Kitabı oku: «O Guarda Florestal», sayfa 3

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Croad inventou uma desculpa que tinha outros trabalhos e depois levou Slim de volta à casa de campo, deixando-o pouco menos esclarecido do que antes. Na superfície parecia claramente um caso de identidade roubada. Se a evidência era como ele tinha ouvido, tinha que haver algum erro sobre Dennis Sharp ainda estar vivo. O chantagista era alguém, sem dúvida, próximo da família que sabia mais do que Croad imaginava. Tudo o que Slim precisava fazer era pegar a pessoa e expô-la. Então Ozgood poderia voltar à dominação mundial e Slim para sua gradual queda até uma morte sombria e esquecível.

Croad lhe dera uma lista rabiscada de contatos, adicionando uma estrela ao lado daqueles mais propensos a falar. Em anotações feitas no rodapé, ele explicava que uma cruz significava que eles provavelmente diriam a Slim para ir se danar.

O primeiro nome da lista era Clora Ball. As anotações de Croad a descreviam como "Parece velha, cheira mal, não sorri. Ex-namorada de Den."

Seu endereço era uma caminhada de vinte minutos por uma pista estreita, terminando em um estranho edifício de dois andares em que o andar inferior era usado como um depósito de veículos agrícolas. Clora morava no andar superior, acessível por uma porta na lateral do prédio. Slim se viu apertando um botão em um interfone moderno sem ideia do que iria dizer.

"Quê?" disse uma voz eletrônica através do receptor. "Você sabe que horas são?"

Slim olhou para a tela de seu antigo telefone Nokia. 9h45.

Ele disse a hora. "Posso falar com você, por favor? Eu gostaria de perguntar-lhe sobre Dennis Sharp."

O receptor desligou. Slim esperou por longos segundos, pensando que já tinha chegado a um beco sem saída, quando a porta clicou, abrindo alguns centímetros.

"Aqui em cima!" uma voz gritou para baixo de uma porta no topo de uma escada íngreme.

Slim subiu. O cheiro o alcançou na metade do caminho. A pungência familiar de uma vida descartada: comida velha, cigarros, bebida vencida. Ele fez uma pausa, esperando que sua cabeça parasse de latejar, ciente de que sua investigação poderia ser desvendada no primeiro dia, e depois continuou.

Clora Ball tinha recuado até uma poltrona que parecia um trono em meio a um reino de lixo. Os elementos de uma vida normal existiam em unidades de cozinha, armários, mesas e cadeiras, mas parecia que uma onda tinha passado, depositando lixo em todas as superfícies possíveis. Ela pegou um controle remoto e apontou para uma TV não imediatamente óbvia em meio a uma pilha de caixas, então virou-se para olhar para ele de forma desafiadora enquanto um episódio de Guerra do Lixo ironicamente começava.

"Você não me deu tempo de arrumar. Quem é você afinal?"

"Meu nome é Slim Hardy. Sou um investigador particular. Queria te perguntar sobre um velho conhecido. Dennis Sharp."

"Bem, isso é uma história, não é? Não ouço esse nome há algum tempo, não que seja um que se possa esquecer."

Clora, apesar de toda sua esquiva exterior, parecia feliz em ter companhia. Quando Slim não respondeu imediatamente, ela acenou com a mão gordinha para uma cozinha adjacente.

"Acabei de ferver um," disse ela. "Traga-me um se for fazer. Se você quisesse me matar você já teria feito isso, então eu acho que você não quer me fazer mal."

Slim devidamente andou até a cozinha e voltou com duas xícaras de chá. O leite tinha azedado, então ele deixou o seu preto e acrescentou apenas algumas gotas no de Clora.

Ele limpou um assento e sentou-se perto dela.

"Você esqueceu o açúcar," disse Clora, como se Slim devesse saber. "Eu acho que eu devia cortar o açúcar então vou deixar passar. Você sabe que Den está morto, não sabe?"

Slim fingiu surpresa, então começou a preparar a mentira elaborada que ele havia construído para encorajar as pessoas a falarem.

"Estou trabalhando em nome de um fundo de investimento com sede em Londres," disse ele. "O Sr. Sharp tinha alguns ativos que deram lucro. O gerente do fundo não conseguiu contatá-lo, então me enviou para localizá-lo, e em sua ausência, seus parentes mais próximos."

"Quanto dinheiro?"

