Kitabı oku: «Em Busca de Heróis», sayfa 9

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CAPÍTULO DOZE

Gareth estava no mercado lotado, vestindo um manto, apesar do sol do meio-dia, suando debaixo dele e tratando de passar despercebido. Ele sempre tratava de evitar esse setor da Corte do Rei, esses becos lotados, que cheiravam a humanidade e ao homem comum. Tudo que havia ao redor dele eram pessoas regateando, vendendo, tentando tirar algo umas das outras. Gareth situou-se ao dado de uma barraca que estava em uma esquina, fingindo interesse na fruta de um vendedor, mantendo a cabeça baixa. A poucos metros de distância dele, estava Firth no final do beco escuro, fazendo o que eles tinham ido fazer ali.

Gareth colocou-se a uma distância desde onde ele pudesse ouvir a conversa, de costas, de modo que não pudesse ser visto. Firth tinha lhe contado sobre um homem, um mercenário, que lhe venderia um frasco de veneno. Gareth queria algo forte, algo que não falhasse. Ele não podia correr riscos. Afinal, sua vida estava em jogo.

Tratava-se do tipo de coisa que ele dificilmente poderia adquirir junto ao seu boticário. Ele designou essa tarefa a Firth, quem tinha lhe dado a informação depois de buscar no mercado negro. Depois de ter lhe apontado o caminho, Firth foi ao encontro dessa personagem desleixada, com quem ele agora falava furtivamente ali no final do beco. Gareth insistira em estar presente durante a transação final, para certificar-se que tudo correria bem, para certificar-se de que ele não estava sendo enganado e recebendo uma poção falsa. Além disso, ele ainda não estava completamente convencido da competência de Firth. Havia certos assuntos que ele preferia cuidar pessoalmente.

Eles haviam esperado por esse homem por uma meia hora, Gareth esbarrava nas pessoas no mercado abarrotado, rezando para que ele não fosse reconhecido. Mesmo que fosse, ele imaginou, contanto que permanecesse de costas para o beco, se alguém de alguma maneira soubesse de quem ele se tratava, ele poderia simplesmente ir embora, e ninguém iria fazer a conexão.

“Onde está o frasco?” Firth, a poucos metros de distância, pediu ao cretino.

Gareth se virou só um pouco, com cuidado para manter o rosto escondido e espiou do canto do seu manto. Frente a Firth havia um homem de aparência sinistra, desleixado, franzino, com faces encovadas e olhos negros enormes. Ele parecia um rato. Ele fitava Firth, sem piscar os olhos.

“Cadê o dinheiro?” Ele pediu.

Gareth esperava que ele manejasse bem a situação; ele sempre arranjava um jeito de arruinar tudo.

“Eu lhe darei o dinheiro quando você me der o frasco.” Firth se manteve firme.

Bem! Gareth pensou, impressionado.

Houve um momento de silêncio e então se ouviu.

“Dê-me a metade do dinheiro agora e vou lhe dizer onde o frasco está.”

“Onde está?” Firth repetiu, falando mais alto devido à surpresa. “Você disse que eu o teria.”

“Sim, eu disse que você o teria. Mas não disse que ia trazê-lo. Você pensa que eu sou trouxa? Há espiões por todas partes. Eu não sei o que você pretende – porém, eu suponho que não é algo sem importância. Depois de tudo, para que alguém compra um frasco de veneno?”

Firth fez uma pausa e Gareth sabia que ele tinha sido apanhado desprevenido.

Finalmente, Gareth ouviu o ruído característico de moedas tilintando, deu uma espiada e viu o ouro real saindo da bolsa de Firth para mão do homem.

Gareth esperou, os segundos se arrastavam por uma eternidade, cada vez mais preocupado.

“Você vai tomar o caminho para o Bosque Negro.” O homem finalmente respondeu. “Ao chegar à terceira légua, siga o caminho que leva à colina. Quando chegar ao topo da colina vire novamente, dessa vez à esquerda. Você vai passar pelo bosque mais escuro que já viu; então chegará a uma pequena clareira. À casa da bruxa. Ela estará esperando por você – com o frasco que deseja.”

