Kitabı oku: «Eu Odeio Amar Você», sayfa 2
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Audrey
Eu tinha deixado Zane e a Thunder e Larson Company quatro anos antes. Na época, era o nosso negócio, que havíamos criado por conta própria, era pouco mais que um lixão ao norte de Chicago, embora as habilidades e a ambição enlouquecedora de Zane tivessem conseguido criar para a companhia um pequeno espaço no ambiente publicitário em apenas dois anos.
Dois anos em que cada sucesso da empresa poderia ser associado a um novo tijolo que logo criaria um muro intransponível entre nós.
Embora não tivesse começado com o pé direito, Zane tinha conseguido chegar lá, e agora ver seu escritório no trigésimo andar de um dos arranha-céus mais bonitos ao sul de Chicago fez com que meu coração disparasse.
Claro, agora meu sobrenome não aparecia mais na placa, mas eu senti que uma parte de mim havia permanecido lá, espremida entre as palavras Thunder e Company.
Eu também fiz muitos sacrifícios para tornar esse sonho realidade.
Sempre acreditei nisso e sabia que Zane, na época meu marido, era um dos publicitários mais brilhantes de Chicago.
Fui eu que implantei em Zane o desejo de começar do zero e abrir uma empresa, sem saber que o preço a se pagar por isso seria o nosso amor.
Se eu pudesse voltar atrás, faria essa escolha novamente?
Eu ainda pressionaria Zane em direção à independência e ambição?
Sim, porque ele merece isso. Ele valia mais do que quando ele trabalhava na empresa Kreinberg, onde nos conhecemos e formávamos uma equipe com outros membros, que sempre foram preguiçosos ou distraídos demais para nos permitir dar aquele salto qualitativo e nos estabelecer naquele ambiente de cão.
Mas e quanto ao nosso casamento?
Talvez isso não devesse ter acontecido?
Eu não sabia e também não queria responder a essa pergunta, porque cada vez que pensava nisso, sentia minha ferida sangrar e meu coração se partir novamente com a mesma violência de quatro anos atrás.
Apagando esses pensamentos da minha mente, me dirigi para o arranha-céu onde a Thunder Company residia, de acordo com a internet.
Cheguei ao andar certo sem dificuldade, mas quando tentei falar diretamente com Zane Thunder, uma secretária exausta e irritada me expulsou com firmeza.
— O Sr. Thunder não vê ninguém sem hora marcada, — disse ela secamente.
— Por favor, é importante. Sou Audrey Larson.
— E daí? Para mim, você poderia ser o próprio presidente dos Estados Unidos, e mesmo assim não deixaria entrar no escritório sem hora marcada.
Zane alguma vez te contou sobre mim?
Eu me peguei pensando.
De repente, olhei em volta. Muitos funcionários iam e vinham e percebi imediatamente que não conhecia ninguém.
Aparentemente, não restou nenhum dos primeiros funcionários que foram contratados quando eu ainda fazia parte da empresa.
Ninguém me conhecia ali.
Zane não contou a ninguém que foi casado comigo.
Eu me senti como um inseto irritante, expulso e imediatamente esquecido.
Gwen estava errada. Zane tinha realmente virado a página.
Contra todos os meus desejos, senti as lágrimas ardendo em meus olhos.
Eu me senti mortificada.
Eu não era nada agora.
Era como se não restasse nada de mim naquele lugar.
Eu tinha caminhado até aquele arranha-céu, com minha caixa cheia de muffins e com a esperança de que algo de mim tivesse ficado naquela empresa ou… em Zane.
Algo a que eu pudesse me agarrar a fim de recomeçar depois de deixar Zane e Chicago.
Em vez disso, descobri que não havia mais nada lá para mim.
Nenhuma conexão, nada em que me apoiar. Sem um resquício ou oportunidade para recomeçar.
De repente, a porta do escritório protegido pela secretária mal-humorada se abriu e Zane saiu dela, acompanhado por uma mulher muito elegante e bonita.
— Zane, você sabe como fazer uma mulher feliz, — ela exclamou alegremente.
— Trisha, eu sei te fazer feliz, — ele respondeu com um sorriso sedutor e aquela voz rouca que no passado sempre fazia minhas pernas fraquejarem.
— Que bajulador, — ela riu alegremente, mas ele não estava mais sorrindo.
Ele estava olhando para mim.
Quando eu retornei seu olhar, cada traço de seu sorriso e charme havia sumido.
