Kitabı oku: «Agora e Para Sempre », sayfa 13

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Capítulo Dezessete

Naquela noite, Emily e Daniel se reconciliaram, e o drama do dia foi esquecido entre os lençóis, o perdão vindo sob a forma de carícias, toda a angústia sendo afastada com muitos beijos.

Quando a manhã chegou, e um sol brilhante de verão passou pelas cortinas, ambos acordaram.

“Acho que não vou preparar café da manhã para você”, Daniel falou. “Agora que a torradeira explodiu”.

Emily gemeu e deixou a cabeça cair novamente no travesseiro. “Por favor, nem me lembre”.

“Vamos”, Daniel falou. “Vamos tomar café da manhã no Joe”. Ele pulou da cama e vestiu sua calça jeans, e então estendeu a mão para Emily.

“Não podemos dormir um pouquinho mais?” Emily replicou. “Foi uma noite muito difícil, lembra?”.

Daniel balançou a cabeça. Ele parecia cheio de energia para alguém que havia acordado tão cedo. “Achei que você queria ter uma pousada”, ele exclamou. “Não poderá dormir até mais tarde quando for a dona da pousada”.

“E é justamente por isso que preciso dormir até mais tarde agora”, Emily falou.

Daniel a puxou da cama, Emily gritando e rindo, e a fez se sentar no banco da penteadeira.

“Ah, parece que você já se levantou agora, de toda forma”, Daniel disse, com um sorriso travesso. “Poderia muito bem se vestir”.

Assim que Emily estava pronta, Daniel a levou até a lanchonete de Joe. Ambos pediram café com waffles, e então começaram a calcular. Ela sempre teve pavor ao pensar na possibilidade de ficar sem dinheiro, e se realmente decidisse ter uma pousada, precisaria usar todas as suas economias. Sua reserva para os próximos três meses seria completamente usada. Se isso desse errado, ela ficaria sem nada. Olhar para a lista de coisas que precisava comprar era desanimador. Analisando desde os itens ridiculamente caros, como restaurar a janela Tiffany no salão de baile, até os mais baratos, como substituir a torradeira que explodiu, Emily não estava certa se poderia fazer aquilo.

Ela descansou a caneta sobre a mesa. “É muita coisa. É muito caro”, queixou-se.

Daniel pegou a caneta. Ele riscou o item mais barato da lista, a torradeira.

“Por que fez isso?” Emily perguntou, franzindo o cenho.

“Porque eu vou até a loja de departamentos após o café da manhã para comprar uma nova para você”, ele disse.

“Você não precisa fazer isso”.

“Tem razão. Eu quero fazer isso”.

“Daniel...” ela avisou.

“Eu tenho minhas economias”, ele replicou. “E quero ajudar você”.

“Mas eu deveria vender as antiguidades primeiro, antes de você começar a se sacrificar por mim”.

“Quer mesmo fazer isso?” Daniel perguntou. “Vender os tesouros do seu pai?”

Ela balançou a cabeça. “Não. O valor sentimental é muito grande”.

“Então, deixe-me ajudá-la”. Ele apertou a mão dela. “É apenas uma torradeira”.

Ela sabia que Daniel não podia ser rico. Apesar da antiga garagem estar decorada com bom gosto, ele morava ali sem pagar aluguel, por vinte anos. Ele não recebia dinheiro algum por trabalhar no terreno ao redor da casa e provavelmente realizava apenas alguns reparos aqui e ali, só para conseguir o dinheiro do gás e da comida, e lenha para a lareira. Apesar dela ficar desconfortável por saber que Daniel iria retirar dinheiro de suas economias, concordou com a cabeça.

“E nunca se sabe”, Daniel disse. “O pessoal da cidade provavelmente poderia ajudar. Meu amigo George disse que ele viria dar uma olhada em sua janela Tiffany e ver o que poderia fazer para restaurá-la”.

“Ele disse?”

“Claro. As pessoas gostam de ajudar. Também gostam de dinheiro. Talvez, algumas pessoas daqui queiram investir em você”.

“Talvez”, Emily falou. “Apesar de não terem nenhuma razão para isso”.

Daniel deu de ombros. “Raj não tinha nenhuma razão para cortar em pedaços aquela árvore caída para você, mas ele fez isso de toda forma. Algumas pessoas apenas gostam de ajudar”.

“Mas quem teria essa quantidade de dinheiro por aqui?”