Gareth espiou pelo capuz e viu que Firth se preparava para ir embora. Quando ele o fez, o homem estendeu a mão e de repente agarrou-o com força pela camisa.

“O dinheiro…” O homem grunhiu. …“Não é suficiente.”

Gareth poderia ver o medo espalhando-se na face de Firth e se arrependeu de tê-lo enviado para esta tarefa. Essa criatura desleixada deve ter detectado seu medo e agora tentava aproveitar-se disso. Firth não estava feito para esse tipo de coisa.

“Mas eu lhe dei exatamente o que me pediu.” Firth protestou, sua voz foi ficando mais alta. Ele soava afeminado. E isso parecia encorajar o homem.

O homem sorriu de volta, com maldade.

“Mas agora eu quero mais.”

Os olhos de Firth se arregalaram com medo e incerteza. Então, de repente, ele se virou e olhou diretamente para Gareth.

Gareth virou-se, esperando que não fosse tarde demais, esperando que ele não fosse visto. Como Firth podia ser tão estúpido? Ele rezou para que Firth não o tivesse delatado.

O coração de Gareth bateu forte enquanto ele esperava. Ele apertava uma fruta ansiosamente, fingindo estar interessado nela. Houve um interminável silêncio atrás dele enquanto ele imaginava todas as coisas, as coisas que poderiam dar errado.

Por favor, não permita que ele venha até aqui, Gareth rezava em silêncio. Por favor. Eu farei qualquer coisa. Eu abandonarei o plano.

Ele sentiu uma palma áspera bater em suas costas. Ele girou e olhou.

Os enormes e desalmados olhos negros do cretino fitavam os seus.

“Você não me disse que tinha um sócio.” O homem resmungou. “Ou por acaso você é um espião?”

Antes que Gareth pudesse reagir, o homem estendeu a mão e puxou para baixo o capuz que cobria a cabeça de Gareth. Ele deu uma boa olhada no rosto do Gareth e seus olhos se arregalaram em estado de choque.

“O Príncipe Real.” O homem gaguejou. “O que Vossa Alteza faz aqui?”

Um segundo depois os olhos do homem se estreitaram em reconhecimento e ele respondeu sua própria pergunta com um pequeno sorriso de satisfação, percebendo instantaneamente todo o plano. Ele era muito mais inteligente do que Gareth esperava.

“Já vejo.” Disse o homem. “Este frasco—era para Vossa Alteza, não era? Vossa Alteza planeja envenenar alguém, não é? Mas quem? Sim, essa é a questão…”

O rosto de Gareth enrubesceu de ansiedade. Esse homem – Ele era muito rápido. Já era tarde demais. O seu mundo estava se espatifando em torno dele. Firth tinha arruinado tudo. Se esse homem delatasse Gareth, ele poderia ser condenado à morte.

“Vosso pai, talvez?” O homem indagou seus olhos brilhando ao perceber isso. “Sim, deve ser isso, não é? Vossa Alteza foi preterida. Vosso pai. Vossa Alteza planeja matar vosso pai.”

Gareth tinha tido o suficiente. Sem hesitar, ele avançou, puxou um punhal pequeno de dentro de sua capa e apunhalou o homem no peito. O homem arfou.

Gareth não queria que nenhum transeunte testemunhasse isso. Então ele agarrou o homem pela sua túnica e puxou-o para perto, para bem perto até que seus rostos quase se tocassem, até que ele pudesse sentir o seu hálito fedorento. Ele estendeu sua mão livre e com ela tampou a boca do homem, antes que ele pudesse gritar. Gareth sentiu o sangue do homem escorrendo pela palma de sua mão, escorrendo por seus dedos.

Firth veio para o lado dele e soltou um grito horrorizado.

Gareth segurou o homem assim, por uns bons sessenta segundos, até que, finalmente, sentiu que ele desfalecia em seus braços. Deixou-o colapsar, mole como uma trouxa no chão.

Gareth girou ao redor, se perguntando se ele tinha sido visto; Por sorte, nenhuma cabeça virou-se para ele nesse mercado lotado, nesse beco escuro. Ele removeu seu manto e jogou-o sobre o vulto sem vida.

