O Escritor E A Cineasta

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O Escritor E A Cineasta
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Manu Bodin

O escritor e a cineasta

Novela

Tradução do francês: Jayme Mathias Netto

O escritor e a cineasta

Nas tardes de domingo, eu mato o meu tempo em um bar local não muito longe da minha casa. Eu observo as pessoas na rua e escrevo. Eu escrevo um pouco sobre tudo, especialmente sobre as relações humanas. Eu me inspiro em trechos da vida das pessoas e de quem ouço falar, noto seus gestos, bem como seus trejeitos. Também extraio elementos dramatúrgicos dos meus amigos ou das minhas próprias experiências. Nos últimos anos, a escrita se tornou indispensável para mim. A escrita se apresentou para mim num dia sem aviso prévio, como numa fuga da esterilidade que eu estava concedendo à nossa sociedade contemporânea — a qual eu caracterizo como provocadora de ansiedade e doente — e que, de tempos em tempos, só me dava um desejo inexprimível de fugir para o outro lado do mundo para me esconder em algum lugar, longe de tudo, livre de constrangimentos e contradições, com pessoas simples e satisfeitas com uma vida humilde e modesta.

Ao entrar no bistrô, notei uma gata de cabelos loiros em chamas sentada no canto. Muitos homens pareciam estar olhando em sua direção. Na sua frente, uma mesa estava livre, aquela que eu escolhi imediatamente para me sentar.

Passei pela gata, olhando por um tempo, segui em frente, admirando suas belíssimas curvas. Ela estava absorvida pelo seu celular, enviando mensagens de texto e coisas do tipo para sei lá quem. Na mesa redonda tinha uma bolsa enorme, amarela e brilhante, que estava semiaberta. Eu pude ver toda a bagunça que tinha lá dentro. Ao lado da bolsa tinha uma taça de vinho branco junto com várias notinhas de bar esperando para serem pagas e que foram empilhadas num cinzeiro de metal. A linda garota parecia ter feito muitos pedidos. Ela me olhou furtivamente enquanto eu colocava meu casaco na parte de trás da cadeira na mesa em frente à dela, ela estava olhando para longe e desprezando a minha presença, depois ela olhou para seu smartphone novamente com seus dois polegares tocando a tela.

Eu me sentei de costas para ela. Tirei um bloco de notas e uma caneta da minha mochila. Eu podia contemplar a multidão de transeuntes na rua de onde eu estava— matéria-prima para os meus textos.

Tomei fôlego e comecei a escrever algumas palavras. Frases formadas pouco a pouco, parágrafos seguidos uns dos outros, páginas rabiscadas. Eu estava em um bom momento e admito que nem sempre foi assim.

Depois de um tempo, em um daqueles momentos de reflexão que são intrínsecos a todo escritor, ouvi um “ei!” vindo de trás de mim. Recuperei meu estado, afastei meus pensamentos — pelo menos por um tempo — e virei minha cabeça.

“O que você está escrevendo? Você é escritor?”, a loirinha que eu tinha visto quando cheguei me perguntou.

Desta vez, ela estava me encarando diretamente nos olhos e tinha a intenção de iniciar uma conversa.

Respondi com um fraco sim, perturbado por sua aura que me deslumbrava. Com seus olhos verdes esmeralda, ela tinha acabado de me enfeitiçar.

“É isso, não é? Você é escritor, não é?” ela me perguntou em tom veemente.

Para melhor encará-la, eu me curvei ainda mais, encostado na cadeira em que estava sentado.

“Sim, é isso mesmo. Estou trabalhando em um romance.”

Assim que terminei essa frase, vi as pupilas daquela gata começarem a brilhar. Ela se levantou, pegou sua bebida e sua bolsa. No movimento, a bolsa bateu no cinzeiro e as três notinhas a serem pagas caíram no chão. Parecia que a ideia de pagar aquilo era a menor de suas preocupações.

Ela deu alguns passos para se aproximar e eu descobri, naquele momento, uma gostosa pequena em tamanho e com cerca de um metro e meio. Seus peitos estavam cheios com um 95D ou até um pouco mais. Depois de admirar a parte superior, baixei a cabeça para olhar suas coxas. Sua saia curta azul pastel deixava brechas para ver seu rabo. E que bunda! Um bom pedaço de carne. Seus longos cabelos loiros desciam até as nádegas. Suas pernas estavam brilhando. Exatamente o tipo de garota com quem eu gostaria de passar a noite.

“Eu adoro escritores. Eles são tão imaginativos... Você se importa se eu me sentar com você? Estou entediada sozinha. Meu ex-namorado tem me incomodado com mensagens de texto e desculpas esfarrapadas por ele ter me deixado esperando aqui sem vir ao nosso encontro. Que idiota! Eu juro a você... Realmente, às vezes eu não entendo os caras. Enfim, não estou dizendo isso de você. Nem sequer o conheço. Mas, em geral... você me entende, não é? Você sabe o que quero dizer”.

Hipnotizado, vi aquela gata sentar-se numa cadeira, na minha frente, na minha mesa e me jogar seu fluxo de palavras sem sentido. Eu não entendia o que estava acontecendo comigo.

O timbre de sua voz era agradável ao ouvido, com um som muito doce que contrastava com a energia que aquela mulher estava transbordando.

“Então, diga, sobre o que você está escrevendo?”

A loirinha estava me devorando com seus grandes olhos verdes, como se estivesse fascinada. Seus lábios estavam brilhantes, apenas implorando para serem beijados e chupados.

Sem sequer esperar que eu explicasse sobre o que era a minha história, ela já estava inclinada sobre o meu ombro, tentando decifrar o que eu tinha rabiscado em minha folha cheia de rasuras e riscos em várias direções, pois eu costumava conectar, enquadrar e enumerar tudo em meus bloquinhos de anotações.

“Essas suas folhas estão uma bagunça, não dá para entender nada...”.

— São principalmente ideias e anotações para eu dar algum formato quando chegar em casa. Vou copiar e dar uma estrutura em forma de parágrafos que sejam compreensíveis.

— Hum... Eu também sinto que não estão muito compreensíveis. Você escreve muitas descrições que se misturam com todos os tipos de pensamentos. Você não gosta muito de seres e pessoas que estão vivas, não é?

— Eu prefiro a introspecção.

— Sim... Mas isso não parece nada introspectivo, e, além disso... Eu vejo que é um pouco sujo... Nas passagens que poderiam ser mais ou menos românticas...

Esta última frase ressoou suavemente em meus ouvidos, num tom quase luxurioso. Ela tinha acabado de sussurrar estas palavras para mim da mesma forma que uma mulher teria dito ao seu amante, desejando uma boa gozada com ele, agora mesmo e não amanhã, sem que ninguém ao redor dela suspeitasse da situação. Claro, encontrei uma garota que precisava de um cara para acalmar um pouco aquele fogo. O encontro dela com seu ex era para ser algo entre dois ex-amantes... Na minha opinião, seu ex ainda era um idiota por ter abandonado o encontro. Sua voz sensual e seu hálito quente despertaram imediatamente a luxúria da minha terceira perna. De repente me senti um pouco menos confortável. Meu pau estava torcido para a direita, nas calças, eu tinha que conseguir colocá-lo no centro das calças, senão as coisas não iam acabar bem. Mas como eu poderia permanecer insensível àquele dilúvio de erotismo que acabara de animá-lo?

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