Kitabı oku: «Agora e Para Sempre », sayfa 9

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Capítulo Doze

No dia seguinte, Emily acordou cedo e foi direto para a cidade com um plano para fazer o povo de Sunset Harbor gostar dela. A motivação, é claro, era seu desejo de fazê-lo votar a favor de sua licença; ainda assim, enquanto dava início ao seu projeto, percebeu que queria a amizade deles, independentemente de qualquer coisa. A licença era importante, mas, obtendo-a ou não, o mais importante para ela era consertar as coisas. Finalmente percebeu o quanto havia sido fria e antipática com todos daqui, e se sentia terrível por iso. Essa não era ela. Votassem eles a favor dela ou não, ou tornassem-se amigos dela ou não, sentia que tinha que se desculpar. Era hora de deixar a Emily de Nova York para trás e se tornar a pessoa amigável, de cidade pequena, que ela havia sido quando mais nova...

Tudo tinha que começar, ela percebeu, com Karen, do mercado. Ela foi direto até lá e chegou bem na hora em que Karen estava abrindo as portas para começar o dia.

“Ah”, a mulher disse, quando viu que era Emily se aproximando. “Pode me dar cinco minutos para ligar a caixa registradora?” Seu tom não era hostil, mas Karen era o tipo de pessoa que era extremamente simpática com todo mundo, então, a saudação morna era um sinal claro de sua aversão por Emily.

“Na verdade, não vim aqui comprar nada”, Emily falou. “Queria falar com você”.

Karen pausou, sua mão com a chave ainda na fechadura. “Sobre o quê?”

Ela empurrou a porta, abrindo-a, e Emily a seguiu para dentro da loja. Karen começou imediatamente a abrir as persianas, e caminhar de um lado para o outro acendendo luzes, letreiros e a caixa registradora.

“Bem”, Emily disse, seguindo-a por toda parte, sentindo que estava sendo obrigada a trabalhar pelo perdão, “queria me desculpar com você. Acho que começamos com o pé esquerdo”.

“Temos permanecido com o pé esquerdo por três meses”, Karen replicou, apertando rapidamente um dos aventais verde-escuros da loja ao redor de seu abdômen rotundo.

“Eu sei”, Emily replicou. “Eu fui um pouco antipática quando cheguei aqui porque havia acabado de terminar um relacionamento e deixado meu emprego e estava num estado de espírito meio sombrio. Mas agora as coisas estão indo muito bem e eu sei que você é uma parte importante desta comunidade, então, será que podemos começar de novo?”

Karen deu a volta no balcão e olhou séria para Emily. Então, disse por fim: “A única coisa que posso fazer é tentar”.

“Ótimo”, Emily disse, vivamente. “Nesse caso, isto é para você”.

Karen estreitou os olhos enquanto olhava para o pequeno envelope que Emily segurava. Ela o pegou desconfiada. “O que é isso?”

“Um convite. Estou dando um jantar na minha casa. Pensei que o pessoal da cidade estaria interessado em ver como está indo a reforma. Vou cozinhar, preparar drinques. Será divertido”.

Karen pareceu surpresa, mas pegou o convite de toda forma.

“Você não precisa confirmar sua presença imediatamente”, Emily disse. “Tchau!”

Ela saiu com pressa do mercado e andou pelas ruas, dirigindo-se ao seu próximo destino. Enquanto caminhava, percebeu o quanto havia passado a amar a cidade. Realmente, ela era linda, com sua arquitetura fofa, cestos de flores e ruas margeadas por árvores. Ainda dava para ver as bandeirolas do festival, criando uma atmosfera de contínua celebração na cidade.

A próxima parada de Emily era o posto de gasolina. Ela o havia evitado até agora, fingindo para si mesma que era só porque não tinha precisado dirigir muito desde que havia chegado aqui, mas, na realidade, não queria encontrar o homem que lhe dera uma carona quando chegou a Sunset Harbor. Ela havia sido mais grosseira com ele do que com todos os outros, mas, se estava tentando consertar as coisas com o pessoal da cidade, ele tinha que estar em sua lista de convidados. Já que era dono do único posto de gasolina local, ele era conhecido por absolutamente todo mundo. Se ela pudesse conquistar a simpatia dele, talvez os outros o seguissem rapidamente.

“Oi”, ela disse, hesitante, pondo a cabeça para dentro da loja depois de abrir a porta. “Você é Birk, não é?”