“Estou tão triste, sinto muito, sinto tanto.” Firth repetia continuamente como se fosse uma garotinha, chorando histericamente e tremendo quando se aproximou de Gareth. “Você está bem? Você está bem?”

Gareth estendeu a mão o esbofeteou.

“Cale a boca e vamos embora daqui.” Disse ele entre dentes.

Firth deu a volta e saiu dali apressadamente.

Gareth preparou-se para sair, mas depois parou e voltou-se. Ele ainda tinha algo a fazer: ele abaixou-se, agarrou de volta o seu saco de moedas da mão do homem morto e o enfiou na cintura.

O homem não precisaria mais delas.

CAPÍTULO TREZE

Gareth atravessou rapidamente a trilha da floresta, Firth ao lado dele, seu capuz puxado sobre sua cabeça, apesar do calor. Ele quase não podia conceber que ele agora se encontrava na situação que mais tinha querido evitar. Agora, havia um cadáver, um rastro a seguir. Quem soubesse quem era aquele homem, poderia ser indagado. Firth deveria ter sido mais cauteloso em seus tratos com o homem. Agora, o rastro poderia terminar conduzindo a Gareth.

“Eu lamento muito.” Firth disse, apressando o passo para alcançá-lo.

Gareth ignorou-o acelerando a marcha, furioso.

“O que você fez foi tolo e fraco.” Gareth disse. “Você nunca devia ter olhado em minha direção.

“Eu não tive a intenção. Eu não sabia o que fazer quando ele exigiu mais dinheiro.”

Firth estava certo; havia sido uma situação complicada. O homem era um porco egoísta e ganancioso que mudou as regras do jogo e merecia morrer. Gareth não desperdiçaria uma lágrima nele. Ele apenas rezava para que ninguém houvesse testemunhado o assassinato. A última coisa de que ele precisava era deixar um rastro. Haveria um enorme escrutínio ao consumar-se o assassinato do seu pai e ele não podia dar-se ao luxo de deixar o menor rastro, nenhuma pista a seguir.

Pelo menos agora, eles estavam em Blackwood. Apesar do sol de verão, estava quase escuro ali, os imponentes eucaliptos bloqueavam cada facho de luz. Isso combinava com o seu humor. Gareth odiava esse lugar. Ele continuou a caminhada pelo caminho sinuoso, seguindo as indicações do homem morto. Ele esperava que o homem tivesse dito a verdade e que o caminho não o levasse a um paradeiro errado. A história toda poderia ser mentira. Ou poderia ser que o caminho conduzisse a uma armadilha, a algum amigo dele esperando para roubar-lhes mais dinheiro.

Gareth repreendeu a si mesmo. Ele tinha confiado muito em Firth. Ele deveria ter lidado com tudo isso sozinho. Como ele sempre fazia.

“Pelo seu bem, espero que este seja o caminho que leva à casa da bruxa e que ela tenha o veneno Gareth.” Gareth disse sarcasticamente.

Eles continuaram percorrendo cada trilha, até que chegaram a uma bifurcação, tal como o homem havia dito. Tudo parecia estar bem e Gareth estava ligeiramente aliviado. Eles seguiram pela direita, subiram a coluna, e logo dobraram novamente por outra bifurcação. As instruções eram verdadeiras e diante deles realmente estava o caminho mais escuro de um bosque que Gareth havia visto. As árvores eram incrivelmente grossas e deformadas.

Gareth entrou no bosque e sentiu imediatamente um calafrio correr por sua espinha, ele podia sentir algo maligno pairando no ar e mal podia acreditar que ainda era dia.

Justo quando ele estava ficando cada vez mais assustado, pensando em dar volta, o caminho diante dele terminou em uma pequena clareira. Estava iluminado por um único facho de luz solar que irrompia através das árvores. Em seu centro estava uma pequena casa de pedra. A casa da bruxa.

O coração de Gareth acelerou. Ele entrou na clareia, olhando ao redor para assegurar-se de que ninguém o observava, para estar seguro de que não era uma armadilha.

“Você viu? Ele estava dizendo a verdade.” Exclamou Firth com voz animada.

“Isso não significa nada!” Garrett o repreendeu. “Permaneça aqui fora e fique de guarda. Bata à porta se alguém se aproximar. E mantenha a boca fechada.”