"Seis dígitos médios," disse Slim, observando enquanto ela olhava para o teto, franzindo a testa enquanto tentava calcular quanto isso deveria ser. "É uma soma significativa. Os termos do acordo são que ele deve passar para as mãos de seus parentes mais próximos no caso de sua morte legal. Um sujeito que eu conheci na aldeia me deu o seu endereço." Ele se mexeu no assento, preparando-se para lançar a isca que iria pescá-la. "O gerente do fundo autorizou pagamentos pequenos a qualquer pessoa capaz de oferecer informações confiáveis."

"Quanto?"

"Varia. Quão bem você conhecia o Sr. Sharp?"

Clora se mexeu. A cadeira rangeu sob ela, o assoalho também. Braços flácidos se levantaram como se segurassem informações e ela sorriu.

"Éramos amantes."

"Você estava em um relacionamento com o Sr. Sharp?"

Clora deu de ombros. "Não realmente. Ele era um cafajeste, o Den. Eu não era a única e eu sabia disso, mas eu não me importava." Ela sorriu novamente, com os olhos longe. "Ele era daquele jeito só um pouco bruto que as mulheres não resistem. Eu não teria me importado se ele estivesse dormindo com metade da aldeia, desde que ele voltasse para mim de vez em quando." Seu semblante de repente escureceu. "Mas quando soube da Eleanor, ele passou dos limites."

"Eleanor? Ellie Ozgood? Filha de Oliver Ozgood?"

"Você fez sua pesquisa," disse Clora. "A filha e herdeira de Ozgood."

"Eles tiveram um relacionamento?"

"É o que disseram. Eu achei difícil acreditar. Den tinha mais de trinta anos. Poderia ter apelo para uma certa faixa etária, mas para uma garota rica de escola pública... eu não podia imaginar. Então toda essa história do estupro começou. Fazia mais sentido."

"Claro que você ficou chocada com o que ele fez?"

"O estupro?" Clora riu. "Uma grande mentira, isso tudo. Den não era estuprador, não era da natureza dele." Ela sorriu. "Com aquele olhar dele, não precisava ser. Não, a palavra dela contra a dele. O caso teria sido descartado mesmo se a acusação dela não tivesse sido retirada. Den foi inocentado de qualquer irregularidade, como qualquer um com meio cérebro sabia que ele seria. Não, ele passou dos limites quando se aproximou dela. Quando se juntou ao inimigo."

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Slim esperava mais explicação, mas Clora tinha anunciado abruptamente que um programa de curiosidades que ela gostava estava prestes a começar e que Slim deveria voltar outra hora se quisesse falar mais.

Do lado de fora, ele caminhou estrada acima até a junção, tomando a direção que levava para a vila de Scuttleworth, com a cabeça fervilhando com novas ideias. Com a missão de descobrir quem poderia ter tido o conhecimento para se passar por Dennis Sharp, ele se viu atraído por acusações veladas de impropriedade em nome de Ollie Ozgood e sua família.

Scuttleworth ficava em uma encruzilhada, agrupada e atarracada como a aranha que seu nome sugeria, embora apenas a estrada norte pudesse ser considerada adequada para o tráfego. Todas as estradas ao sul da igreja iam dar em trilhas de pista única, cortando de um lado para o outro através dos vales e colinas como se algum dia um gigante tivesse colocado uma rede de cordas solta por acaso através da paisagem. Na estrada para o norte ficavam os poucos edifícios comerciais—duas pequenas lojas, uma agência de correios e uma loja de construção adjacente. Uma igreja fora construída em uma inclinação e cercada por árvores, do lado oposto da estrada a um pub. A estrada leste-oeste era duas fileiras de casas de parede de pedra apertadas que gradualmente davam lugar a terras agrícolas.

Não havia ninguém. Uma das duas lojas estava fechada, com uma placa de papelão pendurada em sua vitrine, que havia desbotado à luz do sol até ficar ilegível. Slim entrou na outra, empurrando uma porta meio bloqueada por uma capa de chuva verde caída no chão e entrando em uma sala comprida e apertada, tão estreita que ele poderia simultaneamente esticar o braço por cima das prateleiras e tocar as paredes de ambos os lados. Além de uma prateleira amplamente abastecida com garrafas de dois litros de água destilada, a loja não tinha quase nada. Slim pegou uma lata de feijão e a virou para descobrir uma data de validade de dois meses atrás. O mesmo com um pacote de macarrão instantâneo, enquanto um pão de celeiro em uma cesta perto do caixa estava velho e duro ao toque hesitante do dedo de Slim.

