Kitabı oku: «Antes Que Ele Mate », sayfa 6
CAPÍTULO ONZE
Como se viu, Nelson estava errado sobre o FBI. Mackenzie recebeu a chamada às 6:35 da manhã solicitando que ela fosse para o aeroporto para pegar um agente. Ela tinha que se apressar, pois o vôo chegava às 8:05, e estava envergonhada por ter que fazer uma boa primeira impressão, mesmo sem ter tempo para arrumar o cabelo.
O cabelo dela, porém, foi a menor das suas preocupações enquanto se sentava na cadeira desconfortável do aeroporto, esperando no portão de desembarque. Ela estava tomando uma xícara de café, esperando colocar sua mente focada e esquecendo que o seu corpo só tinha conseguido cinco horas de sono na noite anterior. Foi a sua terceira xícara da manhã e ela sabia que ficaria nervosa se ela não parasse com aquilo. Mas ela não podia se dar ao luxo de estar cansada e desleixada.
Ela analisou tudo na sua cabeça enquanto esperava o agente sair do avião, reciclando a cena horrível da noite anterior. Ela não evitar se sentir como se tivesse perdido alguma coisa. Felizmente, o agente do FBI seria capaz de ajudá-los a trihar um caminho mais claro.
Nelson enviou para ela por e-mail o dossiê do agente, que ela leu rapidamente, enquanto comia uma banana e tomava uma tigela de mingau de aveia, como café da manhã. Devido a isso, Mackenzie viu o agente de imediato quando ele saiu do jato e desceu no aeroporto. Jared Ellington, trinta e um anos de idade, formado em Georgetown com um histórico que incluiu uma temporada fazendo perfis em casos de contraterrorismo. Seu cabelo negro estava penteado para trás como na foto e o terno revelador que ele usava o retratavam como alguém em missão oficial.
Mackenzie atravessou o portão para encontrá-lo. Ela odiava o fato de que ela continuava arrumando o seu cabelo estúpido para trás. Sentia-se esgotada e estranha, tendo saído às pressas no início da manhã. Mais do que isso, ela nunca havia realmente se importado muito sobre primeiras impressões e nunca tinha sido o tipo de pessoa que se preocupasse muito com sua aparência. Então, por que agora?
Talvez fosse porque ele era do FBI, uma agência que ela reverenciava. Ou talvez fosse porque, mesmo sem querer, ela foi arrebatada pelo visual dele. Ela se odiava por isso, não só por causa do Zack, mas devido à natureza urgente e horrível de seu trabalho.
"Agente Ellington," ela disse, estendendo a mão, forçando seu tom a ser o mais profissional possível. "Eu sou Mackenzie White, um dos detetives do caso."
"Prazer em conhecê-la", disse Ellington. "Seu chefe me disse que você é a detetive responsável pelo caso. Certo?"
Ela fez o seu melhor para esconder seu choque, mas assentiu.
"Correto", disse ela. "Eu sei que você acabou de sair do avião, mas precisamos nos apressar e levá-la para o posto."
"É claro", disse ele. "Mostre-me o caminho."
Ela o levou através do aeroporto e depois para o estacionamento. Eles ficaram em silêncio durante a caminhada e Mackenzie aproveitou para medi-lo dos pés à cabeça. Ele parecia um pouco mais descontraído, não duro e rígido como os poucos caras do Escritório que ela conheceu. Ele também parecia muito sério e intenso. Ele tinha um ar muito mais profissional do que qualquer dos homens com quem ela trabalhou.
Enquanto eles dirigiam na interestadual, lutando contra o tráfego do aeroporto pela manhã, Ellington começou a percorrer uma série de e-mails e documentos em seu telefone.
"Diga-me, Detective White", disse ele, "que tipo de pessoa você acha que está procurando? Eu olhei as anotações que o Chefe Nelson me enviou, e eu tenho que lhe dizer que você me parece muito perspicaz.”
