Kitabı oku: «Alerta Vermelho: Confronto Letal », sayfa 15

Yazı tipi:

CAPÍTULO 43

23:19

Condado Queen Anne – Eastern Shore da Baía de Chesapeake

O homem alto estava arrumado. Contorcia-se em agonia no chão.

Já não se ia levantar.

Becca pegou em Gunner pela mão. Levou-o até à janela e afastou a cortina. Atrás dela, passos pesados subiam as escadas.

Acocorou-se à frente de Gunner. “Querido, trepa lá para fora, corre até ao outro lado com cuidado e desce a canalização. Como fazemos nos exercícios de simulação de incêndios, ok? Estou mesmo atrás de ti. Quando tocares na relva, corre. Corre até à casa dos Thompson o mais rápido que conseguires, ok?”

Pensou nos Thompson, um casal de idosos com oitenta e cinco anos.

“Quem é aquele homem, Mamã?”

“Não sei. Não interessa. Agora vai!”

Gunner espreitou pela janela, saltou e depois correu.

Agora era a vez de Becca. Olhou para a porta. Mais dois homens entraram de rompante no quarto e corriam na sua direção. Ela lançou-se para fora da janela, escorregou nas telhas, mas um dos homens conseguiu agarrá-la na perna. Estava muito próxima do telhado, mas também muito próxima do quarto. O homem conseguira prender-lhe ambas as pernas. Começaram a puxá-la para dentro.

Ela dava pontapés como louca, com toda a força de que era capaz.

Ouvia-se a si própria a e gritar, desesperada. “Aahh! Anh!”

Deu um pontapé, depois rebolou para trás. Estava no telhado baixo de lousa. Um segundo mais tarde, um dos homens saiu pela janela. Rebolaram, ele tentou imobilizá-la, mas Becca sacudiu-o e atirou-se aos olhos. Ele rolou tanto para fugir dela que caiu. Becca só o ouviu a embater na entrada de cimento com um estrondo.

Ela saltou e começou a correr. Outro homem já subia ao telhado. Mais à frente, Gunner já estava no algeroz. Sentou-se na borda do telhado com as pernas a balançar. Apanhou o tubo, escorregou e depois virou à esquerda e desapareceu.

Becca atingira a extremidade.

Gunner escorregou, aterrou na relva e rebolou para trás. Já se passara um segundo e ele ainda estava no chão.

“Levanta-te, Gunner! Corre!”

Levantou-se, virou-se e correu em direção à casa dos Thompson.

Becca olhou para trás. Um homem estava a aproximar-se vindo do telhado e atrás dele outro saía pela janela. Em baixo e à esquerda, viu homens no chão a deslocarem-se na sua direção.

Não havia tempo para descer, limitou-se a virar-se e a saltar.

Bateu com força e sentiu uma dor aguda no tornozelo. Rebolou sobre o ombro, ergueu-se a coxear e fugiu. A cada passo, uma onda de dor percorria-lhe a perna. Continuou a correr. À sua frente Gunner corria, mas ela aproximava-se.

“Corre, Gunner!” Gritou. “Corre!”

Atrás de si ouvia os passos pesados dos homens. Ouvia a sua respiração pesada. Mas ela continuou a correr. Viu as suas sombras na relva à sua frente. As sombras aproximavam-se cada vez mais até se unirem à sua. Braços agarram-na e ela tentou libertar-se.

“Não!”

Um homem mergulhou sobre ela. Ela sentiu o peso do seu corpo. Caíram no chão e deslizaram ao longo da relva. Ela lutou, arranhando e raspando. Outro homem surgiu e depois outro. Imobilizaram-na no chão.

Dois homens corriam atrás do rapaz.

“Corre!” Gritava Becca. “Corre!”

Ela esticou o pescoço para ver o que se estava a passar. Alguns metros à frente, Gunner estava quase a chegar a casa dos Thompson. Luzes ligaram-se dentro de casa. A luz do alpendre acendeu-se. Gunner subia as escadas quando a porta se abriu.

Os dois homens estavam mesmo atrás dele. Pararam de correr e caminharam na direção do alpendre. Subiram os degraus lentamente.