— Sarah, acompanhe-a até o elevador, — Zane ordenou imediatamente a sua secretária, irritado. — Trisha, desculpe, mas eu tenho uma emergência. Falo com você depois.
A emergência seria eu… Obrigada pelo enésimo golpe na minha autoestima.
— Saia daqui! Você não é bem-vinda aqui, — Zane sibilou assim que ficamos sozinhos. — Você veio criar problemas aqui também e arruinar o que eu construí nestes anos?
— Claro que não. Como você pode pensar isso de mim?
— Primeiro você me acusa de fazer com que fosse demitida, depois me dá um tapa e agora está aqui. Desculpe não consigo ser otimista. Talvez você prefira uma recepção de braços abertos? Bem, esqueça! Seu nome não está mais na placa da entrada e você não pode mais vir aqui. Fui claro?
Mal tinha ouvido uma palavra do que ele acabara de dizer. O ódio e a raiva que vi em seu olhar frio me paralisaram.
Eu não entendia como ele podia me odiar tanto.
Ele tinha um negócio próspero e bem-sucedido.
Ele continuava jovem e bonito, assim como eu me lembrava dele.
Certamente, ele já tinha outra parceira, talvez aquela mesma mulher, Trisha.
Em um instante, olhei para a mão esquerda dele em busca de um anel.
Não, ele não se casou novamente.
Mas ele tinha tudo. Eu não tinha nada.
O que mais ele poderia querer?
— Eu queria apenas me desculpar por ontem e entregar estes muffins que a Gwen fez. São muffins de mirtilo, seus favoritos. Apenas um pequeno gesto para me desculpar pelo que aconteceu. Sinto muito, eu não queria ter te dado um tapa. Foi um gesto impulsivo e estúpido, me deixei levar pelo nervosismo acumulado por um período difícil e…
— Não me importo, — ele me interrompeu.
— Zane, eu realmente sinto muito.
— Como disse ontem, eu não sei o que fazer com suas desculpas. Agora, por favor, saia e nunca mais volte. Tenho que trabalhar.
— E quanto aos muffins?
— Eu não quero nada que venha de você. Só quero que saia daqui.
Zane parecia realmente determinado.
— Certo, desculpa. Sairei imediatamente. Adeus, — eu gaguejei com um nó na garganta que parecia querer me sufocar.
Zane nem me respondeu.
Dei a volta e me dirigi para os elevadores, sob seu olhar atento.
Nunca me senti tão humilhada e despedaçada desde o dia do divórcio.
Aparentemente, quatro anos não foram suficientes para esquecer. Nem para mim e nem mesmo para ele.
Só quando as portas do elevador se fecharam, uma lágrima de tristeza caiu no meu rosto.
Eu me senti sozinha, no meio de um oceano.
Abracei o meu corpo em busca de calor, mas me peguei tremendo, confusa e desesperada.
Senti apenas um grande vazio dentro de mim.
Não era assim que eu esperava me sentir depois de quatro anos.
Tinha imaginado muitas vezes encontrar Zane, mas em todas as minhas fantasias, sempre permaneci desapaixonada e serena, satisfeita com minha vida e comprometida com minha nova carreira.
Em vez disso, eu estava sem um tostão, sem um emprego ou um novo amor… e logo mais sem uma casa, se não pagasse o aluguel imediatamente.
Audrey, não desista! Ainda há muitas coisas que você pode fazer!
Limpei o rosto e, quando as portas do elevador se abriram novamente, corri para a saída.
Andei muito tempo, até chegar ao Parque Sherman, onde relaxei em um banco em frente a um lago cheio de patos.
Exausta e com fome, abri a caixa de muffins de Gwen.
O cheiro de mirtilo e glacê penetrou minhas narinas, me transportando de volta ao longo dos anos, até os tempos em que eu costumava passar as manhãs de domingo deitada na cama ao lado de Zane, depois de fazer amor a noite toda.
Lembrei que eu adorava sair cedo de casa, sorrateiramente, para ir ao café da Gwen a uma quadra de nossa casa. Me abastecia de café, muffins de mirtilo para Zane e gotas de chocolate para mim. Depois, voltava para casa, preparava as bandejas e voltava para o quarto. Toda vez Zane acordava por causa do cheiro de doces e café, seu único vício.
Sempre tomamos café da manhã nos braços um do outro, fazendo planos para o futuro, depois voltávamos a fazer amor sem nos preocupar com as horas.
Apenas uma vez que Zane passou à minha frente e acordou antes de mim para ir buscar muffins e preparar um café da manhã surpresa.