"Obrigado", disse ela. Então, rapidamente para se desviar do elogio, ela acrescentou: "Quanto ao tipo de pessoa, eu acho que isso decorre de um abuso. Quando consideramos que as vítimas não foram abusadas sexualmente, mas despidas até mostrarem suas roupas íntimas, isso indica que estes são assassinatos baseados em uma necessidade de se vingar de alguma mulher que provavelmente lhe fez mal anteriormente em sua vida. Então, eu acho que pode ser um homem que se constrange com o sexo ou, pelo menos, acha sexo algo nojento. "
"Vejo que vocês não descartaram a possibilidade de contextos religiosos", disse Ellington.
"Não, ainda não. A própria natureza de como ele dispõe os corpos tem conotações óbvias de crucificação. Além disso, o fato de que as mulheres que ele está matando são todas representações de luxúria masculina dificulta descartarmos essa possibilidade."
Ele assentiu, ainda rolando a tela do seu telefone. Ela lançava olhares em sua direção enquanto dirigia através do tráfego e ficou perplexa com o quão bonito ele era. Não era óbvio à primeira vista, mas havia algo muito natural e robusto em Ellington. Ele nunca seria o líder, mas faria uma adição atrativa à liga dos heróis.
"Eu sei que isso parece rude," ele disse, "mas eu estou tentando ter certeza que estou bem informado sobre o assunto. Tenho certeza que você sabe, fui chamado para este caso há menos de seis horas. Tem sido um redemoinho. "
"Não, não me parece rude", disse Mackenzie. Ela achou revigorante estar em um carro com um homem e não ter a conversa preenchida com insultos paralelos e sexismo. "Você se importa se eu lhe perguntar quais são seus pensamentos iniciais sobre o assassino?"
"Minha grande questão é por que ele exibe os corpos", disse Ellington. "Isso me faz pensar que os assassinatos não são apenas alguma vingança pessoal. Ele quer que as pessoas vejam o que ele fez. Ele quer fazer um espetáculo com estas mulheres, o que denota que ele está orgulhoso do que ele está fazendo. Eu iria mais longe, chego a supor que ele sente que está fazendo um favor ao mundo."
Mackenzie sentiu uma agitação de excitação quando se aproximavam da delegacia. Ellington era o oposto de Porter e parecia ter o mesmo tipo de abordagem para a criação de perfis, como ela fez. Ela não conseguia se lembrar da última vez em que tinha sido capaz de compartilhar livremente os seus pensamentos com um colega de trabalho, sem medo de ser ridicularizada. Já era possível dizer que Ellington era de fácil entrosamento e valorizava as opiniões dos outros. E, francamente, não era nada desagradável olhar para ele.
"Eu sinto que você está no caminho certo", disse Ellington. "Cá entre nós, penso que podemos pegar esse cara. Vendo as informações sobre os nós, o fato de que ele dirige uma van ou caminhão, e aparentemente, usa a mesma arma todas as vezes, há muito a adiante. Estou ansioso para trabalhar com você nisso, Detetive White."
"Igualmente," ela disse, pegando outro vislumbre dele com o canto do olho enquanto ele continuava a ler obedientemente os e-mails em seu telefone.
Sua excitação continuou a florescer; ela sentiu uma sensação de motivação que ela não sentia em seu trabalho já fazia um longo tempo. Ela sentiu-se inspirada, revigorou-e que as coisas estavam prestes a mudar em sua vida.
*
Um pouco mais de uma hora mais tarde, Mackenzie foi rapidamente levada de volta à realidade quando ela assistiu o agente Jared Ellington ficar na frente de uma sala de conferências lotada com a polícia local, que claramente msotravam que não precisavam da ajuda dele. Alguns sentados ao redor da mesa estavam tomando notas, mas havia uma tensão no ar aparecia no rosto de todos. Ela notou que Nelson estava sentado perto da cabeceira da mesa de conferência, parecendo nervoso e desconfortável. Em última análise, tinha sido a sua ligação que contactou o FBI e ficou claro que ele não tinha certeza de ter feito a escolha certa.
Enquanto isso, Ellington fez o seu melhor para manter o controle do local quando ele passou por um curto discurso, ele usou o mesmo material que ele e Mackenzie discutiram a respeito na volta do aeroporto-que eles estavam procurando por um assassino que provavelmente tinha alguma aversão ao sexo e também se sentia orgulhoso dos assassinatos. Ele também passou por uma revisão de todas as pistas que tiveram e o que elas podem significar. Foi quando abordou o tópico de ter a madeira dos postes analisada que ele obteve todo tipo de resposta dos funcionários espalhados em volta da mesa.