"Posso te ajudar?"

Slim, passando o dedo pela poeira ao longo do balcão, se assustou com a voz. Ela veio de baixo dele. Ele se inclinou sobre o balcão e encontrou um garoto de shorts sentado no chão de pernas cruzadas com um videogame portátil piscando no espaço entre suas pernas. O menino não usava sapatos ou meias, e uma camiseta azul desbotada exibia a pele pálida através de buracos de traça nos ombros.

"Hum... estava procurando jornais," disse Slim, falando a primeira coisa que veio à mente.

O menino revirou os olhos como se tal pedido fosse absurdo. Ele olhou de volta para o jogo por um momento e, como se percebesse que a conversa ainda não havia acabado, ergueu os olhos e disse: "Tem algum que deseja pedir? Posso pedir à mamãe."

"Onde está a sua mãe?"

O menino não se virou. "Na sala dos fundos."

"O que ela está fazendo?"

"Como eu vou saber?"

A conversa não ia a lugar nenhum, então Slim pegou um pacote de macarrão de uma prateleira e o jogou sem cerimônia no balcão.

"Vou levar isso, por favor."

O menino entrou em ação, levantando-se de um salto e gritando: "Mãe!" através de uma cortina puxada sobre a entrada atrás do balcão.

O rangido de velhas molas de sofás, o arrastar de chinelos sobre o linóleo e um longo suspiro anunciaram a dona da casa antes que ela empurrasse a cortina. Ela viu a massa antes de ver Slim, então empurrou os óculos de aros grossos no nariz e olhou para cima.

Qualquer beleza que a juventude pudesse ter dado a ela, havia sido arrancada a muito pelo passar do tempo. Um corpo grosso e disforme se escondia atrás de um suéter cinza com um rasgo no braço. Olhos cinzas espreitavam de um rosto que tinha pele demais e uma boca com duas lesmas no lugar dos lábios se entreabriu revelando o brilho de um molar de prata.

"Você é a Cathy?" Slim perguntou, lembrando-se de algo que Croad havia dito e esperando que o velho não estivesse se referindo à loja fechada do outro lado da rua.

Se a mulher ficou surpresa, não houve sinal disso em seu rosto. "Quem é você?" ela perguntou, desviando o olhar dele, distraidamente arrumando uma cesta de vime no balcão cheia de latas de milho doce. Uma estrela rosa luminosa presa à cesta anunciava um desconto de outono de 50%.

"Vou ficar na região por alguns dias," disse Slim, evitando a pergunta. "Na verdade, estou procurando Dennis Sharp. Ou estava, mas ouvi que ele faleceu."

"É uma maneira educada de se dizer. O que você queria com ele?"

"É pessoal. Prefiro não dizer."

Ela deu de ombros. "Você que sabe. Uma libra e dez."

Ela enfiou o macarrão em um saco de papel. Slim procurou em seu bolso por dinheiro, fazendo uma cena para ganhar algum tempo. Finalmente retirando um par de moedas, ele disse, "As pessoas gostavam de Dennis por aqui?"

"Porque você se importa se ele está morto?"

"Só estava me perguntando."

"Há pessoas piores para se conhecer, eu acho. Sempre tinha uma piada, o Den, mesmo sendo meio saidinho."

"Como assim?"

A mulher cutucou o menino nas costas com seu joelho. "Volte lá dentro, seja útil. Limpe o chão ou algo assim."

Enquanto o menino se afastava, ela se voltou para Slim e deu-lhe um sorriso mais caloroso do que ele poderia ter pensado que ela era capaz. "Gostava das mulheres. Nunca deveria ter se aproximado daquela garota."

"Que garota?"

"Ellie Ozgood. Ele nunca ficava satisfeito com alguma coisa fácil. Ele foi atrás de problemas e não poderia ter procurado em um lugar melhor."

"Eu gostaria muito de conhecê-la. Você sabe onde ela mora?"

"Lá em cima no Hall, é claro. Mas boa sorte para entrar lá. É mais provável que você a encontre no trabalho, se é que se pode dizer que o que ela faz naquele lugar é trabalho. Meu Tom está sempre reclamando dela, diz que ela não faz nada além de sentar com aquela..." Cathy se interrompeu. Ela passou a mão pelo cabelo, colocando uma mecha oleosa atrás da orelha direita. "Bem, acho que já chega disso."

"Qual lugar?"