Gareth não se preocupou em bater à pequena porta de madeira em forma de arco, diante dele. Em vez disso, agarrou a alça de ferro, abriu a porta de dois centímetros de espessura e abaixou a cabeça quando entrou, fechando a porta atrás dele.

Estava escuro lá dentro, o lugar estava iluminado apenas por umas poucas velas espalhadas. Era uma cabana com apenas um cômodo, desprovida de janelas, envolta em uma energia densa. Ele ficou parado, sufocado pelo silêncio espesso, preparando-se para o que quer que fosse. Ele podia sentir o mal ali. Isso fazia sua pele arrepiar.

Entre as sombras ele detectou movimento e em seguida, um barulho.

Mancando em sua direção, apareceu uma velha encolhida e corcunda. Ela levantou uma vela, iluminando um rosto coberto de verrugas e rugas. Ela parecia muito velha, mais velha do que as árvores retorcidas que cobriam sua cabana.

“Você usa um capuz, mesmo na escuridão.” Ela disse, exibindo um sorriso sinistro e falou novamente com sua voz de taquara rachada: “Sua missão não é inocente.”

“Eu vim buscar um frasco.” Gareth disse rapidamente, tentando soar corajoso e confiante, porém, ouvindo o tremor em sua voz. “Raiz de Sheldrake. Disseram-me que a senhora tinha.”

Houve um longo silêncio, seguido por uma gargalhada horrível que ecoou pela pequena sala.

“Se eu tenho ou não, essa não é a questão. A questão é: para que você quer isso?”

O coração de Gareth pulou no peito quando ele tentou formular uma resposta.

“Por que lhe interessaria?” Ele perguntou finalmente.

“Me diverte saber quem você deseja matar.” Disse a bruxa.

“Isso não é da sua conta. Eu trouxe dinheiro para pagar-lhe por ele.”

Gareth enfiou a mão no cós tirou dele um saco de ouro, além do saco de ouro que ele tinha tirado do homem morto e soltou os dois com força sobre a mesa de madeira pequena. O som de moedas tilintando soou pela sala.

Ele rezou para que isso a acalmasse, para que ela lhe desse o que ele queria e assim ele pudesse logo deixar aquele lugar.

A bruxa esticou um dedo com sua unha longa e curva, pegou um dos sacos e examinou-o. Gareth prendeu a respiração, esperando que ela não pedisse mais nada.

“Isso pode ser bastante para comprar o meu silêncio.” Disse ela.

Ela se virou e caminhou mancando no meio da escuridão. Ouviu-se silvo e, ao lado de uma vela Gareth podia vê-la misturando um líquido que borbulhava, em um pequeno frasco de vidro. Ela colocou uma rolha nele. O tempo parecia mais lento enquanto Gareth esperava, ficando cada vez mais impaciente. Um milhão de preocupações correram por sua mente: e se ele fosse descoberto? Justo ali, naquele instante? E se ela lhe desse o frasco errado? E se ela contasse para alguém sobre ele? Será que ela o havia reconhecido? Isso ele não poderia dizer.

Gareth estava tendo reservas crescentes sobre tudo isso. Ele não sabia quão difícil poderia ser assassinar alguém.

Depois de um silêncio que parecia interminável, a bruxa voltou. Ela entregou-lhe o frasco, ele era tão pequeno que quase desapareceu na palma da mão de Gareth, e se afastou dele.

“Este pequeno frasco.” Ele questionou. “Pode fazer o truque?”

Ela sorriu. “Você ficaria surpreso em saber quão pouco é preciso para matar um homem.”

Gareth virou-se e dirigiu-se para a porta, quando de repente sentiu um dedo frio em seu ombro. Ele não tinha ideia de como ela tinha conseguido atravessar a sala tão rapidamente e isso o aterrorizou. Ele ficou ali congelado, com medo de se virar e olhar para ela.

Ela girou em torno dele, aproximou-se e inclinou-se sobre ele – um cheiro horrível emanava dela. De repente estendeu suas mãos, agarrou suas bochechas e beijou-o, pressionando os lábios murchos duramente contra os lábios de Gareth.