"No que diz respeito às amostras de madeira", disse Nelson, "devemos ter os resultados dentro de algumas horas."
"Para que isso serveria, afinal?", perguntou Porter.
Nelson olhou para Mackenzie e balançou a cabeça, dando-lhe permissão para responder à essa pergunta. "Bem, com base nos resultados, poderíamos procurar por empresas madeireiras locais ou fábricas para ver se alguém recentemente comprou aquele tipo de poste."
"Parece ser um tiro no escuro", um policial mais velho no fundo da sala, disse.
"E é," Ellington disse, rapidamente tomando o controle da reaunião na sala. "Mas um tiro no escuro é melhor do que nenhum tiro. E por favor, não se enganem sobre isso; eu não estou aqui para assumir o controle total sobre este caso. Eu estou aqui apenas como uma parte móvel da solução, uma referência para certificar que vocês terão acesso total a todos os recursos que o Escritório pode fornecer. Que inclui pesquisa, mão de obra, e qualquer outra coisa para ajudar a trazer este assassino. Eu estou aqui apenas temporariamente, provavelmente não mais do que trinta e seis ou quarenta e oito horas e, em seguida, eu vou embora. Este é o seu show, rapazes. Eu sou apenas o ajudante contratado."
"Então, por onde vamos começar?", perguntou outro policial.
"Eu vou trabalhar com o Chefe Nelson seguindo este briefing para dividir as equipes conforme o apropriado", disse Ellington. "Nós vamos teremos alguns de vocês cabeça lá fora para falar com as colegas de trabalho de Hailey Lizbrook. E pelo que sei, vamos ter resultados completos da autópsia e informações sobre a falecida descoberta na noite passada. Assim que tivermos uma identificação positiva, alguns de vocês terão de visitar a sua família e amigos para obter informações. Também vamos precisar de alguém para verificar com as fábricas locais, quando tivermos os resultados do teste da madeira.
Mais uma vez, Mackenzie notou a postura rígida da maior parte dos policiais ao redor da mesa. Ela achou difícil acreditar que eles eram tão orgulhosos (ou talvez, ela pensou, muito preguiçosos) para assumir diretamente as ordens de alguém que eles não conhecem bem, independentemente de sua posição na “cadeia alimentar dos policiais”. A mentalidade de cidade pequena seria tão difícil de romper? Ela sempre quis saber isso pelo jeito humilhante com que a maioria dos homens nesta sala a tratavam desde que ela chegou.
"Isso é tudo por agora", disse Ellington. "Alguma pergunta?"
Claro, não havia nenhuma. Nelson, no entanto, juntou-se a Ellington na dianteira da sala.
"O agente Ellington estará trabalhando com a Detetive White, por isso, se vocês precisarem dele, podem encontrá-lo no escritório dela. Eu sei que isso é um pouco não ortodoxo, mas vamos fazer o que deve ser feito e tirar o máximo proveito da generosidade do Departamento Federal de Investigação."
Houve resmungos e murmúrios de reconhecimento quando os oficiais se levantaram da mesa. Quando eles saíram, Mackenzie notou que alguns deles estavam olhando para ela com reprovação e angústia mais do que o habitual. Ela desviou o olhar quando se levantou e se juntou a Nelson e Ellington na parte da frente da sala.
"Existe algo que eu deveria saber?" Perguntou Mackenzie para Nelson.
"O que você quer dizer?"
"Eu estou recebendo olhares mais desagradáveis do que o habitual", disse ela.
"Olhares desagradáveis?" Perguntou Ellington. "Por que você geralmente ganha olhares desagradáveis?"
"Porque eu sou uma mulher jovem e determinada que fala o que pensa", disse Mackenzie. "Os homens ao redor aqui não ligo para isso. Há alguns que pensam que eu deveria estar em casa, na cozinha."
