Kitabı oku: «Em Busca de Heróis», sayfa 5

Yazı tipi:

CAPÍTULO SEIS

Thor correu através do vasto campo da arena, com todas as forças que ele tinha. Atrás dele podia ouvir os passos dos guardas do rei, no seu encalço. Eles o perseguiam através da calorosa e poeirenta paisagem, insultando-o enquanto prosseguiam. Diante dele se espalhavam os membros – e novos recrutas – da Legião, dezenas de rapazes, como ele, porém mais velhos e mais fortes. Eles estavam sendo treinados e testados em diversas formações, alguns atirando lanças, outros arremessando dardos, alguns praticando para empunhar lanças. Eles apontavam para alvos distantes e raras vezes erravam. Eles eram seus rivais e pareciam formidáveis.

Entre eles estavam dezenas de cavaleiros reais, membros do Exército Prata, de pé em um largo semicírculo assistindo a ação. Avaliando. Decidindo quem ficaria e quem seria enviado para casa.

Thor sabia que tinha de submeter-se à prova, tinha de impressionar esses homens. Dentro de momentos, os guardas estariam sobre ele e se ele tivesse alguma chance de causar uma boa impressão, essa era a vez. Mas como? A mente dele voava enquanto ele corria velozmente pelo pátio, determinado a não ser descartado.

Enquanto Thor corria por todo o campo, os demais começaram notá-lo. Alguns dos recrutas pararam o que estavam fazendo e viraram-se para ele, tal como fizeram alguns dos cavaleiros. Dentro de instantes, Thor sentia toda a atenção voltada para ele. Eles o olhavam perplexos e ele percebeu que todos deviam estar se perguntando quem ele era, correndo através de seu campo, com três homens da guarda do rei a persegui-lo. Não era assim que ele queria causar uma boa impressão. Toda a sua vida – quando ele havia sonhado em se juntar a Legião – essa não era a maneira como ele tinha imaginado que isso aconteceria.

Durante o tempo em que Thor corria, debatendo sobre o que fazer, seu curso de ação se abriu diante ele. Um rapaz grande, um recruta, decidiu tomar o assunto para si a fim de impressionar os outros, detendo Thor. Alto, musculoso e quase o dobro do tamanho de Thor, ele levantou a espada de madeira para bloquear-lhe o caminho. Thor podia ver que ele estava determinado a derrubá-lo, para fazê-lo de bobo na frente de todos, e assim, obter vantagem sobre os outros recrutas.

Isso fez com que Thor ficasse furioso. Ele não tinha motivos para disputar com esse rapaz e essa não era a sua batalha. Mas ele estava fazendo sua essa luta, só para ganhar vantagem com os outros.

Ao se aproximar, Thor mal podia acreditar no tamanho do jovem: ele se impunha sobre Thor, fez um gesto de desprezo para Thor com suas mechas de cabelo preto e espesso que lhe cobriam a testa e a maior e mais quadrada mandíbula que Thor já tinha visto. Thor não via como ele poderia causar dano a esse rapaz.

O rapaz sacou sua espada de madeira e Thor sabia que se não agisse rapidamente, seria nocauteado.

Os reflexos de Thor brotaram. Ele instintivamente pegou sua funda, a carregou e atirou uma pedra na mão do rapaz. Ela atingiu o seu alvo derrubou a espada da mão dele, justo quando o rapaz ia desferi-la. Ela saiu voando da mão do rapaz, que gritava apertando os dedos.

Thor não perdeu tempo. Ele investiu, aproveitando o momento, saltou no ar e chutou o rapaz, plantando seus dois pés em cheio no peito do rapaz. Mas o rapaz era tão robusto, chutá-lo era como chutar um carvalho, ele apenas cambaleou para trás alguns centímetros, já Thor parou frio em seus passos e caiu aos pés do jovem recruta.

Isto não augurava nada de bom, Thor pensou, enquanto desabava no chão com um baque surdo, seus ouvidos tinindo.

Thor tentou ficar de pé, mas o menino estava um passo à frente dele. Ele se abaixou, pegou Thor pelas costas e atirou-o, fazendo-o voar e cair de cara contra a sujeira.