Gareth estava revoltado. Essa era a coisa mais nojenta que já tinha acontecido com ele. Seus lábios eram como os lábios de um lagarto, a língua, que ela apertou contra a sua, era como a de um réptil. Ele tentou se afastar, mas ela segurou o rosto com força, puxando-o ainda mais.

Finalmente, ele conseguiu desprender-se dela e afastar-se. Ele limpou a boca com as costas da mão, quando ela se inclinou para trás e riu.

“A primeira vez que você mata um homem é a mais difícil”. Disse ela. “Você verá que será muito mais fácil da próxima vez.”

*

Gareth irrompeu da casa, de volta para a clareira, para encontrar Firth parado ali, esperando por ele.

“O que deu errado? O que aconteceu?” Perguntou Firth, preocupado. Até parece que você foi apunhalado. Ela o machucou?”

“Gareth fez uma pausa, respirando com dificuldade, limpando a boca vez trás vez.

Ele mal sabia como responder.

“Vamos dar o fora deste lugar.” Disse ele. “Agora!”

Quando começaram a sair da clareira em direção ao bosque escuro, o sol, de repente foi obscurecido por nuvens que corriam por todo o céu, tornando o belo dia frio e escuro. Gareth nunca tinha visto essas grossas nuvens negras aparecerem tão rapidamente. Ele sabia que o que estava acontecendo não era normal. Ele se preocupava sobre quão profundos seriam os poderes dessa bruxa ao sentir que o vento frio subia num dia de verão e soprava em sua nuca. Ele não podia evitar pensar que a bruxa de alguma forma o tinha possuído com aquele beijo, tinha lançado uma espécie de maldição sobre ele.

“O que aconteceu lá dentro?” Firth insistiu.

“Eu não quero falar sobre isso.” Gareth disse. “Eu não quero pensar mais sobre este dia – nunca mais.”

Os dois se apressaram para voltar pela trilha, colina abaixo e logo entraram no caminho principal da floresta, o qual conduzia à Corte do Rei. Justo quando Gareth estava começando a se sentir mais aliviado, preparando-se para enterrar todo o episódio no fundo de sua mente, ele ouviu, de repente, um ruído de botas. Ele se virou e viu um grupo de homens andando em direção a eles. Ele não podia acreditar.

Seu irmão Godfrey. O beberrão. Estava andando em direção a eles, rindo, rodeado pelo vilão Harry e outros dois dos seus amigos baderneiros. Esse era de todos o pior momento e lugar para encontrar-se com o seu irmão. Ali no bosque, no meio do nada. Gareth sentiu que toda sua trama estava amaldiçoada.

Gareth virou-se, puxou o capuz sobre o rosto e andou duas vezes mais rápido, rezando para que ele não tivesse sido descoberto.

“Gareth?” Gritou a voz.

Gareth não tinha escolha. Ele congelou em seus passos, puxou o capuz para trás, virou-se e olhou para o irmão, que veio dançando alegremente em sua direção.

“O que você está fazendo aqui?” Perguntou Godfrey.

Gareth abriu a boca, mas depois a fechou, tropeçando, em uma sequência atrapalhada de palavras.

“Nós estávamos indo para uma caminhada. Firth se dispôs a falar, resgatando-o.

“Uma caminhada, não é?” Um dos amigos de Godfrey zombou de Firth, com uma voz alta, afeminada. Seus amigos riram também. Gareth sabia que seu irmão e seus amigos o julgavam por sua natureza, mas ele quase não se importava com isso agora. Ele só precisava mudar de assunto. Ele não queria que eles se perguntassem o que ele estava fazendo ali.

“O que você está fazendo aqui?” Perguntou Gareth, virando a mesa.

“Uma nova taberna abriu para os lados de Southwood”. Respondeu Godfrey. “Nós só fomos experimentar. A melhor cerveja de todo o reino. Quer um pouco?” Ele perguntou, segurando um pequeno barril.

Gareth sacudiu a cabeça rapidamente. Ele sabia que tinha de distraí-lo e que a melhor maneira era mudar de assunto, repreendê-lo.