Nelson parecia altamente constrangido e um pouco chateado também. Ela pensou que ele poderia dizer algo para defender a si mesmo e a seus oficiais, mas ele não teve essa oportunidade. Porter se juntou a eles e bateu o jornal local do dia em cima da mesa.
"Eu acho que esta é a razão para os olhares de reprovação", disse ele.
Todos olharam para baixo em direção ao papel. O coração de Mackenzie gelou quando Nelson deixou escapar um palavrão logo atrás dela.
A manchete da primeira página dizia "ASSASSINO ESPANTALHO ainda em liberdade." Abaixo, o subtítulo: “Força policial parece não ter respostas e outra vítima foi descoberta."
A imagem abaixo mostrava Mackenzie entrando no carro, ela e Porter tinham ido para o local do crime ontem. O fotógrafo capturou o lado esquerdo inteiro do rosto dela. O pior de tudo era que ela estava muito gata na foto. Admitindo isso ou não, esta imagem a colocada diretamente sob a manchete, essencialmente lhe mostrava como o “rosto” da investigação.
"Isso não é justo", disse ela, odiando o jeito que soou saindo de sua boca.
"Os caras acham que está gostando de aparecer", disse Porter. "Eles acham que você está arruinando tudo para ter publicidade."
"É assim que você se sente?" Nelson perguntou para ele.
Porter deu um passo para trás e suspirou. "Pessoalmente, não. White tem provado quem ela é nestes últimos dias. Ela quer esse cara preso, não importa como.”
"Então, por que você não a defende?", disse Nelson. "Exerça alguma influência enquanto esperamos que a última vítima seja identificada e pelos resultados da amostra de madeira."
Parecendo uma criança que tivesse acabado de ser repreendida por mentir, Porter abaixou a cabeça e disse: "Sim, senhor." Ele saiu sem olhar para trás.
Nelson olhou de volta para o papel e depois para Mackenzie. "Eu acho que você deve aproveitar. Se a mídia quer colocar um rosto bonito nesta investigação, deixe-os levar isso a diante. Você ficará muito melhor quando trouxer este bastardo."
"Sim, senhor."
"Agente Ellington, o que você precisa de mim?", perguntou Nelson.
"Apenas o seu melhor detetive."
Nelson sorriu e apontou um polegar em direção à Mackenzie. "Você está olhando para ela."
"Então eu acho que estamos bem."
Nelson saiu da sala de conferências, deixando Ellington e Mackenzie sozinhos. Mackenzie começou a pegar seu laptop e anotações enquanto Ellington olhou ao redor do recinto. Ficou claro que ele se sentiu deslocado e não tinha certeza de como lidar com essa situação. Ela estava um pouco deslocada também. Ela estava feliz porque todo mundo tinha ido embora. Ela gostava de estar sozinha com ele; sentiu-se como se tivesse um confidente, alguém que lhe tratasse de igual para igual.
"Então," ele disse, "eles realmente humilham você porque você é jovem e mulher?"
Ela encolheu os ombros.
"É assim que percebo. Eu vejo os recrutas que chegam—homens, se incomodam—, se irritam, mas não os menosprezam como fazem comigo. Sou jovem, motivada, e segundo alguns, nada desagradável de se olhar. Essa combinação acaba com eles.
É mais fácil para eles me fazer passar por uma estúpida demasiadamente ambiciosa do que me reconhecer como uma mulher com menos de trinta anos de idade quem tem uma ética de trabalho mais sólida do que as deles."
"Isso é lamentável", disse ele.
"Eu senti uma ligeira mudança nos últimos dias", disse ela. "Porter, em particular, parece estar se aproximando."
"Bem, vamos resolver esse caso e trazer todos", disse Ellington. "Você pode mandar trazer todas as fotografias de ambos os dias para o seu escritório?"
"Sim", disse ela. "Encontre-me lá em cerca de dez minutos."
"É isso aí."
Mackenzie decidiu ali mesmo que gostava de Jared Ellington um pouco demais para seu próprio bem. Trabalhar com ele pelos poucos próximos dias seria desafiador e interessante—mas por outras razões que não o caso em questão.