Becca conseguia ver o Sr. e a Sra. Thompson na porta emoldurada pela luz. De repente, viu-se uma explosão de luz e depois outra. Flashes de armas mas Becca, não ouviu um som. Tão próxima e não ouviu as armas.

O Sr. e a Sra. Thompson jaziam no chão. Ainda se viu outra cintilização e outra ainda, assinalando a conclusão definitiva daquelas vidas.

“Oh, não,” Disse Becca.

Agora os homens regressavam com Gunner. Flanqueavam-no, cada um a segurar num dos seus pulsos.

Um homem assegurava-se de que Becca não ia a lado nenhum. Estava mal barbeado e exalava um hálito a café.

“Viu aquilo?” Perguntou. “Viu? Foi você que fez aquilo, não nós. Se tivesse vindo tranquilamente aquilo nunca teria acontecido.”

Não havia mais nada a fazer. Becca cuspiu no rosto do homem.

CAPÍTULO 44

23:27

Centro de Operações de Emergência de Mount Weather – Bluemont, Virginia

Chuck Berg esteve semi-inconsciente durante horas até outra explosão o ter acordado. O som era profundo, como o de um trovão longínquo. Fazia um qualquer efeito no ar como uma onda num oceano. Parecia nadar debaixo de água por algum tempo e depois assomar à superfície.

Emergiu e abriu os olhos. Com trinta e sete anos, Chuck estava nos Serviços Secretos há quase doze anos. Passara dois anos numa secretária e nove como parte de uma equipa de segurança avançada. Há seis meses, tinha-lhe sido concedida uma responsabilidade de sonho, trabalhar como um dos guarda-costas pessoais da Vice-Presidente. Agora já não se parecia tanto com um sonho.

Chuck tentou recordar-se do que ocorrera. Tinham saído do elevador e estavam a caminhar ao longo de um corredor estreito que desembocava no estúdio de TV. Estavam alguns minutos atrasados e andavam em passo acelerado. Ele estava atrás da Vice-Presidente e dois homens, Smith e Erickson, iam à frente.

De repente, a porta de aço à frente deles rebentou para dentro. Erickson morreu instantaneamente. Smith voltou-se para regressar ao corredor com o rosto iluminado pelas chamas que estilhaçaram a porta. Viu uma sombra a cambalear por entre o laranja claro e amarelo das chamas. Era Smith, aceso como uma tocha. Gritou durante apenas um segundo, depois emudeceu e tombou. Berg imaginava Smith a inalar fogo. A garganta destruída, o grito tinha morrido quase antes de começar.

Chuck derrubara a Vice-Presidente e manteve-a no chão.

Uma onda de choque atravessou o corredor. Toda a unidade parecia tremer. Algo atingiu Berg na cabeça. Lembrava-se de pensar: Ok, estou morto. Ok.

Mas não estava morto. Ainda lá estava, no mesmo corredor, no meio da escuridão, em cima da Vice-Presidente. Doía-lhe bastante a cabeça. Colocou uma mão no couro cabeludo e deparou-se com uma ferida viscosa com sangue seco. Apalpou-a. O crâneo rachado tornaria a dor mais lancinante do tactear. Mas não estava partido.

Estava vivo e parecia estar operacional. E isso queria dizer que tinha um trabalho a fazer.

“Sra. Hopkins?” Perguntou. Ela era tão pequena quando comparada com ele que se tornava estranho estar deitado em cima dela.

“Minha Sra., está bem?”

“Trate-me por Susan,” Ergue-se a voz surpreendentemente fote de Susan Hopkins. “Não suporto essa merda do minha Sra.”

“Está ferida?”

“Tenho dores,” Respondeu. “Mas não sei quão grave é.”

“Consegue mexer os braços e as pernas?”

Ela contorceu-se debaixo dele. “Sim. Mas o meu braço direito dói bastante.” A voz tremia-lhe. “A pele do rosto dói-me. Acho que devo estar queimada.”

Chuck anuiu. “Ok.” Pensou durante um momento. Conseguia mexer as extremidades por isso, não tinham sido afetados nervos vitais. Já estavam ali há muito tempo. Se tivesse ferimentos internos ou queimaduras graves, já estaria morta. Por isso, os seus ferimentos, apesar de dolorosos, não colocavam a sua vida em risco.