“O Pai ficaria furioso se pegasse você bebendo durante o dia.” Disse Gareth. “Eu sugiro que você se assente e que volte para a corte.”

Funcionou. Godfrey lançou-lhe um olhar furioso e ficou claro que ele já não estava pensando em Gareth, mas em seu pai e em si mesmo.

“E desde quando você se importa com as necessidades do Pai?” Ele retorquiu.

Gareth já tinha tido o suficiente. Ele não tinha tempo a perder com um bêbado. Ele tinha conseguido que ele queria, distraindo-o e agora, esperava que Godfrey não pensasse muito profundamente sobre o porquê de ele se encontrar-se ali naquele instante.

Gareth se virou seguiu rapidamente pela trilha, ouvindo as risadas zombeteiras atrás dele, enquanto se afastava. Ele já não se importava. Em breve, seria ele quem riria por último.

CAPÍTULO QUATORZE

Thor estava sentado à mesa de madeira, trabalhando com o arco e flecha dispostos em partes separadas. Ao seu lado estava sentado Reece, junto com vários outros membros da Legião. Eles estavam todos debruçados sobre suas armas, trabalhando duro talhando os arcos e apertando as cordas.

“Um guerreiro sabe como entesar seu próprio arco.” Kolk exclamou, enquanto andava para cima e para baixo ao longo dos garotos enfileirados, inclinando-se, examinando o trabalho de cada um. “A tensão deve estar em sua justa medida. Se for muito pouca sua flecha não vai chegar a sua marca. Se for excessiva sua pontaria não será certeira. As armas se rompem durante as batalhas. Se rompem durante as viagens. Você deve saber como repará-las, enquanto prossegue. O melhor guerreiro também é um ferreiro, carpinteiro, um sapateiro, alguém que conserte todas as coisas rotas. E você não conhece sua própria arma até que você já a tenha consertado.”

Kolk parou detrás de Thor e se inclinou sobre o ombro dele. Ele puxou o arco de madeira fora do alcance do Thor, machucando a palma da mão dele com a corda.

“A corda não está tensa o suficiente.” Ele repreendeu. “Está torta. Use esta arma na batalha, e você certamente vai morrer. E seu parceiro vai morrer ao seu lado.”

Kolk jogou o arco sobre a mesa com violência e seguiu em frente; vários garotos riram. Thor ficou vermelho quando agarrou a corda outra vez, esticou-a tanto quanto era possível e a enrolou em volta da ponta do arco. Ele tinha estado trabalhando nisso por horas, coroando um dia de trabalho cansativo e tarefas domésticas.

A maioria dos outros estava treinando, combatendo, lutando com espadas. Ele olhou para fora e à distância, viu seus irmãos, os três, rindo enquanto batiam suas espadas de madeira. Como de costume, Thor sentiu que eles o estavam ganhando de mão, enquanto ele estava sendo deixado para trás a sombra deles. Não era justo. Sentia cada vez mais que ele era indesejado ali, como se não fosse um verdadeiro membro da Legião.

“Não se preocupe, você vai pegar o jeito.” O’Connor disse detrás dele.

As palmas das mãos de Thor estavam machucadas de tanto tentar; Ele puxou a corda para trás, por última vez e dessa vez com toda sua força, finalmente, para sua surpresa, ela fez um clique. A corda se encaixou perfeitamente no entalhe, Thor puxou com todas suas forças, suando. Ele sentiu uma grande sensação de satisfação com seu arco agora tão forte como deveria ser.

As sombras foram crescendo mais e mais quando Thor limpou a testa com as costas da mão imaginando por quanto tempo isso iria continuar. Ele contemplava o que significava ser um guerreiro. Ele tinha imaginado tudo de forma bem diferente. Ele havia imaginado a si mesmo unicamente treinando, todo o tempo. Porém, ele supunha que esta também era uma forma de treinamento.

“Não foi para isso que eu me alistei.” Disse O’Connor como se estivesse lendo sua mente.

Thor virou-se e foi reconfortado ao encontrar o sorriso constante do seu amigo.