“Que tal Rico?” Daniel sugeriu, tomando um gole de café. “Aposto que ele tem um monte de dinheiro guardado”.

“Rico?” Emily exclamou. “Ele mal se lembra do meu nome”. Ela suspirou, sentindo-se desestimulada e ansiosa. “Realmente, a única pessoa com qualquer tipo de patrimônio por aqui é Trevor Mann. E todos sabemos o que ele pensa de mim”.

“Provavelmente, deve pensar muito pior agora, depois da visita dos bombeiros à meia-noite”.

Emily gemeu e Daniel apertou o braço dela, para reconfortá-la.

“Não vou mentir, Emily”, ele disse. “O projeto da pousada é arriscado. Mas estou aqui para ajudar, e aposto que o restante da cidade também. Faça o que acha que é certo, mas saiba que, seja o que for que você decidir, não estará sozinha”.

Emily sorriu, seus dedos acariciando suavemente o braço dele, mais confiante depois do que Daniel havia dito.

“Se você pudesse conseguir algum investimento”, ele disse, “o que seria a primeira coisa que faria na casa?”

Emily pensou bem por um bom tempo. “Eu gostaria de uma mesa especial para a recepção. O foyer parece vazio demais no momento”.

“Ah, é?” Daniel falou. “O que você colocaria nele, num mundo ideal, se dinheiro não fosse um problema?”

“Bem, realmente, precisaria de uma peça sob medida”. Emily disse, pegando seu celular e começando a procurar no Google e no Ebay. “Algo assim!” ela falou, mostrando-lhe, na tela, uma peça Art Deco incrível.

Daniel assoviou. “É muito bonita”.

“Sim”, Emily falou. “E olha só o preço. Lá se vão alguns bons milhares de dólares do meu orçamento”. Então, ela levantou os olhos e sorriu para Daniel. “Mas, se um dia você estiver em dúvida sobre o que me dar de presente de aniversário...” Ela pôs o celular de novo sobre a mesa e suspirou. “Enfim, estou me adiantando. Ainda não tenho nem a licença”.

“Tenho plena certeza de que você obterá a licença”, Daniel falou. Então, ele se levantou de repente, afastando seu prato. “Vamos”, ele disse.

“Aonde vamos?” Emily perguntou.

“Para a loja de Rico. Vamos ver se ele tem alguma coisa que você queira comprar”.

Emily havia relutado em voltar à loja dele, em parte porque a casa estava mais ou menos completa, mas também por causa da experiência desagradável que havia tido ontem. O pensamento de voltar lá a irritou e ela não estava com vontade de reviver aquele momento. Mas com Daniel segurando sua mão, talvez não fosse tão ruim.

“Nós acabamos de analisar meu orçamento! Não tenho dinheiro para comprar nada caro!” ela protestou.

“Você sabe como é a loja de Rico. Pode haver alguma joia escondida em algum lugar por lá”.

“Duvido”, Emily replicou. Ela havia vasculhado cada centímetro daquele lugar. Mas a ideia de comprar com Daniel, de dar um pequeno passo para se aproximar de seu sonho, era uma experiência divertida demais para perder. Emily decidiu então que, não importava as fofocas que inventariam sobre eles, ela seria capaz de lidar com todas. Olhou para seu caderno cheio de números e cálculos, e então o fechou com força.

“Vamos”, ela falou.

*

“Ora, se não é meu casal favorito”, Serena disse quando viu Emily e Daniel entrando na loja. Ela estava particularmente linda naquele dia, num vestido de verão florido, manchado, como sempre, por tinta multicolorida. Ela beijou ambos no rosto. “Como está a pousada?”

“Absolutamente incrível”, Daniel falou, passando um braço pelos ombros de Emily. “Emily fez um grande trabalho”.

Emily sorriu e Serena piscou para ela.

“Então, está pronta?” ela perguntou. “Quando será a grande inauguração? Você vai dar mais uma de suas festas? Aquele ensopado estava delicioso. Ah, lembrei. Você pode escrever a receita para mim? Tenho que mandá-la para minha mãe”.

“Você contou para sua mãe sobre meu ensopado?”

“Eu conto tudo para minha mãe”, Serena falou, levantando uma sobrancelha.

Nesse momento, Rico surgiu, vindo de um dos cômodos da parte de trás da loja. Ele parecia mais frágil que o usual, as linhas em seu rosto mais pronunciadas.