“Minha senhora, daqui a pouco vamos ver se se consegue colocar em pé, mas ainda não. Eu vou rastejar daqui por um minuto e já volto. Não quero que se mexa. Quero que fique exatamente na posição em que está. Está muito escuro e quero que fique onde está. Compreende? Diga sim ou não por favor.”

“Sim,” Disse numa voz infantil. “Compreendo.”

Deixou-a, movendo-se como uma cobra no chão. Tinha reparado num kit de emergência guardado numa redoma de vidro junto às portas do elevador. Se aquela parte do corredor estivesse intacta, estaria com sorte. Mexeu-se lentamente, tocando em tudo à sua frente, à procura de pontas aguçadas e possíveis desníveis. Havia muitos escombros. Passado algum tempo, a sua mão tocou no entalhe da parede o que significava que tinha chegado ao elevador.

Chuck tentou ajoelhar-se. A pouco mais de noventa centímetros do chão, o ar era fétido e estava repleto de fumo. Agachou-se novamente no chão.

“Sra. Hopkins?” Chamou. “Ainda aí está?”

“Estou aqui, estou.”

“Permaneça no chão por favor. Não se ponha de pé sob qualquer pretexto, ok?”

“Ok.”

Chuck respirou fundo e depois levantou-se. Os joelhos estatalaram. As mãos moveram-se ao longo da parede até encontrarem a caixa de vidro. Não fazia a mínima ideia de como a abrir por isso esmurrou-a com toda a força que tinha. Era um vidro próprio para se partir como tal, estilhaçou-se de imediato.

A caixa era funda. As suas mãos entraram nela, sentindo formas familiares. Havia máscaras de ventilação ali. Ia precisar delas. Havia uma arma – desnecessária, dadas as circunstâncias. Encontrou uma lanterna presa à parede por uma correia. Desatou a corrente, tirou a lanterna e ligou-a. Funcionava.

Ó meu Deus. Luz.

Rapidamente encontrou também água e uma quantidade de refeições rápidas. Um kit de primeiros-socorros. Um machado e uma ferramenta universal. Voltou ao chão mesmo antes do ar lhe faltar.

Encostou-se contra a parede. Estavam vivos e tinham mantimentos. Estavam a fazer progressos e era altura de começar a pensar no que fazer de seguida. A unidade tinha sido atacada. Era uma unidade reforçada por isso deveria aguentar qualquer ataque de bombas ou mísseis vindos do exterior. Isso sugeria que o ataque tinha vindo do interior. E isso, por sua vez, sugeriu a Chuck que precisava de encontrar uma saída para a superfície.

Mas…

Tinha que ter cuidado. Há quase uma década, quando tinha ido para o terreno, tinham-no colocado como parceiro de um agente mais velho, um homem chamado Walt Brenna que estava apenas há alguns meses da reforma. O Walt era engraçado. Os outros agentes diziam que era um rabugento. Disseram a Chuck para não lhe dar ouvidos. Mas ele e Walt passavam muito tempo juntos. Havia dias em que não havia mais nada a fazer senão ouvi-lo.

O Walt estava obcecado com um conceito que chamava de “Branco no Branco.”

“Vão-te dizer que este trabalho se destina a estar de olho nos terroristas islâmicos ou nos assassinos russos,” Dizia Walt. “Mas não é nada disso. Achas que esses tipos de vão aproximar do Presidente dos Estados Unidos? Não me parece. O grande objetivo do nosso trabalho é neutralizar um ataque Branco no Branco.”

Chuck encarava os resmungos de Walt com grande cautela. Mas os seus ecos tinham permanecido ao longo dos anos e às vezes pensava neles. Para o Walt Brenna, um ataque Branco no Branco consistia num ataque em que o Governo se atacava a si próprio. Os assassinatos dos Kennedy eram exemplos disso. Assim como a tentativa de assassinato de Ronald Reagan em 1981.

Walt Brenna sobre Reagan:

“O Vice-Presidente, o primeiro na linha de sucessão, é um antigo Diretor da CIA. O pai do homem que tenta matar o Presidente é o cabecilha do World Vision, um grupo primordial da CIA. A família do Vice-Presidente é amiga da família do assassino. O irmão do Vice-Presidente e o irmão do assassino têm agendado um almoço conjunto no momento em que o homícidio decorreria. Quase nada disto sai nos jornais. Nada disto é investigado. Porquê? Porque o assassino é louco e é tudo o que temos que saber? Não. Porque Branco no Branco é uma parte do jogo aceite. O seu trabalho é fazê-lo e o nosso trabalho é impedi-lo. Ataque e defesa, é tudo.”