CAPÍTULO DOZE
Mackenzie chegou em casa logo após sete horas daquela noite, sabendo muito bem que ela poderia ser chamada a qualquer momento. Havia tantos caminhos abertos agora, tantas pistas diferentes que poderiam requer sua atenção. Ela podia sentir o seu corpo ficar cansado. Ela tinha não tinha dormido bem desde a primeira visita ao local do assassinato, e ela sabia que se ela não descansasse, ela acabaria cometendo erros desastrosos no trabalho.
Quando ela entrou pela porta, ela viu Zack sentado no sofá com um controle de Xbox na mão. Uma garrafa de cerveja estava na mesa de café na frente dele, com duas garrafas vazias alinhadas no chão. Ela sabia que ele tinha o dia de folga e supôs que esta seria a forma como ele passaria o dia. Isso fez ele parecer uma criança irresponsável a seus olhos e não era o que ela queria ver depois de um dia como hoje.
"Ei, querida," Zack disse, mal tirando os olhos da televisão.
"Ei", disse ela secamente, indo para a cozinha. Vendo a cerveja na mesa de café, ela tinha o desejo de desfrutar uma. Mas honestamente, sentindo-se exausta e nervosa, ela decidiu tomar uma xícara de chá de hortelã.
Enquanto esperava a chaleira ferver, Mackenzie entrou no quarto e trocou de roupa. Ela igorou o jantar e foi subitamente confrontada com o fato de que havia muito pouco que se pudesse comer na casa. Ela não tinha feito compras por algum tempo e sabia muito bem que Zack nem siquer havia pensado em fazer isso.
Depois que ela colocou shorts de ginástica e uma camiseta, ela caminhou de volta para o apito sedutor da chaleira. Quando ela derramou a água sobre o saco de chá, ouviu os tiros silenciados do jogo de Zack. Curiosa e querendo, pelo menos, abordar o tópico para ver como ele responderia, ela era incapaz de manter sua frustração para si mesma.
"O que você fez para o jantar?", perguntou ela.
"Ainda não comi", disse ele, sem se preocupar em olhar para longe da televisão. "Você ia fazer alguma coisa?"
Ela olhou para a parte traseira de sua cabeça e, por um momento, questionou o que Ellington estaria fazendo. Ela duvidava que ele jogasse videogames como alguns perdedores trancados na infância. Ela esperou um momento, deixando passar a raiva, e em seguida entrou na sala.
"Não, eu não farei nada. O que você fez durante toda a tarde?"
Ela podia ouvir o seu suspiro, até mesmo com as explosões do jogo. Zack parou o jogo e, finalmente, virou-se para olhar para ela. "Que diabos você quer dizer com isso?"
"Foi apenas uma pergunta", disse ela. "Eu perguntei o que fez esta tarde. Se você não estivesse brincando com o seu joguinho, talvez você pudesse ter feito o jantar. Ou, pelo menos, comprado uma pizza ou algo assim."
"Sinto muito", disse ele, sarcasticamente e bem alto. "Como eu vou saber quando você vai chegar em casa? Você nunca fala essas coisas para mim."
"Bem, ligue e pergunte," ela retrucou.
"Para quê, droga?", perguntou Zack, deixando cair o controlador e ficando de pé." As poucas vezes que eu lhe incomodei ligando para você no trabalho, a chamada ia direto para o correio de voz e você nunca me liga de volta."
"Isso é porque eu estava trabalhando, Zack", disse ela.
"Eu trabalho também", disse ele. "Eu arrebento minha bunda naquela maldita fábrica. Você não tem ideia do quanto eu ralo."
"Sim, eu tenho", disse ela. "Mas diga para mim: quando foi a última vez que você me viu com a bunda no sofá? Chego em casa e geralmente sou confrontada com suas roupas sujas no chão ou pratos sujos na pia. E sabe o quê mais, Zack? Eu trabalho duro, também. Eu trabalho duro pra caralho e no meu dia-a-dia eu vejo cada merda que faria de você uma migalha. Eu não preciso voltar para casa para um garotinho jogando seu vídeo game me perguntar o que nós vamos ter para o jantar."
"Garotinho?", Ele perguntou, quase gritando agora.
Mackenzie não tinha a intenção de ir tão longe, mas foi. Era uma verdade pura e simples que ela estava segurando há meses e que agora saiu, ela se sentiu aliviada.
