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Kitabı oku: «O descobrimento do Brasil por Pedro Alvares Cabral», sayfa 4

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É pois evidente: que nem caso de força maior, nem erro de navegação determinaram o desvio da expedição para oeste, restando portanto, por exclusão de partes, a considerar a ultima e unica hypothese admissivel de um desvio propositado a caminho do occidente.

DEMONSTRAÇÃO POSITIVA

III.Que a expedição se dirigiu para oeste propositadamente.

Esta hypothese subdivide-se em tres:

1.ª Proposito motivado por vantagem da navegação;

2.ª Proposito de procurar terra ao occidente da Africa;

3.ª Proposito de procurar passagem para a India pelo caminho do occidente.

A 1.ª hypothese encontra fundamento nos factos e razões seguintes:

o) Já Vasco da Gama tinha dado o primeiro exemplo de fazer prôa ao mar a grande distancia da terra, cortando a linha a oeste do meridiano das Ilhas de Cabo Verde, seguindo a meio do Atlantico sul até virar na volta do Cabo da Boa Esperança.16

p) Pedro Alvares Cabral levava instrucções nauticas, feitas por Vasco da Gama, para se afastar para oeste das Ilhas de Cabo Verde, tomar a bordada do SW e seguir assim até á latitude do Cabo da Boa Esperança.17

q) Pretendia-se com as instrucções nauticas, referidas na alinea anterior, evitar não só as calmas e trovoadas da costa de Africa, como tambem fugir das tempestades do Cabo da Boa Esperança (cabo tormentoso) fazendo a viagem muito pelo largo.18

r) Os conhecimentos determinantes d'estas instrucções, em relação aos ventos, calmas e correntes maritimas do Atlantico, tinham sido adquiridos durante as viagens anteriores feitas pelos navegadores portuguezes, entre os quaes se tornaram mais notaveis: Diogo Cam, Bartholomeu Dias, Vasco da Gama e todos os pilotos que foram na primeira viagem á India.19

A 2.ª hypothese tambem hoje se demonstra sem deixar duvida alguma, porque:

s) Já em 1498, havia el-rei D. Manuel encarregado Duarte Pacheco, cavalleiro da sua casa, notavel pelo valor pessoal, de ir procurar terra ao occidente da Africa.20

t) Refere Duarte Pacheco que era esta a terra da quarta parte desconhecida do mundo que el-rei D. Manuel mandou descobrir.21

u) Diz Pero Vaz Caminha, na sua carta, que a frota seguiu o caminho que el-rei mandou que seguisse.22

v) Levava Pedro Alvares Cabral na expedição um navio destinado a voltar para traz, dando conta do resultado da exploração ao occidente, que era a nau dos mantimentos.23

x) Fazendo-se os geraes de SE. na estação considerada, muito para E. depois de passar a linha para o sul, e justificando-se o desvio para oeste unicamente por vantagem da navegação, tinha a frota aproveitado aquella circumstancia favoravel do alargamento do vento, para barlaventear na direcção do Cabo da Boa Esperança; o que não fez, porquanto arribou para o occidente em direcção opposta áquella que deveria seguir pretendendo simplesmente montar o Cabo da Boa Esperança.24

y) Além das instrucções conhecidas dadas a Pedro Alvares Cabral, nenhuma prova ha de que elle não levasse tambem instrucções verbaes e confidenciaes; é mesmo evidente que deviam existir para tão delicada empreza, e, portanto estar entre estas incluida a de procurar terra ao occidente na sua travessia tão amarada do continente Africano.

z) A unica objecção até hoje apresentada contra a existencia de instrucções verbaes ou confidenciaes para procurar terra a oeste, é a de que em relação a este descobrimento, nada explica o segredo que d'ellas se fez anteriormente, nem a falta de referencia posterior; mas esta razão contradictoria carece de fundamento, encontrando pelo contrario completa explicação na reserva que deveria haver nas explorações maritimas, desde que outras nações procuravam combater pela concorrencia a notavel expansão de Portugal sobre o globo.