Com o passar dos anos, Chuck apercebeu-se que Walt não era o único nos Serviços Secretos a pensar dessa forma. Ninguém falava abertamente a esse respeito, mas ouviam-se sussurros. Como podemos identificar um Branco no Branco? Como seria quando acontecesse?

Chuck abanou a cabeça. Seria como isto. Uma bomba tinha deflagrado dentro da unidade de segurança, apenas algumas horas depois de um ataque à Casa Branca. As explosões na Casa Branca também tinham vindo do interior do edifício ou a maior parte delas. As pessoas de fora não conseguiam colocar bombas em qualquer dos locais e nunca, definitivamente, em ambos. Os únicos que o poderiam fazer eram os militares, a comunidade de inteligência ou os próprios Serviços Secretos.

Guiado pela lanterna, agachou-se e rastejou para junto da Vice-Presidente. Ela não se tinha mexido nem um milímetro.

“Minha Sra.? Já se pode sentar agora, se conseguir. Tenho comida, água e um kit de primeiros-socorros. Temos que usar estas máscaras quando sairmos e mostro-lhe como. Vai parecer pesado e claustrofóbico de início, mas prometo-lhe que se vai habituar.”

Ela mexeu-se lentamente até ficar sentada. Estremeceu ao sentir a dor no braço. Parte da pele do rosto tinha escamado. Para Berg, as queimaduras pareciam superficiais apesar de ser provável ficar com cicatrizes ou despigmentação. Se fosse a pior coisa que lhe acontecesse, para Chuck seria uma sorte.

“Não devíamos tentar ligar a alguém?” Perguntou a Vice-Presidente.

Ele abanou a cabeça. “Não. Não podemos ligar a ninguém. Não sabemos quem é o inimigo. Para já, vamos agir em segredo.”

Ela pareceu ficar a pensar naquilo. “Ok.”

“Agora, o caminho até à superfície pode ser difícil,” Disse Chuck. “Podemos ter que trepar e pode ser assustador e doloroso. Por isso vou pedir-lhe um favor. Encontre dentro de si toda a força que conseguir. Encontre a pessoa forte que tem dentro de si. Eu sei que ela está aí. Consegue encontrá-la?”

A mulher olhou para ele e, de repente, os seus olhos endureceram. “Amigo, estive na indústria da moda, rodeada de predadores quando era jovem. Vivi em Nova Iorque, Paris e Milão sozinha com dezasseis anos. Sou forte quanto baste.”

Chuck acenou afirmativamente. Era tudo o que queria ouvir.

CAPÍTULO 45

23:57

Academia Naval dos Estados Unidos – Annapolis, Maryland

Aquele era um lugar estranho para um encontro.

Luke estava completamente vestido de preto. Usava luvas pretas e tinha um capuz preto enfiado no bolso.

O campo de futebol do Navy Marine Corps Memorial Stadium espraiava-se à sua frente, inundado nas trevas. As vastas bancadas vazias agigantavam-se acima dele. GO NAVY estava pintado em letras grandes na bancada superior. De noite, as palavras pareciam brancas, mas ele sabia que de dia eram amarelas sob um fundo azul-escuro.

Encostou-se para trás, permanecendo nas sombras da rampa do saguão da end zone. Observou a cabina de transmissão escurecida no topo do estádio, tentando perscrutar o mais ínfimo movimento. Se fosse um atirador, era ali que se instalaria.

Um homem atravessou o campo na sua direção. O aspeto do homem tornava-se mais nítido à medida que se aproximava. Era alto, forte e caminhava como se fosse mais pesado do que na realidade era. Vestia um sobretudo comprido. Aproximou-se ainda mais e agora Luke já avistava o fato escuro debaixo do casaco e as feições suaves, quase pastosas do seu rosto.

Entrou na escuridão da rampa do saguão.

Luke mexeu-se apenas ligeiramente. “Sr. Secretário?”

