deve estar à serviço da liberdade, apoiando-a, estimulando-a e protegendo-a ao longo de todo o processo de amadurecimento. Apoiar e estimular implica que os pais sejam maduros e entendam que seu filho é uma pessoa, e por isso, difere deles e que eles, à medida em que exercerem a sua liberdade, tecerão sua própria realização pessoal. Proteger um filho durante seu processo de amadurecimento significa que ele ainda não está pronto para caminhar sozinho na vida. Atualmente, talvez seja esta o maior erro dos pais. Não existe uma verdadeira proteção em relação à liberdade de um filho. Cada vez mais pais e filhos se desentendem no que dizem respeito às escolhas. Os pais estão cedendo muito cedo em relação à proteção da liberdade das crianças. As causas para isto podem ser variadas: a criança ainda não sabe como fazer algo, existe a vontade de ser pais "modernos", ou ainda, há incompreensões entre o casal, pois se desentender é o caminho mais fácil. Frequentemente, ao invés de proteger a liberdade do filho, o processo de amadurecimento se torna um risco que, talvez, conduz a uma vida que compromete a felicidade e a realização daquele que os pais dizem tanto amar. Se os pais amam tanto assim seus filhos por que não protegem a maneira como eles usam a sua liberdade?
A melhor família é aquela na qual se manda menos. Além disso, devem ser utilizados os meios adequados para cada momento. Quando um escultor começa seu trabalho em pedra ou madeira, ele usa ferramentas e instrumentos concretos para alcançar seu objetivo, como o cinzel, o martelo ou o maço. Quais são os meios para exercer uma autoridade educativa e, assim, ser um verdadeiro autor para os filhos?
1- O exemplo: Antes de mais nada, é fundamental que os pais mostrem como se deve ser. Os filhos não são educados só por conselhos ou lindas palavras. Tudo o que vivem e veem se transforma em alimento para a própria educação. Além disso, quando eles não veem coerência entre o que escutam dos seus pais e o que os veem fazendo, se torna impossível que entendam aquilo que lhes é transmitido. Pais: ajam antes de falar.
2- O diálogo: É essencial criar um clima de amor e confiança na família. O desenvolvimento do diálogo com os filhos passa, acima de tudo, pela capacidade de saber escutá-los. Dediquem tempo às inquietudes deles. Em muitos casos me deparei com pais desesperados porque seu filho ou filha adolescente era mais amigo de outras pessoas do que deles. Devemos levar em consideração que existe um momento em que se torna natural um distanciamento entre os filhos e os pais, mas isso se agrava se os pais não se dispõem a escutá-los desde sempre. Um problema bancário não é mais importante do que um filho que se aproxima para contar ou mostrar alguma coisa. Cada um entende que as suas coisas é que são importante. E por isso que é necessário que os pais se sintonizem com as crianças desde muito cedo. Quantas vezes deixamos de conversar por causa de um simples programa de televisão! Quantas vezes tivemos que ficar quietos porque "os grandes estão conversando"! Então quer dizer que as coisas de criança não são importantes?
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