Kitabı oku: «Uma Carga de Valor », sayfa 2

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Thor ficou parado ali, sentindo um enorme vazio por dentro, totalmente destroçado pela culpa. Ele tinha cometido demasiados erros de julgamento. Se ele não tivesse libertado Durs, Conval poderia estar vivo naquele momento.

Com suas costas voltadas para os soldados do Império, os membros da Legião deram-lhes uma oportunidade para atacar. Todos eles irromperam pelo círculo aberto, foi quando Thor sentiu um martelo de guerra golpeá-lo na parte de trás do ombro; a força do golpe o derrubou de cara, no chão.

Antes que ele pudesse levantar-se, vários soldados se lançaram sobre ele; Thor sentia os pés deles chutando suas costas; em seguida, ele sentiu um soldado aproximar-se, agarrar seu cabelo e inclinar-se sobre ele com um punhal.

“Diga adeus, jovem.” O soldado disse.

Thor fechou os olhos e ao fazer isso ele sentiu-se transportado para outro mundo.

Por favor, Deus… Thor disse para si mesmo. Permite-me viver o dia de hoje. Simplesmente dá-me a força para matar esses soldados. Permite que eu possa morrer outro dia, em algum outro lugar, com honra. Permite que eu viva o suficiente para vingar essas mortes. Permite que eu veja Gwendolyn uma última vez.

Enquanto Thor estava deitado ali, vendo a adaga descer, ele sentia o tempo ficar devagar até praticamente parar. Ele sentiu uma onda repentina de calor subir por suas pernas, torso e braços; a onda percorreu todo o caminho até chegar às palmas das mãos e alcançar as pontas dos dedos, produzindo um formigamento tão intenso que Thor não conseguia nem sequer fechar os dedos. A incrível onda de calor e energia estava pronta para irromper através dele.

Thor girou ao redor, sentindo-se carregado com uma nova força, então ele apontou com a palma da mão para seu atacante. Uma esfera de luz branca emanou da palma da mão e mandou o atacante voando pelo campo de batalha, derrubando vários outros soldados junto com ele.

Thor estava transbordando de energia, ele apontava com as palmas das mãos, para todas as direções no campo de batalha. Enquanto ele o fazia, fachos de luz brancos irradiavam por toda parte, criando ondas de destruição tão rápidas e intensas, que em poucos minutos, todos os soldados do Império jaziam em uma grande pilha, mortos.

Quando o calor do momento arrefeceu, Thor fez um balanço da situação. Ele, Reece, O’Connor, Elden e Conven estavam vivos. Perto dele estavam Krohn e Indra, também vivos. Krohn respirava com dificuldade. Todos os soldados do Império estavam mortos e aos seus pés jazia Conval, sem vida.

Dross estava morto também, a espada de um soldado do Império estava atravessada em seu coração.

O único que restava vivo era Drake. Ele ficou ali, gemendo no chão, com um ferimento no estômago causado pelo punhal de um soldado do Império. Thor marchou até ele quando Reece, O’Connor e Elden o fizeram levantar-se gemendo de dor.

Drake, encolhendo-se de dor, zombou deles com insolência, em seu estado semi-consciente.

“Você deveria ter nos matado desde o início.” Drake disse, enquanto o sangue escorria de sua boca, suas palavras foram cortadas por uma longa tosse. “Você sempre foi muito ingênuo. Muito estúpido.”

Thor sentiu seu rosto corar, ele ficou ainda mais furioso consigo mesmo por acreditar neles. Ele estava furioso, acima de tudo, porque a sua ingenuidade havia resultado na morte de Conval.

“Eu só vou perguntar para você uma vez.” Thor rosnou. “Responda-me com sinceridade, e nós vamos deixá-lo viver. Minta para nós, e você vai seguir o caminho de seus dois irmãos. A escolha é sua.”

Drake tossiu várias vezes.

“Onde está a espada?” Thor exigiu. “Diga a verdade desta vez.”