“Ah,” o homem falou. “Se não é a estranha misteriosa que apareceu na nevasca e nunca mais foi vista”.

“Sou eu”, Emily disse, notando que ele parecia estar usando exatamente o mesmo jeans manchado de graxa que usava no primeiro dia em que se conheceram. “Fiquei aqui o tempo todo, na verdade”.

“Ficou?” Birk disse. “Pensei que havia se mudado há meses. Você passou o inverno inteiro naquela velha casa abandonada?”

“Sim”, Emily disse. “Só que ela não está mais abandonada. Está sendo reformada”. Havia um ar de orgulho em sua voz.

“Bem, macacos me mordam”, o homem falou. “Só uma coisa”, ele acrescentou, “talvez você devesse ter esperado antes de fazer qualquer reforma grande. Sabia que uma tempestade está prevista para hoje à noite? A pior a atingir o Maine em cem anos”.

“Ah, não”, Emily disse. Ela havia pensado que nada poderia prejudicar seu bom humor, mas o destino sempre parecia surpreendê-la, lançando-a de volta para a realidade num grande baque. “Eu queria me desculpar por ter sido grosseira quando nos conhecemos. Não acho que já tenha lhe agradecido adequadamente por me tirar de uma situação tão difícil. Eu ainda estava no meu modo Nova York de funcionar, apesar disso não ser desculpa. Espero que possa me perdoar”.

“Nem fale nisso”, Birk disse. “Eu não fiz aquilo para receber um agradecimento, mas porque você precisava de ajuda”.

“Eu sei”, Emily replicou. “Mas, por favor, aceite meu muito obrigada, de toda forma”.

Birk assentiu. Ele parecia ser um homem orgulhoso, que não aceitava gratidão com facilidade. “Então, você planeja ficar por muito mais tempo?”

“Mais três meses, se puder”, Emily falou. “Apesar de Trevor Mann, do conselho de zoneamento, estar fazendo o possível para me despejar, para poder ficar com meu terreno.

Ao ouvir o nome dele, Birk revirou os olhos. “Argh, não se preocupe com Trevor Mann. Ele se candidata a prefeito todo ano, há três décadas, e ninguém nunca votou nele. Aqui entre nós, acho que ele tem um complexo de Napoleão”.

Emily riu. “Obrigada, isso me faz sentir muito melhor”. Ela procurou na sua bolsa e puxou um dos convites para sua festa. “Birk, vou dar um jantar na minha casa para os moradores da cidade. Você e sua esposa não gostariam de vir?”

Birked olhou para o convite, um pouco surpreso. Emily se perguntou quando fora a última vez que o homem havia sido convidado para um jantar, ou se alguma vez já recebera um convite.

Bem, é muita gentileza sua”, Birk disse, pegando o convite e guardando-o no bolso grande do seu jeans. “Acho que vou. Adoramos uma festa por aqui. Talvez você tenha notado as bandeirolas”.

“Sim”, Emily replicou. “Eu estava no porto para a festa dos barcos. Foi ótimo”.

“Você foi?” Birk disse, parecendo ainda mais surpreso do que antes.

“Sim”, Emily respondeu, com um sorriso. “Ei, será que poderia me fazer um favor? Preciso correr para casa se quiser protegê-la antes do final do dia, mas ainda tenho um monte de convites para entregar. Será que poderia dá-los aos seus destinatários quando vierem abastecer?”

Ela se sentiu mal pedindo um favor tão grande para Birk, mas a tempestade iminente iria arruinar seu plano de distribuição dos convites. Definitivamente, não havia tempo para entregá-los um a um, a cada convidado. Mas, se ela não chegasse em casa e se preparasse para a tempestade, não teria onde dar uma festa, de toda forma!

Birk riu com gosto. Se ele não havia sido convidado para um jantar em anos, certamente não havia sido parte integral da organização de uma antes! “Bem, deixe-me ver... quem está na sua lista?” Emily deu a ele os envelopes e ele os examinou. “Drª. Patel, sim, ela virá após seu plantão. Cynthia, da livraria, Charles e Barbara Bradshaw, sim, sim, todas essas pessoas passarão por aqui mais cedo ou mais tarde”. Ele olhou para ela e sorriu. “Posso distribuí-los para você”.

“Muito obrigada mesmo, Birk”, Emily disse. “Eu lhe devo uma. A gente se vê.”