Uma multidão de rapazes rapidamente reuniu-se em um círculo à sua volta e aplaudiu. Thor ficou vermelho, sentindo-se totalmente, humilhado.

Thor virou-se para se levantar, mas o rapaz era muito rápido, já estava em cima dele, imobilizando-o. Antes que Thor percebesse, tudo tinha se transformado em uma luta e o peso do garoto era imenso.

Thor podia ouvir os gritos abafados dos outros recrutas quando eles formaram um círculo, gritando, ansiosos por sangue. O rosto do rapaz se contraiu em uma careta; o rapaz estendeu os polegares e baixou até os olhos de Thor. Thor não podia acreditar, parecia que o rapaz realmente queria machucá-lo. Será que ele realmente queria ganhar vantagem assim tão desesperadamente?

No último segundo, Thor rolou a cabeça para fora do caminho e as mãos do rapaz passaram voando, mergulhando na sujeira. Thor teve a chance de rolar para o lado e sair de debaixo dele.

Thor se levantou e encarou o garoto, que também se levantou. O rapaz avançou com ímpeto lançando um golpe contra o rosto de Thor, quem se abaixou no último segundo; o ar golpeou seu rosto e ele percebeu que, se o punho do rapaz tivesse batido nele, teria quebrado sua mandíbula. Thor estendeu a mão e lhe deu um soco no ventre, mas isso foi de pouco proveito; era como golpear uma árvore.

Antes de Thor pudesse reagir, o garoto lhe deu uma cotovelada no rosto.

Thor cambaleou para trás, vacilando com o golpe. Era como ser atropelado por um martelo, os seus ouvidos retumbavam.

Enquanto Thor cambaleava, ainda tentando recuperar o fôlego, o rapaz arremeteu contra ele e chutou-o com força no peito. Thor saiu voando para trás e desabou chão, caindo de costas. Os outros garotos aplaudiram.

Thor, tonto, começou a sentar-se, mas o rapaz investiu mais uma vez, balançou o corpo e socou-o novamente, bem forte no rosto, de novo derrubando-o de costas no chão, de uma vez por todas.

Thor estava lá, ouvindo os gritos abafados dos outros, sentindo o gosto salgado do sangue que corria de seu nariz, o vergão no rosto. Ele gemia de dor. Olhou para cima e pôde ver o rapaz enorme virar as costas e caminhar de volta para seus amigos, já comemorando sua vitória.

Thor queria desistir. Este rapaz era enorme, lutar contra ele era inútil e ele não aguentava mais tanto castigo. Mas algo dentro dele o instigava. Ele não podia perder. Não na frente de todas essas pessoas.

Não desista. Levante-se. Levante-se!

Thor de alguma forma reuniu forças. Gemendo, ele rolou, ficou de quatro e lentamente conseguiu ficar de pé. Ele encarou o rapaz, sangrando, com os olhos inchados, quase sem poder ver e respirando com dificuldade levantou os punhos.

O rapaz enorme virou-se e olhou para Thor. Ele balançou a cabeça em descrença.

“Você deveria ter ficado no chão, garoto”. Ameaçou enquanto começava a caminhar de volta para Thor.

“BASTA!” Gritou uma voz. “Elden, retroceda!”

Um cavaleiro se aproximou repentinamente, interpondo-se entre eles, estendendo a palma da mão e impedindo Elden de ficar mais perto de Thor. A multidão silenciou quando todos olharam para o cavaleiro; claramente este era um homem que exigia respeito.

Thor olhou para cima, com admiração pela presença do cavaleiro. Ele estava em seus vinte anos, alto, com ombros largos, um queixo quadrado e cabelos castanhos, bem conservados. Thor gostou dele imediatamente. Sua armadura era de primeira, sua cota de malha feita de prata polida, estava coberta de marcas reais: o emblema do falcão da família MacGil. A garganta de Thor secou: ele estava de pé diante de um membro da família real. Ele mal podia acreditar.

“Explique-se garoto”! Disse ele a Thor. “Por que você irrompeu em nossa arena sem ser convidado?”