O homem sobressaltou-se um pouco. Era óbvio que não tinha visto Luke ali. Os seus olhos imediatamente viram a Glock negra na mão de Luke. Luke colocou-a no coldre por um momento para deixar o homem à vontade.

“Sim,” Disse o homem. “Sou Dave Delliger.”

“E eu sou Luke Stone.”

“Sei quem é. O Presidente transmitiu-me ao telefone que você lhe tinha salvo a vida.”

“Temporariamente,” Rematou Luke.

“Sim.”

“Lamento que as coisas tenham acabado daquela forma.”

Delliger assentiu. “Eu também.”

“Detesto ter de lhe perguntar isto, mas há a possibilidade de ter sido seguido até aqui?”

Delliger abanou a cabeça. “Há sempre essa possibilidade. Assisti ao juramento do novo Presidente há duas horas no Site R. Um helicóptero da Marinha trouxe-me até aqui. O Site R está muito longe, nas montanhas. No escuro, com a minha fraca visão noturna, teria demorado até de manhã a chegar aqui.”

Luke emudeceu contra a parede. Aquela era a resposta errada. Pelo menos não era a resposta que esperava.

“Não se preocupe,” Continuou Delliger. “Não é nada fora do normal. Não têm qualquer razão para suspeitar de mim. Esta é a minha alma mater e ensinei aqui durante muitos anos. Ainda mantenho um escritório e um quarto no campus. A Marinha permite-me aqui permanecer, porque tem muito orgulho em mim. Eu sou aqui uma espécie de candeia. Disse a quem se encontrava no Site R que se íamos todos morrer, eu preferia morrer aqui e não num buraco no chão.”

“Tinha a ideia,” Disse Luke, “de que tinha sido companheiro de quarto do Presidente Hayes em Yale.”

“Na faculdade de direito,” Declarou Delliger. “Fui e éramos grandes amigos como todos dizem. Mas isso foi mais tarde quando cumpri o serviço militar.” Levantou os braços e fez um gesto em seu redor. “Esta é a minha verdadeira casa.”

“O Presidente Hayes foi assassinado,” Afirmou Luke.

“Eu sei. Foi um coup d’êtat. Eu estava presente quando o Bill Ryan assumiu o cargo. Todos estavam muito satisfeitos consigo próprios, acredite. E agora vamos entrar em guerra com o Irão. Ryan vai fazer a declaração esta noite, se ainda não a fez. Porquê esperar pelo Today Show para a revelar? E tendo em consideração que a maior parte do Congresso está morto, não faz sentido pedir-lhes para a declararem. Faz-me pensar no que os russos pensarão disto tudo.”

“Podemos acabar com isto,” Disse Luke.

“Com o quê, a guerra?”

“O golpe.”

“Sr. Stone, que eu saiba, o tempo apenas se move para diante. Não podemos parar algo que já aconteceu.”

Luke permaneceu em silêncio.

“O Presidente e a Vice-Presidente estão mortos,” Prosseguiu Delliger. “Os próximos dois na linha de sucessão são Bill Ryan e Ed Graves, ambos abutres, ambos vivos. Depois disto, toda a linha de sucessão desapareceu. Estavam todos em Mount Weather. Mesmo que parasse isto, pressupondo que tal era possível e derrubava Bill Ryan, por quem o substituiria? Nesta altura, quem é o legítimo herdeiro do trono?”

“Não sei,” Admitiu Luke.

Durante todo o dia tinha estado tão concentrado em impedir que aquilo acontecesse que ainda não lhe tinha ocorrido que tudo tinha acabado. Apenas agora começava a compreender a escala da operação. Don tinha-lhe dito que era um figurante, mas estava errado. Não era um figurante. Era um inseto num para-brisas.

Por um segundo, a mente de Luke recuou ao encontro daquela noite com Paul.

Paul descrevera Luke como um kamikaze a pilotar um avião de brincar de encontro a um porta-aviões. Pareceria espetacular, mas na verdade era patético.

“Eu também não sei,” Disse Delliger. “Mas também não interessa muito, pois não? Eles têm gente em toda a parte. Consegue imaginar a quantidade de gente envolvida para tornar isto possível? Não vê a imensidão disto? Se fosse capaz de reverter isto, em quem poderia confiar? Teria que expulsar todos os conspiradores de todos os departamentos e agências. Este governo é um cadáver repleto de vermes.”