Birk acenou enquanto ela se virava para ir embora, e então deu uma de suas risadinhas enquanto olhava para os delicados convites que ela havia lhe confiado. “Ah, Emily. Por que você não coloca um destes no quadro de avisos da cidade? A maioria das pessoas consulta-o diariamente. Você terá mais convidados assim também, já que só há alguns poucos selecionados aqui. Isso se você quiser mais convidados”.

“Quero!” Emily exclamou. “Quero me dar bem com o máximo de pessoas possível. Sinto que não me integrei a vocês de forma alguma, e realmente gostaria de conhecê-los todos. Fazer alguns amigos por aqui”.

Birk pareceu emocionado, apesar dele estar dando seu melhor para esconder suas emoções. “Bem, reformar aquela casa velha certamente é uma forma de fazer isso. Todo mundo aqui gostaria de vê-la reformada”.

“Certo. Vou colocar um aviso no quadro então, se você acha que pode ajudar. Obrigada, Birk”. Emily se sentia grata pela ajuda dele. Assim como quando a resgatara naquela noite, na nevasca, meses atrás, Birk estava disposto a fazer um esforço a mais para ajudar outra pessoa. Ela sorriu, querendo muito conhecê-lo melhor.

“Não aja como uma estranha, está me ouvindo?” Birk acrescentou, enquanto ela deslizava pela porta.

“Nunca mais!” Emily gritou de volta para dentro antes de fechar a porta.

Ela correu para o quadro de avisos da cidade e pegou uma caneta e pedaço de papel. Então, juntamente com outros avisos no quadro, escreveu um aviso sobre sua festa e o pregou na cortiça. Ela só rezava para que os convidados tivessem a gentileza de confirmar sua presença, para saber ao menos para quantas pessoas precisaria cozinhar.

Assim que o convite foi feito, entrou no seu carro e foi para casa, avisar Daniel sobre a tempestade iminente, e para preparar a casa para sua chegada.

Ela o encontrou no salão de baile. Estava começando a ficar incrível aquele lugar. As janelas Tiffany faziam as cores dançar pelas paredes, que ficaram ainda mais bonitas, se tal coisa fosse possível, por causa do lustre de cristal que eles haviam limpado e pendurado no teto. Caminhar pelo salão de baile dava a sensação de pisar no azul profundo do mar, num mundo de sonho.

“Acabei de ouvir na cidade que há uma tempestade forte se aproximando”, Emily contou a Daniel.

“Ele parou o que estava fazendo. “Forte como?”

“Como assim ‘forte como’?” Emily falou, exasperada.

“Quero dizer, vai ser 'de descer o sarrafo'?”

“Acho que sim”, ela replicou, confusa.

“Certo. Deveríamos proteger as janelas”.

Emily achou estranho colocar as tábuas de volta sobre as janelas, quando, três meses antes, eles haviam trabalhado juntos para removê-las. Desde então, muita coisa havia mudado entre eles. Trabalhar juntos nesta casa havia aproximado os dois. O amor de ambos pelo lugar era uma força que os unia. Isso, e a dor que compartilhavam pelo desaparecimento do pai de Emily.

Assim que a casa estava pronta, e os primeiros pingos de chuva grossa começaram a cair com força sobre chão, Emily notou que Daniel ficava espiando por uma brecha entre as tábuas da janela.

“Você não está pensando em voltar para a sua casa, está?” Ela perguntou. “Porque esta casa é muito mais resistente. Já deve ter sobrevivido a uma tempestade forte uma ou duas vezes em sua época. Não é como sua casinha frágil”.

“Minha casa não é frágil”, Daniel contestou, com um sorriso afetado.

Naquele instante, os céus se abriram e uma chuva grossa começou desabar sobre a casa. O barulho era fenomenal, como o de tambores rufando.

“Uau”, Emily disse, surpresa. “Nunca ouvi nada assim antes”.

A percussão da chuva foi acompanhada por uma súbita rajada de vento uivante. Daniel espiou pela brecha novamente e Emily percebeu que ele estava olhando para o celeiro.

“Está preocupado com a sala escura, não é?” ela perguntou.

“Sim”, Daniel respondeu, com um suspiro. “Engraçado. Não vou lá há anos, mas a ideia dela ser destruída pela tempestade me entristece”.

De repente, Emily se lembrou do cão de rua que havia encontrado. “Ai, meu Deus!” Ela gritou.