Antes que Thor pudesse responder, subitamente os três membros da guarda do rei romperam o círculo. O guarda líder ficou ali, respirando com dificuldade, apontando o dedo para Thor.

.“Ele desafiou nossas ordens!” O guarda gritou. “Eu vou prendê-lo e levá-lo ao calabouço do Rei!”

“Eu não fiz nada errado!” Protestou Thor.

“Não o fez agora?” O guarda gritou. “Invadir propriedade do Rei, entrando sem ser convidado?”

“Tudo o que eu queria era uma oportunidade!” Thor gritou, virando-se, pedindo ao cavaleiro de pé diante dele, o membro da família real. “Tudo o que eu queria era uma chance de unir-me à Legião!”

“Este campo de treinamento é apenas para os convocados, rapaz.” Disse uma voz rouca.

Dentro do círculo entrou um guerreiro, estava em seus cinquenta anos, forte, robusto, com sua cabeça careca, barba curta e uma cicatriz que percorria o seu nariz. Ele dava a impressão de ter sido um soldado profissional toda a sua vida – e pelas as marcas da sua armadura, a medalha de ouro no peito, ele parecia para ser o seu comandante. O coração de Thor acelerou no peito dele: um general.

“Eu não fui convidado, senhor.” Thor falou. “Isso é verdade. Mas tenho sonhado toda minha vida com estar aqui. Tudo o que eu desejo é uma chance de mostar-lhe do que eu sou capaz. Eu sou tão bom quanto todos estes recrutas. Dê-me apenas uma chance e eu lhe provarei isso. Por favor. Juntar-me à Legião é tudo o que sempre sonhei.”

“Este campo de batalha não é para os sonhadores, rapaz.” Foi a resposta áspera. “É para lutadores. Não há exceções às nossas regras: só recrutas são escolhidos.”

O general assentiu com a cabeça e o guarda do rei se aproximou de Thor, algemas em mãos.

Mas de repente, o cavaleiro, o membro da família real, deu um passo à frente e estirou o braço bloqueando o guarda.

“Talvez, de vez em quando, uma exceção possa ser feita.” falou ele.

O guarda olhou para ele consternado, desejando claramente responder, porém devia refrear sua língua em deferência a um membro da família real.

“Admiro seu espírito rapaz.” O cavaleiro prosseguiu dizendo. “Antes que você seja levado embora, eu gostaria de ver o que você é capaz de fazer.”

“Mas Kendrick, nós temos regras.” Disse o general, claramente descontente.

“A família real faz as regras.” Kendrick respondeu severamente. “E a Legião responde à família real.”

“Nós respondemos ao seu pai, o Rei – não a você.” Retrucou o general, igualmente desafiante.

Houve um impasse, era possível apalpar a tensão no ar. Thor mal podia acreditar no que ele tinha provocado. “Eu conheço meu pai, e eu sei o que ele desejaria; ele desejaria dar uma chance a este jovem. E é isso o que nós faremos.”

O general, depois de vários momentos tensos, finalmente recuou.

Kendrick virou-se para Thor, os olhos castanhos e intensos fixos nos dele, o rosto de um príncipe, mas também de um guerreiro.

“Eu vou lhe dar uma chance.” Ele disse para Thor. “Vamos ver se você pode acertar aquela marca.”

Ele apontou para um fardo de feno, ao longe, do outro lado do campo, com uma marca vermelha em seu centro. Várias lanças estavam cravadas no feno, mas nenhuma estava na marca vermelha.

“Se você puder fazer o que nenhum dos outros rapazes foi capaz de fazer – se você puder acertar a marca daí onde está— então você poderá unir-se a nós.”

O cavaleiro se afastou, Thor podia sentir os olhos de todos fixos nele.

Ele viu um suporte com lanças e as examinou cuidadosamente. Elas eram da melhor qualidade que ele já tinha visto, feitas de carvalho sólido, envoltas no couro mais delicado. Seu coração bateu descompassado quando ele deu um passo à frente, limpando o sangue do seu nariz com as costas da mão, sentindo-se mais nervoso do que nunca antes em sua vida. A ele tinha sido dada, claramente, uma tarefa quase impossível. Mas ele tinha de tentar realizá-la.