16.«E ao outro dia que era quinta feira chegámos á Ilha de Samtiago, onde pousámos na praya de Santa Maria com prazer e folgar, e aly tomámos carnes e augua e lenha, e corregendo as vergas dos navios porque nos era necesario. E huuma quynta feira que eram tres dias d'agosto partimos em leste, e hindo huum dia com sull quebrou a verga ao capitam moor, e foy em XVII dias d'agosto, e seria isto CC legoas da Ilha de Samtiaguo, e pairámos com o traquete e papafigo dous dias e huuma noute, e em XXII do dito mês hindo na volta do mar ao sull e a quarta do sudueste, achámos muitas aves feitas com garçõees, e quando vêo a noute tiravam contra o susoeste muito rrigas como aver que hiam pera terra, e neste mesmo dia vimos huuma baléa, e isto bem oytocentas legoas em mar. A vinte e sete dias do mes d'outubro vespora de Sam-Simam e Judas, que era sêsta feira, achámos muitas baléas, e huumas que se chamam quoquas, e lobos marinhos. Huuma quarta feira primeiro dia do mês de novembro, que foy dia de Todos os Santos, achámos muitos signaees de terra, os quaes eram huuns galfãoos que naçem ao lomgo da costa. Aos quatro dias do dito mês, sabado ante manhan duas oras, achámos fundo de cemto e dez braças ao mais, e ás nove oras do dia ouvemos vista de terra, e emtam nos ajuntámos todos e salvámos o capitam moor com muitas bandeiras e estemdartes e bombardas e todos vistidos de festa, e em este mesmo dia virámos bem junto com terra na volta do mar, porém nom ouvemos conhecimento da terra». —Roteiro da viagem de Vasco da Gama em MCCCCXCVII por A. Herculano e o Barão do Castello de Paiva, Lisboa, 1861, pag. 2.
17.«On lit en effet dans les instructions nautiques que ce navigateur (Vasco da Gama) composa en 1499, à la demande du roi de Portugal, pour servir à l'expédition de Pedralvarez Cabral qui partait pour l'Inde: Qui l'on doit s'éloigner dans l'O. des îles du cap Vert en prenant la bordée du S.O. pour passer dans l'hémisphère Sud, afin d'éviter les calmes et les orages de la côte d'Afrique, et courir ainsi jusqu'à la hauteur du cap Bonne-Espérance».Les côtes du Brésil, préface, pag. IX. – D'onde o auctor d'esta obra, o sr. almirante Ernest Mouchez, traduziu esta parte das instrucções nauticas, que diz terem sido dadas a Cabral, não o sabemos, apezar de o ter perguntado aquelle escriptor, mas suppomos que existissem em o primeiro caderno que falta antes do caderno das instrucções para esta viagem que existe no Arch. Nac. da Torre do Tombo, das Angedivas em deante, parecendo tambem faltar a ultima parte. É porém evidente, havendo instrucções para aquella expedição, como prova o segundo caderno d'ellas existente na Torre do Tombo, que o primeiro e terceiro cadernos que faltam, fossem vistos em qualquer parte pelo sr. Mouchez, actual director do observatorio de Paris.
18.A nota anterior, evidenceia a circumstancia principal de evitar as calmarias e trovoadas da costa d'Africa, como motivo do desvio da frota para o occidente; devendo-se-lhe acrescentar o proposito de passar ao largo do cabo das Tormentas, tão temido dos navegadores, que já o conheciam pelos seus effeitos tempestuosos, como eram Bartholomeu Dias e Vasco da Gama.
19.As viagens portuguezas de exploração, obedeciam todas a um plano systematico de estudo e investigação, recolhendo dados experimentaes derivados da pratica e observação das condiçôes do meio, que pouco a pouco ia sendo conhecido, o que explica o arrojo de Vasco da Gama em soltar o rumo a meio do mar tenebroso, derivando pelo Atlantico sul a grande distancia da costa africana, abandonando o primitivo processo de exploração, costa a costa, dos navegadores que o precederam. Pedro Alvares Cabral, melhor informado das condições meteorologicas e maritimas do Atlantico, ia procurar ao largo correntes atmosphericas e maritimas favoraveis á sua derrota.