Daniel olhou para ela, preocupado. “O que foi?”

“Há um cão, um cão de rua que vive no celeiro. Não podemos deixá-lo lá fora, na tempestade! E se o celeiro desabar, esmagando-o?” Emily começou a entrar em pânico só de pensar na possibilidade.

“Tudo bem”, Daniel falou. “Vou pegá-lo. Fique aqui”.

“Não”, Emily disse, puxando o braço dele. “Você não deveria ir lá fora”.

“Então, quer deixar o cão?”

Emily estava dividida. Ela não queria que Daniel corresse perigo, mas, ao mesmo tempo, não podia deixar um cão indefeso lá fora, na tempestade.

“Vamos pegar o cachorro”, Emily replicou. “Eu vou com você”.

Emily encontrou algumas capas de chuva e os dois as vestiram. Quando ela abriu a porta de trás, um raio rasgou o céu. Ela ficou boquiaberta com a magnitude do raio, e então ouviu o enorme ribombar do trovão que se seguiu.

“Acho que está bem em cima de nós”, ela falou para Daniel, sua voz abafada pelo rugir da tempestade.

“Então, escolhemos o melhor momento para entrar de cabeça nela!” foi a sarcástica resposta dele.

Os dois cambalearam pelo gramado, transformando a grama cuidadosamente bem-cuidada em lama. Emily sabia o quanto Daniel se importava com aquele terreno e que ele devia estar sofrendo ao danificá-lo a cada passo, com suas pegadas pesadas.

Quando a chuva açoitou o rosto de Emily, fazendo-o latejar, uma lembrança a atingiu com uma força muito maior do que os ventos que a castigavam. Ela se lembrou de quando era bem pequena, quando saiu com Charlotte durante uma tempestade. Seu pai havia lhes avisado para não se afastarem muito da casa, mas Emily convencera sua irmã mais nova a ir apenas um pouco mais à frente. Então, a tempestade veio e elas se perderam. Ambas ficaram aterrorizadas, chorando, enquanto os ventos fustigavam seus pequenos corpos. Elas permaneceram agarradas uma à outra, suas mãos bem unidas, mas a chuva deixou suas palmas escorregadias e, num certo ponto, Emily não conseguiu mais segurar a mão de Charlotte.

Emily ficou parada, sem poder se mover enquanto a memória tomava conta de sua mente. Parecia que estava revivendo aquele momento como uma menina de sete anos aterrorizada, lembrando-se da terrível expressão no rosto do seu pai quando lhe disse que Charlotte havia sumido, que ela a havia perdido na tempestade.

“Emily!” Daniel gritou, sua voz quase que completamente engolida pelo vento. “Venha!”

Ela voltou sua atenção novamente para o momento e seguiu Daniel.

Finalmente, conseguiram chegar ao celeiro, sentindo-se como se tivessem se arrastado por um vasto pântano selvagem para chegar até lá. O teto já havia sido arrancado pela força do vento e Emily não tinha muita esperança de que o resto da construção se salvaria.

Ela mostrou o buraco a Daniel e, juntos, eles se espremeram para entrar. A chuva continuava a açoitá-los através da abertura onde antes ficava o teto. Emily olhou ao redor e viu que o celeiro estava se enchendo de água.

“Onde você achou o cão?!” Daniel gritou para Emily. Apesar da capa de chuva, ele parecia encharcado até os ossos, e seu cabelo grudava em seu rosto, formando gavinhas.

“Foi ali”, ela disse, apontando para o canto escuro do celeiro, onde havia visto a cabeça do cão pela última vez.

Mas quando chegaram ao lugar em que Emily pensou que o cão estaria, eles tiveram uma surpresa.

“Ai, meu Deus”, Emily gritou. “Filhotes!”

Os olhos de Daniel se abriram ainda mais, sem acreditar, enquanto olhava para os filhotes rosados, pelados, contorcendo-se. Eram recém-nascidos, possivelmente com menos de um dia de vida.

“O que vamos fazer com todos eles?” Daniel disse, seus olhos tão redondos como duas luas.

“Colocá-los em nossos bolsos?” Emily respondeu.

Havia cinco filhotes no total. Eles colocaram um em cada bolso e então Emily envolveu o menor e mais frágil deles em suas mãos. Daniel viu a cadela, que estava vociferando para ambos por terem perturbado seus filhotes.

As paredes do celeiro sacudiam enquanto eles caminhavam de volta para o buraco com os filhotes se contorcendo em seus bolsos.