Thor se aproximou e pegou uma lança, nem muito longa, nem muito curta. Ele sentiu o peso dela em sua mão, era pesada, substancial. Não como as que ele usava em casa. Mas lhe parecia boa. Ele sentiu que talvez, quem sabe, ele poderia acertar o alvo. Depois de tudo, ele era quase tão bom arremessando lanças, quanto atirando pedras com a funda, e os muitos dias de andar pelos bosques tinham lhe proporcionando alvos consideráveis. Ele sempre tinha sido capaz de acertar o alvo, mesmo quando seus irmãos não podiam.

Thor fechou os olhos e respirou profundamente. Se ele falhasse, os guardas saltariam sobre ele e o arrastariam até a prisão e suas chances de entrar para a Legião seriam arruinadas para sempre. Esse momento único reunia tudo o que ele sempre sonhou.

Ele orou a Deus com toda a sua alma.

Sem hesitar, Thor abriu os olhos, deu dois passos a frente, recuou, e arremessou a lança.

Ele segurou a respiração enquanto a via atravessar o ar.

Por favor, Deus. Por favor…

A lança atravessou o denso e mortal silêncio e Thor podia sentir as centenas de olhos postos sobre ele.

Então, depois de uma eternidade, se ouviu um ruído, o inconfundível ruído da ponta de uma lança atravessando o feno. Thor, nem sequer teve de olhar. Ele sabia, ele simplesmente sabia, havia sido um arremesso perfeito. Foram a maneira que ele sentiu como a lança se desprendeu de sua mão e o ângulo de seu pulso que lhe disseram que ele tinha acertado.

Thor se atreveu a olhar – e viu, com grande alívio, que ele estava certo. A lança tinha encontrado seu lugar no centro da marca vermelha – a única lança no centro da marca. Ele foi capaz de fazer o que os outros recrutas não puderam.

Um silêncio atordoante o envolveu quando ele percebeu que os outros recrutas – e cavaleiros – todos olhavam para ele.

Finalmente, Kendrick aproximou-se e felicitou Thor, dando-lhe vigorosos tapas nas costas como mostra de satisfação. Ele sorria de orelha a orelha.

“Eu estava certo!” Ele disse. “Você vai ficar!”

“O quê, meu senhor?!” Exclamou o guarda do rei. “Isso não é justo! Este garoto se apresentou sem ser convocado!”

“Ele acertou o alvo. Isso é suficiente para mim.”

“Ele é muito mais jovem e menor do que os outros. Esta não é uma tropa de guris.” Disse o general.

“Eu prefiro um soldado menor que atinge sua marca do que um tolo que não pode fazê-lo.” O cavaleiro replicou.

“Foi um lance de sorte!” Gritou o grandalhão contra quem Thor havia lutado. “Se nós tivéssemos mais oportunidades, acertaríamos também!”

O cavaleiro se virou e olhou para o rapaz que tinha gritado.

“Você acertaria?” Ele perguntou. “Que tal você fazer isso agora? Apostamos sua estada aqui contra isso?”

O rapaz, perturbado, abaixou a cabeça com vergonha, claramente demonstrando que não estava disposto a aceitar a oferta.

“Mas esse garoto é um estranho.” Protestou o general. “Nós nem sequer sabemos de onde ele vem.”

“Ele vem das terras baixas.” Disse uma voz.

Os outros se viraram para ver quem falava, mas Thor não precisou fazer isso – ele reconheceu a voz. Era a voz que havia atormentado toda a sua infância. A voz de seu irmão mais velho: Drake.

Drake deu um passo à frente junto com seus outros dois irmãos e olhou fixamente para Thor com um olhar de desaprovação.

“Seu nome é Thorgrin, do clã dos McCleod do Sul da província do Reino Oriental. Ele é o mais jovem dos quatro filhos. Todos nós somos oriundos da mesma família. Ele cuidava das ovelhas de nosso pai!”