“Eu venho da província do Norte.” Ele continuou dizendo. “Eu, também sonhava com unir-me à Legião por toda a minha vida. Eu creio que vislumbrava combates e batalhas e não todas estas tarefas domésticas. Mas isso melhorará. Isso tudo é porque nós somos novos. É uma espécie de iniciação. Parece haver uma hierarquia aqui. Nós também somos os mais novos. Eu não vejo os de dezenove anos de idade fazendo isso. Isso não vai durar para sempre. Além do mais, é uma habilidade útil para aprender.”

Uma buzina soou. Thor olhou e viu o resto da Legião reunir-se ao lado de um muro de pedra enorme no meio do campo. Cordas foram penduradas sobre ele, espaçadas a cada três metros. A parede deveria ter uns a trinta pés de altura e empilhados em sua base havia pilhas de feno.

“O que estão esperando?” Kolk gritou. “MEXAM-SE!”

O Exército Prata apareceu, todos ao seu redor, gritando e antes que Thor se desse conta ele e os outros saltaram de seus bancos e correram pelo campo até o muro. Logo eles estavam todos reunidos ali, de pé diante das cordas. Houve um burburinho animado no ar quando todos os membros da Legião se juntaram. Thor estava em êxtase por finalmente ter sido incluso com os outros, ele se viu gravitando ao redor de Reece, quem estava com outro amigo.

“Vocês vão descobrir no campo de batalha que a maioria das cidades são fortificadas.” Kolk explodiu olhando para os rostos dos meninos. “Penetrar nas fortificações é o trabalho de um soldado. Em um cerco típico, cordas e ganchos são usados, como os que jogaram ao longo deste muro. Escalar uma parede é uma das coisas mais perigosas que você vai encontrar no campo de batalha. Em alguns casos, vocês estarão mais expostos, mais vulneráveis. O inimigo vai derramar chumbo derretido em vocês. Eles vão atirar flechas. Jogar pedras. Vocês não escalarão uma parede até que o momento seja apropriado. E quando fizerem isso, vocês devem subir por sua vida – não para arriscar-se a morrer.”

Kolk respirou fundo e, em seguida, gritou: “COMECEM!”

Todos os garotos ao seu redor entraram em ação, cada um avançando para uma corda. Thor correu para uma que estava livre e estava prestes a agarrá-la quando um garoto mais velho chegou primeiro, tirando-o de seu caminho. Thor correu apressadamente e agarrou a mais próxima que pôde encontrar, uma corda espessa, com nós. O coração de Thor pulava do peito quando ele começou a escalar a corda até o topo do muro.

O dia tinha ficado enevoado e os pés de Thor escorregaram na pedra. Ainda assim, ele fez um bom tempo e não pôde deixar de notar que ele tinha sido mais rápido do que muitos dos outros, quase assumindo a liderança, enquanto ele escalava muro acima. Ele estava, pela primeira vez hoje, começando a se sentir bem, começando a sentir um sentimento de orgulho.

De repente, alguma coisa dura bateu em seu ombro. Ele olhou para cima e viu os membros do Exército Prata, na parte superior do muro atirando pequenas pedras, paus e todos os tipos de escombros. O garoto da corda ao lado de Thor estendeu uma mão para bloquear o rosto, perdeu o controle e caiu para trás, para o chão. Ele desabou de uma altura de uns bons vinte pés, e aterrissou na pilha de feno abaixo.

Thor estava perdendo o controle também, mas de alguma forma conseguiu aguentar. Um pedaço de pau grosso caiu e atingiu com força as costas dele, mas ele continuou a subir. Ele estava fazendo um bom tempo e estava começando a pensar que poderia até mesmo ser o primeiro em alcançar o topo, quando de repente, sentiu um forte chute nas costelas. Ele não conseguia entender de onde tinha vindo até que olhou e viu um dos garotos ao lado dele, balançando para os lados. Antes que Thor pudesse reagir, o garoto chutou-o novamente.

Thor perdeu o controle nesse momento e viu-se jogado para trás, despencando ar. Ele caiu de costas no feno, chocado, mas ileso.

Thor tentava escalar com suas mãos e joelhos, recuperando seu fôlego e olhava ao redor. Todos os garotos a sua volta, estavam caindo das cordas como moscas, caindo no feno, chutados ou empurrados uns pelos outros – ou então, chutados pelos membros do Exército Prata. Os que não foram chutados ou empurrados tiveram suas cordas cortadas, de modo que desabaram também. Nem um único membro alcançou o topo.