Drake tossiu vez após vez, então, finalmente, levantou a cabeça. Ele olhou para cima e encontrou os olhos de Thor e seu olhar estava cheio de ódio.

“Neversink.” Drake finalmente respondeu.

Thor olhou para os outros, os quais olharam de volta para ele, confusos.

“Neversink?” Thor perguntou.

“É um lago sem fundo.” Indra interferiu na conversa, dando um passo à frente. “Do outro lado do Grande Deserto. É o lago de maior profundeza que existe.”

Thor franziu o cenho de volta para Drake.

“Por quê?” Ele perguntou.

Drake tossiu, ele estava cada vez mais fraco.

“Ordens de Gareth.” Drake disse. “Ele queria que ela fosse lançada em um lugar do qual nunca pudesse ser recuperada.”

“Mas por quê?” Thor insistiu confuso. “Por que destruir a espada?”

Drake olhou para cima e encontrou os olhos dele.

“Se ele não conseguiu erguê-la…” Drake disse. “Então ninguém mais poderia.”

Thor olhou longa e duramente para ele e finalmente, sentiu-se convencido de que ele estava dizendo a verdade.

“Então o nosso tempo é curto.” Thor disse, preparando-se para ir embora.

Drake abanou a cabeça.

“Você nunca vai chegar lá a tempo.” Drake Disse. “Eles estão vários dias a sua frente. A espada já está perdida para sempre. Desistam e voltem para o Anel e poupem vocês mesmos de tanto sacrifício.”

Thor abanou sua cabeça.

“Nós não pensamos como você.” Ele replicou. “Nós não vivemos apenas para salvar nossas vidas. Vivemos por nossos valores, por nossos códigos. E nós iremos até onde isso nos conduzir.”

“Veja até onde os seus valores trouxeram você até agora.” Disse Drake. “Mesmo com os seus valores, você é um tolo, assim como o resto deles. Seus valores de nada servem.”

Thor olhou com desprezo para ele. Ele mal podia acreditar que tinha sido criado na mesma casa e passado toda a sua infância com aquela criatura.

Os nós dos dedos de Thor ficaram brancos quando ele apertou o punho da espada, querendo mais do que nunca matar o rapaz. Os olhos de Drake seguiam suas mãos.

“Faça isso.” Drake disse. “Vamos, mate-me. Faça isso de uma vez por todas.”

Thor olhou longa e duramente para ele, louco de vontade de matá-lo. Mas ele tinha dado sua palavra. Se Drake contasse a verdade, ele não iria matá-lo. E Thor sempre era fiel a sua palavra.

“Eu não vou matá-lo.” Thor disse finalmente. “Por mais que você mereça. Você não vai morrer por minhas mãos, se eu agisse assim, eu seria tão baixo como você.”

Quando Thor começou a virar-se, Conven correu e gritou:

“Isto é por meu irmão!”

Antes que qualquer um deles pudesse reagir, Conven levantou a espada e traspassou o coração de Drake. Os olhos de Conven se iluminaram com loucura e com pesar, enquanto ele segurava Drake em um abraço mortal e assistia a queda do corpo inerte de Drake no chão, já sem vida.

Thor olhou para baixo e sabia que a morte de Drake seria de pouco consolo para a perda de Conven. Por toda a sua perda. Mas, pelo menos, era algo.

Thor olhou para a vasta extensão do deserto diante deles e sabia que a espada estava em algum lugar além de suas fronteiras. Ela parecia estar a um planeta de distância. Justo quando Thor pensou que sua jornada estava completa, ele percebeu que ela ainda não tinha nem sequer começado.

CAPÍTULO TRÊS

Erec estava sentado entre as dezenas de cavaleiros do Duque, no salão de armas dentro do castelo, seguros atrás dos portões de Savária. Todos eles estavam machucados e surrados de seu encontro com aqueles monstros. Ao seu lado estava sentado seu amigo Brandt, o qual segurava a cabeça entre as mãos, tal como faziam muitos outros. O ambiente na sala era triste.