Todo o grupo de rapazes e cavaleiros rompeu em um coro de risadas.

Thor sentiu seu rosto avermelhar; ele desejava morrer naquele momento. Ele nunca tinha estado mais envergonhado. Isso era bem próprio de seu irmão, roubar o seu momento de glória, fazer o que fosse possível para abatê-lo.

“Cuida das ovelhas, não é?” Ecoou o general.

“Então nossos inimigos certamente terão de tomar cuidado com ele!” Gritou outro rapaz.

Houve outro coro de risadas e a humilhação de Thor aumentou.

“Basta!” Gritou Kendrick, com firmeza.

Gradualmente, as risadas diminuíram.

“Eu prefiro ter um pastor que pode acertar um alvo facilmente, do que ter muitos de vocês – que parecem ser bons nada mais que para dar risadas.” Kendrick acrescentou.

Com isso, um silêncio desceu sobre os rapazes, quem já não estavam rindo mais.

Thor estava infinitamente grato a Kendrick. Ele jurou recompensá-lo de qualquer forma que pudesse. Independentemente do que acontecera com Thor, este homem tinha, pelo menos, restaurado sua honra.

“Você não sabe, rapaz, que não é próprio de um guerreiro ser indiscreto para com seus amigos – e menos ainda para com a sua família, seu próprio sangue?” O cavaleiro perguntou a Drake.

Drake olhou para baixo, perturbado, um dos raros momentos em que Thor via seu irmão tão constrangido.

Mas outro de seus irmãos, Dross, deu um passo adiante e protestou: “Mas Thor não foi sequer escolhido. Nós fomos”. “Ele está apenas seguindo a gente até aqui.”

“Eu não estou seguindo vocês.” Insistiu Thor, finalmente se manifestando. “Estou aqui pela Legião. Não por vocês.”

“Não importa porque ele está aqui”. Disse o general, irritado, dando um passo a frente. “Ele está nos fazendo perder tempo. Sim, foi um bom golpe de lança, mas ele ainda não pode se juntar a nós. Ele não tem nenhum cavaleiro para patrociná-lo e nenhum escudeiro disposto a formar par com ele.”

“Eu posso formar par com ele.” Exclamou uma voz.

Thor virou-se, juntamente com os outros. Ele ficou surpreso ao ver, de pé a poucos metros de distância, um garoto de sua idade, que realmente parecia com ele, a não ser pelos cabelos loiros e olhos verdes brilhantes, usando a mais bela armadura real: uma cota de malha coberta com símbolos de cor escarlate e pretos – outro membro da família do rei.

“Impossível!” Disse o General. “A família real não socializa com plebeus.”

“Eu posso fazer o que eu escolher”. O rapaz retrucou. “E eu digo que Thorgrin será meu parceiro.”

“Mesmo que nós sancionássemos isso.” Disse o general… “Não importaria. Ele não tem nenhum cavaleiro para patrociná-lo”.

“Eu vou apoiá-lo.” Disse uma voz.

Todo mundo se virou para o lado, e se ouviu suspiro abafado entre os outros.

Thor se virou para ver um cavaleiro montado em um cavalo, enfeitado com sua bela armadura reluzente e usando todo tipo de armas em seu cinto. Ele positivamente brilhava. Era como olhar para o sol. Thor podia dizer pela sua conduta, seu porte e pelos símbolos do seu capacete, que ele era diferente dos outros. Ele era um campeão.

Thor reconheceu esse cavaleiro. Ele tinha visto pinturas dele e tinha ouvido falar de sua lenda. Erec. Ele não podia acreditar. Ele era o cavaleiro mais destacado do Anel.

“Mas meu senhor, o senhor já tem um escudeiro.” Protestou o general.

“Então eu terei dois.” Respondeu Erec, com uma voz profunda, confiante.

Um silêncio atordoante permeava o grupo.

“Então não há mais nada a dizer.” Disse Kendrick. “Thorgrin tem um patrocinador e um parceiro. O assunto está resolvido. Ele agora é um membro da Legião.”