"Você esteve morando embaixo de uma pedra? O Vincent's. O matadouro. Segunda esquina à direita depois da nossa. Não se preocupe se você se perder, você sentirá o cheiro a um quilômetro de distância."

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"Vincent's? Não há necessidade de você ir lá," disse Croad, sentando-se do outro lado da mesa. "Preciso te lembrar de quem o contratou?"

"Disseram que Ellie Ozgood trabalhava lá. Se alguém falou com Dennis Sharp, foi ela."

Croad balançou a cabeça. "O Sr. Ozgood quer que Ellie fique fora disso. Ele não quer que o estupro venha a tona novamente."

"Mas..."

"Esqueça, Sr. Hardy. Sou apenas o mensageiro, mas essas são as regras do trabalho. É pegar ou largar."

Slim queria se levantar e ir embora, mas as lembranças de casas flutuantes e botas balançando tornavam este lugar seguro... por hora.

"Como você diz," disse ele. "Faça algo útil, pode ser? Me arrume uma lista de pessoas com alguma conexão com Dennis. Família, amigos, conhecidos."

Croad sorriu. "Você só precisava pedir." Ele tirou um pedaço de papel amassado do bolso e colocou-o sobre a mesa, fazendo o melhor para esticá-lo com seus dedos ásperos.

"Isso deve te servir."

Parecia uma teia de aranha de caligrafia infantil. Slim encarou-o, esperando que algo legível ou cognitivo aparecesse. Quando nada aconteceu, ele olhou para Croad.

"Talvez você possa me explicar isso," disse ele.

Croad apontou um dedo para um rabisco que poderia significar qualquer coisa.

"Shelly Holland. A mãe de Den."

"Casou de novo?"

"Nunca foi casada. Viviam juntos. Den pegou o nome do pai apenas para irritá-la."

"Ah. Onde eu encontro ela?"

Croad levantou-se. Ele apontou com a mão para o casaco de Slim pendurado sobre o encosto de uma cadeira e foi até a porta.

"Vou te levar lá agora. Se ela ainda estiver lá.

Eles pegaram o carro de Croad, mas levou menos de dois minutos antes de eles saírem dele, Croad estacionou em orla coberta de vegetação fora do terreno da igreja. Uma fila de chalés antigos os encarava através de uma calçada de cascalho pontilhada com ervas, em piores condições do que Slim esperaria para propriedades potencialmente tão lucrativas.

"Ozgood é dono desses também?" perguntou Slim.

Croad fez um sinal de desdém com uma mão. "Todos eles. Há inquilinos em três. O do quarto lote fugiu depois de um ano. Seis meses de atraso."

"Aposto que correu tudo bem."

"Aqueles de nós que éramos responsáveis não ficamos muito felizes, mas para o Sr. Ozgood não foi nada mais do que uma picada de mosquito nas costas."

"E os outros três?"

"Trabalham no Vincent's, como a maioria aqui."

"Essa é a principal fonte de renda de Ozgood?"

Croad deu de ombros. "Uma delas. Quer conhecer Shelly ou não? Por aqui."

Croad mostrou o caminho pelos degraus até o portão do terreno da igreja. Slim parou enquanto Croad puxou o portão de um emaranhado de ervas e segurou-o aberto.

"Pensei que ela estivesse viva."

"Ela está. Pelo menos da última vez que a vi."

A grama no cemitério estava muito alta. Slim se perguntou se cuidar dela era outra das funções de Croad e se valia a pena tocar no assunto com o velho. Lápides antigas surgiam da grama longa esvoaçante, com inscrições encrustadas de líquen quase ilegíveis.

"Parece que ninguém vem aqui," disse Slim.

"Ninguém vem mesmo. Não mais. Poucas pessoas por aqui significa poucas mortes. Den foi um dos mais recentes e ele já está enterrado há seis anos.

"Onde ele está?"

"Você vai ver."

O caminho continuou ao redor da parte de trás da igreja, depois dividiu-se, dirigindo-se sobre uma subida baixa em direção a uma fila de árvores que o separavam de um segundo cemitério que parecia mais um pequeno campo artificial feito para conter enchentes. Slim tentou enxergar além de Croad para ver onde o caminho ia dar. Ele só podia supor que passava pelo outro lado da igreja e chegava numa pequena propriedade do outro lado, embora ele não pudesse ver nada, exceto mais gramado.

"Não há uma maneira mais rápida de passar?" ele perguntou a Croad. "A grama parece bem alta."