Enquanto caminhavam de volta pelo celeiro, Emily podia ver os danos que a chuva estava causando no interior do prédio, e ela percebeu que ele certamente seria destruído – as caixas de álbuns de fotos do seu pai, a fotografia da adolescência de Daniel, o velho equipamento que podia valer alguma coisa para um colecionador. Pensar nisso partiu seu coração. Apesar dela já ter levado uma caixa para o interior da casa principal, ainda havia mais três caixas cheias com os álbuns de fotos de seu pai dentro do celeiro. Ela não podia suportar perder todas aquelas lembranças valiosas.

Desafiando o perigo, Emily correu até a pilha de caixas. Ela sabia que havia uma mistura das fotos de Daniel e das do seu pai nelas, e a caixa que estava no topo continha vários álbuns de fotos de seu pai. Ela colocou o filhotinho sobre a caixa e levantou-a nos braços.

“Emily!”, Daniel chamou. “O que está fazendo? Precisamos sair antes que este lugar inteiro caia sobre nós!”

“Estou indo”, ela gritou de volta. “Só não quero deixá-las”.

Ela tentou encontrar uma maneira de pegar outra caixa, empilhando-a sob a primeira e equilibrando ambas entre seus braços e queixo, mas o conjunto era pesado e difícil de carregar. Não havia jeito dela ser capaz de salvar todas as fotos.

Daniel se aproximou. Ele colocou a cadela no chão, e então usou uma corda como coleira para amarrá-la. Então, pegou mais duas caixas das fotos de família de Emily. Assim, conseguiram pegar todas as três caixas de fotos restantes de seu pai, mas nenhuma de Daniel.

“E as suas?” Emily gritou.

“As suas são mais importantes”. Daniel replicou, estoico.

“Só para mim”, Emily replicou. “Mas e...”

Antes que ela pudesse terminar a frase, ouviu-se um barulho terrível, como se o celeiro estivesse se partindo ao meio.

“Vamos”, Daniel disse. “Temos que ir”.

Emily não teve a chance de protestar. Daniel já estava saindo do celeiro, seus braços carregados com as preciosas fotos de família dela, à custa das suas. Seu sacrifício a deixou emocionada e ela não pôde deixar de se perguntar por que ele sempre parecia colocar as necessidades dela acima das dele.

Quando eles se apertavam para passar através do buraco no celeiro, a chuva os açoitou com mais força do que nunca. Emily quase não podia se mover, tamanha a magnitude do vento. Ela lutou contra ele, caminhando lentamente pelo gramado.

De repente, um barulho monumental veio de trás. Emily gritou, chocada, e se virou, vendo que o grande carvalho ao lado da propriedade fora arrancado, desabando sobre o celeiro, esmagando-o. Se a árvore tivesse caído apenas um minuto antes, os dois teriam sido atingidos.

“Essa foi por pouco!”, Daniel gritou. “É melhor voltarmos para dentro o mais rápido possível”.

Eles conseguiram atravessar o gramado e chegar à porta dos fundos. Quando Emily a abriu, o vento arrancou a porta, que saiu voando pelo quintal.

“Rápido, para a sala de estar”, Emily disse, fechando a porta que separava a cozinha da sala.

Ela estava pingando e deixando imensos rastros de água da chuva pelo assoalho. Eles foram para a sala de estar e colocaram a cadela e seus filhotes sobre o tapete ao lado da lareira.

“Você poderia acender a lareira?” Emily perguntou a Daniel. “Eles devem estar congelando”. Ela esfregou as mãos para estimular a circulação. “Pelo menos, eu estou”.

Sem reclamar, Daniel pôs-se a trabalhar imediatamente. Um minuto depois, um fogo ardente aquecia o cômodo.

Emily ajudou os filhotes a encontrar sua mãe. Um a um, eles começaram a mamar, relaxando em seu novo ambiente. Mas um deles não se juntou aos demais.

“Acho que este aqui está doente”, Emily disse, preocupada.

“É o menor e mais fraco dentre eles”, Daniel falou. “Provavelmente, não sobreviverá a esta noite”.

Emily se entristeceu. “O que vamos fazer com tantos filhotes?” perguntou.

“Vou reconstruir o celeiro para eles”.

Emily riu. “Você nunca teve um animal de estimação, teve?”

“Como adivinhou?” Daniel replicou, descontraído.