Foi nessa época que encontrei um anel de noivado dentro de um dos meus doces.
***
— O que é isso? — Eu perguntei a ele, fingindo indiferença, enquanto meu coração saltava do meu peito.
— Ah, nada importante, — acrescentou ele rapidamente com indiferença. — É só uma maneira de te lembrar que em breve você será minha esposa.
— E esta seria a sua proposta de casamento? — Eu ri, achando graça. — Eu esperava algo mais romântico e espalhafatoso de um diretor de criação.
— Eu pensei sobre isso, mas então você cortou minhas asas quando me disse que odeia declarações públicas de amor.
— Verdade.
— Você também me disse que não suportava ouvir a frase clichê: Quer se casar comigo? Em filmes românticos
— Acho que é desprovida de originalidade e muito clássica.
— Eu sei.
— E então? Isso significa que você nem vai me perguntar?
— O quê?
— Se eu quero me casar com você.
— Não vejo necessidade.
— Você está se achando muito, não? — Eu brinquei com ele
— Não, estou simplesmente evitando ser recusado, já que, sem pergunta, não há resposta.
— Jamais faria isso, você sabe que eu te amo muito.
— Graças a Deus… Consegui! Se você tivesse me recusado, eu teria morrido. A ideia de viver sem você é algo que espero que nunca aconteça. Não sei o que faria sem você. Eu te amo, Audrey, você é tudo para mim.
— Você é tudo para mim também, — respondi, beijando-o com paixão e selando nosso amor colocando o anel.
***
Essa memória me fez derreter em lágrimas.
Não consegui comer nem um dos seis muffins que logo ficaram encharcados de lágrimas.
Fiquei sentada naquele banco não sei quanto tempo.
Eu só queria me livrar de toda a dor que tomou conta de meu estômago e peito.
4
Zane
— Um uísque, por favor, — pedi apressadamente ao barman, sentando em frente ao balcão.
Eu não conseguia acreditar.
Eu havia parado de beber por três anos, exceto em ocasiões especiais.
Três anos em que me comprometi a esquecer o meu casamento destruído, a colar o que restava do meu coração partido, a voltar a respirar sem ter que sentir aquela dor aguda no peito que me deixava sem fôlego…
E agora…
Agora eu estava lá, em um bar, não muito longe do meu escritório, às dez da manhã, bebendo um uísque em vez de trabalhar.
Eu senti que estava voltando aos anos logo após Audrey ter me deixado e de repente o mundo inteiro desabou sobre mim.
Por mais de um ano eu havia encontrado refúgio no álcool, até que percebi que em breve também perderia a Thunder Company, que tinha ficado à beira da falência.
Só o trabalho me deu forças para me reerguer e virar a página.
Eu tinha conseguido.
Tive o sucesso que sempre desejei, levando-me a me tornar o chefe de uma das agências de publicidade mais populares de Chicago.
Tinha realizado o meu sonho e o da minha esposa, a mulher que me incentivou a abrir uma empresa, a acreditar mais em mim e no fato que eu atingiria objetivos incríveis.
Trabalhei duro durante anos para que ela se orgulhasse de mim.
Eu adorava meu trabalho, mas o que sempre me impulsionou a ficar no escritório até a meia-noite todas as noites, a procurar novos clientes até aos domingos, a investir nossas miseráveis economias em publicidade, foi ela. Tinha feito tudo isso com um único propósito: não decepcionar as expectativas da mulher que amava e que acreditava em mim a ponto de se colocar em risco para focar tudo em mim, seu “cavalo vencedor”, como ela dizia.
Nunca levei todas as suas queixas a sério, sobre como eu sempre passava muito tempo no trabalho, pois sabia o quanto isso era importante para ela também.
No entanto, entendi como era cansativo para ela. Por isso, decidi dar-lhe um descanso e contratar uma funcionária para fazer o seu trabalho, para que ela tivesse mais tempo para si, como ela sempre questionava quando trabalhávamos na empresa Kreinberg .
Eu fiz isso por ela, apenas para fazê-la se sentir bem.
Não pensei que essa minha decisão sairia pela culatra, levando-a a se divertir com meu Copywriter , Rick Mendoza.
Em um instante, drenei meu uísque, esperando que isso apagasse meu passado.
Senti o álcool queimar meu estômago e fazer minha garganta pegar fogo, mas não me importei.
Eu precisava entorpecer minha mente desde que vi Audrey no Prestige.