Erec sentia isso também. Cada músculo de seu corpo doía devido àquele dia de batalha contra aqueles monstros, junto com os homens do lorde. Tinha sido um dos dias de batalha mais difíceis que Erec podia lembrar e o Duque tinha perdido muitos homens. Enquanto Erec refletia, ele percebeu que se não fosse por Alistair, ele, Brandt e os outros já estariam mortos.

Erec estava cheio de gratidão a ela, além disso, ele sentia seu amor renovado. Ele também estava intrigado por ela, mais do que já tinha estado. Ele sempre tinha sentido que ela era especial, até mesmo poderosa. Mas os acontecimentos daquele dia tinham lhe confirmado isso. Ele tinha um ardente desejo de saber mais sobre quem ela realmente era e sobre o segredo de sua linhagem. Mas ele havia prometido não intrometer-se e ele sempre mantinha a sua palavra.

Erec mal podia esperar que aquela reunião terminasse, para que ele pudesse vê-la novamente.

Os cavaleiros do Duque tinham estado sentados ali por horas, se recuperando, tentando descobrir o que tinha acontecido e discutindo sobre o que fazer a seguir. O escudo estava inativo e Erec ainda estava tentando concluir quais seriam as derivações que isso poderia ter. Isso significava que Savária agora estava sujeita a ataques; pior ainda, mensageiros haviam chegado e transmitido as notícias da invasão de Andronicus e do que tinha acontecido na Corte do Rei em Silésia. O coração de Erec estava apertado. Seu coração o impelia a estar com seus irmãos do Exército Prata, para defender as suas cidades de origem. Mas ali estava ele, em Savária, onde o destino o havia colocado. Sua presença era necessária ali também, afinal a cidade e o povo do Duque eram uma parte estratégica do império MacGil e eles também precisavam defender-se.

Mas novos relatórios chegavam constantemente informando que Andronicus enviaria um de seus batalhões ali, para atacar Savária. Erec sabia que os milhões de homens do exército dele logo se espalhariam por cada canto do Anel. Quando isso fosse feito, Andronicus não deixaria nada em pé. Erec tinha ouvido histórias das conquistas dele durante toda sua vida; ele sabia que Andronicus era um homem cruel, sem igual. Pelas simples leis matemáticas, algumas centenas de homens do Duque seriam incapazes de levantar-se contra eles. Savária era uma cidade condenada.

“Eu digo que nos rendamos.” Disse o conselheiro do Duque, um velho guerreiro grisalho que estava sentado meio arriado sobre uma longa mesa retangular de madeira e perdido em uma caneca de cerveja. Ele bateu sua luva de metal contra a madeira e todos os outros soldados se acalmaram e olharam para ele.

“Que escolha nós temos?” Acrescentou. “Nós não somos mais do que apenas algumas centenas, contra um milhão deles.”

“Talvez nós possamos defender, ou pelo menos manter a cidade.” Disse outro soldado.

“Mas por quanto tempo?” Perguntou outro.

“Tempo suficiente para que MacGil envie reforços, se é que podemos aguentar o tempo suficiente.”

“MacGil está morto.” Respondeu outro guerreiro. “Ninguém virá nos ajudar.”

“Mas sua filha vive.” Outro rebateu. “E seus homens também. Eles não nos abandonariam aqui!”

“Eles mal podem defender a si mesmos!” Protestou outro.

Os homens irromperam em murmúrios agitados, todos discutindo entre si, falando uns para os outros, dando voltas e voltas em círculos.

Erec ficou sentado ali observando tudo, sentindo-se esgotado. Um mensageiro havia chegado há algumas horas e tinha dado a terrível notícia sobre a invasão de Andronicus. Além disso, ele recebia naquele exato momento, uma notícia ainda pior: o Rei MacGil havia sido assassinado. Erec tinha estado longe da Corte do Rei por tanto tempo, aquela era primeira vez que ele recebia notícias. Ao recebê-las, ele sentiu como se um punhal tivesse atravessado seu coração. Ele tinha amado MacGil como um pai e sua perda deixou-o sentindo-se mais vazio do que ele jamais poderia expressar.