“Oi, Rico”, Emily disse.

“Olá”, Rico disse, apertando a mão de Emily. “É um prazer conhecê-la”.

“Esta é Emily”, Serena o lembrou. “Lembra? Fomos jantar na casa dela”.

“Ah”, Rico falou. “Você é a moça da pousada, não é?”

“Bem, ainda não”, Emily disse, sorrindo. “Mas espero abrir uma, sim”.

“Tenho algo para você”, Rico disse.

Emily, Daniel e Serena se entreolharam.

“Tem?” Emily falou, confusa.

“Sim, sim, está comigo há anos. Por aqui”. Rico caminhou mancando pelo corredor. “Venham”.

Dando de ombros, Serena o seguiu, Daniel e Emily acompanhando-a logo atrás com expressões igualmente surpresas. Eles passaram por uma porta e entraram num vasto cômodo na parte de trás. Havia vários lençóis cobrindo grandes móveis. Parecia um lugar misterioso, como um cemitério de móveis.

“O que está acontecendo?” Emily sussurrou no ouvido de Serena, imaginando que Rico havia finalmente ficado demente.

“Não tenho ideia”, Serena replicou. “Eu nunca estive aqui”. Ela olhava ao redor, com olhos arregalados, intrigada. “O que são todas essas coisas, Rico?”

“Hum?” o velho disse. “Ah, são apenas coisas grandes demais para o térreo da loja e especiais demais para serem postas à venda”. Ele caminhou até onde uma capa protetora cobria algo grande e retangular e espiou sob a coberta. “Sim, aqui está”, Rico disse para si mesmo. Ele começou a puxar o pesado protetor. Emily, Daniel e Serena começaram a ajudar, pegando nos cantos da manta para ajudá-lo.

Ao retirarem o protetor, uma superfície de mármore começou a emergir. Então, a capa protetora deslizou completamente, revelando uma mesa de madeira escura linda, com um tampo de mármore, feita para uma recepção. Parecia sólida e robusta, exatamente o que Emily estava procurando.

Maravilhada, Emily deu uma boa olhada na peça, descobrindo que, conectado ao outro lado, havia um sofá em veludo vermelho, tornando-a uma mesa frontal com assentos combinados. Era um modelo incrível, único.

“É perfeita”, ela disse.

“Isto costumava ficar na entrada principal”, Rico disse.

“Entrada principal de onde?” Emily perguntou.

“Da pousada”.

A boca de Emily se abriu. “Da minha pousada? Esta era a mesa original?”

“Ah, sim”, Rico replicou. “Seu pai a adorava. Ele ficou triste em se separar dela, mas não havia espaço suficiente na casa. Além disso, ele não queria ser injusto com a peça. Queria que alguém a usasse de acordo com a finalidade para qual foi projetada. Então, ele me deu a mesa quando comprou a casa, esperando que eu encontrasse um comprador para ela”. Ele deu batidinhas no tampo de mármore. “Ninguém demonstrou interesse”.

Emily sempre se surpreendia quando Rico falava sobre o passado. Ele parecia ter uma lembrança cristalina de certos eventos, mas, de outros, não se lembrava de jeito nenhum. Foi muita sorte ele ter se lembrado disso, e também foi uma feliz coincidência Emily gostar tanto da mesa original.

Mas sua alegria durou pouco e seu bom humor desvaneceu. Algo assim deveria certamente custar mais do que ela tinha.

“Então, quanto custa?” ela perguntou, preparando-se para uma decepção.

Rico balançou a cabeça. “Nada. Quero que fique com ela”.

Emily não pôde acreditar. “De graça? Não posso fazer isso. Deve ser tão cara!” Ela estava atônita.

“Por favor”, Rico insistiu. “Não consegui vendê-la em 35 anos. E a maneira como seu rosto se ilumina quando olha para ela já é pagamento suficiente. Quero que seja sua”.

Tomada pela emoção, Emily abraçou Rico e beijou seu rosto. “Obrigada, obrigada, obrigada. Não tem ideia do que isto significa para mim. Vou ficar com ela, mas é apenas um empréstimo até eu juntar dinheiro bastante para pagar, certo?”

Ele bateu de leve na sua mão. “O que preferir. Estou feliz de vê-la ir para um lar amoroso, enfim”.