Tudo o que precisava fazer era fechar os olhos para sentir meus dedos percorrerem as longas ondas de seu cabelo castanho, mover a franja que muitas vezes caía na frente de seus olhos, deslizar os dedos em seu rosto até os seus lábios pequenos e carnudos, que sempre se dobravam em um sorriso sedutor me convidando a beijá-la, enquanto minhas mãos continuavam a percorrê-la até repousar em suas curvas perfeitas…
Tudo estava tão gravado em minha mente, sua voz ainda tinha o poder de me hipnotizar e me fazer perder a cabeça, junto com aquele olhar feroz que ela costumava me dar quando éramos casados.
Oh meu Deus, algum dia vou conseguir esquecê-la de uma vez por todas?
A imagem dela não me dava trégua e saber que ela tinha deixado Nova York para voltar para cá me deixou inquieto e cruel.
Por que ela voltou?
Ela tinha terminado com Rick?
Por que estava procurando emprego como garçonete?
O que aconteceu com ela?
Eu não deveria ter me feito todas essas perguntas, mas tinha notado o seu rosto magro e pálido, sua perda de peso, seu olhar perplexo e aquela tensão levada ao extremo, tanto que ela quase desmaiou.
— Oi, — alguém disse atrás de mim. Eu teria reconhecido aquela voz entre milhares.
Por um momento quis outro uísque, mas consegui me controlar e me virei lentamente, mantendo o rosto sério.
Assim que meus olhos pousaram nos cor de avelã dela, senti meu coração despedaçar.
Eu estava com dor e a odiava por isso. Mas também me odiava pelo poder que estava dando a ela sobre mim.
— Antes de começar a me acusar de perseguição e emitir uma ordem de restrição contra mim, quero dizer que estou aqui apenas porque estou procurando trabalho e estou distribuindo meu currículo em todas as empresas do bairro, — ela se apressou em esclarecer.
Se não fosse minha ex-mulher, eu teria rido de tal declaração.
— Chicago é uma cidade excepcionalmente grande. No entanto, você está sempre aqui, perto da minha empresa, — indiquei friamente.
— Você tem razão, mas pretendo ficar por perto justamente porque esses lugares são os mais procurados pelas agências de publicidade.
— Achei que bastaria levar o currículo diretamente para os escritórios, em vez de procurar os agentes nos bares, — eu disse acidamente.
— Já isso tentei antes, mas esse caminho não funcionou. Então, agora estou tentando um novo.
— Faça como quiser, apenas fique longe de mim e evite associar meu nome ao seu para conseguir algo em troca.
— Só para ficar claro: o que você não quer revelar é que fomos casados e que já trabalhamos juntos, certo?
Não respondi e voltei para o balcão para terminar meu uísque. Eu realmente precisava dele. Ouvir Audrey falando sobre nosso casamento era algo que eu ainda não conseguia enfrentar. Não era à toa que ninguém sabia que eu tinha sido casado e todos os antigos funcionários da Thunder e Larson Company tinham sido despedidos. Uma decisão que tomei logo após o divórcio, durante um dos piores momentos da minha vida e sob a influência do álcool que corria nas minhas veias da manhã à noite.
— Não se preocupe, Zane. Seu nome não aparece em meu currículo. Diz apenas que sou divorciada e que trabalhei sete anos na empresa Kreinberg.
— Perfeito.
— Eu nem mencionei que abri a Thunder e Larson Company com você. Por falar nisso, como vai o seu trabalho?
— Não é da sua conta, — respondi secamente ao seu tom vagamente irritado e ofendido.
Eu a encarei novamente.
Ela parecia decididamente irritada e com raiva.
— Tem razão. Não é da minha conta, embora eu tenha passado três anos da minha vida lá. Só espero que você esteja trabalhando duro para tornar sua agência um sucesso, — ela respondeu provocativamente, me deixando instantaneamente nervoso.
Eu rapidamente me levantei do banco e eliminei a distância que nos separava.
Eu estava tão perto que pude sentir o cheiro de seu cabelo castanho.
— A Thunder Company já é uma agência reconhecida. Trabalhei muito para chegar onde estou agora e estou orgulhoso dos resultados. Minha vida está cheia de sucessos, dinheiro e fama… diferente da sua, pelo que posso ver.
— Você realmente não sabe.
— Estou errado ou você está aqui para procurar trabalho como bartender? É óbvio que para chegar a este ponto você tem que estar em uma situação ruim tanto econômica quanto profissionalmente. O que aconteceu? Rick não cuida mais de você? Talvez ele também esteja procurando um emprego, talvez como lavador de pratos?