“De pé!” Gritou Kolk. Thor levantou-se e o mesmo fizeram os outros.

“ESPADAS!”

Os rapazes correram para uma prateleira enorme cheia de espadas de madeira. Thor se juntou a eles e pegou uma, chocado ao sentir como ela era pesada. Pesava duas vezes mais do que qualquer arma que ele tinha levantado. Ele mal podia segurá-la.

“Espadas pesadas, comecem!” Ouviu-se um grito.

Thor olhou para cima e viu aquele imbecil enorme, Elden, aquele que o havia atacado logo quando ele se uniu à Legião. Thor se lembrava dele muito bem, já que seu rosto estava ainda marcado com os hematomas que Elden lhe tinha causado. Ele estava caindo sobre ele, com sua espada erguida e um olhar de fúria no rosto.

Thor levantou sua espada no último momento e conseguiu bloquear o golpe de Elden, mas a espada era tão pesada que ele mal podia segurá-la. Elden, maior e mais forte, chegou perto de Thor e deu-lhe um pontapé nas costelas.

Thor caiu de joelhos com a dor. Elden girou ao redor novamente para golpear-lhe o rosto, mas Thor conseguiu estender a mão e bloquear o golpe em um momento de vantagem. Porém Elden era muito mais rápido e forte, ele virou-se e cortou a perna de Thor, derrubando-o de lado. Uma pequena multidão de meninos reuniu-se à sua volta, aplaudindo e gritando quando sua luta tornou-se o centro das atenções. Parecia que todos estavam torcendo por Elden.

Elden veio com sua espada, golpeando duro, Thor rolou para fora do caminho, o golpe quase tinha acertado suas costas. Thor tinha um momento de vantagem e o aproveitou, virou-se e golpeou o brutamontes com força na parte de trás do joelho. Era um ponto fraco e suficiente para desestabilizá-lo, fazê-lo tropeçar para trás e derrubá-lo.

Thor usou a chance para mover-se rapidamente. Elden se levantou, com o rosto vermelho, mais furioso do que nunca, e agora os dois se enfrentavam.

Thor sabia que ele não podia ficar ali parado; ele investiu e girou. Mas essa espada de prática estava feita de uma madeira estranha e muito pesada; seus movimentos eram muito previsíveis. Elden bloqueou-a facilmente e, em seguida, espetou Thor com força nas costelas.

Tinha atingido um ponto fraco, Thor ajoelhou-se e deixou cair sua espada, sem poder respirar.

Os outros garotos gritaram de alegria. Thor ajoelhado ali, desarmado e sentindo a ponta da espada de Elden apontando para sua garganta.

“Renda-se!” Elden exigiu.

Thor olhou para ele, o sabor salgado do sangue no lábio.

“Nunca!” Disse ele, desafiante.

Elden fez uma careta, levantou a espada, disposto a golpeá-lo. Não havia nada que Thor pudesse fazer. Ele sofreria um poderoso golpe.

Enquanto a espada descia, Thor fechou os olhos e concentrou-se. Ele sentiu o mundo quase parar, sentiu-se transportado para um outro reino. De repente ele era capaz de sentir o balanço e o movimento da espada no ar, e ele daria o universo para detê-la.

Ele sentiu uma onda de calor invadir seu corpo, fazendo-o formigar e se concentrou, sentiu que algo lhe ocorria Ele sentiu-se capaz de controlar a espada.

De repente, a espada congelou no ar. Thor de alguma forma conseguiu detê-la usando o seu poder.

Quando Elden segurava a espada, confuso, Thor então usou o poder de sua mente para comprimir e apertar o pulso dele. Ele apertava cada vez mais forte e em poucos segundos Elden gritou e deixou cair a espada.

Todos os garotos ficaram em silêncio, congelados, olhando para baixo, para Thor, os olhos arregalados de surpresa e medo.

Yaş sınırı:
16+
Litres'teki yayın tarihi:
09 eylül 2019
Hacim:
323 s. 6 illüstrasyon
ISBN:
9781632910592
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