Capítulo Dezoito

“Acorde”, Daniel sussurrou no ouvido de Emily.

Ela se espreguiçou e pegou a xícara de café que ele lhe oferecia, e então notou que Daniel já estava vestido. “Aonde está indo?”

“Tenho algo a fazer hoje”, ele replicou.

Emily olhou ao redor e notou que o sol tinha acabado de nascer. “Algo? O quê?”

Ele olhou para ela. “É segredo. Mas não um segredo do tipo 'meu nome, na verdade, é Dashiel'. Você não precisa se preocupar”. Ele deu um beijo no topo da cabeça dela.

“Bem, isso é reconfortante”, Emily falou, sarcasticamente.

“Enfim”, Daniel disse, “eu só iria atrapalhar, de toda forma”.

“Por quê?” Emily perguntou, com olhos ainda inchados de sono.

Daniel levantou as sobrancelhas. “Não me diga que você esqueceu?”

“Ah, meu Deus!” Emily exclamou. “A reunião com o conselho municipal. É hoje, não é?”

Daniel assentiu. “Sim. E acho que alguém tem uma reunião com Cynthia às sete da manhã. Faltam apenas quinze minutos para as sete”.

Emily deu um pulo da cama. “Você está certo. Ai, meu Deus. Tenho que me vestir”.

Apesar de estar grata por Cynthia ter se oferecido para lhe ajudar com aspectos administrativos da pousada, ela se lamentou pela mulher ter insistido num horário tão cedo.

“Isso lhe fez se mover”, Daniel disse, com um sorriso. Ele terminou de beber seu café, e então pegou sua jaqueta.

“Só não se esqueça da reunião hoje à noite, está bem?” Emily falou. “Às sete horas, na Prefeitura”. Daniel sorriu. “Estarei lá. Eu prometo”.

*

Cynthia chegou com seus dois poodles de estimação a reboque. Ela vestia um vestido longo fúcsia, a cor brigando terrivelmente com seu cabelo ruivo.

“Bom dia”, Emily falou, acenando da porta.

“Olá, querida”, Cynthia disse. Ela caminhou apressada pelo caminho até a porta.

“Obrigada por se encontrar comigo”, Emily acrescentou, quando a mulher estava mais perto. “Aceita um café?”

“Ah, eu adoraria”, Cynthia falou.

Emily a levou até a cozinha e serviu para as duas uma xícara de café fresco. Enquanto isso, Mogsy pulou na porta de vidro entre a cozinha e a área de serviço. Cynthia foi até lá e olhou pelo vidro.

“Não sabia que você tinha filhotes!” ela exclamou. “Ah, eles são adoráveis!”

“A mãe era de rua”, Emily disse. “Eu não percebi que estava grávida e, então, de repente, havia cinco filhotes”.

“Já encontrou um lar para eles?” Cynthia perguntou, brincando com eles através do vidro.

“Ainda não”, Emily respondeu. “Os filhotes são novos demais para deixar a mãe. E não posso jogá-la na rua. Então, no momento, são meus”.

“Bem, assim que desmamarem, ficarei feliz em adotar um. Jeremy passou nos exames de admissão da St. Matthew e eu quero lhe dar um presente”.

“Você ficaria com um?” Emily perguntou, sentindo alívio. “Isso seria ótimo”.

“Claro”, Cynthia respondeu, apertando o braço de Emily. “Cuidamos uns dos outros nesta cidade. Quer que eu procure mais alguém que queira um?”

“Sim, isso seria ótimo, obrigada”, Emily respondeu.

Emily foi alimentar os cães, e, em seguida, as duas mulheres se sentaram à mesa.

“Agora”, Cynthia falou, puxando uma pasta grossa. “Tomei a liberdade de obter para você alguns dos formulários que precisará preencher. Este é para higiene”. Ela pôs um papel azul na frente de Emily. Em seguida, um rosa. “Gás”. Por fim, ela colocou um amarelo sobre a mesa. “Esgoto e tratamento de água”.

Emily olhou para os formulários com receio. Algo no caráter oficial deles a fez se sentir dolorosamente despreparada.

Mas Cynthia não havia terminado. “Também tenho alguns cartões aqui para você. Nomes e telefones de alguns caras muito respeitáveis. Deixarão tudo pronto para você. Eu precisei dos serviços deles. São muito bons, os melhores, na verdade. Eu poria minha mão no fogo por eles”.