A sala ficou em silêncio, o Duque pigarreou e todos os olhos se voltaram para ele.

“Nós podemos defender nossa cidade contra um ataque.” Disse o Duque lentamente. “Com nossas habilidades e a força dessas paredes, podemos aguentar um exército até cinco vezes superior a nós em número, talvez um exército até dez vezes maior que o nosso. E temos provisões suficientes para resistir a um cerco por semanas. Se estivéssemos lutando contra um exército comum, com certeza nós ganharíamos.”

Ele suspirou.

“Mas o Império se jacta de não ser um exército qualquer.” Acrescentou. “Nós não podemos nos defender de um milhão de homens. Seria inútil.”

Ele fez uma pausa.

“Tudo menos render-se. Todos nós sabemos o que Andronicus faz com seus prisioneiros. Eu sei que todos nós vamos morrer de um jeito ou de outro. A questão é se nós morreremos de pé, lutando, ou se morreremos derrotados sobre nossas costas. Eu digo que nós morramos de pé, lutando!”

A sala explodiu em um grito de aprovação. Erec concordava totalmente com aquelas palavras.

“Então só nos resta uma coisa a fazer.” Continuou o Duque. “Nós vamos defender Savária. Nós nunca nos renderemos. Pode ser que morramos, mas todos nós morreremos juntos.”

A sala foi mergulhada em um silêncio pesado enquanto todos acenavam solenemente uns para os outros. Parecia que todos buscavam outra resposta.

“Há outra possibilidade.” Finalmente Erec disse em voz alta.

Ele podia sentir todos os olhos se virarem e olhar para ele.

O Duque assentiu, concedendo-lhe a palavra.

“Nós podemos atacar.” Disse Erec.

“Atacar? “ Os soldados exclamaram surpresos. “Apenas algumas centenas de nós, atacando um milhão de homens? Erec, eu sei que você é destemido, mas você está louco?”

Erec abanou sua cabeça, ele falava sério, muito sério.

“O que vocês não estão levando em conta é que os homens de Andronicus jamais esperariam um ataque. Nós teríamos o fator surpresa a nosso favor. Como vocês bem disseram, sentados aqui, apenas nos defendendo, nós todos morreremos. Se atacarmos, nós poderemos abater muitos mais deles; o mais importante, se atacarmos da maneira certa e no lugar certo, poderemos fazer mais do que simplesmente resistir: nós poderemos até mesmo vencer.”

“Vencer?!” Todos eles exclamaram, olhando para Erec, completamente desnorteados.

“O que você quer dizer?” Perguntou o Duque.

“Andronicus esperará que estejamos aqui, que nós permaneçamos aqui e defendamos a nossa cidade.” Explicou Erec. “Seus homens nunca esperarão que mantenhamos um eventual bloqueio fora dos portões da nossa cidade. Aqui na cidade, temos a vantagem das muralhas fortes, mas lá fora, no campo, nós temos a vantagem da surpresa. E a surpresa é sempre superior à força. Se conseguirmos manter um bloqueio natural, nós poderemos canalizar todos eles para um ponto e, a partir daí, podemos atacar. Eu me refiro à Ravina Oriental.”

“A Ravina Oriental?” Perguntou um soldado.

Erec assentiu com um movimento de cabeça.

“É uma brecha íngreme entre dois penhascos, a única passagem nas montanhas Kavônia, a um bom dia de viagem daqui. Se os homens de Andronicus vierem até nós, a maneira mais direta será através da ravina. Caso contrário, eles vão ter de escalar as montanhas. A estrada do Norte é muito estreita e muito barrenta nesta época do ano, ele perderia semanas. E a partir do Sul, ele teria de atravessar o Rio Fiorde.”