"Não vamos passar," disse Croad. "Só vamos até aqui."

Eles passaram pela fila de árvores. O cemitério secundário era um campo, afinal. Uma fila de sepulturas mais recentes ficava perto das árvores, mas o resto do campo estava sem cuidados. O caminho terminava poucos metros depois, coberto pela grama.

"Cuidado com isso," disse Croad, quando Slim quase tropeçou em um cabo de extensão elétrica na grama. "Um dos moradores locais o ligou na energia."

Slim franziu a testa, perguntas se formavam em seus lábios, mas Croad já tinha marchado em frente. Slim, desejando estar vestindo calças impermeáveis, escolheu seu caminho com mais cuidado ao segui-lo.

Alguns passos mais adiante, Croad parou. "Chegamos," disse ele. "Pelo cheiro, alguém está cozinhando. Quer dizer que ela está em casa."

Slim observou. O campo se inclinava ao longe em direção a um córrego. No meio do caminho, uma lona verde saltava da grama, sustentada por postes desalinhados, alguns dos quais haviam rompido o plástico, que havia sido remendado com fita adesiva. À medida que se aproximavam, Slim viu que um poste era um pedaço de madeira velha ainda com pregos tortos enferrujados, enquanto o outro era na verdade parte de um galho de uma árvore baixa, subindo e descendo com o sopro do vento.

Lá na frente, Croad parou. Ele se virou para Slim com um sorriso torto no rosto.

"Está pronto para isso?" ele perguntou.

"Para o que?"

"Você é ex-soldado, não é? Bem, prepare-se para se proteger. Um bombardeio está prestes a começar."

Slim olhou involuntariamente para o céu. Croad deu um passo à frente e balançou a borda da lona. Ela emitiu um farfalhar rangido e vários punhados de folhas acumuladas caíram.

"Shelly? Você está aí? É o Croad. Trouxe alguém que quer perguntar sobre Den."

De dentro veio um som estridente como se alguém andasse sobre um jornal seco. Um canto da lona se abriu revelando um rosto velho e selvagem, emoldurado por cabelo loiro-grisalho enrolado saindo de uma bandana azul. Os olhos se estreitaram e seus lábios recuaram em um rosnado feroz. Sibilando, ela se enfureceu com Croad, e depois acertou-o com um pedaço de pau. Ele deu um passo para trás, levantando a mão.

"Estamos todos em paz aqui," disse ele. "Este aqui é o Sr. Hardy. Quer perguntar sobre o Den. Velho amigo de escola, não é?"

Slim não fez nenhum esforço para responder. Shelly voltou seu rosnado para ele, a sujeira em suas bochechas rachava e descascava. Ela apertou os lábios, aparentando soprar um beijo para ele, e então ela cuspiu, um glóbulo de muco aterrissou perto de seus sapatos.

"Cai fora daqui," ela vociferou, com a voz rouca e rachada, um sinal de abuso de tabaco ou álcool, ou os dois.

"Estou procurando Dennis Sharp," disse Slim.

Shelly estendeu a mão atrás dela como se procurasse algo para jogar nele.

"O tolo acha que Den ainda está vivo," Croad gritou. "Mostre a ele, Shelly, para que ele me deixe em paz."

"Saia da minha maldita varanda, seu rato," ela cuspiu em Croad, fazendo-o dar mais um passo para trás. "Eu gostava do seu sorriso, mas você ficou tanto tempo na aba do Ozgood que agora ele está cheio de..."

"Eu posso voltar em uma hora melhor," disse Slim.

Shelly rosnou e jogou algo nele. Atingiu sua coxa e saiu rolando. Slim franziu a testa. Um boneco artesanal, sujo e arranhado como se alguém o tivesse arrastado no concreto com o pé. Uma cabeça feita de arame com pequenos buracos e um resíduo de cola onde seus olhos tinham sido arrancados, enquanto sua boca estava coberta por fita adesiva. Com uma carranca, Croad levantou o pé e o chutou para a grama.

"Apenas mostre a ele, Shelly," disse o velho. "Deixe-o ver."

Shelly lançou uma enxurrada de palavrões contra Croad, mas recuou um pouco e cutucou algo escondido sob a lona com o sapato sujo e desgastado.

Uma pequena cruz de madeira.

"Meu menino está bem aqui," ela gritou. "Bem aqui comigo, onde ele deveria estar. Onde ninguém pode mais fazer mal a ele. Agora saia daqui e não volte."

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