"Isso é o que parece, às vezes", disse ela.
"Sua cadela."
Mackenzie sacudiu a cabeça e deu um passo para trás. "Você tem três segundos para retirar o que disse", disse ela.
"Olha, vá para o inferno", Zack disse, dando a volta no sofá e aproximando-se dela. Ela achou que ele queria pegar o rosto dela, mas ele sabia que não deveria fazer isso. Ele sabia que ela poderia facilmente lutar com ele; era algo que ele não tinha problema em lhe dizer sempre que ele desabafava sobre coisas que o deixavam infeliz no relacionamento.
"Como?", perguntou Mackenzie, quase na esperança de que ele iria ficar agressivo e acertar seu rosto. E quando ela sentiu isso, ela também sentiu alguma coisa com absoluta clareza: a sua relação tinha terminado.
"Você me ouviu", disse ele. "Você não é feliz, e nem eu. Tem sido assim já há algum tempo, Mackenzie. E francamente, estou cansado disso. Estou cansado de estar em segundo plano, e eu sei que não posso competir com o seu trabalho.”
Ela não disse nada, não querendo dizer mais nada para provocá-lo. Talvez ela tivesse sorte e essa briga iria terminar em breve, trazendo o fim que ambos queriam sem que houvesse uma extensa luta.
No final, tudo o que ela disse foi: "Você está certo. Eu não estou feliz. Agora, eu não tenho tempo para um namorado coabitante. E eu certamente não tenho tempo para brigas como esta."
"Bem então, sinto muito por fazer você perder seu tempo," Zack disse calmamente. Ele pegou a garrafa de cerveja, engoliu o que restava nela, e bateu com ela sobre a mesa— com tanta força que Mackenzie pensou que o vidro poderia ter quebrado.
"Eu acho que você deveria ir embora", disse Mackenzie. Ela manteve o contato visual com ele, ela o encarou para que ele soubesse que esta decisão era inegociável. Eles tiveram brigas no passado onde ele tinha quase arrumado suas coisas e saido. Mas desta vez, isso precisava acontecer. Desta vez, ela não aceitaria desculpas, sem sexo de reconciliação, nem conversa manipuladoras sobre como eles precisavam um do outro.
Zack finalmente olhou para longe dela e quando o fez, ele parecia furioso. Ainda assim, ele fez questão de deixar algumas polegadas entre eles enquanto passava por ela com passos pesados em direção ao quarto. Mackenzie ouviu ele passar, de pé na cozinha e displicentemente mexendo o chá.
Então é isso que eu me tornei, pensou. Sozinha, fria e sem emoção.
Ela franziu a testa, odiando a inevitabilidade de tudo. Ela tinha um mentor, que a advertiu sobre isso—ao seguir uma carreira legal, com alta ambição; sua vida se tornaria muito movimentada e agitada para se ter qualquer coisa parecida com um relacionamento saudável.
Depois de alguns minutos Mackenzie ouviu Zack começar a resmungar sozinho. Enquanto as gavetas no quarto abriam e fechavam, ela ouviu os termos puta, obcecada por trabalho, e robô insensível da porra.
As palavras ferem (ela não tentou fingir ser tão endurecida a ponto de não ser ferida por elas), mas ela as ignorou. Em vez de focar nelas, ela começou a limpar a bagunça acumulada por Zack no decorrer do dia. Ela limpou garrafas vazias de cerveja, alguns pratos sujos, e um par de meias sujas tanto quanto o homem que havia criado a bagunça, um homem que ela tinha, um dia, se apaixonado por ele—do quarto ele continuava a xingá-la.
*
Zack se foi às 8:30 e Mackenzie estava na cama uma hora mais tarde. Ela verificou seu e-mail, vendo alguns relatórios que voavam para trás e para a frente entre os outros oficiais e Nelson, não havia nada que precisasse de sua atenção imediata. Satisfeita por obter um punhado de horas ininterruptas de sono, Mackenzie apagou a sua lâmpada de cabeceira e fechou os olhos.