20.«… e por tanto bem aventurado Principe temos sabido e visto como no terceiro anno de Vosso Reinado do hano de nosso senhor de mil quatrocentos e noventa e oito donde nos vossa alteza mandou descobrir ha parte oucidental passando alem a grandesa do mar oceano honde he hachada e navegada huma tam grande terra firme com muitas e grandes Ilhas ajacentes a ella que se estende a satenta graaos de ladeza da linha equinocial contra ho polo artico e posto que seja asaz fora he grandemente pouorada, e do mesmo circulo equinoxial torna outra vez e vay alem de vinte e oito graaos e meo de ladeza contra o pollo antartico e tanto se dilata sua grandeza e corre com muita longura que de huma parte nan de outra nom foi visto nem sabido o fim e cabo della pello qual segundo ha hordem que leva he certo que vay em cercoyto per toda a Redondeza, asim que temos sabido que das prayas e costa do mar destes Reynos de Portugual e do promontorio de finisterra e de qualquer outro lugar da europa e d africa e d azia hatravessando alem todo ho oceano direitamente ha oucidente ou ha loest segundo hordem de marinharia por trinta e seis graaos de longura que seram seiscentos e quarenta e oito leguoas de caminho contando ha de soy to leguoas por graao, e ha luguares algum tanto mais longe ha hachada esta terra nom navegada pellos nauios de vossa alteza e por vosso mandado e licença os dos vossos vassallos e naturaes» e findo por esta costa sobredita do mesmo circulo equinocial em diante fez vinte e oyto graaos de ladeza contra o pollo antartico ha hachado nella muito fino brazil com outras muitas cousas de que os nauios nestes Reynos uem grandemente carregados, e primeiro muitos annos que esta costa fose sabida nem descoberta dise Vicente estorial no seu primeiro livro que se chama espelho das istorias no capitolo cento e satenta e sete «Além das tres partes do orbe ha quarta parta he alem do mar oceano interior em ho meo dia em cujos termos os antipodas dizem que habitam» —Esmeraldo de situ orbis, 1505, pag.as 22, 23 e 24.
21.«… e outros antigos cosmographos que a mesma terra por muitos annos andarom e doutras pessoas que isso mesmo per uerdadeira emformaçam ha souberom em tres partes notaveis ha diuidirom» e na quarta parte que Vossa alteza mandou descobrir aleem do oceano por a elles ser uicognygta cousa alguma nom falorom «as quaees tres Asya, Europa, e Africa som chamadas cujos nomes de seu antiguo principio atee agora ionguamente sempre durarom» —Esmeraldo de situ orbis, 1505, pag.ª 27.
22.«… e asy seguimos vosso caminho per este mar de comgo atãa terça feira doitauas de pascoa que foram XX dias d abril que topamos alguuns synaaes de tera…» Carta de Pero Vaz Caminha, 1 de maio de 1500 (já citada). «Esta communicação de Vaz de Caminha a el-rei D. Manuel, relatando que a frota seguiu o caminho indicado de antemão (vosso caminho), relacionada de mais a mais com a referencia de terem topado os primeiros signaes da terra, mostra claramente o proposito com que a expedição se afastou para oeste, trilhando uma derrota traçada em instrucções positivas que Pedro Alvares Cabral levava comsigo (nota 17) e dando conta do bom resultado que obtiveram em seguir essas instrucções que el-rei scientemente lhes ordenou.
23.«… e tanto que comemos vieram logo todolos capitãaes a esta naao per mandado do capitam moor, com os quaes se ele apartou, e eu na companhia, e preguntou asy a todos se nos parecia seer bem mandar a noua do achamento desta terra a Vosa alteza pelo nauio dos mantiimentos, pera a milhor mandar descobrir, e saber dela mais do que agora nos podiamos saber por hirmos de nosa viajem e antre muitas falas que no caso se fezeram, foy per todos ou a mayor parte dito que seria muito bem, e nisto comcrudiram…» Carta de Pero Vaz Caminha (já citada), – Na primeira viagem á India tinha Vasco da Gama mandado desfazer a náo dos mantimentos. – «Em vinte e cinquo dias do dito mês de novenbro, huum sabado á tarde dia de Santa Caterina, entrámos em a angra de Sam Bras, onde estevemos trezes dias, porque nesta amgra desfezemos a naoo que levava os mantimentos e os rrecolhemos aos nauios» —Roteiro da Viagem de Vasco da Gama (já citado). – N'esta segunda expedição, porém, tudo leva a crer que Vasco da Gama, tendo em vista não perder o navio, tivesse incluido nas instrucções nauticas que deu a Cabral, a indicação de aproveitar a náo dos mantimentos para voltar para traz, dando conta da investigação que a frota ia fazer ao occidente na sua passagem para o Cabo da Boa Esperança.
24.Vejam-se as notas (4) e (10).
Yaş sınırı:
12+
Litres'teki yayın tarihi:
25 haziran 2017
Hacim:
22 s. 1 illüstrasyon
Telif hakkı:
Public Domain