O Duque olhava com admiração para Erec, esfregando sua barba enquanto pensava.

“Você pode estar certo. Andronicus poderia simplesmente levar seus homens através da ravina. Para qualquer outro exército seria um ato de arrogância suprema. Mas Andronicus com seus milhões de homens, seria muito bem capaz de fazer isso.”

Erec assentiu com um movimento de cabeça.

“Se conseguirmos chegar lá, se é que podemos induzi-los a isso, poderemos surpreendê-los e emboscá-los. Em uma posição como essa, uns poucos homens são capazes de conter milhares.”

Todos os outros soldados olharam para Erec, com algo parecido com esperança e reverência em seus olhos, logo depois, a sala mergulhou em um silêncio espesso.

“Um plano ousado, meu amigo.” Disse o Duque. “Podemos ver que você é um guerreiro corajoso. Você sempre foi.” O Duque fez um gesto para um atendente. “Traga-me um mapa!”

Um rapaz saiu correndo da sala e voltou por outra porta, segurando um grande rolo de pergaminho. Ele o desenrolou em cima da mesa e os soldados se reuniram em torno dele estudando-o.

Erec estendeu a mão e encontrou Savária no mapa, ele traçou uma linha para o Leste com o dedo, parando na Ravina Oriental. Um passo estreito que se encontra rodeado de montanhas, até onde a vista alcança.

“É perfeito.” Disse um soldado.

Os outros concordaram, esfregando a barba.

“Já ouvi histórias de algumas dezenas de homens que detiveram milhares na ravina.” Disse um soldado.

“Isso é história da carochinha.” Outro soldado disse, cinicamente. “Sim, nós contamos com o elemento surpresa. Mas com o que mais? Não vamos ter a proteção de nossas muralhas.”

“Nós teremos a proteção das paredes da natureza.” Outro soldado respondeu. “A dessas montanhas, a centenas de metros de um sólido precipício.”

“Nada é seguro.” Erec acrescentou. “Como o Duque disse, nós podemos morrer aqui, ou morrer lá fora. Eu digo que devemos morrer lá fora. A vitória favorece os audazes.”

O Duque, depois de ficar um longo tempo esfregando sua barba, finalmente balançou a cabeça, recostou-se e enrolou o mapa.

“Preparem suas armas!” Exclamou ele. “Nós partimos esta noite!”

*

Erec marchava pelo corredor do castelo do Duque, vestido novamente com sua armadura, sua espada balançava em sua cintura, ele dirigia-se para o lado oposto aos demais homens. Ele tinha uma tarefa importante para cumprir, antes de partir para o que poderia ser sua última batalha.

Ele devia ver Alistair.

Desde que havia retornado daquele dia de batalha, Alistair tinha estado aguardando no castelo, ao fundo do corredor em seu próprio quarto, esperando que Erec fosse até ela. Ela estava esperando por um reencontro feliz e o coração de Erec ficou apertado quando ele percebeu que teria de partilhar com ela a má notícia de que ele estaria saindo novamente. Ele sentia uma certa sensação de paz, sabendo que pelo menos ali ela estaria segura, dentro das muralhas daquele castelo. Ele se sentia mais determinado do que nunca a mantê-la segura, a protegê-la do Império. Seu coração doía com a ideia de deixá-la; tudo o que ele desejava era passar o tempo com ela, desde que os dois haviam se comprometido para casar. Mas isso, simplesmente, não parecia estar destinado a ocorrer.

Erec virou a esquina, suas esporas tilintavam e suas botas ecoavam nos corredores vazios do castelo; ele se preparava para o adeus, o qual ele sabia que seria doloroso. Ele finalmente chegou até uma antiga porta arqueada de madeira e bateu suavemente com sua luva.