Fez uma pausa. “Gostava de ter sabido disto há cinco anos atrás. Nunca teria aceite o cargo. Teria agradecido ao Thomas pela honra, recusado educadamente e ido à minha vida. Secretário da Defesa? É uma piada. Fizeram-me a vontade. Eu nunca mandei em nada.”

“Podemos encontrar provas,” Persistiu Luke. “Podemos abrir um caso. Qualquer coisa para dar aos meios de comunicação social. Ainda está lá dentro.”

Delliger abanou a cabeça gentilmente. “Foi-me informado que o Presidente Ryan espera a minha demissão logo de manhã. Se a receber, vai-me agradecer publicamente pelos meus serviços e dedicação. Se não a receber, demite-me por incompetência. A escolha é minha.”

Luke estava pensativo. “Porque é que concordou em encontrar-se comigo?”

Delliger encolheu os ombros. “Penso que é um homem bom. E obviamente corajoso. Pensava que lhe devia dizer que se não fosse tarde demais, se deveria afastar disto. Simplesmente afastar-se. Talvez o deixem em paz. A vida é uma coisa bela, Sr. Stone. E é muito mais importante do que envolver-mo-nos em batalhas que não podemos vencer.”

Luke respirou fundo. Não valia a pena dizer a este homem que já era tarde demais, pelo menos para o próprio Luke.

“É o que vai fazer?” Perguntou. “Afastar-se?”

Delliger sorriu. Era um sorriso triste, pesaroso. “Vou agora para o meu escritório redigir a minha demissão. Depois amanhã, vou voltar à minha vida antiga. Sabe que sou um bom jardineiro? É o meu hobby preferido que não pude praticar nestes últimos anos anos. Não tinha tempo. Eu sei, já é Junho e estou atrasado para este ano. Mas a estação de cultivo é longa e clemente nesta parte do país.”

Luke anuiu. “Ok. Adeus Sr. Delliger.”

“Adeus, Sr. Stone. E boa sorte para si, seja o que for que decidir.”

Delliger voltou-se e iniciou o regresso pelo campo. Luke continuou encostado à parede. Viu Delliger a desaparecer na distância. Quando Delliger chegou à linha dos quarenta e cinco metros, soou um único tiro.

CRACK.

Ecoou nas bancadas do estádio e nas ruas bordejadas de árvores da zona circundante.

Os olhos de Luke dardejaram o estádio vazio, tentando detetar um atirador. Não tinha avistado qualquer flash por isso o tiro não tinha vindo da cabina de transmissão. Teria-o visto pelo canto do olho. Era claro para ele que aquela bala tinha vindo de longe. Os melhores atiradores conseguiam dar um tiro como aquele a uma distância de cento e oitenta metros ou até mais. O exército dos Estados Unidos treinara alguns dos melhores atiradores vivos.

Voltou a olhar para o campo. O corpo de Delliger estava ali, uma protuberância escura a meio caminho. Ocorreu-lhe que nem se tinham dado ao trabalho de silenciar o tiro. Podiam tê-lo feito e não o fizeram.

Luke tirou o capuz preto do bolso e enterrou-o na cabeça. A única coisa à vista eram os olhos. Deslizou ao longo da parece de betão na direção do saguão. Um momento mais tarde, já desaparecera nas sombras.

Yaş sınırı:
16+
Litres'teki yayın tarihi:
10 eylül 2019
Hacim:
300 s. 1 illüstrasyon
ISBN:
9781632916303
İndirme biçimi:
Metin
Ortalama puan 5, 4 oylamaya göre
Metin
Ortalama puan 0, 0 oylamaya göre
Metin
Ortalama puan 0, 0 oylamaya göre
Metin
Ortalama puan 4, 1 oylamaya göre
Metin
Ortalama puan 0, 0 oylamaya göre
Metin
Ortalama puan 0, 0 oylamaya göre
Metin
Ortalama puan 0, 0 oylamaya göre
Metin
Ortalama puan 0, 0 oylamaya göre
Metin
Ortalama puan 0, 0 oylamaya göre
Metin
Ortalama puan 0, 0 oylamaya göre