“Mas estão se esquecendo de nós!” Gritaram os guardas do rei, dando um passo à frente. “Nada disso justifica o fato de que o garoto atacou um membro da guarda do rei e deva ser punido. A justiça deve ser feita!”

“A justiça será feita.” A dureza voz de Kendrick poderia ter cortado o aço. “Porém segundo o meu critério. Não o seu.”

“Mas, meu senhor, Ele deve ser colocado no tronco! Para servir de exemplo!”

“Se você continuar falando assim, será você quem será colocado no tronco.” Disse Kendrick ao guarda, olhando duramente para ele.

Finalmente, o guarda recuou com relutância; se virou e afastou-se, seu rosto vermelho de raiva, olhando fixamente para Thor.

“Então é oficial.” Kendrick exclamou. “Thorgrin, bem-vindo à Legião do Rei!”

A multidão de cavaleiros e rapazes celebrou com vivas e então se virou, voltando para seu treinamento.

Thor se sentia estarrecido, em choque. Ele mal podia crer. Ele agora era um membro da Legião do Rei. Era como viver um sonho.

Thor voltou-se para Kendrick, mais grato a ele do que jamais poderia expressar. Nunca antes teve alguém em sua vida que se preocupasse com ele, alguém que havia feito coisas inusuais para olhar por ele, para protegê-lo. Era um sentimento estranho. Ele já se sentia mais achegado a esse homem do que a seu próprio pai.

“Eu não sei como agradecer-lhe…” Disse Thor. “Eu estarei eternamente em dívida com o senhor.”

Kendrick sorriu. “Meu nome é Kendrick. Você agora já deve saber bem. Eu sou o filho mais velho do Rei. Eu admiro a sua coragem. Você será uma boa contribuição para este grupo.”

Kendrick virou-se e se foi apressadamente, e quando ele se foi, Elden, o grandalhão contra quem Thor tinha lutado, apareceu.

“Cuide suas costas…” O rapaz falou… “Nós dormimos no mesmo quartel, você sabe. E não pense, nem por um momento, que você está a salvo.”

O rapaz deu a volta e se foi antes que Thor pudesse responder-lhe; Thor já tinha feito um inimigo.

Thor já estava começando a imaginar o que mais estaria reservado para ele, quando o filho mais velho do Rei veio apressado em sua direção.

“Não ligue para ele…” Ele disse para Thor… “Ele está sempre comprando briga. Eu sou Reece.”

“Obrigado…” Thor disse, estendendo sua mão… “Por haver me escolhido como seu par. Eu não sei o que eu teria feito sem sua ajuda.”

“Estou feliz de escolher alguém capaz de enfrentar aqueles brutamontes.” Reece disse alegremente. “Aquela foi uma boa briga.”

“Está brincando?” Thor perguntou, limpando o sangue seco de seu rosto e sentindo seu vergão inchar. “Ele quase acabou comigo.”

“Mas você não se rendeu.” Disse Reece. “Impressionante. Qualquer um dos outros, de nós teria simplesmente se deixado abater. E aquele foi um belo de um arremesso de lança. Como você aprendeu a arremessar assim? Nós seremos parceiros para toda a vida!” Ele olhou para Thor com sinceridade quando apertou sua mão. “E amigos também. Eu posso sentir isso.”

Quando Thor apertou sua mão, não pôde evitar sentir que ele estava fazendo um amigo para o resto da vida.

De repente, alguém o cutucou de um lado.

Ele voltou-se e viu um rapaz mais velho, ali de pé, com a pele esburacada e um rosto longo e estreito.

“Eu sou Feithgold. O escudeiro de Erec. Você agora é o segundo escudeiro. O que significa que deverá responder a mim. E temos um torneio em poucos minutos. Você vai ficar aí parado, quando fizeram de você o escudeiro do cavaleiro mais famoso do Reino? Siga-me! Rápido!”

Reece já tinha se virado e se afastado. Thor virou-se e seguiu apressadamente o escudeiro enquanto ele corria através do campo. Ele não tinha a menor ideia sobre para onde os dois estavam indo – mas ele não se importava. Ele estava cantando por dentro.

Ele tinha triunfado.