Emily pegou os cartões e os colocou no bolso. “Algo mais?”

“Trevor vai tentar dificultar as coisas para você. Ele sabe os nomes de cada violação de conduta conhecida. Assegure que você sabe o que está fazendo em termos de procedimentos legais e logística, e você ficará bem”.

Emily engoliu em seco. Ela estava se sentindo mais apreensiva do que nunca. “E aqui estou eu, pensando que tenho apenas que dar um discurso sincero”.

“Ah, não me entenda mal”, Cynthia exclamou, tranquilizando-a com um gesto despreocupado, as unhas rosa pink longas como garras. “O discurso vai lhe levar até noventa por cento do caminho. Só não deixe Trevor confundi-la nos outros dez por cento”. Ela bateu de leve com a mão nos papeis sobre a mesa. “Aprenda seu negócio. Fale de maneira a demonstrar que é capaz”.

Emily assentiu. “Obrigada, Cynthia. Agradeço muito por você reservar tempo para falar comigo sobre isso tudo”.

“Sem problema, querida”, Cynthia replicou. “Cuidamos uns dos outros nesta cidade”. Ela se levantou, e os poodles também. “Vejo você depois. Às dezenove horas?”

“Você virá à reunião?” Emily perguntou, surpresa.

“É claro que vou!” Ela deu uma batidinha no ombro de Emily. “Todos vamos”.

“Todos?” Emily perguntou, nervosa.

“Todos nós, que nos importamos com você e com a pousada”, Cynthia replicou. “Não perderíamos a reunião por nada”.

Emily levou Cynthia até a porta, sentindo-se ao mesmo tempo grata e apreensiva. Ela se sentia bem com o apoio das pessoas da cidade. Mas ter todo mundo observando-a, e arriscar fazer papel de boba na frente de todos era um prognóstico que a atemorizava.

*

À noite, Emily estava terminando de se arrumar quando ouviu a campainha. Ela franziu o cenho, confusa sobre quem seria àquela hora, e foi até a porta para ver. Quando a abriu, ficou chocada ao ver a quem estava à sua frente.

“Amy?!” Emily gritou. “Ai, meu Deus!”

Ela puxou a amiga para abraçá-la. Amy a apertou de volta.

“Entre”, Emily falou, abrindo bem a porta. Ela olhou rapidamente para o relógio. Ainda havia tempo para conversar com Amy antes que tivesse que sair para a reunião do conselho municipal.

“Uau”, Amy falou, olhando ao redor. “Esta casa é maior do que eu esperava”.

“Sim, é imensa”.

Amy franziu o nariz e cheirou alguma coisa. “Isso é fumaça? Sinto cheiro de queimado”.

“Ah, é uma longa história”, Emily falou, balançando a mão. Nesse momento, os filhotes começaram a latir na área de serviço.

“Você tem um cachorro?” Amy perguntou, parecendo chocada.

“Um cão, cinco filhotes”, Emily disse. “Que é outra longa história”. Ela não podia deixar de olhar novamente para o relógio. “Então, o que veio fazer aqui, Ames?”

A expressão de Amy se fechou. “O que estou fazendo aqui? Eu estou aqui para ver minha melhor amiga, que desapareceu há três meses. Quer dizer, eu deveria estar perguntando o que você está fazendo aqui. E como seu final de semana prolongado se transformou em duas semanas, e então em seis meses. E isso sem mencionar a mensagem que você me enviou, dizendo que está pensando em abrir um negócio!”

Emily pôde sentir um traço de desdém na voz da amiga. “O que há de tão maluco na ideia de eu começar um negócio? Acha que não consigo?”

Amy revirou os olhos. “Não foi isso que quis dizer. Só que as coisas parecem estar indo rápido demais por aqui. Sinto que você está se estabelecendo neste lugar. Você tem seis animais de estimação!”

Emily balançou a cabeça, sentindo-se um pouco exasperada e um tanto atacada. “É um cão de rua e seus filhotes. Não estou me estabelecendo. Estou apenas experimentando. Testando as coisas. Aproveitando minha vida, para variar”.

Agora, foi a vez de Amy dar um suspiro. “E estou feliz por você, Emily, estou. Acho ótimo você estar aproveitando sua vida, você realmente merece, depois de tudo que passou com Ben. Mas só acho que você talvez não tenha dedicado tempo suficiente para pensar a respeito. Começar um negócio não é fácil”.