Subitamente, Emily notou que havia sangue na camisa de Daniel. Estava vindo de um corte em sua testa.

“Daniel, você está sangrando!” ela gritou.

Daniel tocou sua testa e então olhou para o sangue em seus dedos. “Acho que fui atingido por um dos galhos. Não é nada, apenas um corte superficial”.

“Vou pôr algo sobre ele para que não infeccione”.

Emily foi até a cozinha procurar o kit de primeiros socorros. Graças ao vento vindo através do buraco onde costumava ficar a porta dos fundos, era muito mais difícil se mover agora pela cozinha. O vento estava correndo pelo cômodo, jogando todo item que não estivesse preso ao chão pelos ares. Emily tentou não pensar na devastação ou de quanto teria que gastar para consertar tudo.

Finalmente, encontrou o kit de primeiros socorros e voltou para a sala de estar.

A cadela havia parado de gemer e todos os filhotes estavam mamando, exceto o mais fraco deles. Daniel estava segurando-o em suas mãos, tentando convencê-lo a mamar. Havia algo nessa cena que tocava o coração de Emily. Daniel continuava a surpreendê-la – havia sua habilidade como cozinheiro, seu gosto musical refinado, seu talento para tocar violão e sua habilidade ao usar um martelo, e agora isto: seu gentil cuidado com uma criatura desamparada.

“Nada feito?” Emily perguntou.

Ele balançou a cabeça. “As coisas não parecem boas para este amiguinho”.

“Deveríamos pôr um nome nele”, Emily disse. “Não deveria morrer sem um nome”.

“Não sabemos se é um macho ou fêmea”.

“Então, deveríamos lhe dar um nome neutro”.

“Como o quê, tipo Alex?” Daniel disse, franzindo a testa, confuso.

Emily riu. “Não, estava pensando em algo como Chuva”.

Daniel deu de ombros. “Chuva. Combina com ele”. Ele colocou Chuva junto dos outros filhotes. Eles estavam subindo uns sobre os outros para ficar perto de sua mãe, e Chuva continuou sendo empurrado para fora. “E quanto aos outros?”

“Bem”, Emily disse. “Que tal Tempestade, Nuvem, Vento e Trovão?”

Daniel sorriu. “Muito apropriado. E a mamãe?”

“Por que você não escolhe o nome dela?” Emily disse, pois já tinha dado nome a todos os filhotes.

Daniel acariciou a cabeça da cadela. Ela gemeu, satisfeita. “Que tal Mogsy?”

Emily começou a rir. “Não combina muito com o tema!”

Daniel apenas deu de ombros. “É minha escolha, certo? Eu escolho Mogsy”.

Emily sorriu. “Claro. Sua escolha. Então, é Mogsy. Agora, deixe-me dar uma olhada nesse corte”.

Ela sentou no sofá, aproximando com cuidado a cabeça de Daniel de si. Ela tirou o cabelo da sobrancelha dele e começou a desinfetar o corte em sua testa. Ele tinha razão quanto a não ser profundo, mas estava sangrando profusamente. Emily usou vários curativos para fechar a ferida.

“Se tiver sorte”, ela disse, grudando mais um, “vai ficar com uma cicatriz bem legal”.

Daniel sorriu. “Ótimo. Garotas adoram cicatrizes, certo?”

Emily riu. Ela colocou o último pedaço de curativo no lugar. Mas ao invés de se afastarem, seus dedos permaneceram lá, contra a pele dele. Ela tirou uma mecha solta de cabelo dos olhos de Daniel, e, então, traçou com seus dedos o contorno do rosto dele, até chegar aos lábios.

Os olhos de Daniel ardiam de desejo ao olhar para ela. Ele pegou a mão de Emily e beijou sua palma.

Então, ele a agarrou, puxando-a para seu colo. Suas roupas encharcadas se pressionaram enquanto ele a beijava na boca. As mãos dela corriam pelo corpo dele, sentindo cada músculo. O calor entre eles cresceu à medida em que tiravam suas roupas molhadas e, então, afundaram-se um no outro, movendo-se num ritmo harmonioso, suas mentes totalmente focadas no momento, tanto que nem notaram mais a fúria da tempestade que rugia do lado de fora da casa.

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Yaş sınırı:
16+
Litres'teki yayın tarihi:
10 ekim 2019
Hacim:
241 s. 2 illüstrasyon
ISBN:
9781640290495
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