— Eu não vejo Rick há quatro anos, Zane, mas você está certo. Eu não estou bem. Porém, já você, mesmo que de fora pareça que é o cara de sucesso que quer que todos vejam, acho que não é bem assim, senão você não estaria bebendo às dez da manhã, com essa cara taciturna e preocupada, quando a dez metros de distância tem um cliente em potencial procurando um anunciante que possa satisfazer os planos de promoção da sua nova linha de cosméticos, — ela respondeu severamente, apontando para uma mulher loira de meia-idade sentada em uma mesa, na companhia do que poderia ser sua irmã, dada a grande semelhança.
— E como você sabe disso? — Perguntei, evitando focar no que ela disse sobre Rick.
— Eu a ouvi conversando com alguém ao telefone no Prestige , dizendo que não estava feliz com o trabalho e que estava procurando uma nova agência de publicidade — explicou Audrey.
Eu conhecia aquela mulher. Ela era Savannah Summering, uma mulher inconstante, mas extremamente rica, apaixonada por maquiagem. Eu tentei trazê-la para a empresa, mas a Marshall Company tinha passado na frente.
— Eu conheço aquela mulher. Ela tem a reputação de ser muito imprevisível, não estou surpreso que Marshall Company esteja tendo dificuldades. No entanto, conheço o diretor de arte deles e sei que ele será capaz de atender aos seus pedidos, — comentei, tentando permanecer impassível, mesmo que dentro de mim já tivesse planejando em mente uma forma de trazer Savannah Summering para o meu lado.
— A Marshall Company? — Audrey perguntou.
— Sim, você conhece eles?
— Não, mas também tenho novidades sobre esta agência: ela perdeu seu diretor de arte e todos estão preocupados com isso.
Isso era uma notícia e tanto!
A Marshall Company sempre foi uma das minhas principais rivais. A ideia de ver o fracasso deles me fez pular de alegria.
Eu roubaria todos os clientes disponíveis!
Bem como o diretor de arte!
— Você sabe por que o diretor de arte foi embora? — Perguntei.
— Não sei. Eu só peguei parte da conversa enquanto servia o almoço para um grupo de funcionários da agência quando estava trabalhando na Prestige.
— O que você acabou de revelar para mim é extremamente importante e lucrativo, se usado a meu favor.
— Eu sei.
— Para quem mais você passou essa informação?
— Ninguém, — ela respondeu com sinceridade. — Mesmo que eu quisesse guardá-la para a próxima entrevista de emprego na Keith Company. Isso se eu passar na primeira rodada de entrevistas. Eles estão com meu currículo há quatro dias, mas ainda não me ligaram de volta.
— Eu duvido que eles vão.
— Eu também acho, — ela bufou em rendição, enrolando uma mecha de cabelo em volta do dedo, como fazia quando estava nervosa e preocupada.
Era impensável que uma mulher tão inteligente do setor administrativo e de marketing tivesse sido rejeitada na pré-seleção.
Eu havia trabalhado com ela por seis anos e sabia o quão inteligente e determinada ela era.
— O que você quer em troca, para não espalhar essa notícia?
— Você quer direitos exclusivos, se bem entendi.
— Exatamente, apenas negócios.
Audrey olhou para mim por um longo tempo e com uma intensidade estranha. Ela era a única que conseguia me olhar assim.
Foi assim que me apaixonei por ela.
Apaixonado…
Eu não era simplesmente apaixonado.
Eu era literalmente louco por ela.
Tanto é assim, que não conseguia pensar em nada além dela.
Tive que cerrar os punhos para não tocá-la ou me aproximar dela, com um desejo repentino de beijá-la.
— Em troca, estou apenas pedindo um pouco de gentileza. Não quero reviver o passado e repetir pela enésima vez que as razões de nossa separação não são o que você pensa. Só quero começar de novo e assumir as rédeas da minha vida.
— Nada será como antes, — eu a avisei.
— Eu sei e não estou pedindo isso. Só desejo que, se você me encontrar na rua, não me trate como uma pária da sociedade. Não voltei para Chicago para incomodar ou interferir em sua vida ou trabalho. Só quero encontrar um emprego, pagar algumas dívidas antigas e aproveitar um café sem me preocupar com o amanhã. É tudo o que peço.
Suas palavras e o traço de tristeza e melancolia que li em seu rosto me alarmaram.
Senti uma fraqueza em Audrey que nunca tinha visto antes.
Havia algo errado, mas evitei expressar em voz alta as mil perguntas que enchiam minha mente.
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