“Você fez isso”, Emily a lembrou.

Amy gerenciava de casa uma empresa de aromatizadores desde que havia saído da faculdade, vendendo seus itens online. Havia levado uma década passando noites sem dormir e semanas de trabalho de domingo a domingo para ganhar dinheiro suficiente para apenas se sustentar, mas agora o negócio estava prosperando.

“Você está certa”, Amy falou. “Fiz isso. E foi difícil”. Ela esfregou as têmporas. “Emily, se for isso que você realmente quer fazer, poderia ao menos voltar para Nova York por um tempo primeiro, para analisar o assunto adequadamente, com cuidado? Criar um plano de negócios, ir ao banco para obter um empréstimo, encontrar um contador para ajudar com os livros? Eu poderia ser uma mentora. Então, se você estiver realmente segura de ter tomado a decisão certa, pode voltar para cá”.

“Eu já sei que tomei a decisão certa”, Emily falou.

“Como?” Amy falou, exasperada. “Você não tem nenhuma experiência! Pode odiar tudo isso, literalmente! E então? Terá desperdiçado todo o seu dinheiro. Não teria nada em que se apoiar”.

“Sabe, eu espero esse tipo de merda da minha mãe, Amy, não de você”.

Amy deu um suspiro profundo. “É difícil apoiar tudo isso após você me desligar completamente da sua vida. Eu não quero brigar com você, Emily. Vim aqui porque sinto sua falta. E me preocupo com você. Esta casa? Não é você. Não está entediada aqui? Você não sente falta de Nova York? De mim?”

O coração de Emily doeu ao sentir a aflição na voz de Amy. Mas o relógio na parede lhe informava que seu tempo estava se acabando. A reunião com o conselho municipal começaria em breve, uma reunião que determinaria seu futuro. Ela precisava estar lá, e precisava estar calma.

“Desculpe”, Amy falou secamente quando notou que era para o relógio na parede que o olhar de Emily teimava em se dirigir. “Estou atrapalhando alguma coisa?”

“Não, é claro que não”, Emily falou, pegando a mão de Amy. “É que... podemos falar sobre isso mais tarde? Estou com muita coisa na cabeça e...”

“Eu chegar sem avisar nunca foi um problema antes”, Amy rosnou.

“Amy”, Emily avisou. “Você não pode simplesmente perturbar minha vida, me dizer que estou vivendo-a errado, e esperar que eu aja graciosamente. Fico feliz em vê-la, de verdade. E você pode ficar o tempo que quiser. Mas, agora, tenho que ir a uma reunião com o conselho da cidade”.

Uma das sobrancelhas de Amy se levantou. “Uma reunião com o conselho da cidade? Pelo amor de Deus, Emily, ouça o que está dizendo! Reuniões assim são para caipiras do interior. Não têm nada a ver com você”.

Emily perdeu toda a paciência. “Não, você está enganada. A garota que eu era em Nova York? Essa não era eu. Aquela era uma mulher tola que seguia Ben por todo lado como um cachorrinho, esperando que ele dissesse a ela que era o boa suficiente para casar. Eu nem reconheço mais a pessoa que eu costumava ser. Será que você não percebe? Esta sou eu. Onde estou agora, parece muito mais verdadeiro para mim do que Nova York jamais foi. E se você não gosta, ou se pelo menos não conseguirá nunca me apoiar nisso, então, não temos mais nada a dizer uma a outra”.

O queixo de Amy caiu. Nunca, em todos esses anos de amizade, elas brigaram daquela forma. Emily nunca levantara a voz para sua amiga mais antiga e mais próxima.

Amy apertou bem a bolsa junto ao peito e, então, puxou um maço de cigarros de sua bolsa. Com dedos ágeis, tirou um cigarro e colocou-o entre os lábios. “Aproveite sua reunião, Emily”.

Ela saiu da casa e se dirigiu para onde havia estacionado seu Mercedes. Emily observou-a partir, o arrependimento já brotando dentro dela.

Então, ela foi até seu carro, deu a partida, e acelerou pela rua na direção da prefeitura, mais determinada do que nunca.

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Yaş sınırı:
16+
Litres'teki yayın tarihi:
10 ekim 2019
Hacim:
241 s. 2 illüstrasyon
ISBN:
9781640290495
İndirme biçimi:
Os Lusíadas
Luís de Camões
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