Experimentalmente, ela se esticou e sentiu o lado vazio da cama. Ter o lado de Zack vazio não era muito chocante porque ele muitas vezes não estava lá quando ela ia dormir graças aos seus turnos de trabalho. Mas agora, sabendo que ele tinha ido, a cama parecia muito maior. Quando ela esticou e sentiu o lado vazio da cama, ela se perguntou quando o amor por ele acabou. Há pelo menos um mês, ela sabia que com certeza. Mas nada poderia ressurgir.
Em vez disso, as coisas tinham piorado. Muitas vezes ela pensou que Zack sentiu ela se tornar mais distante, enquanto os sentimentos dela morriam. Mas Zack não era o tipo de pessoa que ira reconhecer tal coisa. Ele evitou o conflito a todo custo. Tanto quanto ela odiava admitir que, tinha certeza de que ele ficaria ali o máximo possível simplesmente porque temia mudanças, era muito preguiçoso para sair.
Depois que ela passou por todas essas coisas, seu celular tocou. Ótimo, pensou. Está fácil de dormir.
Ela ligou sua lâmpada está de novo, esperando ver o número de Porter ou Nelson na tela do aparelho. Ou talvez seria Zack, chamando para perguntar se ele poderia, por favor, voltar. Em vez disso, ela viu um número que ela não reconheceu.
"Alô?", disse ela, fazendo o seu melhor para não soar cansada.
"Oi, Detetive White” disse uma voz masculina. "Quem fala é Jared Ellington."
"Ah, oi."
"Será que eu ligo tarde demais?"
"Não", disse ela. "O que foi? Você tem alguma novidade?"
"Não, estou receoso de que não. Na verdade, eu soube esta noite que não teremos os resultados sobre a madeira até de manhã."
"Bem, pelo menos sabemos como o dia vai começar", disse ela.
"Exatamente. Mas ouça, eu queria saber se você pode me encontrar no café da manhã", disse ele. "Eu gostaria de repassar os detalhes do caso com você. Eu quero ter certeza de que estamos na mesma página e que não falta o menor detalhe."
"Claro", disse ela. "A que horas você—"
Ela parou aqui, olhando para a porta do quarto.
Por uma fração de segundo, ela tinha ouvido algo se mover lá fora. Mais uma vez, ela tinha ouvido a tábua do piso ranger. Mais do que isso, ela ouviu o som de algo se arrastando. Lentamente, ela saiu da cama, ainda segurando o telefone no ouvido.
"White, você ainda está aí?", perguntou Ellington.
"Sim, eu estou aqui", disse ela. "Desculpe-me. Eu estava perguntando à que hora você gostaria de me encontrar."
"Que tal às sete horas no Café-Restaurante Carol? Você conhece?"
"Conheço", disse ela, caminhando para a porta. Ela olhou para fora e viu apenas sombras e escuridão, contornos suaves. "E sete está bom."
"Ótimo", disse ele. "Então eu vou lhe ver."
Ela mal o ouviu enquanato saía de seu quarto e segui no pequeno corredor que levava para a cozinha. Ainda assim, ela conseguiu dizer um "parece bom", antes de desligar.
Ela acendeu a luz do corredor, revelando a cozinha e fazendo a sala parecer turva. Assim como em várias noites atrás, não havia ninguém lá. Mas, só para ter certeza, ela entrou na sala e acendeu a luz.
Claro, não havia ninguém lá. O cômodo não tinha lugares para se esconder e a única coisa diferente nele era o Xbox de Zack que não estava mais lá. Mackenzie olhou ao redor mais uma vez, não gostando do fato de que ela tinha se assustado com tanta facilidade. Ela atravessou a tábua que range, testando o seu ruído e comparando o som com o que ela tinha ouvido.
Ela verificou a fechadura da porta da frente e depois voltou para seu quarto. Ela olhou para trás de volta mais uma vez antes de desligar as luzes e voltar a dormir. Antes de desligar a lâmpada, ela pegou sua pistola de trabalho da gaveta da cabeceira e colocou em cima, ao alcance do braço.
Ela olhou para ela na escuridão do quarto, sabendo que ela não iria precisar disso. Mas se sentindo mais segura por saber que ela estava bem ali, à vista de todos.
O que estava acontecendo com ela?