Ouviu-se o som de passos atravessando a sala e um momento depois a porta se abriu. O coração de Erec se revigorou tal como fazia cada vez que ele via Alistair. Lá estava ela, na porta, com seu cabelo longo e loiro esvoaçante e seus olhos grandes de cristal olhando para ele como uma aparição. Ela parecia ficar mais bonita cada vez que ele a via.

Erec entrou e abraçou-a e ela o abraçou de volta. Ela o abraçou com força por um longo tempo, não querendo soltá-lo. Ele tampouco queria soltá-la. Ele queria mais do que qualquer coisa simplesmente poder fechar a porta atrás dele e ficar ali com ela, durante o tempo que pudesse. Mas isso não era possível.

A calidez e o aconchego dos braços dela davam a ele a sensação de que tudo estava em paz no mundo e ele estava relutante em soltá-la. Finalmente, ele se afastou e olhou nos olhos dela, eles estavam brilhando. Ela olhou para sua armadura, para suas armas e seu semblante caiu quando ela percebeu que ele não iria permanecer com ela.

“Vai partir novamente, meu senhor?” Perguntou ela.

Erec baixou sua cabeça.

“Parto contra meu desejo, minha senhora.” Ele replicou. “O Império se aproxima. Se eu ficar aqui, vamos todos morrer.”

“E se você morrer?” Perguntou ela.

“Eu certamente morrerei algum dia, de uma maneira ou de outra.” Admitiu ele. “Mas isso pelo menos vai dar a todos nós uma chance. Uma pequena chance, mas uma chance enfim.”

Alistair virou-se e caminhou até a janela, olhando para o pátio do Duque banhado pelo pôr-do-sol, o rosto dela estava iluminado pela luz suave. Erec podia ver a tristeza gravada nele, ele foi até ela, afastou o cabelo de seu pescoço e a acariciou.

“Não fique triste, minha amada.” Disse. “Se eu sobreviver, eu voltarei para você. E então nós estaremos juntos para sempre, livre de todos os perigos e ameaças. Estaremos livres para finalmente viver nossas vidas juntos.”

Ela balançou a cabeça tristemente.

“Eu tenho medo.” Disse ela.

“Do exército que se aproxima?” Ele perguntou.

“Não.” Ela disse voltando-se para ele. “Eu tenho medo de você.”

Erec olhou para ela, confuso.

“Eu tenho medo do que você possa pensar de mim agora.” Disse ela. “Depois que você viu o que aconteceu no campo de batalha.”

Erec abanou sua cabeça.

“Eu não penso em você de forma diferente, de modo algum.” Disse ele. “Você salvou a minha vida e eu estou muito grato por isso.”

Ela balançou a cabeça.

“Mas você também viu um lado diferente de mim.” Disse ela. “Você viu que eu não sou normal. Eu não sou como todo mundo. Eu tenho um poder dentro de mim que eu não entendo. E agora eu temo que você me considere como uma espécie de monstro. Uma mulher que você já não quer como esposa.”

O coração de Erec ficou partido ao ouvir as palavras dela. Ele deu um passo à frente, tomou as mãos dela firmemente entre as suas e olhou nos olhos dela com toda a seriedade que ele pôde conseguir reunir.

“Alistair.” Disse ele. “Eu a amo com toda a minha alma. Nunca houve uma mulher que eu amasse mais. E nunca haverá. Eu a amo por tudo o que você é. Eu não vejo você de maneira diferente de nenhuma outra pessoa. Seja qual for o poder que você tiver, seja você quem for – mesmo que eu não entenda, eu aceito tudo isso. Sou grato por tudo isso. Eu jurei não me intrometer e vou manter essa promessa. Eu nunca vou lhe perguntar nada. “Seja quem você for, eu a aceitarei tal como você é.”

Ela o fitou por um longo tempo, então lentamente abriu um sorriso e seus olhos se encheram de lágrimas de alívio e alegria. Ela virou-se e abraçou-o, abraçou fortemente, abraçou-o com toda a força que ela tinha.

Ela sussurrou no ouvido dele: “Volte para mim.”